Fazia tempo, mais ou menos duas horas que eu estava ali, tocando uma melodia qualquer.

Ouvi a maçaneta mexer e corri com o violão até a porta. Segurando-o de modo que eu pudesse atacar o que estiver atrás da porta.

Sinceramente, estava morrendo de medo.

A porta se abriu lentamente e dei de cara com... Kurt (??)

Era ele! Ao vivo e á cores.

– Meu. Deus. – Deixou escapar, me vendo segurando o violão, no alto, em um movimento de defesa.

– O-o que você... – Mal conseguia falar, fazia tanto tempo que não o via, e agora que vi, não podia tocá-lo, beijá-lo.

– Venho aqui às vezes para... Sei lá, pensar?!

– E-eu não sabia.

– Acho que você já pode abaixar esse violão.

- Desculpe – Abaixei minha mão voltando a sentar, seguido por ele. Kurt abaixou a cabeça e encarou suas mãos.

– Blaine... –Desviei meu olhar para ele – Sinto sua falta.

– Kurt, eu... Eu não quero passar por isso novamente (que merda estou falando?), já é difícil para mim te esquecer, difícil não, impossível.

– Vamos voltar a ser amigos.

–Não... Não diga amigos, Kurt.

– Você está com a Rachel, seja fiel a ela B.

– Eu não a amo, e você sabe muito bem disso.

– Blaine, eu não... Não te quero ver chorando novamente, não posso te magoar – Já não aguentava mais segurar as lágrimas, então, finalmente às deixei livres.

– Sinto lhe dizer Hummel, mas você já está fazendo isso comigo, e muito bem – Não queria chorar na frente dele. Peguei minhas chaves e fui em direção à porta.

– Kurt... Eu só... – Mexi a cabeça negativamente – Esqueça! – E sai.

# POV’S Kurt On #

–Droga! De novo, não! – Gritei para mim mesmo – Kurt Hummel, seu idiota!

When did the rain become a storm?

(Quando a chuva se tornar uma tempestade?).

When did the clouds begin to form?

(Quando as nuvens começam a se formar?).

Yeah we got knocked out of course

(Sim fomos eliminados)

By a natural force

(Por força natural)

And we'll, we'll be swimming when it's gone

(E assim, nós estaremos nadando quando ele foi embora)

And I remember your eyes were so bright

(E eu me lembro dos seus olhos eram tão brilhantes)

When I first met you, so in love that night

(Quando eu te conheci, tão apaixonada aquela noite)

And now I'm kissing your tears goodnight

(E agora eu estou beijando suas lágrimas de boa noite)

And I can't take it, you're even perfect when you cry

(E eu não aguento você é perfeito mesmo quando você chora)

– Não é tão difícil, por que não consigo dizer que eu o amo?

Minha fala simplesmente some, quando ele se aproxima de mim, me sinto um adolescente. Blaine ainda provoca em mim efeitos que me provocava quando éramos jovens e não tínhamos nem namorado. Fazia-me reviver meu amor secreto por ele. Fazia-me viver novamente.

Aquele lugar me trazia ótimas memórias...

# FlashBack On #

–  Achei uma musica perfeita para as regionais desse ano.

– Aé? E como se chama? – Perguntou ele curioso.

– Teenage Dream, ela tem um grande significado para mim.

– Por quê?

– Por que sempre que a escuto lembro-me de você, nos dois. - Suspirei.

– Que legal – Ele se aproximou e segurou em minha cintura – Te amo – Blaine soltou um sorriso, grande e maravilhoso, e me beijou docemente.

Quando nos separamos, peguei meu caderno de anotações e lhe mostrei uma parte da música.

– Está vendo essa parte aqui? – Apontei – Quando você cantar tem que me prometer que vai cantar com o coração e vai lembrar-se de mim. Promete?

Let's run away and don't ever look back

(Vamos fugir e nunca olhar para trás)

Don't ever look back

(Nunca olhar para trás)

My heart stops when you look at me

(Meu coração para quando você olha para mim)

Just one touch now baby I believe this is rea

(Apenas um toque, baby, agora eu acredito que é real)

So take a chance and don't ever look back

(Então arrisque-se e não olhe para trás)

Don't ever look back

(Nunca olhe para trás)

–Ele recitou a frase e sorriu ao termina-la – Estou louco para ouvir a melodia.

– Eu ainda não criei.

– Tudo bem. E Ku...

–Oi?

– Eu prometo.

– Obrigado – O beijei novamente, só que dessa vez, mais longamente. O encostei contra a parede, e beijei seu pescoço.

– Mmm, Kurt – Ele gemeu, me deixando com mais vontade de tê-lo.

# Flashback Off #

Senti uma lágrima escorrendo pelo meu rosto, sabia que aquela música, especialmente aquela frase o marcou muito.

Em uma apresentação em Londres no ano passado, que o New Directions, Blaine estava cantando Teenage Dream. Eu estava naquele show e ele sabia disso, justo aquela musica, percebi em seus olhos a tristeza e uma pequena lágrima tímida, que ele tentava esconder, mas que eu a vi.

Aquela música nos trazia muitas lembranças, de quando éramos namorados. Essas mesmas lembranças, me faziam chorar, pois, era uma época que eu era feliz e que ele estava ao meu lado. Sei que posso revivê-las, porém, o orgulho não deixava. O passado era a única coisa que me restava.

Sentia saudades, sentia falta de suas juras de amor sussurradas ao meu ouvido, de seus lábios nos meus quando eu quisesse do seu abraço que me fazia sentir seguro. Apenas ele me trazia isso. A segurança que tanto queria.

# Pov’s Kurt Off #

Voltei para casa. Coloquei as chaves em cima do balcão e me deparei com Rachel a minha espera.

– Aonde. Você. Estava? – Disse pausadamente.

– Hmm... Eu... Fui dar uma volta, estava sem sono.

– Não minta para mim Blaine, você foi ver o Kurt, não foi?

– Por que tudo pra você tem haver com Kurt? Pare de falar nele.

– Preciso falar o por quê? –Ela deu uma pausa, mas logo continuou – Deixe para lá, venha aqui. – Rachel, segurou meu rosto e quando foi beijar-me, desviei.

– Não estou bom para isso!

– Vai á merda, Anderson – E lá se foi minha “noivinha” zangada para o quarto.

Fui até o mini-bar que tinha em minha sala de estar e peguei uma garrafa de uísque. Tomei uma dose e sentei-me no sofá, com o copo em uma mão e a garrafa noutra.

Encarei a garrafa e me lembrei do quanto Kurt odiava quando eu bebia em sua frente qualquer coisa mais forte que cerveja.

Porque tudo me lembra ele?

Talvez, porque na minha vida sempre o tive por perto. Kurt era mais que um namorado para mim, ele era meu melhor amigo, meu confidente, um irmão mais velho.

Agora ele está distante, assim como minha vontade de viver.

Por quanto tempo mais terei que fingir que não sinto a falta dele?