New Perspective escrita por Brave


Capítulo 1
Prólogo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/328598/chapter/1

Rose se aninhou no peito de Albus, se sentia tão bem ali. Tão segura.

Ele ainda não tinha acordado, sua respiração era calma, tranquila. Parecia um anjo. Ele sempre gostara de dormir, especialmente depois que entrara na Sonserina. Sua vida tinha virado de pernas para o ar. Seus primos o olhavam torto, sua irmã mal falava com ele. Só ela não o abandonara. Dormir o fazia esquecer-se da família.

- Bom dia. – Ela sussurrou ao vê-lo piscando demoradamente.

Os olhos esmeraldas encontraram os olhos azuis o observando.

- Bom dia, ruivinha. – Sua voz era rouca e cansada.

Seus pais a deixaram, Albus afagou o cabelo da prima e a puxou para um beijo. Delicadamente, ele a deitou em seu peito e ameaçou voltar a dormir. Ela não objetou, ele tinha chegado tarde na noite anterior.

Na casa dos Potter, para ir com os mesmos a algum evento do ministério, nem Rose, nem Lily e nem James se interessavam. Hugo foi junto apenas para paquerar as filhas dos amigos de seus pais.
Passou-se uma hora, duas, três... Era tarde, Rose era a única na casa dos Potter ainda acordada. Então, ele chegou. Meio embriagado, mas totalmente consciente. Seus olhos brilharam ao vê-la no sofá de sua casa. Ele cambaleou até se deitar em seu colo e passou a mão em seu rosto. Sempre achou que ela ficava mais linda ainda ao anoitecer.
Demorou um pouco para sentar, puxando-a para um beijo. Um doce e delicado beijo. Apenas como um “senti a sua falta”. Depois de se formarem em Hogwarts, Rose andava estudando mais do que nunca e isso a impedia de ver o primo/amante.

Claro que ele não tinha ficado sozinho sem a sua presença. Solitário, talvez. Mas sozinho, nunca. Rose podia ver isso pela mancha de batom na sua camiseta. Tentou não se importar, ele nunca prometera nada sério. Apenas amizade com benefícios. Nada mais. Nada menos.

Não demorou muito para que eles fossem para o quarto de hóspedes que a ruiva ocupava.
Ela se deleitava nos toque e carícias do primo, que nem percebeu até sentir a cama em suas costas. Tremeu de excitação ao sentir os lábios quentes de Albus depositarem beijos por toda a extensão de seu corpo.

- Não demora pra descer. – Ele orientou se levantando. Vestiu-se rapidamente e deixou um beijo na testa de Rose, antes de sair para seu quarto.

Rose puxou o lençol para cobrir seu corpo desnudo e deixou uma lágrima cair. Isso sempre acontecia depois que ele a deixava. Ela se sentia vazia. Exposta.

Sabia que nunca haveria nada sério entre os dois. Todo e qualquer carinho nutrido por ela, era pela amizade. Rose foi a única que continuou perto dele, que o apoiou quando todos deram as costas.

Ela lembrava muito bem de quanto ele armara a briga com seu melhor amigo, Scorpius Malfoy, por paquerá-la. Por um momento, um momento qualquer, Rose achou que ele sentia algo mais por ela. Mas não, era o seu lado fraternal gritando com ele.

A ruiva se levantou, tomou um demorado banho, tentando não pensar em Albus. Mas seu cheiro estava impregnado em seu corpo. Mesmo após o banho, seu toque ainda era sentido contra a pele fina de Rose Weasley. 

Uma prova disso era a marca roxa que ele deixara pouco abaixo da clavícula. Ela gostava disso. Gostava de ter uma marca. Uma marca dele. Nunca deixava ninguém deixá-la daquele jeito. Ninguém, exceto ele.

Fez alguns feitiços e se vestiu. Era verão, não precisava se cobrir muito. Apenas um short curto e uma blusa larga, estava em sua segunda casa.

James e Albus tomavam café da manhã em silêncio. Rose ignorou a tensão entre os irmãos e cumprimentou cada um educadamente. Depois de um tempo, Lily chegou.
Seus pais chegaram tarde na noite anterior e já tinham ido trabalhar. Hugo ainda dormia.

- Eu tenho aula. – Rose anunciou se levantando. – Melhor eu ir me arrumar.

- Aula? É julho! – James exclamou confuso.
- Eu estou fazendo um curso. – Ela revirou os olhos, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Vida social, isso é de comer? – Lily resmungou. Rose fingiu não ouvir, mas James reprimiu uma risada, Albus revirou os olhos.

