Demorou alguns minutos até que minha mãe estacionasse o carro e entrasse na casa da tia Afrodite, mas nesse meio tempo eu nada fiz, já que estava em estado de choque.

Já pensou se minha mãe se adiantasse cerca de dez minutos? Ela me veria aos beijos com Percy, e isso definitivamente estragaria o começo do meu dia perfeito.

Se eu tinha sorte? Eu não sei, mas acredito que se eu tiver, ela gosta mesmo de mim.

- Bom dia. – Atena disse ao entrar na casa da tia Afrodite, tirando-me assim dos meus devaneios sobre a minha sorte.

Um coro de saudações foi audível, e a minha cópia mais velha sorriu.

- Bom dia, filha. – ela disse e veio até mim. – Está melhor? – questionou olhando-me nos olhos.

A senhora não imagina o quanto! – foi o que eu tive vontade de responder, mas isso acarretaria em olhares maliciosos, e levantaria suspeitas da parte da minha mãe.

- Sim, eu estou melhor. – devolvi roboticamente, e Atena sorriu.

- Que sorte a sua, pois eu estou com uma tremenda dor de cabeça, e um resfriado ferrenho. – minha mãe disse.

E só então eu reparei em suas olheiras cobertas por maquiagem, a fim de escondê-las, e vale ressaltar que não deu muito certo, a ponta do nariz, levemente, avermelhada, em sinal claro de gripe ou resfriado, o que no caso da Dona Atena era a segunda opção.

- Já tomou algum remédio? – perguntei preocupada, afinal ela ainda era a minha mãe.

- Não se preocupe. Seu pai já me medicou. – ela devolveu risonha e eu sorri.

Quando eu era menor, meu pai costumava dar uma de médico e me medicava sempre que eu ficava doente. Minha mãe nunca gostou daquilo, mas eu sempre ficava boa, então ela relevava.

- Bom, se o Dr. Frederick já a receitou, eu fico mais aliviada. – disse brincando e minha mãe sorriu.

- Afrodite, Silena. – minha mãe disse olhando para sua irmã e sobrinha que sorriram em sua direção. – Cadê Thalia, Bianca e Nico? – Atena perguntou, e eu me fiz a mesma pergunta.

- Chamaram? – Bianca apareceu correndo na escada.

- Ah, queridos. – minha mãe disse, e de repente, Nico e Thalia estavam ao lado de Bianca. – Eu vim saber se vocês não querem passar o dia conosco, no clube. – Atena perguntou, e eu vi os meus planos para aquela tarde indo por água á baixo.

Thalia que não tinha papas na língua, logo respondeu:

- Já temos planos para esta tarde.  – minha mãe franziu o cenho, e Bianca consertou a fala da prima.

- Nós tínhamos combinado com a Annabeth que ela nos mostraria Nova Iorque. Sinto muito. – a garota terminou se desculpando, mas minha mãe sorriu, e se voltou para mim.

- Ah que ótimo. Vocês já viraram amigos.

Talvez, por eu conhecer a minha mãe desde pequena, eu sabia que aquele interesse, quase que repentino, nos primos londrinos renderia alguns milhões a mais na conta bancária dela, mas deixei isso passar, pois não queria um confronto logo de manhã.

- É. Hoje eu serei guia turística. – respondi brincando, e minha mãe sorriu satisfeita.

- Então, eu receio que este programa seja somente para vocês, não é mesmo? – Atena perguntou voltando-se para os três primos, que assentiram de forma tímida. – Então, eu não irei atrapalhá-los. – e voltou-se para mim – Seria melhor se você fosse em casa para... – e a fala dela morreu.

- Que eu fosse em casa para...? – deixei a brecha para que ela continuasse.

- De quem é essa camisa? – Atena perguntou com os olhos faiscando.

Pronto, ferrou.

Deixei meu olhar vagar entre as cinco pessoas na sala em busca de ajuda, porém ninguém se pronunciou.

- Essa camisa? – questionei debilmente, e minha mãe começou a me olhar de forma ameaçadora.

Antes que eu respondesse alguma besteira, Silena veio em meu auxílio.

- É minha, Tia Atena. – minha mãe intercalou seu olhar entre mim e Silena, e arqueou as sobrancelhas.

- Sua? Essa camisa é masculina, é impossível que... – o que minha mãe iria dizer eu nunca saberia, já que Silena a cortou.

