Truques Mortais escrita por Anna Evans


Capítulo 17
Quando a morte conta uma história - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Olá minha gente. Sei que foram meses sem postar nada. Mas esse ano é o ano do vestibular, estou até sem vida social. É colégio de manhã e Pré-Vestibular a noite. Está meio complicado, mas não desisti disso aqui não. Melhor ainda... Encontrei uma pessoa que vai me ajudar na publicação deste livro... Sim, esta história está sendo reescrita para um livro. Vamos torcer para que dê tudo certo!
Mas então, não esqueci da votação. Como prometido no capítulo de hoje vocês vão ler o conteúdo da carta de Jennifer... Então vou deixar vocês lendo, espero que gostem.



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Naquela noite o mundo dos mortos estava ainda mais obscuro. Scott tinha quase certeza de que seu truque funcionara. O reino dos mortos abraçava com todas as trevas os exilados do mundo dos vivos. Eles cativavam lágrimas e dor. No céu não havia estrelas, mas a lua cheia estava lá no alto enquanto o nevoeiro tratava de se espalhar pelo chão.

Após descer o lance de escadas de pedra Scott caminhou atordoado pelo gramado do cemitério. Sentia como se perdesse cada vez mais de sua humanidade quando pisava ali. Suas veias ardiam aflitas por debaixo de sua pele. Seu corpo se contraia e seus dentes trincavam.

Passou por túmulos, lápides e mausoléus. Por anjos de mármore com expressões vazias que diziam a todos que olhavam que aquele tão aclamado Deus não olhava por eles. Ainda seguindo, viu fantasmas e esqueletos, a morte e a dor, a dor e a perda.

— Você vai ter a pior morte que esse mundo já ousou pensar — Scott parou ao ouvir a voz. Os lábios se repimiram e os olhos se arregalaram. Aquela voz...

Ele se virou para trás lentamente. O fantasma de uma mulher o encarava. A sua áurea era forte e ele podia ver que não era ruim. Apesar do brilho fantasmagórico azulado que exalava dela ele encarou com cautela suas características. Tinha longos cabelos negros esvoaçantes. Olhos castanhos e traços bem definidos, era mais baixa que ele, mas não parecia ser tão mais velha.

Scott sentiu toda a sua vida evanescer. Sentiu todos os seus objetivos se desmancharem. Era ela... Vista pela primeira vez em sua vida sem ser em cartazes antigos de apresentações do teatro municipal de Londres.

— Mãe... — Sua voz era tão fraca e trêmula que talvez ela nem sequer tivesse ouvido.

Ela se mantia séria. Mas ele não se importava... Na verdade ele não se importava com mais nada. Foram 18 anos sem sua mãe, cada dia, cada semana e cada ano... Todos sendo ainda mais dolorosos em sua ausência. Sempre desejou poder vê-la, ouvir sua voz...

Você — Ela disse com aspereza em sua voz — Você é um monstro... Um condenado e cruel assassino! A hora vai chegar, a sua hora vai chegar e você vai pagar por tudo que fez. Nunca pensei dizer isto a ninguém, mas... Irei ficar feliz com a sua dor. Esse é o meu maior desejo durante todos esses anos de tormenta em que estive aqui... Uma morte lenta e dolorosa para você.

Scott sentiu as lágrimas embaçarem sua visão. Sentiu algo se contorcer em seu peito.

— Mas eu... — Ele não conseguia falar. — Mãe...

Era piedade em sua voz. Dor, medo e vergonha em sua voz... Era a fraqueza o dominando. Ele esticou as mãos para a mulher a sua frente, mas ela não moveu um dedo. Seu olhar frio e gélido caía sobre o dele o dilacerando até a alma amaldiçoada que tinha.

— Mãe, por favor eu... Eu não...

Ele seguiu até ela, mas se dissipou numa nevoa e desaparecera de sua visão. Mais uma vez ele a perdera...

Scott se permitiu cair de joelhos com as mãos trêmulas e um tormento incendiando-o por dentro. A cabeça doía e seus olhos apesarem de ótimos não viam mais nada a sua frente. As mãos se fincaram na grama, afundando na terra escura enquanto sua mente tratava de reproduzir todas as palavras que ele acabara de ouvir novamente.

