Broken - Season 1 escrita por Stéfane Franco


Capítulo 24
Capítulo 23 - Please Forgive Me


Notas iniciais do capítulo

Hey!! Aqui estou novamente!! Apesar da demora consegui adiantar vários capítulos... ^^
Como o próprio título diz, esse capítulo é sobre perdoar. Boa leitura!!



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– Belle –

– Onde está Guinevere? – perguntei. Um sorriso brotava em meus lábios.

– Você se lembrou?

– Sim.

– De tudo? – perguntou receoso.

Com certeza.

– Se você está se referindo àquele assunto doido de nós já nos conhecermos, então não. Mas não mude de assunto, onde está minha filha?

Se antes ele tinha alguma esperança de que eu tivesse me lembrado de tudo, nesse momento elas foram reduzidas a pó.

– Guinevere está com a Regina, Neal e Henry. – respondeu cabisbaixo.

– Ligue pra ela, por favor. Quero vê-los.

– Tudo bem. Você não quer tomar um banho enquanto eu ligo?

– Rumple -

– Sim. Obrigada. – disse ela friamente enquanto subia as escadas.

Suas palavras frias me machucaram tanto! Senti meu coração se apertar com cada frase.

O processo realmente mudou sua personalidade... Pelo jeito ‘Catherine’ está de volta. Fui um idiota em pensar que tudo ficaria bem depois do que aconteceu.

Alô? – disse Neal, atendendo o celular de Regina.

Eles já estão atendendo o celular um do outro?

– Bom dia filho.

– Ah, oi pai. Aconteceu alguma coisa?

– Belle quer ver vocês três.

– Ela...

– Sim, ela recuperou a memória.

– Então ela sabe sobre vocês dois?

– Não. A poção ainda faz efeito.

– Ah, sinto muito...

– Onde está Regina?

Tomando banho.

– E ela sabe que você atende o celular dela?

– Ah, em alguns minutos chegaremos, ok?

– Tudo bem... Seu segredo está a salvo comigo. – ri.

Desliguei o telefone um pouco mais calmo e decidi permanecer na sala.

– Regina -

Assim que cheguei à casa do Rumple, deixei Neal, Henry e Guinevere no andar de baixo e subi as escadas, adentrando no último quarto.

– Belle? – perguntei, olhando para o quarto vazio.

De repente senti braços circundando-me por trás, assustando-me.

– Ah! Palhaça! – ri ao perceber que era Belle.

– Desculpe, não resisti! – riu abertamente.

– Pelo que vejo está muito bem. – sorri.

– Sim, estou ótima! – disse ela, soltando-me e sentando-se na cama.

– E então... Do que se lembra?

– Tudo, exatamente tudo.

– Tudo? Isso quer dizer que... A poção não faz mais efeito?

– Não, eu me lembro de tudo sobre o Rumple, sobre a Floresta Encantada, tudo.

– Mas... O Rumple disse que você não lembrava...

– Eu ainda não contei a ele. – disse, abaixando o olhar para as mãos. – Quando eu entrei em casa estava decidida a contar tudo, mas vê-lo reabriu o buraco que ficou quando partiu. Ele me abandonou Regina, e isso ainda dói.

– Eu te entendo... Mas e quanto à Guinevere? Ele precisa saber a verdade.

– Eu sei, mas veja pelo meu lado: Ele me abandonou sem ao menos dar uma desculpa convincente, desapareceu por meses! Por causa disso tomei aquela poção e acabei com qualquer sentimento dentro de mim. Quando ele voltou, não pediu desculpas ou demonstrou qualquer sinal de arrependimento. Eu sei que ele me ajudou com os meus poderes, mas pode ter sido apenas por “curiosidade”, afinal, Rumple nunca lidou com os poderes da Phenix, era um desafio!

– Belle...

– Também admito que durante todo o tempo em que estive nessa casa nos relacionamos muito bem, cheguei até a pensar estar apaixonada!

– E você não está?