Nunca gostou quando os irmãos ou primos tiravam sarro de Rose por gostar de estudar. Tudo bem que era um gosto muito estranho, mas não fazia mal a ela. Pelo contrário, uma vez a prima confessara que os livros eram seu refúgio. Quando o mundo parecia desmoronar, ela podia contar com seus preciosos livros e cadernos.
Sem contar o brilho em seus olhos. Albus poderia ficar horas e horas ouvindo Rose falar sobre as coisas que estuda (o idioma, matemática, história), mesmo sem entender nada, apenas para admirar aquele brilho que seus olhos azuis adquiriam quando ela deixava a língua solta.

Tão linda... Tão sua...

Albus tinha que sair também. Tinha que treinar quadribol. Faria o teste para entrar em um time famoso em breve, e tinha que estar preparado para isso. Claro que ele tinha várias referências sendo um Potter e filho de uma ex-jogadora. Mesmo assim, tinha que conseguir a vaga por mérito próprio.

Treinou com Scorpius Malfoy e Daniel Zabine na casa do primeiro. Eles também fariam o teste, mas Scorpius faria para um time rival. Quando terminaram, Albus conseguia sentir cada membro de seu corpo palpitar de cansaço, mas era um cansaço bom. 

- Fiquei sabendo que tem uma boate nova em Londres. – Daniel comentou com um meio sorriso.

Desde o primeiro ano em Hogwarts, os três eram assim: inseparáveis. Da pior maneira possível. Bebidas, festas, mulheres, mais bebidas, mais festas e mais mulheres. Quanto mais, melhor.

- Acho que hoje eu vou ficar em casa. 

Scorpius e Daniel olharam para o amigo, incrédulos.

-Você está doente? – Scorpius perguntou temeroso.

- Não, eu só quero matar a saudade da minha prima. – Albus revirou os olhos, sabendo o que ouviria a seguir.

- Rose? Manda um beijo pra ela. – Scorpius sorriu malicioso. – Na boca, de preferência.

Albus cerrou os punhos, tentando se controlar. Rose era sua. Sua prima. Sua melhor amiga. Sua amante. Mas é claro que os amigos não sabiam, ninguém sabia.

- Não prefere beijar a minha mão? – Ele se contentou em ameaçar.

- Às vezes eu acho que você é gay. – Daniel falou, encarando Albus. – Se eu tivesse uma prima daquelas, eu... – Se calou com o olhar dele.

Albus saiu em seguida. Enrolou um pouco e foi para a casa Granger/Weasley. Faltava meia hora para Rose voltar do curso, ele mal percebera que tinha passado a manhã inteira fora, já era quase duas da tarde.

Parecia uma eternidade até ver Rose descer do ônibus e andar desajeitada, cheia de livros. Sorriu ao vê-la e correu para impedi-la de abrir a porta.

Rose se assustou, mas relaxou ao ver o primo.

- Vem comigo. – Albus a chamou, sua voz não era mais alta do que um sussurro.

- Cinco minutos. – Ela pediu, se esquivando dos braços dele e entrando em sua casa.

Rose entrou em casa. Foi chamada para almoçar, mas alegou que já tinha comido e que não estava passando muito bem. Pediu para não ser incomodada pelo resto do dia e se trancou em seu quarto. Largou o material na cama e foi para perto da janela. Tinha uma árvore ali perto, ela só tinha que esticar a perna e agarrar firme no galho.

Só que tinha chovido a noite toda e a árvore estava escorregadia. Rose sentiu suas pernas se desprenderem e balançarem no ar. Logo, as mãos estavam escorregando também.

Não teve tempo para pensar direito, já estava caindo.

Entretanto, não atingiu o chão. Os braços de Albus foram mais rápidos.

- O que você seria sem mim? – Ele brincou, recebendo um tapa.

- Aonde vamos? – Rose perguntou enquanto seguia o primo para longe de sua casa.

- Não confia em mim? – Albus perguntou fingindo mágoa.

- Até de mais, Potter. – Rose suspirou enquanto se esgueiravam em um beco escuro.

Albus a apertou contra seu corpo e aparatou.

Quando pararam, Rose se desequilibrou.

- Odeio quando você faz isso. – Ela reclamou.

- Vai ficar resmungando ou vai olhar para onde eu te trouxe?

