Onegai, Don't Give Up On Me escrita por SilverMoon


Capítulo 1
Begin Again


Notas iniciais do capítulo

Yoo minna! o/
Bom, essa é minha primeira fanfic sobre Fairy Tail, então não faço a mínima ideia se está boa ou não. O que mais vejo aqui na categoria são fics NaLu, então resolvi começar com algo um pouquinho diferente.
Se a fic der resultados (alguém ler), tenho várias outras ideias para Gerza e outros ships também, que pretendo escrever e postar um dia.
Acho que é isso. Os POV's podem variar às vezes, mas na maioria das vezes serão da Erza.
Ah, essa fic terá trechos de músicas no início de cada capítulo, e o título deles será o nome delas. Então, não estranhem. E desculpem a falta de criatividade.
Boa leitura! ^^



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Erza Scalert POV

I'm going down in flames
         And the fire's stinging
         Only leaving scars in its place
         Lay my head into my hands
         What have I come to?
         Mend these battle wounds
         Begin again

Dilacerada. Incapaz de seguir em frente. Era como eu me sentia.

Uma semana já havia se passado. Já fazia uma semana que me encontrava perdida e sozinha naquela solitária e triste mansão. Acordava todas as manhãs com o tumulto dos jornalistas no portão, os quais eu veemente ignorava, e dormia mergulhada em minhas lágrimas e lamentações.

Eu havia acabado de despertar, sentido-me péssima como sempre. Como aquelas pessoas podiam ser tão egoístas? Meus pais haviam morrido, os dois juntos, em um mesmo acidente. E aqueles malditos abutres queriam estampar meu rosto cheio de lágrimas em todos os jornais do país. Aquilo me enojava.

Não havia tirado os pés daquela casa desde o trágico ocorrido. O  telefone tocava toda hora, mas não estava disposta a atendê-lo. A maioria das ligações seria de sócios velhos e aproveitadores, querendo saber o destino da empresa da família. Não conseguiria respondê-los enquanto mantinha a compostura.

Sabia que não poderia me manter lá dentro para sempre, mas era o que precisava naquele instante, isolar-me daquele mundo podre. Imaginava quando alguém iria me tirar de lá. Se é que alguém realmente apareceria. Sentia que ninguém, além dos jornalistas, sequer lembrava de minha existência. Meus pais sempre cuidaram demais de mim, não saía além do necessário e nunca me metia em seus negócios. Era óbvio que meu leque de conhecidos não era muito extenso.

O som perturbador do flash continuava lá fora. O que aqueles maníacos estavam fazendo? Fotografando a casa para colocar em mais alguma de suas matérias fantasiosas? Já havia visto algumas na televisão. Passavam longe da realidade.

Fechei meus olhos, tentando voltar a dormir, mas como sempre não consegui. Levantei derrotada, sentindo minha cabeça latejar. Precisava de meu paliativo.

Arrastei-me para fora de meu quarto, direcionando-me até a adega. Desci as escadas em espirais, até chegar lá. Um lugar pequeno e com forte cheiro de álcool. Inalei mais profundamente, sorrindo sem humor. Papai tinha uma grande apreciação por bebidas, principalmente as importadas. Eu sempre tentei fazê-lo parar de beber, mas agora aquilo me remetia a ele. Era triste, e ao mesmo tempo confortante.

Caminhei até as prateleiras, procurando por algo mais leve. Acabei pegando uma garrafa de vinho. Teria que controlar bem a dose, não podia me dar ao luxo de ficar embriagada. Só queria me sentir um pouco mais leve.

Fui até a cozinha, enchendo uma taça com o líquido e levando aos meus lábios. Meus ombros se contraíram, involuntariamente. Aquele gosto me dava ânsia. Mas era a minha melhor alternativa, presa naquele local rodeado de lembranças.

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Não sabia que horas eram e mal me lembrava do que estava acontecendo. Tudo que sabia era que a campainha soava insistente, e cada toque fazia minha cabeça latejar. Localizei-me aos poucos, estava deitada no sofá da sala, ainda de pijama e com os cabelos bagunçados. O espaço todo cheirava a álcool. Ou talvez fosse eu. Meu estômago revirava.

Finalmente dei a devida atenção para o som da campainha. Aqueles jornalistas podiam ser terríveis, mas nenhum havia chegado ao ponto de invadir minha privacidade daquele modo. Levantei-me zangada, sentindo cada músculo do meu corpo doer. Estava cansada de chorar e me esconder. Exausta. Não iria mais aturar aquele tipo de perseguição insensível.

