A Gotinha De Amor Que Faltava escrita por Sill Carvalho, Sill


Capítulo 31
Capítulo 31 – Declarando Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Olá gente bonita. Demorou um tiquinho, mas está aí.
Thaamy e Gabbe, minhas jujubas lindas, meu muito obrigada por terem recomendado a fic. Espero de coração que apreciem o capítulo.
Simbora lê pessoal.



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Ao cruzar o corredor, em seu trajeto de um quarto ao outro, Rosalie parou se permitindo observar o carrinho motorizado da Barbie, que Julia adorava, parado, com uma boneca dentro, encostado a uma parede. Vê-lo ali fez seu coração se aquecer com satisfação.

Da mesma forma como outros brinquedos dispensado em um lugar e outro da casa, lhe dava a convicção de sonho realizado. A imagem de sua garotinha guiando aquele carro pela casa, esbarrando nos móveis, deixando Emmett de olhos arregalados de preocupação, a fez sorrir.

Deixando os pensamentos de lado, voltou a andar. E ao entrar na suíte do casal, vislumbrou a imagem do marido dormindo relaxadamente na espaçosa cama. Não teve como impedir o sorriso perfeito que tomou conta de seus lábios. A quem queria enganar? Amava aquele homem, tinha a filha que sempre sonhou e sabia que sua mãe tinha razão. Grace havia tentado abrir seus olhos em mais de uma ocasião. Disse-lhe que deixasse de besteira e vivesse enfim a vida que sempre sonhou.

Alimentar as dores do passado não só a impediam de desfrutar de seus sonhos, como com o passar do tempo abririam ainda mais às feridas da alma.

Saudade era um dos sentimentos que a afligia há muito tempo. Desviou os olhos das costas nua do marido, e então fechou a porta devagar. Suspirou longamente antes de seguir para o banheiro.

Aproveitou que todos dormiam para tomar um banho demorado. Depois de passar óleo hidratante em todo o corpo, vestiu uma camisola que ainda não tinha inaugurado, na cor preta, a favorita do marido. Levou alguns minutos a mais que de costume no closet, estava curtindo um pouco todas as suas coisas que haviam ficado pra trás. Muitas delas, presentes que Emmett lhe deu em ocasiões distintas. Presenteá-la sempre foi uma das coisas que ele sempre gostou. Hoje via isso se repetindo com a filha.

Apesar de todos os defeitos, ao longo da vida demonstrados, presentear quem ama nunca foi um deles.

Satisfeita por suas coisas estarem todas exatamente como deixou, voltou para o quarto e deitou-se ao lado do marido, que permaneceu em seu estado profundo de descanso.

Sua inquietação não permitiu ficar deitada por muito tempo. Sentou-se e começou pensar sobre os últimos acontecimentos em sua vida. O quão tudo mudou tão rapidamente; pra melhor claro. Para muito melhor. Ainda assim, não podia deixar de se perguntar:

Será que teria voltado se não fosse por Julia? Será que eles teriam um fim, outro sentido, sem essa garotinha ligando-os de fora tão intensa, com seu mais singelo amor?

Chegou à conclusão que isso não importava agora. Foi exatamente essa insegurança que a impediu de retornar antes para eles, para sua vida. A vida que o destino lhe reservou.

Depois dessa turbulência toda algo havia ficado gravado em seu coração. Sabia que apesar dos problemas, das circunstâncias e do sofrimento. Para além da dor e da magoa o amava. Estava tão certa disso quanto o dia em que subiram ao altar.

E foi pensando nisso, no passado não tão distante, que um vislumbre do dia em que se conheceram passou por sua mente.

Precisamente em San Diego, Emmett estava a trabalho, uma reunião importante em um dos luxuosos hotéis da família, com alguns representantes do ramo turístico e imobiliário.

Lembrava-se como se fosse ontem. Tinha ido ao hotel encontrar-se com uma amiga que deveria estar hospedada lá. Mas, Rosalie nunca poderia imaginar que ao encontrar com ele, um único olhar, mudaria toda sua vida da água pro vinho.

Falava com a recepcionista, pedindo informações quanto à chegada da amiga quando tudo teve início.

Depois de conseguir as informações que buscava, estava se afastando do balcão de informações, quando o viu pela primeira vez. Ele estava saindo do elevador acompanhado por outros dois rapazes. Um deles seu amigo Jacob. O inseparável amigo de farra. O outro homem falava ao telefone, distraído com quem quer que fosse.

