A Gotinha De Amor Que Faltava escrita por Sill Carvalho, Sill


Capítulo 12
Capítulo 12 - Tudo Por Minha Gotinha


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é dedicado a quatro pessoas lindas que recomendaram a fic, fazendo minha alegria durante a semana: Annya Ivashkov, Sthephanny, IDSC, Heloisadiias o/ muiiiiiito obrigada pelo carinho.

**
Mais uma vez o capítulo ficou enorme. E com um tiquinho de ira da parte de alguém, mas não se assustem, no final das contas acho que vocês irão gostar.
:)



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Naquela mesma tarde após Julia ter brincado na banheira até ficar com os dedinhos enrugados, Emmett a enrolou na toalha, e quando saíram do banheiro deixaram o piso com algumas espumas e respingos de água.


Mais uma vez Emmett fez o papel de pai cuidadoso, secou e vestiu sua gotinha cuidadosamente após ter cuidado de seus machucados. Agora ela usava uma saia de babados lilás, uma blusinha branca com pequeninas estampas no mesmo tom da saia, casaquinho bege de botões, e nos pezinhos um par de sapatilhas igualmente lilás.


Esme havia separado quase todas as roupinhas de Julia de maneira que facilitasse a escolha para Emmett.  Julia ainda estava tristonha e caladinha, então Emmett tentou animá-la, arriscando-se a pôr nos cabelos da filha um par de tic-tac de florzinhas.   Quando terminou a levou para frente do espelho, ele estava encantado, achando sua gotinha à coisa mais linda desse mundo. Ele tinha que admitir, tinha feito um bom trabalho. Sua filha era linda e herdara muito dele.


Julia se olhou no espelho, ainda no colo do pai, e murmurou “eu gosti”, mas Emmett não viu felicidade em seus olhinhos, invés disso, viu tristeza. Seu sorriso de covinhas herdadas estava oculto. Então, algo aconteceu no coração de Emmett, ele sentiu raiva, muita raiva, dos culpados por sua gotinha ter sofrido tanto em tão pouco tempo de vida. A imagem do desespero de Julia quando ele chegou invadiu sua mente. E foi aí que ele soube que precisava fazer algo. Entretanto, para isso acontecer, antes ele precisava deixar Julia com alguém, e sabia que somente sua mãe poderia cuidar dela nesse momento.


- Vamos ver a vovó, gotinha? – sugeriu ainda em frente ao espelho do quarto de hospedes. Tudo o que ela fez foi manear a cabeça positivamente. Emmett aproveitou e lhe beijou ambas a bochechas, com beijos estalados.


Emmett colocou Julia sobre a cama e ela engatinhou até alcançar o pônei. Sentadinha com o pônei de pelúcia no colo, ficou observando o que o pai fazia. Ele entrou no closet, pegou a mochila nova da Barbie e encheu com algumas coisinhas que Julia gostava e algumas mudas de roupas. Quando voltou ao quarto pegou a filha no colo novamente.


- Minha pepeta... – murmurou, apontando o dedinho indicador em direção à chupeta e o paninho sobre a cama.


- Papai vai pegar pra você – disse ele, se inclinando com a filha no colo e a mochila pendurada no braço que a segurava. Ele guardou a chupeta com o paninho dentro da mochila e saiu do quarto. Julia estava com a cabeça recostada ao ombro do pai, abraçada ao pônei.


Emmett foi com ela até a cozinha, pegar uma mamadeira, e aproveitou para avisar à senhora Jones, que passava roupa na área de serviço, que iria sair coma filha.


- Senhora Jones – disse ele, parado no batente da porta de acesso a área de serviço.


A senhora Jones, embora ainda estivesse envergonhada com o que acontecera, colocou o ferro de passar sobre o suporte e olhou para Emmett se deparando com a criança encolhidinha nos braços do pai.


- Senhor McCarty me desculpa não foi minha intenção assustá-la daquela maneira – se desculpou mais uma vez, quase em suplica.


- Está tudo bem, senhora Jones. Não foi culpa sua. Eu deveria ter perguntado antes de sair. Não precisa ficar se desculpando toda vez que me ver. Mas, por favor, não permita que isso volte acontecer – ela maneou a cabeça afirmativamente. – Eu vou sair e vou levar Julia comigo. Preciso acertar as contas com uma pessoa, porque a outra já está queimando no fogo do inferno – a senhora Jones arregalou os olhos ouvindo-o falar dessa maneira. – Vou deixar minha gotinha com minha mãe, então quando a senhora terminar pode deixar as chaves na portaria. Se alguém ligar, e for muito importante, pede para ligar no meu celular.


- Sim senhor – com o olhar consternado ela olhou para Julia, que escondia o rostinho no vão do pescoço do pai. – Me perdoa lindinha eu não queria te assustar...


Julia gemeu escondendo o rostinho ainda mais. Emmett lhe afagou as costas e beijou o topo da cabeça.


- Até logo senhora Jones.


- Até logo – murmurou em resposta, fazendo carinho na perninha esquerda de Julia.


Emmett voltou para dentro da cozinha e pegou uma mamadeira vazia, guardando também dentro da mochila.