Não sei o que me fez criar coragem, provavelmente o efeito retardado da bebida, mas fui em direção a porta, sem me importar com minha aparência deplorável, abrindo-a de uma só vez. Estava pronta para destinar toda a minha raiva contra aquele infeliz, mas minha voz pareceu desaparecer.

- Erza-chan, você quer me matar do coração? - a figura conhecida a minha frente murmurou chorosa.  - Estou te ligando há dias! Você me deixou tão preocupada!

Antes que tivesse tempo de responder, a figura loira me abraçou, derrubando algumas lágrimas em meu ombro. Aquilo era tão atípico dela, sempre calma e confiante, que não soube como reagir. Desvencilhei seu abraço, com algum esforço, e abri espaço para que entrasse. Ela logo entendeu minha preocupação com os paparazzi ao redor, entrando sem reclamar. Tranquei a porta, finalmente voltando-me para dar-lhe a devida atenção.

- Lucy-chan, achei que eu é quem deveria estar sentimental. - forcei um sorriso.

Lucy Heartfilia era minha melhor amiga desde a infância. Seu pai, Jude Heartfilia, era um grande amigo e sócio de meus pais. Crescemos juntas, comparecendo a muitos jantares de negócios e viajando ao redor do mundo, o que nos tornou muito próximas. Mesmo assim, aquele comportamento não lhe era convencional.

Lucy era aquele tipo de pessoa que estava sempre alegre, como se vivesse em um mundo a parte, sem problemas ou preocupações. Com seus cabelos loiros, olhos castanhos e um lindo sorriso, conseguia praticamente qualquer coisa, como se o mundo a servisse. Os garotos faziam de tudo para agradá-la, apesar de não parecer interessada em nenhum. Sua mãe, Layla Heartfilia, havia deixado os negócios sob responsabilidade do marido, para dedicar-lhe todo o tempo. Apesar de mimada, Lucy tinha um grande coração e estava longe de ser egoísta, mas jamais a havia visto tão arrasada. Tudo aquilo era por minha culpa?

- Erza-chan, eu sinto tanto pelo que aconteceu! Fiquei desesperada quando soube da notícia e não consegui falar com você. Pior ainda quando soube que não deixava a mansão desde então. O que está fazendo com sua vida? Você parece arrasada. E ainda fede a álcool. Há quanto tempo não veste uma boa roupa e tenta se animar? - a loira iniciou seu sermão, com uma preocupação palpável.

Podia parecer egoísta, mas ver Lucy preocupada comigo me fez bem. Saber que não estava totalmente sozinha. Ela era como uma irmã para mim, e naquele momento, o mais próximo que tinha de uma família.

Mesmo assim, não conseguia ver um motivo para tentar sair para o mundo externo novamente. Não queria lidar com perguntas indiscretas, nem olhares curiosos. Não estava pronta para assumir os negócios da família, era muito jovem, nem sequer havia completado meus estudos. Desde o acidente, foi a primeira vez que me lembrara deles. Por Kami, eu perderia o ano se continuasse daquele jeito! Mas já não sabia se aquilo realmente importava para mim.

- Eu sinto muito por preocupá-la, Lucy-chan. De verdade. Mas no momento, eu realmente não estou bem. Estive evitando todas as ligações ou forma de contato. É preferível continuar aqui e fingir que nada aconteceu. Não consigo lidar com isso agora, ainda não sou forte o bastante. Dói tanto, Lucy. É como se fosse um imenso pesadelo. Um de que jamais conseguirei me livrar.

Senti as lágrimas queimando em meus olhos mais uma vez, permitindo que deslizassem lentamente por minhas bochechas.

Lucy me abraçou de novo, afagando meus ombros de modo protetor. Gentilmente, ela me guiou até o sofá, tirando um lenço de seu bolso e estendendo-me. Aceitei relutante, enxugando meu rosto.

- Tudo ficará bem, Erza-chan. Eu estarei com você o tempo todo, ok? - ela sorriu triste. - Você não precisa lidar com tudo de uma vez. Vamos por partes. Que tal tomar um bom banho, se vestir e sairmos para dar uma volta no shopping? Eu sei que não deve parecer divertido agora, mas pode te ajudar a espairecer. Você precisa voltar para o mundo real.