- Ela é masculina, mas está na moda mulheres as usarem. Última tendência em Milão. – a morena completou, e sorriu para a minha mãe.

- Isso está na moda? – Atena questionou em dúvida, e minha prima assentiu.

- Está duvidando da minha filha, Atena? – Tia Afrodite se meteu, e minha mãe a olhou cética. – Pois fique sabendo, que a minha Silena é uma das It-Girls mais conceituada da América, tudo que ela usa vira moda.

- Está bem, Afrodite. Acalme-se. – minha mãe disse, ao ver que sua irmã começava a se exaltar. – Não está mais aqui quem falou.

Depois dessa pequena desconfiança da minha progenitora, me mantive afastada da mesma, já que o perfume de Percy ainda estava forte na camisa e no meu corpo. E, quase, agradeci de joelhos por ela estar resfriada, fazendo com que ela não tivesse com seu olfato aguçado em funcionamento.

- Bom, eu ia sugerir que você fosse para casar trocar de roupa, mas pelo visto isso já foi resolvido. – Atena disse se sentando no sofá amarelo canário da tia Afrodite.

- A Annabeth já pode estar pronta, mas nós ainda não. Silena poderia nos ajudar? – Bianca perguntou, timidamente, e Afrodite sorriu para a garota.

- Minha filha fará looks perfeitos para cada uma. – e começou a empurrar Thalia, Bianca, Silena e eu escada à cima.

Se eu estivesse em uma situação normal do meu cotidiano, com certeza descordaria em deixar Silena me arrumar, mas como eu queria distância da minha mãe, aceitei de bom grado, por isso fui um das primeiras a subir.

Quando cheguei ao quarto de Silena suspirei aliviada, para em seguida prender a respiração ante as milhares de perguntas que as meninas, Bianca e Silena, faziam.

- Conte-nos tudo. Agora.

-O que aconteceu?

- Conta?

Eram essas e algumas outras, o que estava me deixando confusa e assustada.

- Ei. Meninas se acalmem. – Thalia disse, ou melhor, gritou.

Silena e Bianca se calaram na hora.

- Obrigada. – agradeci a Thalia, que assentiu com um meio sorriso, e suspirei cansada.

- Você vai nos contar, não vai? – Silena perguntou com os olhos brilhando.

Eu, no entanto, não estava muito certa de que era isso que eu queria. Mas assenti, e a minha prima sorriu, jogando-se em sua cama.

As duas londrinas também sentaram na cama, e começaram a me olhar em expectativa. E era muito estranho ter três pares de olhos a lhe encarar.

- Já pode começar. – Thalia pressionou, quando percebeu que eu não falaria nada.

- Ah. É mesmo... Bom, ontem era o nosso aniversário de namoro...

E então eu contei quão lindo fora o nosso encontro, o nosso jantar e a nossa noite. Contei nos mínimos detalhes, já que Silena me pressionava a contar tudo, esta que suspirava a cada cinco segundos.

- Nós tomamos café, e ele me trouxe até aqui. Fim. – encerrei a minha longa narrativa, e as meninas me olhavam de forma estranha.

- Isso é... PERFEITO! – Silena exclamou, enquanto pulava no meu colo, me abraçando.

- UAU. Annabeth você tem muita sorte! – Bianca disse, e Thalia concordou com a cabeça. – O seu namorado, gosta mesmo de você.

- É eu tenho. – disse pensando na minha sorte.

- Apesar de ser uma coisa muito melosa, é legal a forma com que ele se preocupou com você. – Thalia disse e eu assenti.

- Oh God, Thalia Grace, minha prima punk, falando algo positivo de um relacionamento? – Bianca fingiu-se surpresa, e a morena de olhos azuis elétricos revirou os orbes elétricos.

- Nossa, como você é engraçada, Bianca. – Thalia disse fingindo tédio, e a prima riu.

- Thalia, você nunca elogiou um casal em toda a sua vida, ou vai me dizer que já? – a Di Ângelo perguntou, e a outra Murray revirou os olhos.

- Bianca Di Ângelo Murray, não me faça perder a paciência. – Thalia pediu e a prima riu.

Antes que eu pudesse interferir, ouvimos três batidas discretas na porta.

- Entra. – Silena mandou, e uma fresta se formou entre a porta e a parede.