Do outro lado do hall luxuoso, estava Emmett, parado, olhando fixamente para ela – a loura que usava um vestido casual, os cabelos presos em um coque mal feito, exalando charme sem intensão. Uma troca mutua de olhar os mantiveram ali, parados como estatuas vivas. Tudo pareceu mudar de lugar, de sentido, bastou apenas um sorriso dele. Desconcertada, Rosalie encarou o piso de mármore polido enquanto passava uma mecha dos cabelos para trás da orelha.

Emmett se aproximou depois de pedir licença aos rapazes que o acompanhava. Nervosa, de forma que nunca imaginou pudesse ficar, quis acreditar que aquele homem estivesse indo falar com outra pessoa.

Ao perceber que ele caminhava em sua direção, olhou para os dois lados para ter certeza de que não havia mais ninguém por perto, foi automático, contudo. Sua atitude impensada ocasionou num encontrão com um dos funcionários que levava a bagagem de um hospede, ocasionando a queda de uma das malas ao chão.

Ainda sem conseguir raciocinar direito, presenciou Emmett corrigir o funcionário com arrogância e superioridade, mas, nem mesmo isso, a fez recuar. Talvez aquela fosse sua primeira chance, e ela a desperdiçou. Assistiu o funcionário, envergonhado, pedir milhares de desculpas antes de sair dali. Provavelmente, torcendo mentalmente para não ser despedido.

Emmett chegou ainda mais perto e segurou as mãos dela nas suas. A torrente de calor líquido foi desconcertante. Mas, Rosalie jamais poderia se esquecer das palavras que vieram a seguir: “Você tem apenas cinco segundos para dar o fora daqui, ou do contrario, ficará para sempre em minha vida”.

Horas mais tarde, naquele mesmo dia, estavam jantando juntos no próprio restaurante do hotel. O tempo todo Emmett se mostrou um galanteador impecável. Ao fim da noite, ele fez questão de levava em casa. E no dia seguinte foi buscá-la para passarem o dia juntos. Ele a levou para um passeio de iate por águas cristalinas e agitadas, onde fizeram amor pela primeira vez. Onde tudo pareceu parar no tempo, envolvidos no desejo que os consumia.

No dia seguinte, enviou flores a sua residência. Rosalie sequer poderia citar o nome de todas elas. E naquela mesma noite, durante um jantar romântico, deu a ela a prova de que a queria para sempre em sua vida: Pediu que se casasse com ele fosse na igreja, no civil ou em qualquer outra opção existente, mas que se casasse com ele.

Apaixonada como estava, não pode negar o pedido. Levou apenas alguns meses para que estivessem casados na igreja e no civil, embarcando em um avião particular rumo à lua de mel na Croácia.

Recusava-se pensar que seu casamento tinha acontecido três dias depois do nascimento de Julia. E que seu marido lhe escondia tal segredo, deixando a outra grávida para se casar com ela.

A criança destinada a ser sua começava sofrer nas mãos de uma desequilibrada enquanto ela e o marido estavam em um resort de luxo, desfrutando de tudo o que o dinheiro podia oferecer. Fazendo amor até mesmo em locais improváveis.

Quis fugir dessa rota de pensamentos forçando-se a pensar em outras coisas. Contudo, outro pensamento lhe surgiu.

Foi na semana que fizeram um ano de casados, durante mais uma viagem de lua de mel, que decidiu que era hora de engravidar. Dali em diante as tentativas foram todas falhas. Ali nasciam as frustrações. O desejo por adoção, a recusa e a dor. E então vieram as brigas.

Enquanto tudo isso acontecia na vida do casal, longe das pessoas que a queriam, sua gotinha de amor também sofria.

Rosalie saiu da capsula de pensamentos quando a escuridão do quarto foi irrompida pela luz fraca do abajur.

Emmett estava sentado ao seu lado agora, tentava afastar o sono passando as mãos pelos olhos preguiçosamente. Quando estava assim, lembrava um garotinho.

– É agora? – ele perguntou. Sua voz soando um pouco mais rouca que o normal, ainda afetada pelo sono.

– O que? – pediu ela, confusa.

– Nossa conversa.

– Sou toda ouvidos... – anunciou enquanto ele a encarava.

Emmett passou a mão na cabeça, para logo depois começar a falar.

– Me perdoa! Na verdade, nem sei como te explicar. Pode parecer piegas, mas é verdade: Um filho muda a perspectiva de vida de qualquer pessoa. Foi apenas quando olhei Julia adormecida em meus braços e percebi que era pai que pude compreender sua dor. E outras dores que te causei, também. Você tem toda razão, a vida sem um filho para amar é vazia. Passo nas ruas e é como se alguém tivesse resolvido soltar todas as crianças do mundo. Mas eu sei que elas sempre estiveram lá, eu só não as via. Tem noção de quantos casais explodindo de felicidade com filho tem nessa cidade?