Já na garagem, ele acomodou Julia na cadeirinha de segurança, beijou seu rostinho antes de deixar o pônei ao seu lado e se afastar para fechar a porta do veículo.


Enquanto dirigia até a casa dos pais, vez ou outra, ele olhava através do espelho retrovisor e notava sua gotinha tão tristonha, isso só o fazia ter certeza do que precisava fazer. Minutos depois ele chegou à mansão da família. Parou em frente aos portões e saiu do carro indo retirar Julia da cadeirinha. Ela se encolheu em seus braços novamente, caladinha, segurando pônei.


- Já chegamos à casa da vovó, gotinha – avisou tentando animá-la, mas não surtiu muito efeito.


- Minha vovozinha – sussurrou Julia, em um fio de voz.


Emmett passou a mão no rostinho dela após ter fechado a porta do veículo.


- Isso mesmo, a sua vovó – murmurou ele, se aproximando dos portões para tocar a campainha.


Uma funcionaria foi quem o atendeu pelo interfone, e não demorou muito, Esme surgiu caminhando apresada no jardim indo em direção aos portões de ferro ornamentado, preto. Ao longe ela notou a figura do filho mais velho, segurando sua netinha nos braços.


Em pouco tempo os portões foram abertos automaticamente, Julia ergueu a cabeça para olhar, achando interessante.  Esme achou que o filho fosse entrar, no entanto, ele permaneceu parado no mesmo lugar onde estava. Foi então que ela aumentou o passo, ainda mais preocupada.


- O que aconteceu com a Julia? – precipitou-se enquanto andava a passos largos.


- Preciso que cuide dela pra mim – notando a expressão reprovadora da mãe, ele completou. – Só por algumas horas.


Esme parou em frente ao filho, porém, ela ainda estava nas dependências do jardim, e o filho na calçada.


- Vovozinha... – sussurrou Julia, coçando os olhinhos.


- O que você fez com ela, Emmett? – inqueriu Esme, estendendo os braços para pegar a neta no colo.


Emmett se exaltou com a má-fé da mãe. – Porque você sempre espera o pior de mim, mãe?! Eu não machucaria a minha gotinha. Eu precisei ir a uma reunião na empresa hoje – explicou entregando a filha pros braços da avó. – Deixei ela com a senhora Jones, mas acontece que eu não sabia que a senhora Jones fumava. Resumindo, Julia a viu com um cigarro nas mãos e teve uma crise de pânico. Quando cheguei agora à tarde, ela me disse que encontrou minha filha embaixo da cama do quarto de hospedes, chorando, tremendo, e molhada de xixi – explicou visivelmente afetado.


Esme piscou e, naquele momento, lágrimas rolaram em seu rosto. Ela abraçou o corpo pequenino da neta como se quisesse protegê-la do mundo.


- E o que vai fazer agora? Porque vai sair depois do que aconteceu com sua filha? – Esme passou uma das mãos nas perninhas de Julia. – Ela está com as perninhas geladas. Porque não colocou uma meia-calça nela?


- Eu não sei pôr isso, mãe. Eu até tentei. Depois peguei uma calça, mas ela não quis. A calça está na mochila dela. E agora, estou indo devolver um pouco das coisas que vieram a mais – sibilou ele, entre dentes.


- Do que você está falando, Emmett?


- Só cuide da minha filha, mãe. Eu volto logo – disse ele, entregando a mochila com as coisinhas de Julia, virando as costas em seguida.


- Papaizinho... – choramingou Julia, estendendo os bracinhos vendo-o se afastar.


Emmett sentiu seu coração se aquecer ao comprovar que sua gotinha, agora, preferia ficar com ele, quando anteriormente ele preferiu a avó.


- Fique com a vovó, gotinha – ele voltou e lhe beijou a testa. – O papai volta daqui a pouco para brincar com você e te ensinar outra musiquinha, está bem?!


- Você vai demolá?


- Não. O papai não vai demorar. A vovó brinca com você até o papai voltar – Julia assentiu, enlaçando os bracinhos em volta do pescoço de Esme. Ele olhou para a mãe. – Não deixe ninguém se aproximar da minha gotinha com um cigarro na mão, mãe.


- Você sabe que nenhum de nós é fumante. E mesmo que fosse, a essa altura, estariam todos proibidos que acender qualquer cigarro. Se tem algo que eu não desejo, é causar traumas a minha neta.


Emmett alertou, lembrando-se do erro que cometera recentemente. – Funcionários, amigos, visitantes, seja lá quem for mãe. Não deixe chegar perto de minha filha com um cigarro. Cuida dela para mim – pediu mais uma vez.


- É claro que cuido, filho. Mas me preocupa o que está pensando em fazer. Você sempre faz besteira quando age por impulso.


- Eu preciso fazer isso mãe, ou nunca viverei em paz com minha consciência – respondeu ao se afastar indo a passos largos em direção ao carro. Antes de abrir a porta do veículo ele olhou para trás e disse:


- Cuida da minha gotinha, mãe.