- Já estão prontas? – Nico perguntou colocando a cabeça pela pequena fresta, e ao ver que estávamos do mesmo jeito completou. – O Luke já esta ai embaixo, e ele está nervoso.

- Mande ele se aquietar, descemos em vinte minutos. – Silena disse e Nico assentiu, deixando o quarto em seguida. – Agora, vamos nos PRODUZIR. – Silena gritou, e aquilo estava virando uma mania, muito, mais muito irritante.

- Sinto muito, mas você não vai me produzir. Eu trouxe as minhas roupas. – Thalia disse pescando uma mochila cheia de botoons ao lado da cama da minha prima.

Silena soltou um muxoxo, e olhou em expectativa para Bianca, que negou com a cabeça, enquanto Thalia lhe entregava uma muda de roupas.

- E você, Annabeth? – a morena de olhos coloridos perguntou, e eu neguei com a cabeça, fazendo-a me olhar triste. – Eu só preciso de um tênis emprestado, porque segundo a senhorita It-Girl, eu estou seguindo as tendências de Milão.

Minha prima fechou a cara, mas foi até seu closet, voltando com milhares de pares de tênis.

- Já que eu não posso montar o seu look, posso pelo menos escolher o seu tênis? – Silena perguntou de forma sarcástica e eu assenti rindo, junto de Thalia e Bianca, estas que trajavam uma blusa dos The Beatles e um short tingido de azul, juntamente com coturnos surrados, e uma camiseta com algumas palavras obscenas e um short jeans desbotado, e calçava um vans colorido, respectivamente.

- Claro, que pôde, Si. – respondi irônica, e minha prima me olhou com raiva.

- Enfim... Deixe-me ver. – Silena fingiu não me ouvir, e eu ri. – Que tal um vans? – a filha de Afrodite perguntou, e eu assenti – O rosa, o azul, o vermelho, o preto ou o branco?

- O branco. – pedi, e Silena os jogou para mim, deixando os outros pés espalhados no chão.

- Agora me esperem que eu vou me produzir. – a morena retrucou olhando-nos com fúria, e sumiu dentro de seu enorme closet.

- Maluquinha. – eu disse enquanto colocava o tênis, e as primas Murray assentiram.

Depois disso, Thalia começou a se maquiar, exagerando no delineador, no lápis de olhos e no rímel de cor preta. Bom, se fosse eu a usar essa maquiagem, com certeza ficaria parecendo um panda, mas nela ficou perfeito, pois destacava ainda mais os seus olhos azuis.

Bianca, também se maquiou, mas esta deu mais atenção a boca, já que seu olhos se destacavam sozinhos por serem negros como a noite.

- Posso usar? – perguntei mostrando o lápis de olhos e o rímel para Thalia que assentiu.

Antes que eu pudesse começar a passar a maquiagem, senti algo tremer no bolso traseiro do meu short.

Tirei o meu celular do bolso, e vi que tinha uma mensagem. Sorri, e quando fui lê-la, me decepcionei, pois pensei que era do Percy, mas infelizmente era do Luke.

Tem como você se adiantarem? Tia Afrodite não quer me deixar subir. – L.

- Quem é? – Bianca perguntou marota, e eu ri.

- Não é o Percy, se você quer saber. É só o Luke. – a morena riu, e desviou seus olhos marotos para Thalia, que por incrível que pareça, corou.

- Depois eu quero saber, exatamente, tudo sobre o que aconteceu entre você e o meu primo. Combinado? – perguntei para a Thalia, que me fuzilou com seus olhos azuis.

- Quem disse que aconteceu algo entre mim e o seu primo? – a morena questionou, e eu fingi fraquejar, só para ver o sorriso vitorioso dela se quebrar.

- Ontem, os dois estavam ofegantes e pareciam assustados ao verem o outro na mesma mesa que vocês se sentariam. – apontei, e Bianca engoliu uma risada.

- Só te garanto que foi muito quente a ficada dos dois. – a Di Ângelo disse, para em seguida ser acertada por uma escova de cabelo.

- Cale a boca, Bianca. – Thalia ordenou, e a prima fez sinal de rendição.

- E você Annabeth... – cortei a morena de olhos azuis, que voltou a me fuzilar.

- Se você não me contar eu perguntou para o Luke, e bom ele pode aumentar até demais, alguns fatos.

Thalia me olhou de forma ameaçadora, que teria me feito tremer na base, se eu não conseguisse fazer um olhar tão ameaçador quanto ao dela.