Rose o fez. Estavam em cima de uma rocha, perto da praia.

- Uma praia deserta? O que pretende fazer, Potter? – Ela arqueou uma sobrancelha.

- Ora, o que as pessoas fazem na praia? Nadam, tomam sol... – Ele respondeu inocente.

- Não me diga. – Rose revirou os olhos – Só tem um problema, bebê. – Ela sempre falava “bebê” quando alguém falava alguma besteira. – Eu estou de calça jeans e blusa polo.

- Ah, mas isso a gente pode resolver. – Ele sussurrou em seu ouvido, acariciando a barriga da ruiva por baixo da camiseta e a tirou em seguida.

Ele a virou para si e desabotoou seu sutiã, sem descolar os lábios.

- Sinto falta de você usando gravata, agora eu não tenho onde por as mãos. – Rose reclamou fazendo biquinho em meio o beijo.

- Tem certeza que não? – Ele respondeu enquanto tirava a sua própria camisa. Pegou-a no colo com facilidade, já que a prima era pequena. Elevou-a um pouco mais do que o necessário para poder beijar-lhe os seios.

Lambeu. Chupou. Mordeu. Rose gemia e arqueava as costas. Ainda não tinha achado um lugar para por as mãos, por isso, puxava os cabelos do moreno e impulsionava o quadril contra o dele.

Albus a soltou para que deslizasse um pouco, mas logo a pegou e a apertou mais. Beijou-a com ardor, sentindo os mamilos rígidos e molhados da prima pressionados contra o seu corpo.

Seu nome saiu gemido por entre os lábios da garota enquanto a mesma trabalhava para se livrar da calça que usava. Estavam, enfim, nus.

Ele a posicionou novamente em seu colo e a penetrou. Rose estava quente e úmida, por dentro e por fora. Albus sabia que seu pênis estava tendo a mesma sensação que sua língua na boca de Rose.
Chegaram ao extremo prazer juntos, gemendo o nome um do outro.
Albus e Rose se deitaram na rocha, com as respirações cansadas.  A brisa soava no rosto dos primos enquanto seus olhos rejeitavam a claridade do sol.

- Estou quase terminando meu livro. – Ela comentou depois de um tempo.

- Eu não vou ter que ler, certo? – Albus fez uma careta. Ele odiava ler.

- Se quiser falar comigo, vai. – Ameaçou.

- Você não me ignoraria. – Ele ficou por cima dela, com um sorriso sacana.

- Experimenta. – Rose lambeu os lábios, provocativa.

O moreno riu em desafio e atacou o pescoço dela. Rose mordeu os lábios reprimindo um gemido ao sentir a língua quente de seu primo fazendo um caminho entre sua clavícula e lóbulo.

- Desista, Potter. – Ela mantinha a voz firme.

- Me obrigue.

- Bebê... – Roçou as mãos nas costas dele e acariciou o seu cabelo. – Quando eu digo não, – Falou em seu ouvido – é não. – E puxou a cabeça de Albus, libertando-a de seu toque.

- Chata. – Ele resmungou. Ambos riram e se beijaram.

Ele jogou sua blusa para ela vestir e pegou sua calça.

- Vem. – Albus pegou a sua mão e desaparatou novamente, aparecendo na areia, perto do mar.

Passaram o resto do dia ali, atualizando as novidades ou simplesmente se beijando.

Quando o sol começava a se pôr, Rose se levantou demoradamente, lutando para se desvencilhar dos braços de Albus, alegando ter que ir para casa. Ele acabou cedendo, abraçando-a e, durante um longo beijo, aparatando no mesmo beco.

Ela ainda usava a sua blusa, mas não se importava. Pelo jeito, Albus a tinha levado para um lugar onde o fuso-horário era diferente, pois estava bem mais escuro.

Ele a ajudou a subir na árvore para seu quarto e foi atrás. Quando entraram, ficaram estáticos ao encontrarem alguém já os esperando.

- Mamãe e papai saírem e pediram para eu tomar conta da minha irmãzinha indisposta. – Hugo passou o olhar demoradamente entre a irmã e o primo, analisando suas roupas.

Albus trincou a mandíbula, deixou um beijo na testa de Rose e saiu por onde tinha entrado.

Assim que ficaram sozinhos, Hugo cruzou os braços contra o peito e encarou a irmã. Ele era o único que sabia sobre os dois. E tinha descoberto da pior maneira possível.

- Até quando isso vai durar, Rose? – Ele perguntou com a voz cansada.