Considerei a ideia em minha mente. Sabia que Lucy estava certa, eu não poderia me esconder para sempre. Mas a ideia de sair e enfrentar o mundo, com todos sabendo quem sou e o que havia acontecido, me assustou.

- Eu não sei. Aqueles fotógrafos ainda parecem interessados em mim.

- Bem, não se preocupe com isso. - ela sorriu maldoso, cerrando os punhos e fingindo socar o ar. - Eu não deixarei nenhum deles te incomodar. Se é que me entende.

- Como se conseguisse machucar alguém. - murmurei, quase dando um leve sorriso.

Ela levantou-se, colocando uma mão na cintura e forçando uma cara ofendida.

- Não duvide de mim, Erza Scarlet. Eu era a melhor em minhas aulas de autodefesa!

- Você é tão boba, Lucy. - sorri levemente.

A loira sorriu maldosa, o que não podia significar boa coisa. Antes que pudesse esboçar qualquer reação, ela agarrou uma almofada e jogou em meu rosto, saindo correndo enquanto ria, como uma verdadeira criança.

Fiquei em dúvida como deveria reagir. Ainda não me sentia bem, era uma ferida recente demais, mas talvez Lucy estivesse certa. Eu precisava ir tentando aos poucos, até realmente superar aquilo. Ficar o dia todo me lamentando não traria meus pais de volta.

Agarrei a almofada que ela havia me jogado, com um sorriso maldoso, e saí correndo atrás dela.

- Ei loira burra, não adianta fugir! - gritei.

Lucy conhecia bem minha casa, dando-me trabalho para alcançá-la. Finalmente, após alguns minutos, consegui encurralá-la em meu quarto. Lancei a almofada nela, que se jogou em minha cama, e a peguei do chão, batendo nela repetidas vezes. Ela agarrou meu travesseiro, logo revidando.

Ficamos em uma pequena guerra de travesseiro durante alguns minutos, até ficarmos exaustas. Joguei-me derrotada em um dos lados da minha cama, respirando ofegante e ainda rindo levemente. Lucy se jogou do outro lado, deitada ao contrário, ainda gargalhando.

- Viu? Nada que uma boa terapia espancando sua melhor amiga não resolva. - a loira sorriu vitoriosa.

- Esqueça o boba, você é estranha mesmo. - provoquei, fazendo-a lançar o travesseiro em meu rosto. Rapidamente o peguei, jogando-o no chão, antes que ela recomeçasse tudo.

Fechei os olhos por alguns instantes. Pela primeira vez em dias, tudo parecia quase normal. Eu conseguia rir e provocar Lucy, como sempre fazia. E pela primeira vez desde tudo aquilo, eu senti esperanças. Podia aprender a viver naquela situação, por mais difícil que fosse. Tudo iria ficar bem no final.

- Erza-chan. - Lucy chamou, bocejando logo em seguida.

- O que foi? - abri os olhos.

- Pensou na ideia do shopping?

- Você parece cansada. Ainda quer ir?

Ela sentou-se, balançando a cabeça positivamente.

- É claro que sim. Quem mais conseguiria te deixar de bom humor além de mim? - sorriu convencida.

Sentei-me também, ainda um tanto pensativa.

- Acho que vale a pena tentar. - acabei decidindo.

- Essa é a Erza confiante e corajosa que eu conheço! - sorriu abertamente, quase me empurrando da cama. - Agora escolha uma linda roupa e tome um bom banho até tirar esse cheiro horrível de álcool. Prometo que será divertido!

Obedeci rapidamente, correndo até meu guarda-roupa, enquanto agradecia mentalmente a Kami-sama por ainda ter alguém como Lucy em minha vida, para me forçar a seguir em frente.

Enxuguei uma última lágrima que ameaçou escapar, direcionando-me ao banheiro. De algum modo, sentia que meus pais finalmente ficariam orgulhosos de mim, por me ver reagindo. Sorri com o pensamento, decidindo de uma vez por todas que minha vida devia continuar.


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Notas finais do capítulo

É, Gerard ainda não apareceu. Não me joguem pedras >.
Acho importante desenvolver outros personagens, além dos principais. A Lucy vai ser importante em algumas partes.
Também não quis forçar muito de fazê-lo aparecer como um completo estranho pra já animá-la. Seria irreal demais mesmo pra uma fanfic.
Acho que é isso. No próximo cap, ele já aparece pelo menos o/ (só não garanto que muito)
Mereço reviews? :3