- Ótimo. Quando nós voltarmos eu te conto tudo. – Thalia disse emburrada, em seguida pegou sua mochila e desceu até a sala aonde os meninos nos esperavam.

- Adoro deixá-la brava. – Bianca disse, fazendo-me rir.

Silena logo apareceu com um short Cavalera, uma regata rosa bebê da Calvin Klein, por cima ela usava um cardigã branco da Dudalina e nos pés, ela calçava um vans rosa.

- Me esperem passar a maquiagem? – a morena perguntou, Bianca e eu trocamos olhares e negamos com a cabeça, para em seguida sairmos correndo do quarto.

- Suas traíras. – minha prima gritou da porta de seu quarto, enquanto descíamos as escadas aos risos.

- Nossa até que fim. – Luke disse se levantando, e parecia mau-humorado. – Cadê a Silena? – perguntou olhando ao redor, e eu, simplesmente apontei para cima.

Meu primo bufou, e voltou a se sentar, ou melhor, a se jogar no sofá amarelo berrante de nossa tia.

- Me dá isso, Nico. – Thalia gritava do outro lado da sala, fazendo minha atenção sair do meu primo.

Nico mantinha algo acima de sua cabeça, e como ele era mais alto que Thalia, a morena não alcançava.

- O que está acontecendo? – questionei Luke, que voltou a bufar, no entanto me respondeu.

- Eles estão brigando pelo celular dele.

Estranhei o mau-humor do meu primo e, então, eu liguei os pontos. Thalia tinha ignorado-o, e agora ele estava com dor de cotovelo. Ri com a minha constatação, e me sentei para ver até onde isso daria.

Bianca, no entanto, não queria ver o circo pegar fogo, por isso caminhou até os outros dois Murray, e perguntou o motivo da briga.

-  O que está acontecendo aqui? – Bianca perguntou colocando-se entre Nico e Thalia.

- Ela quer pegar o meu celular.

- Ele não que me dar o celular. – os disseram ao mesmo tempo, e iam voltar a discutir, se Bianca não tivesse tapado a boca dos dois.

- Primeiro: pra que você quer o celular dele? – Bianca perguntou pata Thalia, que a olhou sarcástica, já que a mão da garota ainda cobria-lhe a boca.

- Ele não que me passar uma música que ele prometeu me passar. – a irmão de Nico a encarou, incrédula com a resposta.

- Tudo isso por causa de uma música? – Bianca questionou, e Nico revirou os olhos tirando a mão da irmã de sua boca.

- Claro que não, ela quer ficar lendo as minhas mensagens. – o moreno disse ultrajado.

- Por que você quer ler as mensagens dele? – a irmã do rapaz perguntou, e Thalia revirou os olhos.

- Eu só quero saber se a namorada dele está cuidando do meu Niquinho. – Thalia disse e apertou as bochechas do primo.

Nesse momento eu olhei para Luke, que tinha uma carranca horrorosa estampando-lhe a face. Pelo visto ele não estava gostando do que estava vendo.

- Thalia deixe a privacidade dele em paz, e Nico passe logo essa música para a Thalia. E chega de brigas, não estamos na casa da vovó para fazer esse escarcéu. – Bianca disse polidamente, fazendo-os encolher os ombros, envergonhados.

- Sim, senhora, mamãe. – os dois disseram ao mesmo tempo tirando sarro de Bianca, e riram no final.

- Deus me livre de ser mãe de vocês. – Bianca disse e se sentou ao me lado. – Parecem duas crianças, não é mesmo? – ela me perguntou e eu ri, assentindo com a cabeça.

Alguns minutos depois, Silena estava descendo, fazendo Luke bufar insatisfeito com a demora, mas eu acho que ele estava bravo com a cena que via: Nico e Thalia dividindo o fone, e a morena de olhos azuis, com as pernas em cima das de Nico, este que parecia não se importar com a folga da prima.

- Até que enfim! – Luke disse jogando os braços para cima, fazendo com que Silena revirasse os olhos.

- Eu nem demorei tanto. – minha prima disse, e Luke a olhou cético.

- Ah, claro que não. É só o meu relógio que em vez de sessenta segundos tem trinta, por isso ele passa mais rápido. – o loiro respondeu, e Silena deu-lhe um tapa no braço. – Já podemos ir? – meu primo perguntou e todos assentimos, nos levantando.

