Spirited Away 2 escrita por otempora


Capítulo 44
O lado oposto da nostalgia


Notas iniciais do capítulo

Adiantado (mentira, tá muito atrasado)
Desculpem a demora(novamente)!!!
Quanto as postagens. Estou de férias (acho, minhas notas em química foram um fracasso), e eu queria terminar alguns originais, então vou postar um capítulo por semana(juro que vou tentar postar dois).
Obrigada pela paciência de quem está lendo.
Ando com uns problemas e estou cheia de coisas na cabeça.
Beijo



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- Muito obrigada, Nadesico.


- Você já disse isso. – riu baixinho.


- Eu sei.


- Não precisa se preocupar, Chihiro. Deve temer outra coisa. - Nadesico ouviu o suspiro pesado da menina ao seu lado. Estava inquieta com o que poderia acontecer a ela, que Chihiro não estivesse realmente preparada para enfrentar o que viesse. Ela era forte, sabia disso, mas também tinha muita compaixão. E isso era uma fraqueza quando se lutava. – Também não precisa ter medo, ninguém esta lhe obrigando a nada. – continuou, tentando afastar o peso dos ombros dela. Sabia que, em parte, o que falara era mentira. Havia o pensamento de todas as vidas perdidas... de tudo que poderia acontecer. No fundo, ela não tinha muita escolha.


- Mesmo assim... – Nadesico teve dificuldades para ouvir o que ela falara. Encarou a face de Chihiro, os olhos dela baixaram e seus dedos finos bagunçaram os cabelos, estava um tanto frustrada. – Tenho medo de falhar, estou arriscando muito mais do que minha vida, algo infinitamente mais precioso.


Olhou para Boh, que se encontrava do outro lado do aposento, conversando em voz baixa com um sacerdote de Nadesico. O riso alto que ele soltou ecoando em seus ouvidos de uma maneira benéfica, aquecendo seu peito. Boh era seu Sol, desde que ele aparecera em sua vida possuía essa certeza. Recordou da ansiedade de seus dias, nas horas que ficava longe dele, a necessidade latente de ouvir sua voz para que pudesse acalmar seus anseios.


- Você o ama muito, não é?


Fez um gesto afirmativo com a cabeça.


- E mesmo assim, eu sucumbi diante de Haku. – confessou à mulher, as mãos em punhos.


- É natural que isso tenha acontecido.


- Natural? Não, não creio que seja isso.


- Você sente falta dele, digo, do antigo Haku?


- Sim... – disse com receio.


- Chihiro, você estava tentando encontrar esse Haku, quando fez aquilo. Foi um buraco que ele deixou em seu peito, e ninguém poderá suprimi-lo. Ele voltou depois de tantos anos, te iludindo com promessas e dizendo as palavras que você quis ouvir enquanto esperava. – Chihiro estava surpresa pelo que ela dissera. Ela entendia, pensou. – Com Boh é diferente, você fica mais calma quando esta perto dele; suas expressões se suavizam e você parece ser uma garotinha séria, com um amor profundo. Todos os toques tem um significado tão intenso... é como se...


- Como se?


- Eu não sei explicar... vocês são tão velhos! – Chihiro riu. – É como se vocês se conhecessem há muito. Nem as dimensões conseguiram separá-los.


- Eu... sinto isso. – falou lentamente, as recordações invadindo sua mente. A voz de Boh soando alta em seus ouvidos “Eu vou te encontrar se você se perder”.


Sentiu um breve toque em seus cabelos e voltou sua atenção para a figura acocorada a sua frente.


- Esta se sentindo bem, Chihiro? – Boh perguntou erguendo os dedos para afagar o rosto da menina


- Sim. Estava só pensando.


A fronte de Boh se inclinou para a direita e Chihiro pode lhe ver os olhos claramente, aquela dor desconhecida se apoderando do negrume dos orbes gentis. Ela franziu a sobrancelha num gesto involuntário. A mão dele se moveu para seu pescoço lentamente, causando-lhe um arrepio. Estava com medo novamente, de vê-lo pálido e moribundo, os olhos sem brilho. Perscrutando ainda a face de Boh, tentando encontrar o que o afligia, mantendo uma conversa muda.