– Confesso que quando o vi parado, olhando nos meus olhos e aparentemente abatido, foi como um soco na boca do estômago. Eu o amo muito, nunca deixei de amá-lo. Mas a dor da rejeição ainda está no meu coração, eu não consigo simplesmente esquecer Regina...

– Eu sei o que está sentindo. Essa dor não vai simplesmente desaparecer, ela faz parte de você agora, te tornou mais forte! Mas eu ainda acho que, por mais que você esteja magoada com ele, o Rumple merece saber que tem uma filha... Você sabe como ele é quando o assunto são filhos.

– Mas para falar sobre nossa filha preciso contar que me lembro de tudo...

– E isso é bom. – Belle olhou-me surpresa, então continuei – Belle, converse com ele, coloque as coisas a limpo. Eu sei que ele te machucou muito, mas você precisa dessa conversa para encerrar o assunto e seguir em frente. Ouça o que ele tem para dizer, e diga tudo que ainda te engasga!

Percebi que os olhos de Belle já estavam marejados e, puxando-a para mim, deitei seu rosto em meu colo, afagando seus cabelos.

– Obrigada... – sussurrou

– Sabe, você está extremamente bonita! – elogiei, ganhando um sorriso. – Me lembra sua mãe...

– Você já me disse quem foi ela, mas nunca como ela era... – disse-me.

– Tem razão, eu nunca disse... Bom, acho que está na hora não é? – ri

Suspirei fundo e comecei minha história.

– A Avalon era bastante determinada. Quando a conheci era apenas uma criança e, como todas, tentava de tudo para vê-la. Lembro que um dia eu tirei uma rosa do jardim e levei até ela. Minha mãe ficou furiosa! – ri com a lembrança. – Mas ela apenas olhou nos meus olhos e disse: “Regina, você não deveria ter feito isso. As flores foram feitas para serem admiradas, contempladas, e como qualquer outro ser vivo, sente dor. Você gostaria que alguém te arrancasse um braço? Elas também não.” – sorri – Ela foi tão doce, tão diferente da mulher fria que eu costumava ver conversar com minha mãe... Pouco a pouco foi se aproximando de mim e, quando percebi, nos tornamos grandes amigas. Nunca mais arranquei uma flor.

Belle sorria no meu colo.

– Quando minha mãe arranjou meu casamento com o pai da Snow, Avalon tentou dissuadi-la, mas foi em vão. Foi nesse momento que elas começaram a se afastar. Logo após meu casamento nos tornamos inseparáveis. Ela me ensinou muito sobre a vida, contradizia o Rumple o tempo todo. Enquanto ele ensinava que “magia é poder”, ela dizia que “a magia pode até trazer poder, mas nunca trará a satisfação e a felicidade”. Ambos viviam em lados opostos, até mesmo chegaram a se odiar. – franzi a testa.

Suspirei, lembrando-me de tudo que acontecera.

– Avalon sempre teve opinião formada, era dona do próprio destino e possuía temperamento forte. Sabia ser cruel quando necessário, e tinha um poder inexplicável: seus olhos eram de tamanha beleza que, caso quisesse, poderia hipnotizar e influenciar qualquer pessoa. Até que conheceu George, um príncipe guerreiro muito valente e destemido. Ambos se enfrentaram no campo de batalha, e foi assim que o amor entre eles cresceu. E quando isso aconteceu, Avalon se tornou uma moça doce e de olhar gentil, que se recusava a usar magia para conseguir algo. Mesmo sendo tão poderosa, abicou de tudo para ficar com seu verdadeiro amor.

– Mas você não disse que no episódio da flor ela foi gentil com você?

– Sim, mas ela era assim apenas entre amigos. Com a Cora nunca pôde ser doce afinal, minha mãe não era o tipo de pessoa que sorria verdadeiramente. Avalon sempre foi honesta e gentil, tratava as pessoas como iguais e, na medida do possível, demonstrava-se bondosa e compassiva. Mas para impor respeito ela precisava usar uma máscara de indiferença e crueldade. Se você observar bem, ela nunca matou pessoas por prazer. Seu objetivo sempre fora impedir guerras desnecessários; ela gostava de se infiltrar nesses confrontos e duelar, claro que pelo lado certo.

