Seja Minha Maid escrita por Allie Próvier


Capítulo 7
Capítulo 7: Amigo de infância e... Adeus?


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu tava sem tempo para escrever. Aí quando surgiu o tempo... Minha internet deu piti. Por uma semana. Sortuda? Sim ou claro?
MAS TÁ AÍ! hahahuhuhau
Espero que gostem!



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Capítulo 07: Amigo de infância e... Chega a hora do Adeus?


Os outros meninos da turma estavam ao seu redor, rindo e fazendo perguntas. Jacob Black ria e respondia o que lhe perguntavam, numa pose tranquila. Eu crispei os olhos. Estranho. Ele era estranho.

E tem algo nele... Algo familiar...

– Ele é bonito. – ouvi Alice dizer.

– Ele me lembra o Mogli. – Rose falou.

Alice riu, e eu revirei os olhos.

– Bella! – ouvi Mike chamar.

Olhei para a porta da sala e lá estava ele. Ele me chamou até lá e eu fui.

– O que aconteceu? – perguntei.

– Ah, é que o Edward pediu para eu chama-la. Ele está na enfermaria.

Bufei.

– O que ele tem? Está morrendo?

– Eu não sei... Mas ele não parecia muito bem e implorou para que eu a chamasse. – Mike disse.

O que o Cullen quer agora? Acenei para Alice e Rose e me encaminhei até a enfermaria enquanto Mike voltava para a sala do Conselho. Assim que entrei na enfermaria, vi Mary, a enfermeira, sorrir carinhosamente para mim.

– Oh, aí está ela! – ela disse, ficando de pé. – Ele esperava por você, querida. Poderia ficar com ele por um tempinho? Eu estou morrendo de fome, até agora não almocei...

Sorri cordial para ela e assenti. Mary pegou sua bolsa e saiu da enfermaria. Cruzei os braços, olhando para o Cullen deitado na maca. Ele tinha os olhos fechados, e parecia ressonar tranquilo.

– Espero que você esteja realmente muito mal para me fazer vir até aqui. – resmunguei me aproximando da maca.

Vi um vestígio de sorriso em seus lábios, e ele abriu um pouco os olhos.

– Se veio é porque ficou preocupada comigo, Swan. – ele murmurou com a voz fraca.

– Não delire, Cullen. Diga logo o que quer.

Ele suspirou, balançando a cabeça. Seus olhos parcialmente fechados focaram no teto branco acima de nós.

– Apenas tirá-la de perto dele... – o ouvi sussurrar.

– O quê?

– Nada.

Bufei, arrastando uma cadeira até o lado da maca e me sentando. Edward me olhou sério. Semicerrei os olhos para ele, e ele suspirou.

– Já faz uma semana que aquele cara chegou e você não tira os olhos dele. – ele resmungou. – Todos, aliás. O que ele tem, afinal? Um imã? Será que fez algum tipo de macumba para que todos, de repente, ficassem tão loucos por sua presença? É patético.

Eita.

Controlei a vontade de rir e apenas arqueei uma sobrancelha para ele. Ele me olhou pelo canto dos lábios, e bufou levemente.

– Isso tudo é ciúme? – perguntei.

Ele arregalou levemente os olhos para mim.

– Acho que quem está delirando aqui é você. – ele resmungou novamente.

– Será mesmo? Porque você parece muito irritado com todos dando atenção ao Black... – falei. - E, consequentemente, esquecendo de você.

Edward riu, mas sem humor. Seu olhar estava focado no teto novamente, e ele torceu os lábios em irritação.

– Não é ciúmes. – ele murmurou.

– O que é então? – perguntei.

Ele permaneceu um tempo em silêncio, até seu olhar cravar em mim. Senti um arrepio percorrer minha espinha, e engoli em seco, tentando disfarçar. Ele não pareceu perceber.

Você. – ele disse.

Ah claro, a culpa é sempre minha agora para todas as suas neuras!

Revirei os olhos e o ignorei.

– Não faça essa cara. – ele pediu irritado. – Admita, desde que ele chegou você fica como as outras garotas! Não tira os olhos dele!

– Sim, eu admito, mas não é por esses motivos que você está pensando! – falei também irritada. – Afinal, o que isso tem a ver com você? Você não é nada meu, não há motivo para explicações!