Jennifer permaneceu parada no alto da montanha. Olhava tudo ainda muito descrente. A paisagem abaixo era um cemitério construído dentro de um labirinto. Havia muita luz lá embaixo, e elas vez ou outra se locomoviam.

Olhou para os lados vendo uma imensidão, mais montanhas sem luz, onde pequenas casas destroçadas ficavam. Mas havia algo que lhe chamou a atenção... Olhando para trás para certificar-se de que o espelho ainda a levaria de volta ela reparou algo atrás do portal. Prédios altos e longos pátios... Era a universidade. Porém... De uma forma mais... Mais morta, mas ainda sim era a mesma universidade que frequentava.

Seguiu em direção a ela. Os pátios estavam esburacados e os prédios com as vidraças quebradas e paredes desmoronando. As árvores apodreciam e morriam sem folhas e a grama era seca e marrom. Identificou a fonte do pátio principal e foi até ela... Um líquido vermelho escuro escorria pelo mármore até o fundo da fonte. Sangue.

Se afastou com cautela sentindo um frio na espinha quando o vento pareceu sussurrar algo em seu ouvido. Jennifer se perguntou o que era tudo aquilo. Estava começando a se apavorar. A vontade de voltar até o espelho era grande e até mesmo o objetivo principal naquele momento. Talvez tudo fosse apenas um pesadelo.

Viu uma luz fraca a distância. Uma pessoa talvez? Havia corrido rumo ao pátio dos dormitórios. Com a respiração pesada Jennifer olhou para o caminho de volta para o espelho e suspirou. Odiava a si mesmo por isso, mas agora que estava ali... Apesar do frio e do medo ela iria até o fim. No fundo ainda tinha esperanças de que acordaria no dormitório do campus no quarto de Scott. Aquilo não era real... Não podia ser real.

Durante todo o caminho não viu mais ninguém. Estava sozinha por ali. A única coisa que ouvia era o uivo do vento e o arranhar de folhas secas que corriam pelo pátio.

O escuridão aumentou assim que chegou na encruzilhada. A lua havia se escondido entre as nuvens. Agora não sabia para onde ir... À sua esquerda o dormitório feminino e à direita o masculino. Então, tentando manter a calma, pediu para que a racionalidade a atingisse. Se tudo aquilo fosse um pesadelo... Ela ainda estaria dormindo no quarto de Freddie e Scott. Então, achou melhor seguir rumo ao dormitório masculino, virando à direita.

O prédio não era muito confiável. A tintura das paredes do lado de fora estava desbotada e algumas partes até destruídas com buracos abertos de onde não podia se ver nada em seu interior sombrio.

Apesar do receio em entrar, Jennifer empurrou a porta dupla do dormitório. Um rangido alto e cortante se instalou no silêncio da noite. Apreensiva ela seguiu pelo corredor do primeiro andar.

Jennifer nunca tivera medo do escuro, mas estava começando a ter naquele momento. Não sabia onde pisava e nem se estava prestes a esbarrar em algo, mas graças às duas janelas ao pé da escada ela podia enxergar um pouco os degraus quebrados e o corrimão para o segundo andar. Determinada a não olhar para trás ou para os lados ela seguiu seu caminho até a luz a sua frente, rezando em silêncio para nada a impedir pelo caminho.

Um degrau após o outro.

Um medo crescente de que alguém a observava por trás.

Rangidos, silêncio.

Uma pequena pausa após terminar de subir as escadas enquanto encarava a escuridão profunda do corredor do segundo andar. Não se via mais nada, nem se ela esticasse sua mão a conseguiria enxergar. Era assim com as portas dos quartos dos alunos, ela não podia vê-las, mas tinha certeza de que estavam ali.

Fechou os olhos com força tentando afastar todos os pensamentos ruins que iam e vinham em sua cabeça no momento. Ah, como ela queria descer, correr, gritar e por fim fugir dali. Mas ela não conseguia simplesmente fazer isso... Seu corpo a empurrava para as sombras e com as mãos esticadas ela tateava as paredes em busca das portas dos quartos, se lembrava que o quarto de Scott era a sexta porta do lado esquerdo.