– Foi numa dessas guerras que meus pais se conheceram não é?

– Sim. Ela era uma exímia guerreira, e ele não ficava atrás. Eles se encontraram no campo de batalha e duelaram em perfeita sincronia. Quando ela tirou a máscara, ele ficou paralisado. Quase fora vencido por uma mulher! Sentiram admiração um pelo outro instantaneamente. Encontraram-se muitas outras vezes, e logo se apaixonaram.

Contei tudo sobre a mãe e o pai, sobre as cartas, sobre meu não envolvimento, minha culpa...

Conversamos por horas, ora sobre o passado, ora sobre o presente. Recordamos tudo que passamos juntas, todos os obstáculos e todas as vitorias.

– Assim como minha mãe, encontrei em você mais que uma amiga: uma irmã. – falou ela – Tudo que você fez contra mim acabaram contribuindo para essa amizade nascer e crescer gradativamente. Obrigada por estar comigo Regina...

– Oh Belle, você não sabe o quanto eu fico feliz em ouvir isso! – falei, já com lágrimas rolando.

Abraçamo-nos fortemente, ambas chorando.

– Ah Belle, eu te amo tanto minha irmã! – sussurrei. – Mas chega de sentimentalismo, você nem conhece sua filha! – rimos.

– Eu também te amo. – confessou. – Vamos logo, não vejo a hora de conhecê-la!

Ainda abraçadas deixamos o quarto e descemos as escadas, encontrando Neal e Henry conversando.

– Henry! – exclamou ela.

– Belle! – gritou ele, correndo ao nosso encontro. Belle abaixou-se um pouco e abraçou-o fortemente, ainda com o sorriso no rosto. – Que bom que está de volta! Senti sua falta...

– Eu também senti a sua... Nossa, como você cresceu!

– Estou quase da sua altura – debochou ele.

– Não precisa me lembrar que sou baixinha... – brincou ela, com um biquinho no rosto.

– E eu, não ganho abraço? Desse jeito fico carente! – disse Neal, aproximando-se.

– Com a Regina ao seu lado eu duvido que fique carente... – comentou Belle, deixando-me extremamente sem graça e provavelmente vermelha. – Eu soube que você também cuidou da minha filha... Imagino a situação da Regina em ter que olhar três crianças! – disse ela, abraçando-o.

– Acredite, a pior delas é a mais velha. – falei indiretamente.

– Ah é? – disse Neal, encarando-me de tal jeito que novamente fiquei sem graça – Então vamos ver... – provocou aproximando-se.

O que ele...

– Não! – falei assim que ele começou a fazer cócegas em mim, segurando-me pela cintura para não escapar. – Neal, para! – meu pedido perdeu-se em meio às risadas de todos.

– Neal, depois vocês continuam, agora preciso dela para ver minha filha. – disse Belle com um olhar sugestivo.

– Tá, mas só porque ela me pediu. – falou ele, soltando-me.

– Só por ela? Agora magoou. – fingi-me de ofendida, mas logo cai na risada – Vamos logo Belle, antes que ele tenha outro ataque infantil. – disse eu, arrastando-a pelo braço

– Então... Algumas coisas nunca mudam não é? – disse ela, olhando-me investigadoramente.

– O quer dizer com isso? – perguntei, fingindo-me de desentendida.

– Você sabe o que eu quis dizer. – avisou.

Fomos até o jardim onde estavam Rumple e Guinevere. Olhei para Belle e percebi que seus olhos encheram-se de lágrimas.

– O que ele está fazendo?

– Eles ficaram bastante próximos enquanto você dormia. Todos os dias, quando vinha te visitar, ele a trazia para o jardim e aqui ficava. Eles brincavam o dia todo... Ele ficou encantado com ela e sempre que eu ligava perguntava se ela estava bem, se precisava de alguma coisa...

– Mas... Ele pensa que ela é filha do Hook, um de seus inimigos! – falou admirada.