– Não, eu não tenho – admitiu Rosalie, com um sorriso curvando seus lábios ao perceber o desespero do marido em pedir perdão.

– Muitos – prosseguiu Emmett. – Estão em toda parte. E eu tive isso em minhas mãos e desperdicei. Não vou mentir, todas as vezes que fui a San Diego te buscar, achava que tinha razão e você estava fazendo manha. Que quando voltássemos, nossa vida ia ser como antes. Só agora consigo perceber que os pecados eram meus. Que seu desejo era algo natural. É parte de quem você é... Agora percebo que depois de encontrar o amor, os casais deixam esse amor se expandir e ele gera filhos. Para que alcance outro patamar. Meus pais amam a Julinha, Alice, até Edward tem se saído um tio extraordinário. Mas eles não espelham o que sinto. Quando Julia foi operada e esperamos na sala reservada a família, suas mãos, seus olhos. Estávamos dividindo um só sentimento. Não posso ter essa experiência com mais ninguém a não ser com você, com minha mulher, com a mãe de minha filha.

Rosalie o olhava com atenção agora.

– Me perdoa. Por ter menosprezado seus sentimentos. Por não ter cumprido meus votos matrimoniais, ao te abandonar sozinha com suas dores, suas frustrações. Por não te apoiar. Só te peço que me dê uma chance. Eu mudei Rose, de verdade. E agora o mundo é diferente pra mim.

– Você entende porque fui embora? – ela pediu, sem qualquer sinal de irritação no tom de sua voz.

– Porque me casei e continuei agindo como alguém solteiro. Não te trair com outras mulheres, mas nunca foi “nossa” vida. Foi sempre, minha vida, agora com uma esposa girando ao redor dela. Nunca pensei em um “nós”, nunca abri mão de minha satisfação pelo que era melhor para nós como um casal. Era sempre você se adaptando a mim, jamais o contrário. E a única coisa que era essencial para você não se encaixava em minha vida. Por isso desprezei suas necessidades. Eu juro que mudei Rose. Julia me fez perceber que não sou a pessoa mais importante de qualquer relação. Que para existir uma relação de verdade, preciso colaborar com a felicidade do outro.

Com um suspiro fadigado, ele deitou-se novamente na cama. Rosalie deitou ao seu lado, em silêncio ambos encaravam o teto, até que ele voltou a falar.

– Percebi isso ao acordar sete horas em uma manhã de domingo e não me sentir mortalmente irritado. Porque entendia que era o horário de minha filha, que ela precisava de supervisão de um adulto se estivesse acordada e que eu não podia fazer nada em relação àquilo a não ser acordar e tomar conta dela. Me surpreendi ao perceber que queria dormir mais, mas não estava indignado com o horário.

Encarando o teto, ela sorriu com o exemplo dado por ele. Realmente ele estava tentando se esmerar com o perdão, não tinha dúvidas quanto a isso.

– Me perdoa Rose, eu mudei. Te prometo que agora vai ser um casamento de verdade. Eu ainda estou aprendendo. Mas vou me esforçar pra ser uma relação, não a minha vontade, minhas necessidades. Abro mão de mim mesmo por você e Julia. Tudo que eu sinto e desejo é fazê-las felizes e amadas. São meus novos votos.

O silêncio da parte dela, pressionava o coração de Emmett fazendo um barulho ensurdecedor. Ele esperava que dissesse algo, mas sua ansiedade o fez romper o momento.

– No que está pensando Rose? O que me diz?

Rosalie se remexeu, virando o corpo, ficando de lado, de frente pra ele, uma mão apoiando a cabeça tendo o cotovelo junto ao colchão. Encarou o marido que estava pálido de tanta tensão. Podia jurar que o coração dele estava vivendo um verdadeiro frenesi.

Passou a mão livre no rosto afastando alguns fios dourados jogando-os para trás do ombro.

– Estou pensando porque motivo você ainda não me beijou. Estou aqui Emmett. Acabei de colocar nossa filha pra dormir, nossa filha. Voltei pra nossa casa, nossa casa. Deitei em nossa cama, nossa, lembra? E coloquei uma camisola sedutora, na cor que mais gosta. Eu te amo, sempre te amei, sempre vou amar. E é mais claro quanto um dia de sol em minha cidade natal que nossa gotinha de amor mudou sua vida e suas convicções. Quer mesmo um discurso de aceitação?