Encontrando-a ela suspirou trêmula antes de pegar na maçaneta da porta. Não havia conseguido abrir na primeira tentativa, a porta estava emperrada, mas da terceira vez com um barulho alto e irritante a porta se abriu.

Os olhos de Jennifer seguiram automaticamente para uma luz branco-geada que se encontrava entre duas camas do quarto escuro e destroçado. De imediato Jennifer prendera a respiração sem perceber. Parada imóvel no arco da porta ela observou com cautela sem fazer o menor barulho o que via a sua frente.

Era uma pessoa. Sem dúvidas que era uma pessoa. Estava sentada no chão com a cabeça entre os joelhos.

A maçaneta da porta caiu no chão ao pé de Jennifer a fazendo abafar um grito com as mãos. A pessoa sentada no chão levantou a cabeça rápido como um predador e quando Jennifer voltara a encarar se preparando para correr dali as mãos caíram de sua boca agora entreaberta.

Não pode ser. Foi tudo o que Jennifer pôde pensar no momento em que se deparara com os olhos verdes da pessoa pálida que a encarava do outro lado do quarto.

— Jennifer — Holly sussurrou se levantando apressada do chão — Ah meu Deus, Jennifer você...

Jennifer deu um passo para trás enquanto Holly se aproximava.

Era a Holly, não tinha como negar... Mas... Mas suas roupas estavam sujas de sangue e com rasgos sobre a calça e a blusa. Pálida e com um nevoeiro branco que a rondava.

— Não... — Jennifer esticou a mão pedindo para Holly parar onde estava — O que... O que... — Jennifer gaguejava assustada — Pensamos que tinha morrido Holly! Droga!

Holly a olhou suplicante, a tristeza iminente em seus olhos mais brilhantes do que de costume.

— Então você ainda está viva... — Holly pareceu falar para ela mesma.

Jennifer estreitou os olhos. Aquilo tudo estava muito estranho.

— Jenny, você tem que me ouvir... — Holly tornou a ir em direção a Jennifer.

Assustada demais com aquilo tudo Jennifer decidiu que não era certo ficar ali. Correu em disparada pela porta adentrando no escuro corredor novamente. Alcançando as escadas correu atrapalhada descendo os degraus, mas para o seu azar um deles afundou. Seu joelho dobrou e ela caiu escada abaixo parando no chão enquanto segurava um grito de desespero e dor. O coração batia acelerado em seu peito a deixando cada vez mais aflita.

Teria ignorado toda a dor do seu corpo e se levantado já pronta para correr, mas os dentes trincavam com a tamanha dor que sentia na perna. A visão se tornou um pouco turva no momento em que ela inclinou a cabeça para olhar para a porta dupla ainda aberta a sua frente...

Suas mãos se fecharam com força ainda caida de bruços no chão frio e com restos de vidro e madeira espalhados. Holly estava de pé bem a sua frente... Olhando para as próprias mãos confusa. Após alguns segundos ela olhou para Jennifer novamente.

— Ele me matou Jennifer... Ele me matou! — Jennifer podia ouvir Holly falar, sua voz falhava de tanta angústia, mas a visão de Jennifer não era a das melhores naquele momento, tudo estava terrivelmente embaçado.

— Por favor, fuja! Não caía nas mentiras deles... Ele vai matar a todos! Ele...

Jennifer não tinha certeza, mas podia ver mais alguém agora... Um homem. Estava parado atrás de Holly com a mão em sua boca impedindo-a de falar.

— Senhorita Miller... Chegou agora e já quer arrumar problemas? Não assuste nossa convidada, por favor.

Jennifer lutou para tentar ver quem estava ali, mas a visão se apagou de vez para o verdadeiro escuro.

Sentado na beira da escadaria de pedra Scott observava o cemitério abaixo de si... Uma altura de quase cinco metros os separava. Havia voltado para a entrada do portal. Tinha os olhos vermelhos e as mãos fechadas em torno do parapeito no qual estava sentado.

— Sabe que não pode morrer aqui, não sabe? — Scott nem se moveu ao ouvir a voz de seu pai atrás de si.

— Morrer infelizmente não. Mas sabe muito bem que posso me ferir.

— Tanto faz — William suspirou — Agora levante-se, tem muito o que fazer...