– Belle, como eu disse, vocês tem muito o que conversar... – falei, guiando-a até o lugar. - Rumple! – chamei-o, avisando de nossa presença.

– Belle –

Vê-los juntos nesse jardim, rindo e brincando foi uma visão extremamente emocionante. Meus olhos já se enchiam de lágrimas enquanto me aproximava, Rumple nutria um sorriso estonteante para mim, enquanto a pequena bebê em seus braços se debatia, fazendo um som parecido a risos.

Assim que o alcancei, olhei no fundo de seus olhos e me perdi, fazendo-o abrir ainda mais o sorriso. Abaixei o olhar e encarei o pequeno ser em seus braços.

Ela era linda! Seus olhos eram idênticos aos meus e observavam-me atentamente. Um sorriso abriu-se em seu delicado rosto, e suas mãozinhas abriam e fechavam na minha direção, num sinal claro do que queria.

Com cuidado peguei-a nos braços, sentindo o calor de seu corpinho. Aproximei meu rosto e logo senti pequenas e delicadas mãos percorrerem meu rosto. A emoção me invadiu por completo.

– Olá Guinevere... – sussurrei, recebendo um sorriso em troca – Sabe, eu mal te conheço, mas já te amo tanto... Tanto! – sorri abertamente, com lágrimas no rosto. – Você me pediu para lutar, para não desistir... Pois eu consegui. Por você estou aqui! – falei, acariciando seus cachos castanhos que mal começavam a nascer. – Por você eu venci!

Abracei-a novamente. Suas mãozinhas encontraram os cachos do meu cabelo e começaram a brincar com eles, porém, uma delas permanecia agarrada à minha. Seus dedos eram tão pequenos!

– Ela é exatamente como você – disse Regina.

Só então percebi que ela e Rumple observavam-se com lágrimas nos olhos, ambos sorrindo.

– Tem seus olhos... – falou Rumple.

– Ela é linda! – confessei – Tão pequena...

– Como você – brincou Regina.

– Palhaça! – debochei, mostrando-lhe a língua. Nesse momento consegui um riso inconfundível de bebê, era tão fofo! – Hey! Até você vai debochar da minha altura mocinha? – brinquei, levantando-a no ar – Pois torça para não puxar isso de mim espertinha! – falei, roçando meu rosto em sua barriga, arrancando ainda mais risos.

Estava tão feliz! Me sentia tão viva! Poderia ficar horas brincando, abraçando e beijando minha menina, mas logo teria que devolvê-la à Regina, que me explicou os riscos que eu imporia a ela.

– Já está escurecendo Belle, tenho que levá-la. – avisou Regina, com Henry e Neal ao seu lado.

– Ah não, eu quero ficar com essa princesinha linda por mais tempo! – brinquei – Fala para ela Guinevere, diz assim: “Titia, me deixa com a mamãe mais um pouquinho” – falei, virando minha filha para Regina e fazendo biquinho, com o rosto colado ao seu.

– Hey, isso é sacanagem, se continuarem assim a Regina vai derreter que nem manteiga – debochou Neal, recebendo um tapa da morena ao seu lado – Ai! Desculpa... – riu

– Nem vem com chantagem Belle, ela precisa tomar banho e tomar a mamadeira. – avisou-me ela, fazendo menção de pegar Guinevere do meu colo.

Fui mais rápida e me escondi atrás de Rumple, esquecendo completamente das dores e dos machucados.

– Rumple, não deixa ela me levar... – imitei o som de uma criança, arrancando risos de todos os presentes.

– Sinto muito mocinha – disse ele, entrando na brincadeira – Mas você precisa ir com sua tia... Só tente evitar o colo do grandão ali, ele pode te derrubar... – brincou, referindo-se ao filho.

– Concordo plenamente – exclamou Regina, encarando Neal por alguns segundos. – Vamos logo Belle, me entregue ela... – falou, indo na minha direção.

– Tá, tá bom! – cedi – Mas amanhã bem cedo quero essa menina linda entrando por essa porta, ouviu Srta. Mills? – repreendi-a.