Fiquei de pé, dando-lhe as costas e indo até a porta.

– Espera, não vai. – ele pediu com a voz entrecortada.

Eu parei onde estava engolindo em seco.

– Fica.

Suspirei e voltei até a cadeira onde estava antes, mas sem olhá-lo.

– O que você tem, afinal? Por que veio parar aqui? – perguntei cruzando os braços.

Ele deu de ombros.

– Algumas dores. Nada importante.

– Como assim dores? Dores aonde?

Ele suspirou.

– Na cabeça. Às vezes ficam muito fortes... Mas não é nada importante.

Dei de ombros, deixando o assunto de lado. Passei mais um tempo com ele, a pedido do mesmo, até a enfermeira Mary voltar quase uma hora depois. Como minha turma estava em horário vago, não nos preocupamos em chegar atrasados na aula. Ainda tínhamos mais um tempo vago, então ajudei o Cullen a sair da enfermaria, já que ele sentia tonturas. Antes de sair, entretanto, Mary pediu para que eu o deixasse em algum lugar com alguém de olho nele, e voltasse à enfermaria para falar com ela. Concordei e o fiz.

Levei o Cullen até a nossa turma, mas Alice e Rose não estavam lá. Algumas outras meninas me disseram que elas haviam ido até o pátio, ao lado da quadra aberta de jogos. Jacob e seu grupo de seguidores também haviam ido para lá. Ajudei Edward a descer alguns lances de escada, e ele realmente não parecia muito bem. Mary disse que ele precisava ir para casa, mas sozinho era impossível. Não do jeito que ele estava, já que ele corria o risco de passar mal na rua, então era mais seguro ele permanecer no colégio.

Assim que chegamos ao pátio, avistei Alice e Rose sentadas na grama ao lado da cerca de metal que cercava a quadra. Alguns garotos da nossa turma, e alguns garotos de outra turma do 2º ano jogavam.

– Ei Bella! – Alice acenou, mas seu olhar demonstrou confusão ao me ver com Edward praticamente jogado sobre mim. – Aconteceu algo?

Suspirei.

– Ele está passando mal, mas não pode ir para casa. Poderia ficar de olho nele um instante? Mary pediu para falar comigo. Logo eu voltarei.

Alice e Rose rapidamente assentiram, e me ajudaram a sentar Edward. Ele encostou as costas no tronco da árvore que havia ali e suspirou, me olhando com os olhos sonolentos.

– Eu já volto. – falei.

Assim que me virei para sair, senti sua mão segurar em meu pulso.

– Não vai. – ele pediu.

Revirei os olhos.

– Para de manha e descansa. Eu já volto. – repeti.

Ele suspirou e me soltou. Praticamente corri de volta à enfermaria. A curiosidade me corroendo. O que Mary queria falar comigo, afinal?

Rapidamente cheguei na enfermaria e Mary estava sentada à mesa, olhando alguns papéis. Ela sorriu levemente para mim, deixando seus papéis de lado. Sentei na cadeira em frente à sua mesa e ela suspirou, retirando seus óculos.

– O que queria falar comigo? – perguntei curiosa.

Ela me observou atentamente por alguns segundos, antes de sorrir de leve novamente.

– Eu percebi que você é bem próxima de Edward. – ela disse. – São namorados?

Fiz um careta, negando.

– Não, não... Nós apenas... – murmurei incerta sobre o que dizer.

– São amigos?

Suspirei. Amigos?

– Acho que mais ou menos isso. – murmurei.

Ela sorriu.

– Mas por quê? O que aconteceu? – perguntei.

A verdade é que esse suspense todo dela está quase me matando. O que ela tinha de tão importante para falar, afinal? E ainda que não podia ser na frente do Cullen...

– Isso só quem pode me dizer é você, Bella. – ela disse. – Sabe se aconteceu algo com ele?

Neguei com a cabeça novamente. Ela suspirou.

– Ele tem vindo à enfermaria com frequência. Sempre com dores de cabeça fortes, geralmente suando frio. Ele também reclama de dores no peito. Eu lhe disse para ir ao médico, mas ele falou que não era preciso. – ela disse com uma expressão preocupada.