Emmett sentiu um peso enorme deixar seus ombros e consciência, fazendo surgir nos seus lábios um lindo sorriso. Suas covinhas fazendo questão de se exibirem, deixando-o com ar de menino.

Com inquietação no coração, ele virou o corpo no mesmo ângulo que o dela e a beijou, enfim. Permitindo que as amarras da estranheza que estavam vivendo se desprendessem, tornando o momento cada vez mais apaixonado, mais intimo.

Aquela química apenas deles surgiu espontânea como da primeira vez. Quando com uma troca de olhar, Emmett soube que ela era a mulher de sua vida. Que seu destino era curvasse aos seus pés, se preciso.

Foi então que ela o surpreendeu entre o beijo, murmurando um pedido agoniado.

– Sem preliminares, ursinho. Tenho saudades. Quero você – um gemido alto escapou por entre seus lábios, puxando-o cada vez para mais perto de si.

– Shhh! Não podemos fazer barulho agora. Temos uma garotinha dormindo do outro lado do corredor. Não quer acordar Julia agora, quer? – ele avisou, entre um beijo e outro, fazendo-a rir baixinho.

– Sem barulho – concordou ela. – Mas depressa amor. Quero muito você...

Foi tudo tão voraz e ansioso, cheio de saudade, que eles não se deram sequer o trabalho de retirar as roupas, se amaram com urgência. Ainda assim, depois do ato, permaneceram abraçadinhos.

– Senti tanto sua falta – ela confessou, ainda aninha ao peito dele.

– Eu também – afirmou Emmett, acariciando de leve as costas dela sob o decote da camisola de seda.

– Te amar é minha sina – Rosalie acrescentou.

Ele sorriu ao beijar o topo da cabeça dela, com suas covinhas em evidencia novamente.

– Eu bem que te avisei... No dia em que nos conhecemos, que você tinha cinco segundos para sair correndo ou ficaria para sempre em minha vida.

– E eu não dei um passo... – ela surrou.

Novamente Emmett beijou o topo da cabeça dela.

– E você não deu um passo... – repetiu ele.

– Senti tanta saudade, ursinho.

– Eu mais ainda – ele acusou.

Como poderiam negar, dizer que não sentiram. O sexo era uma parte muito importante do relacionamento deles. Era, como casal, uma química explosiva e instantânea.

Mas as palavras que ele disse a seguir surpreenderam Rosalie de tal forma. Tão terna que seus olhos lacrimejaram.

– Senti falta de acordar e ver seus olhos, de seu perfume no banheiro. Todas as manhãs eu lavava as mãos com seu sabonete liquido, só pro banheiro ficar com seu cheiro. Senti saudades de ter suas mãos entrelaçadas nas minhas ao caminhar. De ver seus sapatos no tapete da sala ao retornar para casa. Até senti falta de tropeçar neles. Da geladeira cheia de folhas, e de me irritar ao pegar um copo de chá ao invés de um de água no meio da noite, sonolento. Senti falta de tudo.

Não era apenas atração física. Ele a amava. Era imaturo e arrogante, mas a amava de verdade.

Ele suspendeu o olhar da esposa segurando seu queixo. Uniu seus lábios aos dela em um beijo demorado e logo depois fez um pedido:

– Não me abandone jamais. Você é toda minha vida, Rose.

– Que horas são? – ela pediu, fugindo de qualquer resposta que ele esperava.

Ele esticou o pescoço, olhando no relógio da mesinha de cabeceira.

– Uma e vinte e sete. Por quê?

– Porque você disse que os pesadelos de Julinha começam sempre em torno das duas e trinta para as três. E eu quero tomar um banho longo e prazeroso. Acho que meus gemidos não atravessam a porta do banheiro, a porta do nosso quarto e o corredor.

– Banheira ou chuveiro? – Emmett pediu ansioso.

Antes mesmo de ela responder ele já estava de pé ao lado da cama. O short de seu pijama bagunçado de um jeito que a fez sorrir.

Tentando não gargalhar, ele segurou na mão da esposa e, juntos, correram até o banheiro.

Não ficou claro se por conta dos remédios, ou porque Julia pressentiu que os pais precisavam de um momento só para eles, os dois foram acordados somente pelo som do alarme no celular de Emmett. Eram 06h30 da manhã e Julia precisava tomar a medicação.