– Sim Srta. Mills. – brincou.

– Então até amanhã minha linda, sonha com os anjinhos viu? – falei, beijando a face de Guinevere e entregando-a em seguida para os braços de Regina. – Tchau Neal, e não a derrube!

– Com um general desses não consigo nem me aproximar! – brincou apontando para Regina.

– Tem sorte de eu estar com ela no colo, senão iria levar um safanão agora mesmo – ameaçou ela.

Abracei novamente Henry e Neal e beijei pela segunda vez Guinevere, observando-a ser levada através da porta.

– Acho que você deveria descansar, já está tarde. – disse-me Rumple carinhosamente.

É agora.

– Na verdade, eu queria conversar com você. Podemos? – arrisquei um meio sorriso.

– É claro. Sobre o que quer falar? – perguntou-me alegremente, conduzindo-me até o sofá.

– Acho que você me deve algumas explicações...

– Explicações? – perguntou confuso – Sobre o que?

– Sobre a noite em que me disse adeus e me abandonou, pela segunda vez. – falei, reunindo minha coragem.

– Você... Você... – gaguejou.

– Sim, eu me lembro. De tudo – acrescentei.

– Eu... Eu não sei o que dizer... – falou envergonhado, aparentemente lutando com as palavras.

– Comece dizendo o porquê de me usar e depois jogar fora. – falei, decidindo que agir friamente era a melhor opção.

– O que? Eu nunca te usei!

– Não foi o que pareceu naquela noite...

“Nunca mais tente falar comigo, chegar perto ou apenas pensar em mim” (...) “Eu não te devo nada. A partir de hoje, não mora mais comigo. Pode mandar Emma para buscar suas coisas, mas você nunca mais pisa na minha casa ou na minha loja, quero você bem longe. E se não quiser ficar sem um lugar para dormir, deveria ir ao Granny’s e falar com a Xerife, tenho certeza que ela cuidará de você.”

– Alguns dias antes eu fiquei sabendo que as pessoas estavam te descriminando por conta do nosso envolvimento. Você estava manchada por minha culpa, excluída. A cada noite, quando eu entrava na cozinha e te via cabisbaixa meu coração se partia em dois. Eu não aguentava te ver sofrer tanto... E pior: sofrer por minha causa.

– Mas era a minha escolha!

– Escolha esta que te trazia consequências terríveis! Belle, você merece muito mais que eu podia oferecer, merece alguém bom como você...

– Mas você é bom! Estava mudando, se redimindo!

– Mas as sombras do meu passado sempre encobririam nossa relação. Belle, eu sou o Senhor das Trevas, todos têm medo de mim e a maioria me odeia! Como você acha que eu me sentia vendo a mulher que eu amava sendo vitima de preconceito por conta de uma “associação” a mim? Como acha que eu me sentia quando via em seus olhos a tristeza? Muitas vezes pensei em ir até cada um deles e fazê-los pagar, mas logo desistia, e sabe por quê? – acenei negativamente. - Porque eu sabia que você nunca me perdoaria se fizesse algo parecido. Eu prometi a você que mudaria, que me tornaria uma pessoa melhor!

Meus olhos já não seguravam as lágrimas, estas corriam livremente por meu rosto.

– Belle, aquela conversa na biblioteca foi a pior coisa que já fiz na vida. Eu menti. Menti para te proteger, menti para te libertar! Tudo que eu queria era que você tivesse uma nova chance de ser feliz, sem mim.

– Mas Rumple...

– Por favor, me deixe terminar, eu preciso falar tudo. – pediu.

Acenei e assim ele continuou.

– Quando eu disse que não te queria mais, menti descaradamente. Junto às lágrimas que você soltava uma vontade incontrolável de pegá-la nos braços me atingia. Eu não consigo te ver sofrendo, não consigo! Você era tudo pra mim Belle. Graças a você eu recuperei a humanidade presa dentro de mim, por você eu mudei meu modo de pensar acerca a magia e, por conta disso, consegui encontrar meu filho. Ele me perdoou porque viu as mudanças que você conquistou. Você me devolveu à vida, me devolveu o amor e me devolveu meu filho...