– Há quanto tempo isso vem ocorrendo? – perguntei.

– Há cerca de uma semana. – ela disse.

Há uma semana Jacob Black havia chegado à escola... Será que era por isso? Não, impossível. Edward não ficaria mal assim apenas devido a ciúmes, seja lá o que se passa naquela mente perturbada dele.

– São sintomas relacionados à ansiedade, Bella. Ele realmente não parece bem. Não sabe se é algo relacionado à família? – ela perguntou.

– Ele mora sozinho. Eu não sei... Não conheço nenhum familiar dele. – expliquei.

Ela suspirou.

– Bom... Vocês são amigos. Tente convencê-lo a ir ao médico, sim? – ela pediu.

Eu apenas assenti e ela me liberou.

Andei a passos duros de volta ao pátio, determinada a arrancar a verdade dele. Mas assim que cheguei lá, vi que ele dormia encostado à árvore.

– Ele conversou com a gente por um tempo, mas depois de alguns minutos adormeceu. – Alice disse. – Ele é bonito até dormindo, né? Parece um anjo!

Eu e Rose rimos, e Alice sorriu.

Eu me agachei até ficar na altura do rosto de Edward, e o observei atentamente. Alice tinha razão, ele parecia um anjo... Mas um anjo perturbado. Olhando minimamente, dava para ver sua feição adormecida e nervosa. Ansiosa. Ele parecia atormentado em sonhos.

– Eu não sabia que vocês estavam tão amigos. – Rose disse sorrindo levemente.

Dei de ombros.

– Não sei se a palavra “amigos” se aplica muito bem a nós. – murmurei.

– Hmm... Vendo vocês dois assim agora, me lembrou uma musiquinha. – Alice disse, com um sorriso arteiro.

– Que música? – eu e Rose perguntamos juntas.

– “Edward e Bella, debaixo de uma árvore, se B-E-I-J-A-N-... – Alice cantarolou fazendo uma voz infantil, e antes que ela terminasse, eu joguei um livro que havia ao seu lado em seu rosto.

Alice riu, mas quando notou o livro que eu havia jogado, ela abriu a boca em formato oval e abraçou o livro apertadamente contra seu peito.

– Enlouqueceu? Acabei de comprar esse livro, é o meu bebê! – ela falou.

Rose revirou os olhos, rindo. Olhei em meu relógio de pulso e vi que faltavam apenas cinco minutos para o sinal tocar e termos que voltar à classe, já que os tempos vagos haviam acabado. Agora teríamos aula de Literatura. Acordei Edward, enquanto as meninas nos esperavam de pé.

– Acorda Cullen. – falei, beliscando levemente sua bochecha. – Temos aula agora.

– Não, me deixa... – ele resmungou ainda de olhos fechados, igual a uma criança. Não pude evitar sorrir.

– Acorda logo, seu idiota!

Edward suspirou e abriu os olhos, me encarando. Segundos depois ele sorriu, e eu fiquei de pé, ajudando-o a levantar. Ele cambaleou um pouco, e se apoiou em mim.

Logo chegamos à turma, e eu o botei sentado em sua cadeira, no outro lado da sala. Assim que a professora chegou, expliquei o que havia acontecido a ela. Edward tinha a cabeça deitada na mesa, e respirava calmamente. A professora concordou e deixa-lo descansar durante sua aula, e eu prometi passar a matéria para ele depois. Logo ela deu início à aula e eu me foquei nisso.

[...]

– Está bem mesmo?

Edward revirou os olhos, mas sorriu.

– Tão preocupada... Não gostaria de me levar até em casa, então? Poderíamos subir e...

– É, você está ótimo. – resmunguei pendurando minha mochila no ombro. – Até amanhã.

Ouvi sua risada baixa, e bufei.

Será que ele ficaria bem mesmo? Logo me lembrei daquele apartamento vazio... E as palavras de Mary...

Por que Edward estava passando mal? Eu não acreditava na hipótese dele ter estado daquela maneira apenas por causa de Jacob. Não mesmo. Fiquei matutando o que deveria ter acontecido e nem percebi quando cheguei em casa. Suspirei, abrindo o pequeno portão com cuidado. Qualquer movimento brusco e aquela coisa despencava toda.

