A Gotinha De Amor Que Faltava escrita por Sill Carvalho, Sill


Capítulo 10
Capítulo 10 - Amor que Protege


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a duas leitoras que recomendaram a fic: Joice e Nanda Cullen Salvatore. Amei demais meninas, coisa mais linda :)) Obrigada!!

**

Vocês me deixam com os olhos brilhando cada vez que entro aqui no Nyah e vejo o que escrevem pra mim ♥



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Sentado perto da mãe, no sofá do seu apartamento, após alguns minutos em silêncio, Emmett suspirou pesado e voltou a falar.


- Eu só queria que a Rose parasse de bancar a complicada e voltasse para casa o quanto antes. Antes de vocês chegarem a Julia me pediu para ir buscá-la, mas, a verdade é que estou com medo – confessou. – Estou com medo da reação dela ao saber que tenho uma filha de três anos. O mesmo tempo que estamos casados. Eu não a trair, mas ainda assim estou com medo que ela me acuse disso. Como vocês já sabem, o meu relacionamento com a Rose pulou etapas. Eu estava tão apaixonado por ela que não queria perder tempo. A Savannah estava grávida quando eu a deixei, e o resto da historia vocês já sabem – disse ele olhando para a filha. – E pela data de nascimento da Julia, ela nasceu três dias antes do meu casamento com a Rose. Eu fui um crápula com a Savannah, eu sei. Mas Rose era a tudo o que eu queria naquele momento. Eu só conseguia pensar nela.


Carlisle, que na maior parte da conversa esteve distraído com a neta, decidiu entrar na conversa.


- Levando em consideração o motivo pelo qual sua esposa saiu de casa, não acredito que ela vá criar caso em relação a isso filho. Muito menos condená-lo. Tudo que ela mais queria era uma criança, no entanto, a Julia está aqui. É parte de nossa família. É sangue do seu sangue, e mesmo que não fosse, tenho certeza de que Rosalie vai amá-la assim que puser os olhos nela.


A pequena Julia estava distraída brincando com as mãos de Alice, observando a decoração nas unhas. Mas ao ouvir o avô mencionar seu nome, ela o olhou. Carlisle lhe apertou ambas as bochechas, afetivamente, e quando ele a soltou, ela sorriu revelando as covinhas que herdara do pai.


- Eu vivo atormentado pelo medo de que ela me peça o divorcio. Rose é a mulher que quero para o resto de minha vida. Com ou sem filho sempre foi ela que eu quis, e nenhuma outra mais.


- Olha só, e afinal, os ranzinzas também amam – implicou Alice. – Mas quando você levou a Savannah pra cama, e mais de uma vez, aposto, você não pensava assim. Estava tão empolgado que nem se importou em usar camisinha.


- Alice – sibilou Carlisle.


- Desculpa papai, mas é verdade. Ele ficou louco pela Rose quando a conheceu, mas antes disso se divertiu bastante com a Savannah – resmungou ela, voltando sua atenção para a sobrinha novamente.


- Não se martirize com isso Emmett. Não acredito que Rosalie chegue a tanto. Mesmo porque ela te ama – continuou Carlisle.


Emmett sorriu ironicamente.  – Se ela me amasse estaria aqui...


- Não seja mais criança que sua própria filha. Você sabe o porquê dela estar fazendo tudo isso. Ela tem um objetivo e busca conseguir... – prosseguia Carlisle.


- Sim, eu sei, ela quer me punir. E está conseguindo.


Esme pigarreou antes de interrompê-los, tentando mudar o assunto da conversa.


- Me diz filho, como foi lá na pediatra? – pediu Esme.


- Ela fez vários exames que devem ficar prontos dentro de alguns dias. Em relação aos de diagnostico rápido, a Julia está bem. A Dra. Denali prescreveu algumas vitaminas, anti-inflamatório e cicatrizante em gel para os machucados. Eu estou fazendo o que posso, embora, às vezes, eu esqueça alguma coisa. Eu estou tentando mãe.


Ao fundo, Emmett ouviu Julia contar orgulhosa para Alice sobre alguns dos brinquedos que ganhara do pai. Os primeiros brinquedos de sua vida.


- Titia o meu papai complou pla mim umas monte de boneca. Um catelo e uma biciquetinha da Babie – ela gesticulava as mãozinhas à medida que falava, e seus olhinhos azuis brilhavam.


- Foi mesmo? – questionou Alice, exageradamente. – Olha que cabeçudo... Quer dizer, que papai legal que você tem Julinha.