- Eu cuidarei filho – afirmou Esme quando Emmett entrou no carro e fechou a porta. Quando ele manobrou o veículo, Esme fechou os portões manualmente e voltou para dentro de casa, levando a neta no colo e a mochila pendurada em um dos pulsos. Esme beijou o rostinho de Julia. – A vovó vai fazer um bolo bem gostosinho para você, amor. Qual sabor você mais gosta, hein? Fala para vovó.


- Eu goto de toconate.


- Então a vovó vai fazer um bolo de chocolate bem grande – disse Esme, dando ênfase à palavra “grande”. Julia segurou o rosto da avó e lhe deu um beijo na bochecha, deixando o pônei preso entre o corpo de Esme e o seu.


- O calinho pode comê também, vovó?


- Pode meu pedacinho do céu. O carinho também pode comer, mas será que ele gosta de chocolate?


- Ele gota vovó – Julia encostou a boca do pônei em seu ouvidinho. – Ele disse que gota sim, vovó.


- Então está bem. A vovó vai fazer um bolo de chocolate para a Julinha e o seu amiguinho, o carinho.


- Você deixa eu assiti um desenho, vovó?


- Claro que a vovó deixa. Qual desenho que você quer assistir?


- Eu quelo assiti o agente ulsô – respondeu, piscando os olhinhos como tivesse caído um cisco dentro.


- A vovó deixa você assistir o agente urso – disse Esme ao entrar em casa, dando beijos nos rostinho da neta.


[...]


Enquanto isso, Emmett dirigia pelas ruas de Detroit falando ao celular, usando o bluetooth.


- Jacob, você sabe onde posso encontrar o tal namorado da Savannah?


Surpreso, Jacob exclamou. – Savannah, sua ex-namorada, a falecida mãe de sua filha?


- Claro né. Quem mais seria?! Você conheceu outra Savannah? – resmungou.


- O que você quer com ele, Emmett? Esse cara não presta. A Savannah está morta. Fique com sua filha, e fica na sua.


- Eu te pedi uma informação e não um conselho. Mas já que te interessa tanto. Tenho algumas coisas para devolver a ele...


- Que tipo de coisas, cara? – perguntou Jacob, preocupado.


- Jacob você é meu amigo, ou não é caramba. Vai dizer onde posso encontrar esse infeliz ou terei que revirar a cidade inteira, mesmo que leve dias para localizá-lo.


- Tudo bem. Só para você não dizer depois que não sou seu amigo. Mas lembre-se se sua mãe ficar sabendo negue que fui eu quem te contou. Desde que a Savannah faleceu “uma pena ela era tão bonita”, completou em pensamento. – Ele tem aparecido periodicamente em um bar perto daquela casa noturna que frequentávamos antigamente. Antes de você conhecer a Rose e ficar caidinho por ela, e a farra acabar.


- Tá – Emmett cortou. – E como vou saber quem ele é? Quero nome. Quero descrição.


- É só perguntar por Kevin, todos o conhece. Não tem erro, cara.


- Você é um sem- vergonha ainda continua frequentando aquelas bandas.


- Sou um cara livre, camarada. Não sou dominado por mulher nenhuma.


- Certo. Obrigado pela informação.


- Vê lá o que vai fazer. Não quero problemas com a sua mãe depois. Ela sabe ser uma fera.


- Não esquenta, vou só devolver algumas coisas... – murmurou Emmett finalizando a ligação, mantendo uma expressão vingativa no rosto.


Emmett dirigiu por cerca de uma hora até chegar ao tal bar mencionado por Jacob, seu amigo dos tempos de farra da faculdade. O tal bar era localizado a duas quadras de uma casa noturna conhecida por ele e seus amigos.


O sol se punha no horizonte, luzes começavam serem acesas nos postes de iluminação pública. O letreiro do bar piscava com letras garrafais, sendo perceptível à distância. Havia carros no estacionamento ao lado, e na frente do tal bar havia motos estacionadas. Um casal trocava caricias próximo a um poste de iluminação, sem se importar com quem passava.


Emmett saiu do carro e ativou o alarme. Com uma expressão mal humorada ele caminhou em direção à entrada do bar. A música tocava alto e o ambiente era um tanto escuro, havia poucas luzes acesas. Assim que ele entrou, girando o corpo meio que de lado, evitando esbarrar nas pessoas, muitas delas alcoolizadas, ainda assim alguém esbarou nele, imediatamente se desculpou sumindo na multidão. Emmett olhou em volta, notando que havia duas grandes mesas de bilhar, e algumas pessoas disputavam uma partida. 


Duas moças, que bebiam sentadas em uma das mesas por onde Emmett passou, imediatamente notaram sua presença e começaram se insinuar. Ele não deu a mínima para ambas, virou o rosto como se nem as tivesse visto. Seu objetivo naquele bar era outro. E embora estivesse na seca, a mais de um mês, ele não ariscaria seu casamento. Tinha problemas demais para resolver com Rosalie, certamente não pretendia arrumar outro.