– Cheguei! – gritei assim que entrei em casa.

Eu tinha que correr novamente, tomar um banho e vestir uma roupa. Eu ainda tinha que ir trabalhar. Esme apenas havia mudado meu horário de chegada, então dava tempo de descansar um pouco.

Um pouco.

– Bella? – Nessie apareceu no batente da porta da cozinha. – Esme ligou, disse que você não precisa ir hoje.

Suspirei.

– Por que não?

– Ela falou que o Café não está tendo tanto movimento hoje, e ela fechará cedo, então não há necessidade de você ir.

Sorri, relaxando consideravelmente. Agradeci Nessie pelo aviso e praticamente me arrastei até o quarto. Nessie gritou que mamãe logo chegaria em casa, e perguntou o que eu iria querer para o jantar. Murmurei um “Qualquer coisa serve” e me joguei na cama.

Ter o resto do dia livre era praticamente a definição de “paraíso”.

[...]

– Edward Cullen? – o professor de Francês chamou.

Todos os olhares voltaram-se para a carteira que Edward geralmente sentava. Ele havia faltado...

Ele nunca faltava.

O professor anotou sua falta e continuou com a chamada. Senti um dedinho me cutucar, e olhei para o lado. Alice.

– Será que ele passou mal novamente? – ela sussurrou.

Dei de ombros.

– Ele parecia melhor ontem, quando foi embora. – sussurrei de volta.

Alice fez uma expressão triste, assentindo. Alice, mesmo que não mantenha tanto contato com o Cullen, tinha essa coisa de se preocupar. Não só com ele, mas com todos. Era algo dela.

Mas por que ele havia faltado, afinal?

No intervalo eu fui até a sala do Conselho para olhar alguns papéis que Mike havia separado, de arrumação das classes e essas coisas. Também tínhamos que começar a planejar a festa de formatura...

Não dava nem para acreditar que nos formávamos no fim do ano.

Suspirei, terminei de organizar tudo e fui encontrar Alice e Rose no pátio. Mas ao passar por uma mesa onde Jacob Black estava, não pode evitar de ouvir a conversa dele com os outros meninos e algumas garotas.

– ... e eu nunca a esqueci. – ele disse.

As garotas o olhavam com uma expressão de quase adoração, e os olhos brilhando.

– Ela era realmente importante assim? – um dos garotos perguntou.

Jacob sorriu, olhando para um ponto fixo na mesa enquanto parecia viajar em pensamentos.

– Mais do que tudo. Eu não quis me mudar, não quis deixa-la. Doeu fazer isso. Por isso, quando eu terminei o Ensino Fundamental, pedi para o meu avô me mandar de volta para o Canadá e me matricular aqui.

– Mas como sabe que ela estuda aqui? – um dos meninos perguntou. – O Canadá é enorme, de repente ela também se mudou...

Jacob sorriu, sem graça, e deu de ombros.

– Eu não sei, eu sinto que vou encontra-la. – ele disse convicto.

Um das meninas praticamente se jogou em cima dele, sorrindo abertamente.

– Diz novamente como ela é! – ela pediu.

Os olhos de Jacob brilharam.

– Ela parecia um anjo. Ela era doce, sempre preocupada. Não se irritava com frequência, mas quando me via em cima de alguma árvore querendo pular, ela ficava emburrada e gritava para eu descer, caso contrário roubaria todos os meus doces. – ele disse rindo.

Todos na mesa riram baixinho.

– E como ela era, assim, de aparência? – outra menina perguntou.

– Ela era muito branca, tinha os olhos verdes e os cabelos bem escuros. – ele disse.

Suspirei e decidida a sair dali, passei pela mesa deles. Senti todos na mesa se calarem, e olhares queimando em minhas costas. Parei e me virei, olhando para o rosto de cada um, séria.

Eles engoliram em seco, e eu crispei os olhos. Vi Jacob arquear as sobrancelhas e me olhar atentamente, profundamente. O ignorei.

– Perderam algo? – perguntei com a voz dura.

– N-Não! – os garotos gaguejaram.

Assenti e me virei, voltando a andar novamente. Mas ainda pude escutá-los dizer algumas coisas:

– Sem chance de ser ela! – um dos meninos disse.