- Aham – respondeu Julia. – Vem vê titia – convidou, descendo do colo do avô, com ajuda do mesmo. Agarrou novamente o pônei que estava sobre o sofá, enquanto Alice se apoiava em sua muleta. – Seu pezinho tá doendo titia? – olhou preocupada para Alice.


- Não, minha jujuba. Logo, logo estarei novinha em folha, aí sim eu irei te ensinar a dançar ballet. Já posso imaginar o quão linda você ficará usando um tutu cor de rosa – sorriu.


Julia saltitou, animada, com a ideia de aprender dançar ballet. Então, ela se abaixou e falou com o pé de Alice.


- Sala logo pezinho – ela olhou para cima, com um sorriso desconfiado. Pois todos a olhavam com cara de bobos.


- Com um pedido lindo desses a vovó tem certeza de que o pezinho da sua titia vai sarar rapidinho – disse Esme.


Julia lhe sorriu, com aquelas covinhas herdadas do pai.


- Pulque esse pezinho dodói fica condidinho aqui – disse ela, apontando o dedinho indicador para a bota ortopédica.


- Vamos lá – sugeriu Alice, sorrindo.


Julia maneou a cabeça positivamente, e juntas seguiram lado a lado em direção aos quartos, indo até o quarto de hospedes, o qual Julia estava ocupando desde que chegara.


- Onde ela está dormindo, filho? – questionou Esme.


- Temporariamente no quarto de hospedes – respondeu Emmett, pensativo.


- Precisamos decorar um quartinho para ela, com suas cores e temas favoritos. Aquele quarto ainda está vazio, não está? – questionou referindo-se ao quarto cujo Rosalie pretendia decorá-lo para seu bebê que nunca viera.


- Não quero mexer naquele quarto, mãe. Não sem falar com Rose antes. Ela fez inúmeros planos que envolviam aquele cômodo em especial. Ela o idealizou, quase como um santuário. Não é justo que eu me atreva a mexer lá sem sua autorização.


- Eu entendo filho. Daremos mais alguns dias para ela... – murmurou Esme, aceitando que mexer naquele quarto era realmente um assunto delicado.


Então Emmett prosseguiu.


- Se ela não voltar em poucos dias, irei a San Diego novamente. E, dessa vez, não voltarei para casa sem minha esposa. Nem que para isso tenha que trazê-la amarrada. Se ela aceitar a Julia, quero que participe da decoração do quarto, como sempre desejou. E se não aceitar... Não sei o que fazer mãe. Não posso ficar sem a minha Rose. E também não posso deixar a minha gotinha.


- Vai ficar tudo bem, filho. Acredite, ela vai adorar a nossa gotinha – afirmou Carlisle.


- Pai a sua segurança é extraordinária.


- Emmett, filho, você está com medo de algo que não faz sentido. Tudo o que Rose mais quer na vida é ser mãe, e você vai dar essa chance para ela. E, outra coisa, sempre que ela olhar para a Julinha vai lembrar de você, porque o meu pedacinho do céu é a sua cara. Não tem nada da mãe biológica. – disse Esme ao ficar de pé. – Vou lá dentro conferir como minha neta está instalada em seu quarto provisório. Volto daqui a pouco – avisou.


- Mãe... – resmungou Emmett, sabendo que aquilo implicava em inspeções.


- O que filho? Preciso conferir, não quero que meu pedacinho do céu esteja mal instalada. Eu me preocupo com ela, assim como me preocupo com você e seus irmãos.


Emmett maneou a cabeça.


- É coisa de avó coruja filho, deixa ela – disse Carlisle assim que Esme saiu do campo de visão.


[...]


Esme ficou por cerca de uma hora no quarto de hospedes arrumando todos os pertences de Julia no closet, e os brinquedos pelo quarto. Deu trabalho, pois não havia lugares específicos para todos eles. Sorriu consigo mesma ao entrar no banheiro e ver todas as coisas que o filho havia comprado para a pequena Julia. Sim, ele estava se dedicando.


Seu coração de mãe jamais se enganara. Mesmo ranzinza, ele acabaria, mais cedo ou mais tarde, se rendendo ao amor daquela criança.


O desgosto que Emmett lhe causara, ao revelar a tentativa de aborto da ex-namorada, diminuía à medida que ficava claro que ele estava tentando ser um bom pai para Julia. À medida que ele se mostrava arrependido de sua atitude no passado. Isso fazia Esme perceber que não errara tanto na criação daquele filho em especial.


[...]


Depois de um cafezinho e um pouco mais de conversa, e mimos para com a pequena Julia. Carlisle, Esme e Alice decidiram voltar para casa.