Uma loura alta, de cabelos compridos; muito bonita por sinal, parou na frente de Emmett, acariciando seu abdômen. Por um fugaz momento ele divagou imaginando ser Rosalie a sua frente. Sua mente lhe pregava uma peça, sugerindo que era sua esposa, fazendo-o vacilar a ponto de quase agarrar a loura desconhecida. Entretanto, ele resistiu àquela ameaça do inferno que tentava empurrá-lo no abismo. Piscou varias vezes seguidas, voltando à realidade, tendo a certeza de que aquela jovem não era sua esposa. Era apenas uma mulher qualquer, inclinada à vulgaridade, interessada apenas em dinheiro em troca de sexo.


Emmett a segurou pelo pulso e a empurrou para o lado, para que saísse de sua frente. A loura ficou inconformada olhando-o se afastar seguindo em direção ao balcão do bar. Quando ele parou em frente ao balcão, onde algumas pessoas bebiam sentadas em bancos, uma moça morena, que estava atrás do balcão, lhe sorriu ao se aproximar.


- O que vai querer, bonitão? – seu decote era desproporcional, seus seios quase saltavam para fora.


- Onde posso encontrar Kevin, o cara cuja namorada morreu de overdose há pouco menos de uma semana? – sibilou Emmett.


A moça morena o olhou com curiosidade, imaginando o que ele poderia querer com Kevin. – Tem certeza de que não quer beber nada? Ou quem sabe se divertir um pouco... – sugeriu com uma piscadela oferecida.


Emmett retirou a carteira do bolso e sacou algumas notas de alto valor, empurrando-as sobre o balcão com força.


- Eu vou me divertir quando encontrar quem estou procurando. Então abre a broca e comece a falar... – a morena sorriu olhando as notas dispensadas sobre o balcão para logo em seguida recolhe-las e guardá-las em seu decote. – Fala logo – exigiu ele grosseiramente.


Ela olhou em volta. – É aquele ali – apontou em direção a um canto menos movimentado do bar.


Emmett seguiu o gesto com o olhar e encontrou um homem, que mesmo sentado notava-se que era alto. Pele clara, e uma camada de barba por fazer. Seu corte de cabelo permitia alguns fios caindo sobre a testa. Uma mulher de cabelos pintados de vermelho estava sentada em seu colo e eles trocavam caricias. De repente Emmett achou aquilo repugnante, não havia nem uma semana que Savannah havia morrido e o cara já estava com outra. Entretanto, ele mesmo se recriminou. Quem era ele para julgar quando no passado a deixou grávida, e sozinha.


Com a raiva percorrendo suas entranhas, sentindo seus músculos tencionarem, Emmett caminhou até lá. Parou atrás da mulher que estava sentada no colo de Kevin e a segurou pelo braço arrancando-a dali com brutalidade para que deixasse seu caminho livre.


- Qual é cara? – gritou ela, puxando o braço, mas ao olhar diretamente para Emmett, se esquivou.


- Some daqui – esbravejou Emmett, e não fora preciso mais que isso para que a ruiva falsa sumisse de sua frente.


Quando Emmett virou novamente em direção a Kevin, ele estava de pé em sua frente. Sua expressão visivelmente afetada pela ingestão de bebida alcoólica. Mesmo de longe seu hálito cheirava a álcool e nicotina.


- Qual é a sua cara? – exigiu Kevin, com um copo de bebida na mão esquerda.


Emmett ignorou a pergunta. Respondendo com outra.


- Kevin, namorado da Savannah, certo?


- Não mais, agora ela está morta.


- Eu sei, e é justamente por isso que estou aqui – disse Emmett, com a voz carregada de raiva. – Suponho que se lembre de minha filha...


- Que filha? – pediu Kevin, bebericando seu drink.


Emmett maneou o pescoço tencionando os músculos antes de responder.


- A criança que vocês torturavam... Lembra-se dela agora? – o tom de voz de Emmett era ácido e Kevin percebera isso.


Preocupado agora, Kevin tentou sair de fininho, mas Emmett o segurou pelo colarinho da camisa preta que ele usava.


- Para que a pressa? – disse Emmett, sarcástico. – Tenho algumas coisas para te devolver – antes mesmo que Kevin pudesse pensar em algo para fazer, Emmett desferiu o primeiro soco fazendo-o cair e derrubar consigo alguns bancos.  Algumas mulheres que estavam por perto gritaram, abrindo caminho no meio do bar lotado.


Furioso, Kevin ficou de pé e partiu pra cima de Emmett com as mãos em punho. Entretanto, ao invés de acertá-lo, fora Emmett quem o golpeou mais uma vez.


Depois disso a confusão se estabeleceu. Gritaria e barulho de coisas caindo chamavam atenção dentro do bar. Emmett parecia dominado por uma força estranha, em momento algum ele parava de agredir Kevin. Golpeou suas costelas, sua barriga, sua face. A sessão de socos era ininterrupta. Porém, também, fora atingido umas duas vezes. Um dos golpes acertou seu rosto, arrancando um filete de sangue no canto de sua boca.


Emmett respirava irregular, seu peito arfava, não só pelo esforço físico, mas também pela raiva que estava sentindo.  A cada soco que desferia contra Kevin ele imaginava o rostinho triste de sua gotinha. Ele imaginou toda dor que aquele covarde, apoiando a Savannah, causara a sua filha. Cego pela raiva, só pensava em devolver parte da dor que causaram em sua gotinha. Kevin já não conseguia nem ficar de pé, estava em frangalhos. O nível de álcool em seu organismo o deixou mais acessível aos golpes de um pai furioso.