— Não vou fazer mais nada para você. — Scott falou interrompendo seu pai pela primeira vez após anos.

— O que é que disse? — William perguntou lentamente, irritado.

Scott se levantou ainda de costas para seu pai.

— Ela me acha um monstro... E, apesar de querer ter ouvido outra coisa... Sei que é a verdade. Sou um monstro... Desumano e impiedoso... Estou cansado disso tudo. Não faz mas sentido continuar com isso...

Scott deixou que seu corpo caísse para a frente, estava decidido a se jogar do parapeito sem medo... E, teria caído se seu pai não o tivesse pego pela blusa.

— Qual é o seu problema? — William o puxou de volta para o início da escadaria.

— Minha mãe me quer morto, esse é o meu problema! — Scott gritou sentindo a voz rouca falhar mais uma vez.

Um silêncio se fez. Após alguns segundos Scott viu seu pai aparecer no seu campo de visão. Apesar de não estar muito visível, tinha um rosto abalado.

— Você viu a sua mãe?

Scott balançou a cabeça, confirmando.

— E o que ela te disse?

Passando a mão pelo rosto Scott respondeu.

— Ela me contou a verdade...

William contraiu o maxilar e seus olhos azuis escureceram. Lentamente ele esticou a mão direita para Scott. O agarrou pelo pescoço e o levantou no ar, apertando com força.

Scott segurou a mão de seu pai, mas não lutou contra o ato. Estava cansado demais para isso. Sem sentido ou razão para lutar pela vida miserável que tinha.

— Ela me disse que eu sofreria tanto quanto os outros que matei. Que esse era o desejo dela. — Scott falou com dificuldade ainda pendurado no ar.

Após ouvir isso William o soltou deixando-o cair no chão novamente. Scott se apoiou no chão com os joelhos e passou a mão em torno do pescoço que queimava.

— Já está na hora de você saber a verdade.

Scott pela primeira vez em toda aquela conversa encarou seu pai e levantou-se, ficando de frente para ele com a mão ainda no pescoço.

— Do que está falando?

— Sua mãe não foi assassinada por um qualquer em sua festa de um ano, Scott — William falou olhando a lua que tornava a aparecer no céu noturno — Eu a matei.

Scott gelou enquanto olhava para seu pai que o encarava agora.

— Ela estava louca. Havia perdido completamente o juízo. A sua festa de um ano realmente fora cancelada, mas não porque ela morreu, mas porque ela tentou matá-lo.

Absorto Scott ouvia cada palavra de seu pai ficando cada vez mais perdido.

— Depois do ocorrido decidimos que seria melhor interná-la em uma clínica. Gastei um bom dinheiro com ela naquele ano — William continuou — Três meses depois, resolvi visitá-la na clínica. Para isso o deixei na casa de Phillip Clarckson, nosso vizinho da época. Porém, quando cheguei até a clínica me disseram que ela não estava mais lá, que havia fugido. Voltei desconcertado para casa e fui até Phillip para busca-lo. Estranhei na mesma hora em que vi a porta da frente aberta.

William suspirou parando de contar.

— O que houve? — Scott perguntou — Termine a maldita história!

— Quando entrei... Phillip estava estirado no tapete da sala, morto a facadas. E sua mãe estava sentada no sofá com você em seus braços... Não sabia o que fazer, Scott. A matei... Matei a minha esposa, sua mãe para defendê-lo... Ela teria o matado.

Scott encarou o chão soltando um suspiro pesado.

— Todo esse tempo... — Falou ele — Todo esse tempo mentindo para mim... Porque não me contou a verdade?

— Achei que fosse melhor para você acreditar que ela havia sido uma boa pessoa. A pessoa pela qual me apaixonei, a pessoa com quem casei e a pessoa que me deu você. Achei que seria mais fácil assim.

Scott balançou a cabeça em silêncio.

— Esqueça tudo isso... Desistir de tudo agora seria idiota. — William falou — Estamos quase lá. Não vou aceitar mais descuidos de você.

Scott levantou a cabeça.

— Do que está falando?

William virou o filho pelo ombro. Scott encarou surpreso Jennifer caída no chão bem a sua frente, parecia ter desmaiado.