- “Gosto quando te calas porque estás como ausente. E me escutas de longe, minha voz não te toca. É como se estivessem esses teus olhos voando, como se houvesse um beijo lacrado em tua boca”*. – ele citou com um sorriso minúsculo em seus lábios.


Para Chihiro, não existia nada além dele, a beleza estranha penetrando em sua pele pelos dedos de Boh, instalando-se em seu coração. Ele se aproximou ainda mais, a respiração quente e acelerada roçando em seu rosto.


Chihiro umideceu os lábios, necessitando de um maior contato. Reclinou a cabeça, encostando-a no peito de Boh, a respiração descompassada enquanto ele acariciava com a mão esquerda a base de suas costas.


- Bou. – chamou-lhe a atenção – As pessoas devem estar olhando. – disse enterrando ainda mais o rosto no peito do garoto para esconder seu rubor.


- Não há ninguém aqui. – ele riu baixinho. – Nadesico arranjou uma maneira muito sutil de se retirar.


- Desculpe.


- O que?


- Eu interrompi as coisas... – falou, a face ainda mais vermelha.


- Chihiro. – ele sussurrou em seu ouvido. Sentiu seu corpo ficar imediatamente tenso, correspondendo ao estímulo.


Soltou o ar quando Boh a beijou a linha do seu maxilar, circundando seu pescoço com o polegar. Depois manteve seu rosto preso entre as palmas, os olhos com um fervor inexprimível.


- Eu te amo, Chihiro. Amo muito mais do que eu poderia amar qualquer pessoa. Eu a amo...


- Eu sei, Boh. – disse baixinho. Estendendo os dedos para que pudesse tocá-lo. Pousou o indicador no lábio inferior dele.


Boh não deu tempo para que ela tivesse mais alguma reação. Capturou seus lábios num beijo urgente, segurando-a junto a si. Dessa vez não havia o cuidado de sempre nos toques. Os dedos de Boh apertaram a cintura de Chihiro, separado pelo leve tecido do vestido.


- Preciso de você. – ele confessou no ouvido dela, distribuiu-lhe beijos pelo pescoço. – Preciso tanto que chega a doer.


Seu coração batia contra a caixa torácica. Ele precisava dizer agora, antes que o surto de coragem abandonasse seu corpo.


- Case-se comigo. – pediu. – Eu prometo que vou cuidar de você.


O medo de perdê-lo voltou, esmurrando seu coração.


- Eu... – balbuciou. As lágrimas caíram sem que ela conseguisse conter. – Não consigo parar com esse choro idiota!


Boh abraçou-a com carinho. Beijando sua testa.


- Estou com medo. – ouviu-a confessar. – Como se não pudesse proteger você.  


- Chihiro, as coisas não são assim.


- É egoísta, eu sei. Mas isso não me faz sentir melhor.


- Eu também tenho o mesmo sentimento. Contudo, precisamos fazer isso. É você quem vai ter que ser forte quando for necessário... Eu não permitirei que fique sozinha. Não posso fazer isso. Simplesmente não conseguiria fazer uma coisa dessas. Se você for se arriscar, eu estarei ao seu lado, segurando a sua mão. Para o que for preciso.


- Bou...


- Só diga que precisa de mim, da mesma maneira que preciso de você. Case-se comigo. – insistiu, a angustia indisfarçada em sua voz.


- Eu... preciso. – falou lentamente. – Eu te amo, Boh.


Viu o sorriso que se formou nos lábios dele, a forma que seus braços quentes enlaçaram seu corpo, aquecendo-a.


- Bou. – começou, mas ele a interrompeu.


- Não diga nada, só me deixe ficar assim mais um pouco. – o sussurro paralisou-a. Sorriu pousando a cabeça em seu ombro, fechando os olhos.


Suspirou, aspirando o perfume dele. Estava em paz.   


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