- Hugo, eu já te disse mil vezes que “isso” não é nada.

- E eu já te respondi mil vezes que eu não acredito em você. - Rose tentou ir para o banheiro, mas Hugo impediu a sua passagem. – Talvez não isso fosse nada, no começo. – Ele abaixou o tom de voz, como se contasse um segredo. – Mas agora, – Riu sem emoção. – você está perdidamente apaixonada.

- Não, eu não estou. – Negou em voz alta, querendo dizer aquilo para si mesma.

O mais novo a deixou passar, com dor nas feições.

- Ele vai te machucar, Rose. Você sabe disso.

Rose não respondeu. Trancou-se no banheiro e sentiu lágrimas escorrem por seu rosto. Ela não estava apaixonada. E ele não...

Sentiu um gosto amargo na garganta e correu para perto do vaso sanitário. Sentiu tudo o que tinha comido durante o dia voltar de uma vez. Nem ao menos percebeu Hugo se ajoelhando ao seu lado e segurando seus cabelos. Sua visão estava turva demais para se concentrar nisso. Só conseguia fazer uma coisa: esvaziar seu estômago.

Uma semana. Sete dias. Cento e sessenta e oito horas. E apenas Hugo sabia. Quanta sorte. Rose achou que levaria um sermão do irmão, mas ele a apoiou. Disse que faria Albus Potter entender o significado da palavra “eunuco”. Tirando isso, a apoiou. 

Mas ela já não podia guardar segredo, e não queria que o irmão mentisse por ela. Resolveu contar aos pais que estava grávida.

Claro que ambos deram um ataque. Mas Rose não abriu a boca quando perguntaram de quem era. Tinha contado durante o jantar e já havia passado o almoço. Seus pais só falavam quando necessário e não a olhavam.

Rose foi procurar ajuda com a única pessoa que a confortaria decentemente. Ele também tinha que saber.

Albus se surpreendeu ao abrir a porta e logo abraçou a prima, rodopiando ela no ar. Começou a enchê-la de beijos. 

- Eu passei! – Ele exclamou. – E vou entrar como titular!

A ruiva finalmente olhou no fundo dos olhos de Albus. Eles brilhavam excitação e alegria. Não pode deixar de se sentir orgulhosa. Nem culpada.

- Parabéns! – Ela forçou um sorriso, mas sentia lágrimas encherem seus olhos.

- O que foi? Não esta animada por mim?

- É claro que eu estou, Al... É que... – Rose engoliu em seco e respondeu. – Eu vou me mudar. Vou para o México.

- O que você vai fazer no México? – Os olhos de Albus se tornaram opacos, ele estava confuso.

- Sempre adorei a cultura mexicana e quero... Afastar-me um pouco, focar nos meus estudos. – Rose não sabia de onde tinha surgido aquela ideia, mas pareceu-lhe fantástica. Seus pais não a aceitariam mesmo.

- Você... Você não pode.

- E... Por que não? – Ela tentava se manter impassível, tinha que ser forte.

- Você... Não pode me deixar, Rosie. – Albus se aproximou e tomou o rosto de Rose com as mãos, ficando a centímetros de poder beijá-la. Não o fez, apenas para ouvir uma resposta.

- O mundo não gira em torno de você Albus. – “O meu mundo não gira em torno de você.” Era o que Rose queria dizer, apesar de ser uma grande mentira.

- Esta falando como meus pais. – Ele riu, mas com mágoa na voz.

- Deveria ouvi-los agora, já que eu não estar aqui para te manter na linha.

Ele se afastou rápido e socou a parede, encostando a cabeça nela.

- É assim então? Você vai embora? Vai me deixar? Logo agora que eu finalmente vou deixar a minha família orgulhosa? Logo agora que eu finalmente ia te deixar orgulhosa?

- Aqui não é o meu lugar, Albus. – “Eu estou sempre orgulhosa de você” Ela queria dizer.

Rose se aproximou lentamente. Claro que ele iria orgulhar a todos. Fazer seus primos se arrependerem pelo jeito que o trataram. Ela tinha certeza disso. Adoraria ficar e assistir tudo de camarote. Assistir ao lado dele. Mas não podia fazer isso. Não com um bebê dele em seu ventre. Isso o prejudicaria, atrapalharia seu futuro brilhante. Esticou a mão para tocar-lhe o ombro, mas Albus se desvencilhou e entrou na casa, batendo a porta atrás de si.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!