Rosalie esfregou os olhos e, em seguida, fez menção de se levantar, mas Emmett a impediu abraçando sua cintura.

– Deixe essa comigo – disse ele. – Ela vai grudar em você o dia inteiro e não poderá descansar. Casamento lembra?

Os lábios dela se curvaram em um sorriso preguiçoso.

Emmett saiu da cama meio cambaleante ainda, embora estivesse acostumado acordar durante a madrugada para socorrer a filha. Verificou como estava o short de seu pijama, tinha voltado a vesti-lo ao voltar do banheiro, assim como Rosalie também vestira sua camisola outra vez.

Pouco tempo depois, Rosalie sentiu um calorzinho ao lado de seu corpo. Abriu os olhos preguiçosamente encontrando Julia adormecida entre os dois. Emmett estava calado admirando as duas. Os grandes amores de sua vida. As duas mulheres em todo o mundo capazes de fazê-lo mudar.

– Acho que não te disse – começou ele –, mas por conta de todo o passado essa cama acabou se tornando a cama de Julia também. Deveria ter te dito antes...

– Não me importo – confessou Rosalie, com sinceridade, estendendo o olhar a criança adormecida, com a chupeta na boca, juntinho ao seu corpo. De um lado o pônei de pelúcia e do outro, o paninho que ela apertava entre os dedos.

Emmett a imitou, olhando a filha adormecida, novamente.

– Fez birra para tomar o antibiótico, disse que tinha areia dentro e tudo. Enrolei com um copo de água e a promessa de que a traria para dormir conosco – ele se justificou. – Ela estava com tanto sono que dormiu nos meus braços enquanto a trazia pra cá.

– Não me importo – Rosalie tornou repetir. – Dormirmos sem companhia por três anos. E ela precisa desse espaço para se sentir segura. Além do mais, já utilizamos muito espaço desse apartamento...

Um sorriso satisfeito alcançou os lábios de Emmett, enquanto seus olhos azuis alcançavam um brilho inigualável.

– Tire esse sorriso bobo da cara. Não estou aceitando sua filha em minha cama. Estou dormindo com nossa filha. Muitos pais fazem isso quando os filhos adoecem.

Emmett se inclinou e beijou de leve seus lábios, porém, sem afastar o sorriso do rosto. Sua satisfação era maior, não podia negar.

– Emm, me deixa curtir o primeiro momento de dormir juntinha com minha filha, na nossa cama. Na nossa casa.

– Eu deixo amor. É claro que deixo – prometeu ele, ainda com o mesmo sorriso no rosto.

Rosalie espalmou a mão de leve no rosto dele. Em uma tentativa falha, e divertida, de ocultar o sorriso gigantesco nos lábios do marido.

– É sério, ursinho, esse sorriso está me dando medo.

Emmett segurou a mão dela, beijando a palma macia. Depois disso, se deitou e ficou quieto, mesmo seu coração dando saltos de felicidade e o sorriso querendo irromper a qualquer momento outra vez.

Naquele aconchego, Rosalie afagou o rosto de Julia e beijou a pontinha de seu nariz. Esticou o braço sobre a filha até alcançar o rosto do marido lhe fazendo, também, um afago. Ele fechou os olhos apreciando a suavidade do toque em silêncio. Sabia que a esposa queria voltar a dormir, assim como ele também queria. Tinham passado praticamente toda a madrugada em claro, se amando até que a saudade fosse aplacada, além de toda conversa que tiveram antes.

Foi apenas questão de segundos para que estivessem dormindo novamente. Um sono tranquilo, um sono merecido.

O sol despontava, pouco a pouco, no céu coberto de arranha-céus da cidade de Detroit.

A vida recomeçava...

... Seguindo seu curso, nascia uma manhã de domingo em família.

Uma família que agora sabia o real significado do amor e da união. Do respeito e da generosidade. Graças à doçura e inocência de uma garotinha, que alguns a conhece por gotinha de amor.


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Notas finais do capítulo

É isso aí gente, esse foi o momento da conversa e da reconciliação, de fato. Espero que tenham curtido. Eu sou suspeita a falar, mas gostei muito.
Tivemos aí, também, um tiquinho do que foi o primeiro encontro deles e de como tudo fluiu rápido.
*Esclarecendo que não desenvolvi as cenas intimas do casal por conta da classificação. Em momento algum esse foi meu objetivo, não nessa fic. Ficaria até mesmo estranho, sendo desenvolvida da forma que vem sendo, passasse agora ser classificada para maiores, espero que entendam.
Se puder, deixe um review.
Beijo, beijo
Sill