- Cadê a minha mãe? – perguntei sentindo falta da dona Atena.

- Foi embora assim que eu cheguei. – Luke respondeu saindo pela porta, sendo seguido por todos.

Logo na porta de entrada estava estacionado o Jipe de Luke, sim ele tem dois carros, onde caberia todos nós.

- Eu vou na frente! – Silena gritou e correu para a porta do passageiro, deixando a parte de trás para mim, Bianca, Nico e Thalia.

Os dois últimos sentaram-se juntos, e eu vi quando Luke fez uma careta ao olhar pelo retrovisor, mais assim que eu busquei uma resposta em seus olhos, o meu primo balançou a cabeça em negação, e voltou a olhar para frente.

- O Percy não ia com a gente? – ele perguntou, e eu assenti.

- Ele vai nos esperar na Times Square. – respondi, e o loiro assentiu ligando o carro.

- E o Charles? – dessa vez direcionou sua pergunta à Silena que fez um biquinho, e respondeu com a voz triste:

- Ele teve que ir resolver não sei o que com o pai. Mas ele vai encontrar a gente depois. – completou animando-se no final.

- O que vocês querem ver primeiro? – perguntei, e os três começaram a falar juntos.

- Estátua da Liberdade.

- A Quinta Avenida.

- Broadway.

- Museu de Arte Contemporânea.

- Top Of The Rock.

- Central Park.

E isso só foram umas das milhares de coisa, que os três começaram a apontar, e isso estava me deixando louca.

- Espera. Espera. ESPERA. - eu gritei e os três se calaram, fazendo Luke rir. – Me respondam civilizadamente, qual vocês querem primeiro?

- Top Of The Rock! – Nico e Thalia gritaram juntos, se dar chance de Bianca abrir a boca. E pelo retrovisor eu vi Luke fechar a cara pela terceira vez.

- Desculpa, mas é dois á um. – eu disse, e a Murray mais velha, me olhou como se entendesse.

- Mas depois vamos ao Museu. – disse Bianca, ao ver o irmão e a prima comemorarem como dois retardados.

- Com certeza. – respondi, e posso afirmar que meus olhos brilharam, afinal o Museu de Nova Iorque era um dos meus favoritos, e acreditem eu já estive em muitos.

Logo, estávamos na Times Square, por isso mandei uma mensagem para o meu namorado avisando-o que estávamos em frente a loja da M&M’s.

- Annie, antes de irmos podemos entrar? – Nico perguntou com os olhos brilhando e eu assenti, sorrindo.

Thalia nem ao nosso lado estava, já que babava na vitrine da loja, fazendo com que todos rissem.

De repente, duas mãos taparam os meus olhos e o cheiro de maresia atingiu o meu nariz, fazendo-me sorrir feito boba.

- Oi. – ele disse quando me virei e pulei em seus braços, beijando-o como se não fizesse isso há séculos.

- Sabia que eu já estava com saudades? – perguntei e ele sorriu, o meu sorriso.

- Sabia. Eu também já estava quase morrendo. – ele disse, e eu ri quando ouvi dois suspiros e um barulho de vômito atrás de mim, esse último vindo de Luke.

- Ai minha diabetes. – meu primo disse, e eu me voltei para ele, mostrando o dedo médio em seguida. – É sério, nem os doces dessa loja, são tão cheios de açúcar quanto vocês.

- E não é para menos, não é mesmo? Depois de uma noite como a de vocês é de se esperar muito doçura. – Silena disse com o tom sonhador, mas de sonhador aquela frase não tinha nada, já que ela não se tocara de que Luke estava ao seu lado.

- Como assim noi... – meu primo se interrompeu antes de terminar a frase, já interpretando tudo o que ouvira e vira. – Perseu. – Luke chamou, e eu me voltei para Percy que estava mais branco que uma vela. – Me diz que você não fez o que eu estou pensando. – Luke disse e começou a andar na nossa direção.

Seu olhar era ameaçador, e sua boca tremia. Seus punhos estavam fechados e eu sabia que coisa boa não viria.

- Perseu, seu filha da puta. Eu não acredito que você fez isso. – Luke gritou e eu senti o calor de Percy me abandonar, e então eu soube que ele estava correndo.

Correndo do meu primo ciumento, que não agüenta saber que eu passei a noite com o meu namorado.

- Volta aqui seu filho da puta.