Ao contrario do que Emmett esperava Julia não chorou ao se despedir dos avós, dessa vez. Talvez aquela gotinha de amor estivesse começando a entender que seu novo lar era exatamente ali, naquele apartamento de luxo, ao lado do seu papai, a espera de sua mamãe que não tinha data certa para voltar, mas que todos sabiam, ela voltaria.


Ao contrario do que fora profanado no dia anterior, Emmett a queria sim. Todos a queriam.


[...]


Depois que os avós foram embora, Julia ficou no quarto brincando com alguns dos brinquedos da fisher price que Esme lhe trouxera. Emmett aproveitou esse tempo para ficar no escritório.


Quinze minutos depois, ele estava analisando alguns papeis da empresa que o pai lhe trouxera, quando ouviu a voz infantil de sua filha, a sua procura.


- Papai... – ela o chamava enquanto o procurava pelo amplo apartamento. – Papai, você tá condido?


- Não estou escondido, não. Estou aqui Julia, no escritório – avisou Emmett. – Segue a luz acesa, gotinha – instruiu.


Julia sorriu consigo mesma ao constatar que não estava sozinha. Correu em direção ao escritório do pai, com suas perninhas roliças e passinhos trôpegos. Nas mãos, segurava um dos livros de contos infantis que comprara mais cedo no shopping.


Em frente à porta do escritório, que estava aberta, Julia parou e entrou devagar no cômodo.


- Papai... – o chamou quase em um sussurro ao notar que ele não a olhava.


Emmett ergueu a cabeça para olhá-la. Julia ficou na pontinha dos pés e estendeu as mãozinhas com o livro em direção a ele, por sobre a mesa de trabalho.


- Conta uma histolinha pla mim – pediu.


Emmett fez cara de tedio, voltando sua atenção aos documentos que analisava. Queria terminar o que estava fazendo, antes de ir dormir.


- Agora não posso, estou ocupado Julia. Em outro momento, talvez...


Julia recolheu os bracinhos, encostando o livro ao peito.


- Tá bom, papai... – sussurrou ao virar as costas e sair andando devagar. Seus pezinhos tropeçaram um no outro, mas ela continuou andando.


Emmett ergueu a cabeça novamente, e ficou observando-a se retirar. Interessado nos documentos da empresa que analisava, não estava disposto a, segundo ele, perder tempo com historinhas infantis.


Mas algo estava errado, Emmett ficara por cerca de dez minutos encarando os documentos, mas nada entrava em sua mente. A concentração não perdurava. Algo em seu subconsciente gritava que agira errado.


Induzido pelo subconsciente ele ficou de pé, e seguiu até o corredor dos quartos, onde pode ouvir a voz da pequena Julia. Ela falava normalmente, como se falasse com alguém, em um timbre de voz suave.


- Eu vou contá uma histolinha pla você – dizia ela para seu pônei de pelúcia cor de rosa. – Plesta atenção, tá bom. É assim. Ela uma vez uma plincesa que tinha uns monte de dodói, mas aí oto dia ela enclotou um papai bem gande e ele ela bonzinho, mas ele ficava bavo oto dia – suspirou. – Mas o papai gandão não quelia ser um papai. Só que ele deu uns monte de blinquedo e a plincesa ficou feliz pla semple. E agola eu to com sono, quelo a minha pepeta – sussurrou para o pônei.


Emmett esteve o tempo inteiro ouvindo com atenção. Em determinado momento sentiu-se estranho, talvez fosse o remorso invadindo seu coração, às vezes, ranzinza. Então ele seguiu pelo corredor até alcançar a porta quarto de hospedes.


Ele entrou no quarto, silenciosamente, direto para o closet, onde pegou um pijama com tema das princesas Disney e um par de pantufas cor de rosa.


Na cama, Julia abraçou o pônei e ficou observando para onde o pai iria. Emmett saiu do closet segurando o pijama sem olhar para a filha, talvez estivesse envergonhando da atitude de outrora.


- Fica de pé, gotinha. O papai vai te ajudar o pôr o pijama – pediu.


Julia deixou o pônei ao lado do travesseiro, em seguida ficou de pé sobre o colchão, erguendo os bracinhos para que o pai pudesse retirar a blusinha que ela usava. Logo depois fora a vez do o shortinho. Ambos ficaram em silêncio enquanto Emmett a ajudava vestir o pijama.


Depois que ela estava vestidinha, Emmett a pegou pela cintura e colocou de pé no chão. Deu uma palmadinha, de incentivo, no bumbum.