– Verdade, Jacob disse que a garota que ele ama era doce... – uma menina falou. - Isso não se encaixa muito na Presidente.

Revirei os olhos. Logo encontrei Alice e Rose debaixo da mesma árvore de ontem, e me sentei ao lado delas. Alice sorriu para mim e me passou uma caixinha de suco, que recebi de bom grado.

– Bella, eu tenho uma ótima notícia! – Alice disse animada.

Eu a olhei por alguns segundos, e me virei para Rose.

– Tenho que ter medo? – perguntei.

Rose fez uma expressão penalizada, e assentiu. Alice riu e revirou os olhos.

– Nós vamos nos encontrar com Jasper nesse Sábado! – falou animada e batendo palminhas.

Eu e Rose suspiramos, forçando um sorriso. Alice botou a mão na cintura.

– Animação, gente! Vamos realizar nosso sonho! – ela disse fazendo biquinho.

– “Nosso” sonho, não! SEU sonho! – Rose corrigiu rapidamente.

Alice revirou os olhos.

– Enfim, Bella você tem que ter um celular para nós nos comunicarmos. – Alice disse.

– Eu já tenho um. – falei.

Minha mãe havia comprado um celular para mim... Ele só não havia saído da caixa ainda.

– Como você já tem um celular e não nos dá o número? – Alice perguntou chateada.

– Eu não sei o número. – falei, bebendo um gole do meu suco e voltando a falar. – Nem tirei o celular da caixa ainda.

Rose riu.

– Ai Bella, só você mesmo. – Alice resmungou. – Trate de tirar o coitadinho da caixa, e o traga amanhã, ok?

Assenti, dando de ombros. Logo começamos a conversar amenidades, - mas não importava o assunto em que entrávamos, terminava com Alice falando sobre o tal Jasper.

Ela realmente está ansiosa...

[...]

Já era Quinta-feira, e só então Edward deu o ar de sua graça, após ter faltado à escola dois dias.

– Quem é vivo sempre aparece! – falei ao vê-lo encostado na mureta, ao lado do portão do colégio.

Ele levantou os olhos para mim, e sorriu fracamente. Estranhei sua aparência cansada, e as olheiras debaixo dos olhos. Ele parecia pior do que nunca...

Controle a vontade de perguntar o que aconteceu, Isabella! Controle!

Mordi o lábio inferior, e não aguentei.

– O que aconteceu? – perguntei.

Ele arqueou as sobrancelhas e suspirou, balançando a cabeça negativamente.

– Nada importante. – murmurou. – Preocupada?

Revirei os olhos, tentando disfarçar o constrangimento. Eu não estava preocupada, estava? Apenas curiosa. Sim, é isso.

– Você não pode faltar assim. – mudei de assunto. – Tem que ter atestado médico, sabia?

Seu sorriso sumiu de seu rosto, e ele abaixou os olhos, apenas assentindo. Logo ele me olhou novamente, forçou um sorriso, e me deu as costas, entrando no colégio.

O que ele tem, afinal?

O resto do dia se passou com Edward viajando durante as aulas. Eu o pegava olhando para o nada, pensativo. Controlei ao máximo minha vontade de ir até ele e perguntar o que ele tinha, mas eu não podia. Não podia demonstrar interesse.

Na saída, eu me despedi das meninas e fui direto para o Café. O dia foi como todos os outros, mas sem a presença do Cullen. Há uma semana ele não ia. Há uma semana andava estranho.

Droga! A curiosidade está me corroendo!

Será que era algo relacionado à sua família?

– Bell! – um dos clientes me chamou.

Forcei um sorriso e fui atende-lo. Eu tenho que parar de pensar no Cullen. Tenho que focar na minha vida. Edward não importa, afinal.

Não é?

Céus, eu já não sei mais de nada!

[...]

Já estava quase na hora da saída. Minha turma já havia sido liberada, já que um dos professores havia ficado doente. Fomos suspensos das últimas aulas, mas eu teria que permanecer mais um tempo no colégio para resolver algumas coisas no Conselho. Eu fazia a ronda pelo pátio, quando vejo um amontoado de alunos ao redor de uma das árvores. Crispei os olhos, tentando ver o que eles olhavam. Bufei ao ver Jacob Black em um dos galhos, aparentemente se preparando para pular.