Alguns homens se aproximaram, e até tentaram apartar a briga. Entretanto, Emmett queria mais. Ele queria marcá-lo como haviam feito com sua filha. Emmett olhou em volta e pediu um cigarro. Ninguém entendeu aonde ele queria chegar com esse pedido. A moça loura, que o abordou quando chegara, foi quem entregou um cigarro e fez questão de acendê-lo para Emmett, que ao receber deu uma longa tragada, a primeira de sua vida. E devo ressaltar que ele achou aquilo horrível.


Kevin estava caído no chão, murmurando gemidos de dor, com as mãos nas costelas. Seu rosto ensanguentado e contorcido em dor. Emmett se abaixou ficando ao lado dele.


- Aposto que está lembrando agora de todas as vezes que ajudou Savannah espancar minha filha. Um bebê indefeso – o pessoal em volta pareceu prestar mais atenção no que Emmett falava. Movido pela adrenalina da raiva Emmett encostou o cigarro aceso na testa de Kevin, que gritou imediatamente de dor. – Dói, não é mesmo, seu miserável. Agora imagine isso no corpo de uma criança de três anos de idade, que deveria ter menos ainda quando vocês começaram a torturá-la.


Com a voz carregada pela dor que sentia por todo o corpo, Kevin respondera. – Savannah odiava aquela criança porque a fazia lembrar você.


- Me conformo em pensar que a essa altura ela está queimando no fogo do inferno por todo mal que causou a própria filha. A minha filha – frisou.


Emmett deu mais uma tragada no cigarro. Sua pupila estava dilatada pelo ódio. E dessa vez, o apagou em uma das bochechas de Kevin, chegando a esfarelar a nicotina. Mais uma vez Kevin gritou pela dor que sentiu. Chegou até esbravejar alguns palavrões.


- Você a deixou grávida. Nem se importou com a criança – esbravejou Kevin, com a voz carregada de dor.


- Esse erro está sendo corrigido – respondeu Emmett, com a voz carregada de raiva. – Agradeça por eu não precisar arrancar suas bolas e atirá-las aos cachorros – murmurou ao ficar de pé.


Algumas pessoas abriram caminho para ele passar. Emmett limpou o sangue que escorria no canto de sua boca na própria camisa. Deu alguns passos, e então olhou para trás. Kevin gelou por dentro achando que ele voltaria para agredi-lo novamente, no entanto, Emmett apenas dera um aviso.


- Isso não acaba aqui. Eu vou te pôr atrás das grades, maldito, miserável.


A multidão se dispersou quando Emmett virou as costas. Alguém correu para ajudar Kevin a ficar de pé, mas Emmett não se importou com quer que fosse.


Quando saiu do bar a brisa fria da noite soprou em seu rosto, colidindo com o calor corporal. Ele passou a mão na cabeça depois no queixo, sentindo uma fisgada. Caminhou devagar até o carro que estava estacionado em frente ao estabelecimento. Retirou as chaves do bolso, desativando o alarme em seguida.


Antes mesmo que ele alcance a porta do veículo seu celular tocou dentro do bolso da calça que usava. Retirou o aparelho do bolso, verificando quem o procurava.


- Oi mãe – disse ele ao encostar o aparelho no ouvido. Passou a mão livre no lábio, sentindo uma dor incomoda no canto da boca.


- Venha para casa filho.


- O que aconteceu, mãe? – perguntou, abrindo a porta do carro.


- Julia está com febre. E não para de chamar por você.


- O que? Como assim? Porque ela está com febre? O que ela tem? Leve minha gotinha para o hospital que te encontro lá – disse ele, afobado.


- Não é necessário levá-la ao hospital. Eu liguei para Kate e pedi que viesse vê-la. Expliquei o que aconteceu hoje mais cedo, então Kate deu um jeito de vir até aqui examiná-la. A Julinha já foi medicada, mas Kate falou que a febre é psicológica.


Emmett maneou a cabeça, inconformado, e, de repente a vontade de voltar dentro daquele bar e cometer um crime lhe passou pela cabeça. Ele até chegou olhar para trás, mas a voz de Esme o trouxe de volta.


- Venha para casa filho. A Julinha não para de falar que quer o papai. Sua filha te ama e quer ficar com você. Vem logo Emmett.


Emmett entrou rapidamente no veículo, girando a chave na ignição dando vida ao motor. – Já estou indo, mãe – bateu a porta do carro com força ao fechar. Colocou o cinto de segurança rápido, se atrapalhando um pouco. – Diz para minha gotinha que o papai já está indo – avisou finalizando a ligação.


Preocupado com a filha como jamais imaginou que se preocuparia com alguém de tal maneira, Emmett manobrou o veículo, saindo da frente do bar cantando pneus no asfalto. De onde estava, levaria cerca de uma hora até a casa de seus pais, se dirigisse em velocidade permitida, mas estava preocupado demais com a filha para respeitar os limites de velocidade.