- Vai ao banheiro fazer xixi – avisou. – Vamos tentar evitar acidentes, ok – sorriu de forma brincalhona. Julia correu em silêncio ao banheiro do quarto de hospedes, onde havia um dos peniquinhos que ganhara do pai. Lá também havia uma escadinha colorida, de apenas quatro degraus, localizada em frente a pia, para que Julia pudesse alcançar a torneira, e ainda assim ela precisava se esticar para alcançar.


Emmett arrumava os cobertores, para recebê-la em uma noite de sono tranquilo, quando ouviu a musiquinha que o peniquinho tocava. Isso o fez sorrir.


Alguns minutos depois, a pequena Julia retornou, mexendo as mãozinhas uma na outra. Emmett a observou se aproximar a passos lentos.


- Lavou as mãozinhas e secou? – disse ele.


- Sim, papai.


- Ótimo. Então vem – bateu com uma das mãos sobre o colchão convidando-a. Pegou, em um canto da cama, o livro de contos infantis que Julia pedira para ler e o mesmo recusou-se anteriormente.


Os olhos azuis daquela garotinha brilharam, feito joias preciosas, ao vê-lo segurar o livro. Julia tentava subir na cama, mas parecia tão difícil que Emmett teve que ajudá-la.


- Papai cadê a minha pepeta? – questionou ao se aconchegar ao travesseiro macio, remexendo as perninhas.


Emmett olhou brevemente em volta, encontrando a chupeta e o paninho sobre a mesinha de cabeceira do lado esquerdo da cama. Pegou e entregou para Julia, que recebeu já levando à boca.


- Agola você já pode contá a histolinha pala eu e o calinho? – perguntou, segurando a chupeta para que não caísse da boca.


- Para o carinho e eu – Emmett corrigiu.


Julia fez beicinho, mesmo estando com a chupeta na boca, e isso a deixou ainda mais graciosa.


- E pla mim não, papai?


- Para você também – disse Emmett, maneando a cabeça, disfarçando um sorriso de covinhas que ameaçava surgir.


- Pala noze duza?


- Para nós dois, ou duas, se o pônei for menina – Emmett a corrigiu novamente.


Julia ficou de pé sobre o colchão, com seus pezinhos afundando nos cobertores e o abraçou. Emmett ficou confuso com o gesto inesperado de carinho que sua gotinha de amor demonstrara.


- Você tá quelendo mesmo ouvi uma histolinha, hein, papai – disse ela, inocente.


Meio perdido com a cena que acabara de acontecer, Emmett somente pode retribuir o abraço dado pela filha. Ele a abraçou, bem apertado, e cheirou seu pescoço, fazendo-a sorrir.


- Eu to cheilosa, papai.


- É, está sim – disse ele, sorrindo, dando outro cheirinho nela.


Julia voltou a deitar com a chupeta na boca e o paninho colado a bochecha. Emmett passou a mão direita sobre a testa dela, afastando alguns fios de cabelos castanhos do rostinho.


- Ok, presta atenção agora que o papai vai ler a historia da chapeuzinho vermelho  – disse ele, abrindo o livro no primeiro conto infantil.


Enquanto Emmett esteve fazendo a narrativa do conto, Julia olhava para ele com os seus lindos alhos azuis brilhando de forma tão intensa que chegava a apertar o coração, não tão ranzinza, de Emmett.


Antes mesmo do final da historia Julia adormecera. Então, Emmett decidiu que contaria o restante na noite seguinte. Ele ficou de pé ao lado da cama, ajeitando os cobertores sobre o pequenino corpo de sua filha sonolenta, e lhe deu um beijinho na testa em seguida. Ao sair deixou um abajur aceso e a porta entreaberta, recebendo um pouco da iluminação do corredor.


Não acreditando no que acabara de fazer, seguiu para a suíte principal, onde vestiu o short de seu pijama e caiu na cama, pegando no sono alguns minutos depois.


[...]


Horas depois...


Era madrugada quando Emmett ouviu o choro angustiante de Julia. Inicialmente quis gritar e mandar calar a boca, como fizera na noite passada, no entanto, seu instinto paterno falou mais alto.


Agora ele entendia que o choro daquela criança, no meio da madrugada, devia-se aos traumas causados pelos maus tratos. Maus tratos esses, causados pela mãe biologia. Aquela que deveria protegê-la fora a mesma que a machucara com ajuda do maldito namorado. Isso era insanamente errado.