Qual é a dele com árvores? É um hobbie ficar se pendurando por aí e pulando? Ele não sabia que poderia quebrar uma perna fazendo isso, ou até quebrar o pescoço?

Salário, cadê? Tenho que ter um por aturar essas coisas!

– Pula logo! – um dos seus amigos disse.

Jacob riu, e quando se preparou para pular, eu apareci.

– Pode parando! – gritei.

Ele estacou onde estava me olhando.

– Desce daí, garoto! – mandei.

– Ah Isabella, deixa de ser chata! – ouvi um menino dizer.

Olhei para ele na hora, crispando os olhos, e ele engoliu em seco dando um passo para trás. Voltei minha atenção ao Black, e ele me olhava profundamente com uma expressão boba.

– Não ouviu? Desça!

Ele abriu a boca para falar algo, mas não disse nada. Seu olhar vagava pelo meu rosto. Bufei impaciente, colocando as mãos na cintura. Levantei mais o meu rosto para olhá-lo, e por causa disso o elástico que prendia meu cabelo em um rabo de cavalo soltou, e meus fios caíram sobre os ombros. Ignorei isso, depois eu ajeitava.

– Desça daí agora, Jacob Black! – falei alto.

Ele arregalou os olhos, e segundos depois sorriu abertamente. O que esse garoto tem? Levei um susto quando ele projetou seu corpo para frente, e dei dois passos para trás, assim como todos os outros. Ele aterrissou no chão, e eu já me preparava para gritar o quanto ele era irresponsável por fazer aquilo quando, do nada, ele ficou de pé e quebrou a distância entre nós, me abraçando apertadamente.

– É você, Bells! – ele disse feliz.

Ouvi todos arfarem ao nosso redor, e alguém xingou surpreso. Tentei me soltar dele, mas era impossível. Também, com aqueles músculos que ele possuía, eu duvidava que algo pudesse se soltar por conta própria dele.

– Er... O que você está fazendo? – perguntei tentando soar educada.

Ele me apertou ainda mais em seus braços, mas logo se separou, ainda me segurando pelos cotovelos. Seu sorriso era estonteante, e ele não tirava os olhos de mim.

– Eu sabia que te conhecia de algum lugar! – falou animado. – Você está tão diferente! Está tão... Tão linda!

Arregalei os olhos, olhando para ele como se ele tivesse duas cabeças.

– Desculpa, mas eu não... – murmurei, sem saber ao certo o que dizer.

E num estalo, eu lembrei.

Era impossível não lembrar, ao olhar em seus olhos.

Céus, o que ele fazia aqui?!

– Jake?! – perguntei surpresa.

Se possível, ele sorriu ainda mais. Nem de longe ele parecia aquele garotinho magrelo e de cabelos longos que brincava comigo quando eu era pequena! Ele agora tinha um porte atlético, e músculos. E seus cabelos estavam curtos e arrepiados... Caramba, ele mudou tanto...

Eu sabia que o conhecia de algum lugar!

– Oh meu deus! – exclamei surpresa. – Você... Você...

Ele riu.

– Você não foi a única que mudou, Bella! – ele disse, me olhando com um olhar terno.

– Mas os seus cabelos... – murmurei. – Eram grandes e agora... E você era magro...

Ele deu de ombros, ainda rindo.

Suspirei.

Ela é a Bella? – ouvi murmurarem.

Mas ele não disse que a garota era doce e fofa?

Eu lembro dele dizendo que ela parecia um anjo também... Bom, bonita a Presidente é, mas ela está mais para demônio e...

– Vocês não têm aulas para assistir?! – perguntei alto, fazendo todos se calarem.

Rapidamente os alunos foram se espalhando, e eu me vi sozinha com Jake. Ele ainda me olhava, aparentemente feliz.

– Você mudou muito. – ele disse. – Mas ainda continua a mesma.

– Não continuo, não. – falei.

Ele sorriu, levantando a mão e acariciando meu rosto de leve. Sobressaltei sobre o seu toque, surpresa.

– Continua, sim. – ele murmurou.