No caminho de volta para casa o sinal de trânsito fechou quando ele passava em frente a uma farmácia. E foi olhando naquela direção, impaciente, que ele viu alguns pacotes de fraldas descartáveis em uma prateleira atrás das portas de vidros. Sua mente associou a imagem a sua filha. Julia fazia xixi na cama a noite, então, fraldas seria a solução para o problema temporário.


Quando o sinal abriu novamente, Emmett fez o retorno e estacionou em frente à farmácia. Pensou em ligar para a mãe e perguntar o tamanho, e se precisava que comprasse algo. No entanto, como ela já havia explicado que Julia havia sido medicada, e ele não tinha a receita, optou por não ligar e poupar tempo. 


Entrou na farmácia e pediu ajuda a uma das moças que trabalhavam lá. Explicou que sua filha tinha três anos e que fazia xixi na cama a noite, e que durante o dia ela usava o peniquinho normalmente. A moça aconselhou que ele comprasse fraldas noturnas, tamanho G. Ele comprou um pacotão com cinquenta fraldas e voltou para o carro. Colocou o pacote no banco do carona, e, institivamente olhou para o banco traseiro, onde estava a cadeirinha de Julia, agora vazia, apenas um brinquedinho colorido da fisher price estava jogado no banco ao lado. Emmett sentiu-se estranho, ele sentiu falta da presença de sua gotinha de amor. Maneou a cabeça positivamente, sabendo o que tinha que fazer agora. Girou a chave na ignição, ansioso para ver a filha.


Cerca de quarenta minutos depois Emmett parou o carro em frente aos portões da casa dos pais, abaixou o vidro da janela automaticamente e estendeu o braço para alcançar a campainha. Falou com uma das funcionarias através do interfone, e em pouco tempo os portões foram liberados. Atravessou grande parte do jardim até chegar à garagem, onde estacionou ao lado do carro do pai, que, por sua vez, estava ao lado do carro de Esme.


Antes de sair do veículo ele pegou a sacola com o pacotão de fraldas. As luzes do jardim estavam todas acesas, e fazia um pouco de frio lá fora. A brisa fria soprava as folhas das plantas e das árvores.


A passos largos ele caminhou até a porta principal da mansão. Abriu revelando o hall de entrada iluminado e um silêncio incomodo. Nem parecia que havia uma criança na casa. Nenhum riso, nenhuma brincadeira, nenhum choro ou brinquedo espalhado no chão. Caminhou até a sala de estar onde encontrou a irmã caçula passando para a cozinha, apoiadas em suas muletas.


- Ah, oi, Emmett. Ainda bem que você chegou. A mamãe está lá em cima com a Julinha. Ela não para de falar que quer o papai dela.


- No quarto da mamãe? – pediu Emmett, dando um passo em direção as escadas.


- Não. A mamãe a levou pro seu antigo quarto...


Emmett não esperou a irmã falar mais nada apenas correu em direção as escadas, subindo de dois em dois degraus. Passou direto pelo quarto dos pais sabendo que eles não estavam ali. Segundo Alice, eles estavam em seu antigo quarto.


- Mãe – disse Emmett, entrando no quarto, que estava com a porta aberta. Olhou em volta estranhando não ouvir a voz da filha, e a encontrou, encolhidinha no colo da avó, que estava sentada na cama recostada aos travesseiros. Carlisle estava sentado ao lado lendo um livro infantil, de quando Alice ainda era criança.


Esme e Carlisle olharam em direção onde o filho estava. Devagar ele foi entrando no cômodo para não assustá-la. Deixou a sacola com o pacote de fraldas sobre a cama, em cantinho.


- Ela está dormindo? – sussurrou ele, chegando mais perto.


Esme passou a mão na testa da neta afastando alguns fios de cabelos. – Quase... – sussurrou em resposta.


Emmett sentou na beirada da cama, bem ao lado de Esme. Inclinou-se beijando os pezinhos da filha que estavam de meias. Julia abriu os olhinhos e ergueu a cabeça para ver quem era.


- Meu papai... – sussurrou, com a chupeta na boca, estendendo os bracinhos para Emmett.


Emmett lhe sorriu. – Papai não pode te pegar agora. Papai está sujo.


- Onde você estava Emmett? Porque tem sangue e sua camisa? – perguntou Carlisle, com o tom de voz firme.


- Você estava brigando, Emmett?! Seu lábio está machucado – constatou Esme. Ela olhou para Carlisle. – O seu filho estava brigando. Você acredita nisso Carlisle?! Com quem você brigou Emmett? Eu sabia que você iria fazer besteira...


- Eu só estava dando uma lição em um biltre covarde. Mas não se preocupe, ele continua respirando. Ainda...


Julia choramingou estendendo os bracinhos para o pai novamente. – Papai... – suas bochechinhas estavam coradas, com alguns vasos sanguíneos em evidencia. Seus lábios estavam mais rosados que o habitual por causa da febre.


- Fica com a vovó só mais um pouquinho enquanto o papai vai tomar um banho – disse ele para a filha. Olhou para a Esme. – Mãe porque que as bochechinhas dela estão assim?