— O portal é uma coisa muito séria. — William falou frio — Deveria tomar mais cuidado para não deixar que pessoas como ela descubram toda a verdade. Estou começando a achar que ela é o motivo de tantos erros seus... Saiba que eu poderia muito bem silencia-la para sempre, aqui e agora... Ela está no meu mundo.

Scott olhou para o pai tentando esconder a aflição.

— Mas vou te dar mais uma chance... Espero que entenda o recado desta vez.

Dito isto ele sumiu. Scott suspirou aliviado e pegou Jennifer nos braços para que a tirasse dali antes que ela acordasse. Ela jamais poderia lembrar do que vira, jamais. Ou então tudo daria errado.

Jennifer abriu os olhos lentamente enquanto a forte luz da manhã a obrigava a fecha-los novamente. Quando todas as lembranças voltaram a sua mente, o portal, o cemitério e Holly... Ela se levantou rapidamente apavorada.

Estava em seu quarto, no dormitório feminino. Confusa demais ela tentou se lembrar do que havia acontecido após cair a escada, mas nada chegava a sua mente. Quando tentou se levantar da cama a dor na perna a fez voltar para o mesmo lugar. Então ela soube que aquilo tudo não havia sido um sonho... Apenas se perguntava como havia parado ali... E, Holly...

Olhou ao redor sentindo um aperto no coração. Geralmente encontrava a amiga lendo um livro em sua cama, mas a cama estava arrumada e sem qualquer vestígio dela. Juliet não estava no quarto também, mas isso já era comum agora que elas não conversavam tão bem.

Pensou em pegar seu diário na cabeceira da cama, mas então seus olhos chegaram até a carta em cima da cômoda. Ela esqueceu todo o resto por alguns momentos e com um suspiro triste tomou a carta nas mãos novamente... Então ela pensou em Juliet que disse ter lido.

Desdobrando o papel já marcado mais uma vez Jennifer se pôs a ler o conteúdo.

Olá Jennifer, espero de todo coração que não tenha se esquecido de mim. Deve estar se perguntando como descobri onde você está... Digamos que eu fiz uma pequena visita à sua família. Seus pais estão tão irritados com você quanto eu. No final da visita acabei por arrancar deles que estava em Refúgio Místico. Pensei que você não era de fugir da realidade. Ora, não fora você mesma quem me disse que deveríamos assumir nossos atos?

Você não assumiu seu ato. Até então ninguém sabia da verdade, nem mesmo eu. Eu só fui descobrir tudo ano passado quando encontrei um bilhete nas coisas de Eliza. Sabe que eu nunca gostei de falsidade, não é mesmo Jennifer? Sabe sim. Afinal, éramos todos grandes amigos, pelo menos era o que eu pensava.

Era o que eu pensava até descobrir que foi você quem matou minha irmã. Mentiu para todos nós, fingiu estar do nosso lado para no final fazer isto. Eu sempre te achei fantástica, ainda acho. Mas isso não significa que eu ainda te ame, que eu goste de você, isso não. Eu te odeio, eu te odeio por ter me tirado a minha melhor amiga, minha conselheira e minha irmã. Te odeio por ter me enganado, te odeio por ter fugido, te odeio por não ter seguido seu próprio conselho e não ter encarado seu ato.

Fique você sabendo que a sua família já sabe da verdade. E, logo... Logo terei provas suficientes para mostrar a polícia. E, caso eles não resolvam nada... Eu irei. Minha vida se resume à lembranças agora, então não me importo de arruinar todo o resto destruindo você... Se a polícia não acreditar em mim fique preparada, pois a qualquer momento poderei aparecer na porta de seu dormitório.

Enganou a todos fingindo estar curada... Mas eu sei que ainda não superou a morte de sua madrinha. Sei que isso te levou a mentir descaradamente, a trair e a matar. Você não está bem Jennifer... Nunca foi curada. Como o amigo que um dia fui... Aconselho a você... Se entregue, se entregue ou então espere o pior.

Com amor, Rafael Salles.

Jennifer amaçou a carta com as mãos e a jogou num canto com toda a força que tinha. Agora que Juliet lera a carta, não sabia mais o que esperar dos dias a seguir.


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