Sonolento, Emmett levantou da cama e saiu do quarto, descalço, arrastando os pés. Seguiu para o quarto de hospedes, guiado pelo choro angustiante da pequena Julia.


Assim que entrou no cômodo acendeu as luzes. A pequena Julia estava com os olhos fechados, e os lençóis emaranhados em seu pequenino corpo. Gotículas de suor iluminavam sua testa. Lágrimas molhavam suas bochechas, agora, vermelhas. Seu chorinho angustiante era de cortar o mais ranzinza dos corações.


- Pronto o papai está aqui – sussurrou ele, ao se aproximar, pegando-a no colo. Ao fazer isso, notou que ela estava molhada de xixi. “Quanto mal lhe fizeram?! Porque tanto medo, gotinha do papai?”, pensou ele, ao seguir para o closet, com Julia em seus braços. Lá ele pegou outro pijama e uma calcinha. – Acho que terei que comprar fraldas noturnas – falou consigo mesmo.


Com os olhinhos sonolentos e molhados pelas lágrimas recentes, Julia fungava na proteção dos braços fortes do pai.


Emmett sentou-se na cama com ela em seu colo. Meio atrapalhado, ele começou a retirar o pijama molhado de xixi para pôr o seco.


- Papaizinho... – ela o chamou em meio ao soluço angustiante.


- Vai ficar tudo bem, o papai vai cuidar de você...


Emmett juntou as roupas molhadas de xixi junto com os lençóis sobre a cama, e começou a vestir nela o pijama e a calcinha, recém-tirados do closet. Pegou a chupeta e o paninho e a entregou novamente. Ficou de pé com a filha no colo, e foi em direção à porta do quarto.


Julia agarrou-se ao pescoço de Emmett, mantendo seu rostinho molhado de lágrimas no vão do pescoço dele. Seu corpinho ainda tremia pelo medo e pelos soluços.


No caminho até a suíte principal, Emmett afagava as costas de Julia, com carinho paterno que estava começando a descobrir. Logo que entrara na suíte deitou na grande cama, que costumava dividir com a esposa Rosalie. Certamente ela saberia como agir e estaria curtindo cada segundo com aquela gotinha de amor que era a pequena Julia.


Recostou-se aos travesseiros, mantendo a filha deitada de bruços sobre seu peio nu. Uma das mãos ele mantinha nas costas dela protetoramente, com a outra ele segurou a mãozinha direita de Julia, e ficou fazendo carinho em cada um dos dedinhos, vez ou outra, ele depositava um beijo.


Sem muito que fazer para amenizar a angustia daquela criança, ele apenas entoou uma canção de ninar que costumava ouvir quando era criança.


Cada vez que Julia cochilava, seu corpinho estremecia de susto, mas Emmett não parara em momento algum de niná-la entoando a canção de ninar. Aos poucos Julia relaxou e dormiu sem interrupções sobre o peito do pai. Sem o medo que a atormentava desde sempre.


Tudo o que Emmett pensara enquanto via a filha dormir sobre seu peito após ter chorado tanto, era que queria protegê-la de tudo e qualquer mal que tentasse alcançá-la dali em diante. Foi aí que ele pensou em Rosalie em o quanto sentia sua falta e gostaria que estivesse ao seu lado, cuidando da filha que tanto desejou um dia ter.


[...]


Em San Diego, Rosalie rolava na cama sem conseguir dormir. Algo estava errado. Sua mente e seu coração insistiam que Emmett precisava de sua ajuda. Precisava de sua companhia. Mas seu orgulho a impedia de pensar direito.


Sem saber que o marido pensava nela, Rosalie continuou pensando nele por horas a fio. Se virando na cama durante quase toda a madrugada. Até que cochilou e acordou preocupada, após ter sonhado com uma criança chorando. Seu subconsciente estava com dificuldades para processar e discernir o real do sonho. E ela ficou alguns minutos sem saber se tinha sonhado ou vivido.







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Notas finais do capítulo

Quem aí queria que Emmett tivesse feito isso desde a primeira noite quando a Julinha chorou levanta a mão o/
Dessa vez ele agiu como um verdadeiro pai. Foi lá e confortou sua gotinha.

E a historinha que ela contou pro pônei, que coisa mais fofa *vontade de apertar*

Sobre o quarto do bebê que está vazio, ele não quer fazer nada sem a autorização da Rose primeiro.

Espero vocês nos reviews :)

Expressem suas sensações e opiniões quanto ao capítulo que acabaram de ler.
Quanto ao papai e a sua gotinha de amor ♥

Recomendação?

Beijos, beijo

Sill