- É por causa da febre, filho. Como ela é muito branquinha.


- Não é melhor levá-la ao hospital?


- Não é necessário. Kate saiu daqui agora a pouco. Como eu já te falei por telefone, a febre da Julinha é psicológica.


Emmett queria segurar a filha, queria tocar seu rostinho e fazer um carinho, mas suas mãos estavam sujas e cheiravam a nicotina.


- Eu vou tomar um banho correndo e já volto – disse ele ao ficar de pé.


- Depois você vai nos explicar essa história direito, está ouvindo Emmett? – sibilou Carlisle.


- Tudo bem – respondeu indo para o banheiro de seu antigo quarto.


Carlisle fez carinho na mãozinha da neta. – Você quer que o vovô continue contando a historinha?


- Eu quelo vovô – sussurrou Julia, com a chupeta na boca.


Carlisle beijou a mãozinha dela antes de prosseguir de onde havia parado a narrativa. Antes que Emmett entrasse no banheiro, Esme olhou com atenção a grande sacola de plástico que ele havia deixado sobre a cama, em um canto afastado.


- Filho você comprou fraldas – disse ela, com uma pitada de orgulho em sua voz, por seu filho está mudando e realmente amando a sua gotinha.


Emmett olhou para trás. – Julia faz xixi na cama, sempre durante a madrugada. Achei que seria bom fazer um teste com as fraldas.


- Você lembrou que ela precisava sem ninguém te pedir. Estou orgulhosa de você filho. Eu sabia. Realmente eu não poderia estar errada – completou mais para si mesma do que para qualquer outra pessoa.


- Sabia o que? – perguntou Emmett, confuso, mantendo uma sobrancelha levemente erguida.


- Que você aprenderia a ser pai.


- Estou me saindo bem?


Esme sorriu satisfeita. – Sim, você está.


Emmett sorriu em resposta. – Obrigado mãe. É importante para mim, ouvir isso de você.


- Como soube que tipo e tamanho comprar?


- Perguntei pra moça que trabalha na farmácia. Ela parecia entender bastante, e não foi difícil chegar a um resultado. Você pode pôr uma na Julia enquanto eu tomo banho. Daqui a pouco ela vai estar dormindo. Melhor já deixá-la prontinha.


- É melhor que você esteja aqui quando eu puser a fralda nela, assim eu já te explico como se faz. Você vai precisar aprender.


- Certo – disse ele. – Eu volto logo.


[...]


Poucos minutos depois Emmett voltou, usando um pijama, parte de suas roupas que ficaram na casa dos pais depois que se casou. Carlisle não estava mais no quarto, apenas Esme e Julia deitadas juntinhas.


- Eu quelo o meu papai, vovó – pedia Julia, um tanto chorosa.


Esme beijou a mãozinha dela. – Seu papai já vem, meu pedacinho do céu – sussurrou em resposta. Olhou para o lado, notando que Emmett se aproximava. Ele sentou na beirada da cama, do lado em que a filha estava.


- O papai já está aqui gotinha – disse Emmett, fazendo um carinho no bracinho da filha. – Ela comeu alguma coisa, mãe?


- Somente o leite – respondeu olhando em direção à mamadeira que estava sobre a mesinha de cabeceira.  – Nem o bolo de chocolate que eu fiz, ela quis comer. E ela ficou tão ansiosa quando eu falei que faria – murmurou passando a mão na testa de Julia. – E você, filho, não vai jantar? Já está de pijama.


- Não. Eu estou sem fome. Quero apenas ficar aqui com a minha filha, estive muito tempo longe dela hoje. Quero compensá-la por isso.


- Certo – assentiu Esme. – Então eu vou pôr a fralda nela, e você presta atenção. Quando eu terminar vou descer para jantar com seu pai, ainda não jantamos.


- Obrigado mãe.


- Porque está me agradecendo?


- Por cuidar da minha gotinha quando eu pedi.


Esme tocou o rosto do filho. – Não me agradeça por isso querido. Eu quero que você seja pai em tempo integral, até que a Rose volte, mas não significa que não posso te ajudar em uma emergência.  Agora presta atenção – disse ela, pegando uma fralda no pacote.


- Estou prestando – respondeu ele, com uma expressão preocupada no rosto, certamente se perguntando se conseguiria fazer algo parecido.


Primeiro Esme preparou a fralda depois retirou o shortinho do pijama de Julia e a calcinha cor de rosa que ela usava. Julia se remexeu com murmúrios, sentindo frio. Seu corpinho estava tão quente ainda.


- Papai...


- Papai está aqui – respondeu Emmett, segurando a mãozinha dela, fazendo um carinho.


- Calma meu pedacinho do céu. – pediu Esme, colocando a fralda embaixo do bumbum de Julia. Finalizou regulando a fralda no corpinho dela, fechando as fitas laterais. – Pronto amor, a vovó já terminou – afagou as perninhas da neta e depositou um beijo em cada uma. – Prestou atenção filho. Acha que consegue por sozinho na próxima vez?


- Prestar atenção eu prestei, mas não sei se consigo não. Pelo menos não de primeira.