Ouvimos um pigarro, e ao olhar para trás vi o Cullen. Ele tinha as mãos nos bolsos da calça, e uma expressão séria no rosto. Seu olhar focado na mão de Jacob em meu rosto.

– Preciso falar com você. – ele disse com a voz dura.

– Agora? – perguntei.

Ele apenas assentiu.

Eu me virei para Jake, e ele olhava para Edward com uma expressão séria. Ai caramba.

– Jake, depois nos falamos, ok? – falei.

Ele assentiu, sorrindo levemente. Rapidamente deu um beijinho em minha testa, para a minha surpresa, e foi em direção à entrada do colégio. Virei-me para Edward, que me observava com uma expressão estranha.

– Parece que ele finalmente encontrou o amor perdido dele. – ele disse com um tom zombador.

– Diga logo o que quer. – falei.

Ele ficou sério novamente, e me olhou profundamente. Senti meu rosto esquentar sob seu olhar, e desviei meus olhos dos seus.

Minutos depois, ele falou, e eu senti um frio na barriga com suas palavras:

– Eu vou embora.

Engoli em seco, olhando para ele com os olhos arregalados. Mas como...

– C-Como assim? – gaguejei.

Ele suspirou, olhando para um ponto fixo no gramado.

– Lembra-se do que eu te contei? Sobre a minha família? – ele perguntou, e eu assenti. – Lembra-se do que eu disse sobre o meu irmão?

– Sim. – murmurei com a voz fraca.

Por que minha voz estava fraca?

– Ele é responsável por algumas empresas da família, mas há pouco tempo ele descobriu que está doente. – ele murmurou. – Descobriu que tem um câncer. E a doença já está em um estágio avançado...

Engoli em seco. Ele... Ele...

– Não há mais ninguém para ficar em seu lugar... Além de mim. Apesar de ser o filho bastardo, as empresas também estão no nome da minha mãe, então pertencem a mim também.

– Então quer dizer que você... – murmurei incerta.

– Eu vou embora. – ele disse, me olhando nos olhos. – A sede das empresas fica em Nova Iorque. Mas James concordou em me deixar terminar o colegial, e aí sim eu irei embora.

– Então você ficará até o fim do ano? – perguntei com a voz falha.

Ele assentiu, ainda com os olhos nos meus.

– Apenas quatro meses. – ele murmurou. – James está se tratando, mas o tratamento apenas retardada o avanço da doença. Seus médicos afirmaram que ele tem pouco mais de um ano de vida, ou menos.

Ficamos em um silêncio sepulcral, e eu não sabia o que dizer. O que eu falaria? Pediria para ele ficar? Não mesmo. Edward não significava nada para mim.

Significava?

Por que meu peito dói tanto? Por que meus olhos ardem? Por que eu me sinto cada vez mais estranha perto desse... Desse Alien Pervertido?

– Por que veio me dizer isso? – perguntei com a voz mais recomposta.

Ele me olhou por alguns segundos, até sorrir sem humor e dar de ombros.

– Eu não sei. – murmurou, e seu olhar ficou perdido por alguns instantes. – Eu não sei, eu só...

Ele engoliu em seco, desviando os olhos dos meus. Edward suspirou, forçando um leve sorriso para mim.

– Esqueça isso. – pediu. – Eu tenho que ir agora. Até.

Sem me dar chance de falar mais nada, ele me deu as costas e se foi. Quando ele já estava longe das minhas vistas, foi como se algo pesado de repente tivesse caído em cima de mim. Senti meu corpo ir ao chão, e me abracei de forma protetora. Um soluço escapou pelos meus lábios, e eu senti meus olhos úmidos, Passei uma mão pelo rosto, e vi que chorava.

– Por que eu... – murmurei para mim mesma.

Meu peito doía, e eu não sei... Por quê?

Por que estou chorando?

Por que sinto uma dor tão grande?

Por que ele vai embora?

Por que eu sinto que devia ir até ele, nesse momento, e implorar para que ficasse?


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Notas finais do capítulo

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH, Bella já tá começando a ficar mais "in love", hahahah!
E aí? Gostaram? Mandem reviews, gente! A fic já está na reta final!
Beeeeeeeeijos!