Seus olhos mostravam tristeza e arrependimento.

– Me desculpe Belle, eu nunca quis te magoar... Na minha cabeça estava te protegendo de algo muito pior no futuro... Eu estava te libertando! – confessou. – Te abandonar foi a pior coisa que já fiz na vida, e vou me sentir culpado eternamente!

– Então... Você me abandonou porque pensou que assim eu estaria “livre” para ser feliz? – perguntei ironicamente.

– Foi uma idiotice da minha parte... Eu...

– Concordo, você é um idiota – falei, aproximando-me lentamente – Será que não vê que eu sempre te amei? Que minha felicidade é ao seu lado? – quanto mais eu falava, mais me aproximava. – Rumple, você não vê que você faz parte de mim? – toquei seu rosto – Eu sofri muito com o que fez, foi como se estivesse arrancando um pedaço do meu coração à sangue frio... – estremeci com a lembrança.

– Oh Belle, por favor, me perdoe, me perdoe... – implorou ele, subindo suas mãos para o meu rosto. – Eu sei que te feri, mas não houve um dia sequer, um minuto sequer em que eu não estivesse pensando em você... – seus olhos marejados eram sinceros, entravam na minha alma e a aquecia. – Eu nunca pensei que poderia ficar tão sem propósito na vida, tão perdido...

– Nunca mais faça isso comigo... Entendeu? – gritei, chorando ininterruptamente e batendo em seu peito.

– Me desculpe, me perdoe... Por favor Belle, perdoe-me, eu não consigo te ver sofrer não posso! Por favor... – implorou enquanto aproximava meu rosto do seu.

– Me prometa uma coisa antes... – pedi, segurando seu queixo.

– O que quiser...

– Promete que nunca vai me deixar novamente... – falei, com a voz falha – Promete que da próxima vez que fizer algo para a minha segurança, vai me consultar primeiro... Promete que...

– Eu prometo nunca mais te deixar, nunca mais! – garantiu, acariciando meus cabelos – Prometo estar ao seu lado sempre! Prometo te amar cada dia mais! Prometo te dar as estrelas se me pedir, prometo te dar a lua se assim ordenar... Prometo que nunca mais te farei chorar...

Se antes eu estava sensibilizada, depois desse discurso realmente desabei. Lancei meus braços por seu pescoço ao mesmo tempo em que os seus envolviam minha cintura fortemente. Aquele abraço parecia unir não apenas nossos corpos, mas nossas almas também. Quando senti o calor de seu corpo pressionando o meu, uma segurança inexplicável me atingiu. Foi como se ele estivesse curando cada pedaço quebrado, como se unisse cada peça solta ao vento.

– Eu te amo Belle... Sempre amei e sempre vou amar... – sussurrou no meu ouvido. – Por favor, me perdoe...

– Eu também te amo... – confessei – Muito!

Seus braços apertaram ainda mais contra minha cintura, seu rosto perdia-se nos meus cabelos, e minhas mãos acariciavam sua nuca.

– Eu te perdoo Rumple, eu te perdoo... – sussurrei, beijando-lhe o rosto.

Senti-me completa novamente. Todas as lágrimas que soltava lavavam minha alma e meu coração. Rumple aproximou nossos rostos e, entre beijos em minhas bochechas, sussurrava meu nome. Quando finalmente seus lábios encontraram os meus, senti uma explosão de felicidade invadir meu estômago.

– Eu te amo! – falamos juntos, selando nosso amor com muitos outros beijos e abraços.

Pouco a pouco nos movimentávamos, e quando percebi, estávamos no quarto principal, fechando a porta para um mundo só nosso, onde o amor era o único que importava.


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Notas finais do capítulo

E então?? Consegui emocionar?? Caso o link não funcione: http://24.media.tumblr.com/2f6bed551e06086ab4dc3f9161e5ce48/tumblr_mmxygfp5GO1r6enaxo1_400.gif
P.S.: O próximo está imperdível, então sugiro que comentem bastante....