- Bom se não conseguir na primeira, tenta outra vez. O importante é que você consiga. Ela precisa dormir sequinha. Não esqueça que com o uso das fraldas, mesmo que somente à noite, ela vai precisar de pomadinha para evitar assaduras.


- Eu já comprei. Está lá no apartamento, mas o que eu tenho que fazer?


- Bem, você vai ter que passar nela, algumas noites, antes de pôr a fralda. É só uma camada que servirá como uma película protetora contra assaduras. Você sabe, no bumbum e no fazedor de xixi.


- Está bem – murmurou ele meio incerto.


- Agora que você já está com ela, eu vou descer. Qualquer coisa me chama filho.


- Eu chamo sim. Obrigado mãe.


Esme lhe sorriu e saiu do quarto, satisfeita, com a mudança do filho.


Emmett olhou a filha sonolenta deitada na cama. Suas bochechinhas muito vermelhas e seu corpinho ainda muito quente. – Vem com o papai, vem – murmurou, pegando-a nos braços.


Ele recostou-se aos travesseiros, e a deixou deitada de bruços sobre seu peito, chupando a chupeta e segurando paninho, coladinho na bochecha. Segurou uma das mãozinhas dela, fazendo carinho em cada um dos dedinhos, como havia feito na noite anterior, quando a levou para dormir em sua cama depois do pesadelo.


Alguns minutos depois Julia dormia sobre o peito forte do pai, recebendo seu calor, sua segurança, seu conforto. Certamente Rosalie apreciaria tal cena de amor e carinho de Emmett para com sua gotinha. Mas ela estava perdendo tempo se lamentando, deixando de curtir o marido e a filha que tanto desejou.


Alice entrou no quarto, subindo sorrateiramente na cama. Beijou ambos os pezinhos de Julia antes de se deitar ao lado do irmão. Emmett apenas observava em silêncio.


- Ela vai ficar bem, não vai Emmett? – perguntou preocupada, suspirando ao encostar a cabeça no ombro do irmão.


- Ela tem que ficar – respondeu Emmett, cheirando os cabelos da filha, esboçando um sorriso ao lembrar-se dela falando “eu tô cheilosa”.


- Emmett... – sussurrou Alice.


- O que? – perguntou ele, igualmente em um sussurro.


- Você a ama, não é?


- Sim eu a amo – sussurrou, beijando a testa quente da filha. Alice esboçou um sorriso, satisfeito. – Fica bem logo gotinha do papai – sussurrou ele.


Em pouco tempo os três dormiam. Edward, que tinha chegado a pouco tempo da rua, entrou no quarto do irmão para ver a sobrinha, após ter falo com os pais e eles terem lhe contado o que tinha acontecido. Ao notar que eles dormiam puxou o edredom, cobrindo os três. Esme entrou no quarto no momento em que ele fazia isso.


- Oi filho – sussurrou para não acordá-los, principalmente, Julia.


Edward virou para olhá-la. – Oi mãe.


- Preocupado?


- Sim – disse ele, chegando mais perto da mãe, passando seu braço direito em volta dos ombros dela. – Ela é tão pequenina ainda e já sofreu tanto. Isso não é certo. Ela precisa de uma mãe, assim como Emmett, Alice e eu temos a você. Será que não deveríamos ir buscar a Rose?


- Não se preocupe com isso filho, ela vai voltar...


- Como tem tanta certeza se ela mal atende as ligações de Emmett?


- Ela o ama. Vai voltar. Eu sei que vai, e muito em breve... Vem, vamos deixá-los dormir.


Ambos seguiram em direção à porta do quarto. Esme apagou a luz antes de sair, deixando apenas um abajur aceso. Para o caso de Julia acordar e ter medo do escuro.


No silêncio do quarto sob a meia luz do abajur, o celular de Emmett se iluminou, vibrando, indicando a chegada de uma mensagem de texto.


“Oi amor, como você está? Estou preocupada com você. Passei o dia inteiro me sentindo estranha... Quer dizer, mais que nos últimos dias. Sinto que algo está acontecendo e ao mesmo tempo tenho medo de descobrir o que é. Sinto sua falta.”


Emmett se quer percebera que a mensagem chegara, ele dormia com a filha sobre o peito, e a irmã caçula ao lado. Às vezes o corpinho de Julia tremia. Eram sinais de que iriam começar os pesadelos, e mais uma noite de desespero se iniciaria para aquela criança. Mas a família sabia que tudo o que a gotinha precisava era de muito amor, porque com amor qualquer ferida pode ser curada. Seja física ou da alma.















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Notas finais do capítulo

Pois é pessoal, Emmett ficou uma fera, e foi até lá descontar um pouco em Kevin. Já que com Savannah ele não pode mais fazer nada. Ele torce para que ela esteja queimando no fogo do inferno.

E pela primeira vez ele assumiu que ama a gotinha ♥

Quem curtiu? o/

Mais um capítulo que ficou enorme, agora é com vocês. Então nos vemos nos reviews combinado :)

*Ah se vocês não gostam que o capítulo fique grande assim, é só falar que na próxima eu divido.

Beijo, beijo

Sill