Enjoy the Silence escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 8
VII. Antiquada.


Notas iniciais do capítulo

Ok, primeiro de tudo eu quero saber se tem algum hospedeiro que tá surtando COM A ESTREIA DE A HOSPEDEIRA. MDS, eu não poderia estar mais animada! E droga! Recife é tão... aff, não vai ter pré-estreia! Que raiva! Mas no outro dia eu vou estar fielmente nas fila do cinema para assistir. Ok, segundo de tudo eu quero agradecer a todos que comentaram no último capítulo ♥ Comentem, fantasminhas ou eu faço com ES o que eu estou ~lentamente~ fazendo com Alex. Sério, não é por querer... é a inspiração que não vem - e olhe que eu sou bem inspirada normalmente. Enfim, beijossss, pessoas ♥ se alguém já leu/quer ler A Hospedeira pode vir falar comigo, eu preciso comentar com alguém isso! ♥ hahah, comentem! ♥



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Eram sete horas da manhã e eu já estava pronta para a escola, a animação me despertando mais cedo que o normal do meio sono que tive. Eu sabia bem o que eram aquilo e era realmente ridículo me sentir animada somente para ver Edward como se eu já não o visse todos os dias. Não era só ver, era beijar e entrelaçar meus dedos em seu cabelo macio e cheiroso… não que eu quisesse fazer isso na frente de todo mundo.

Mas foi um banho de água fria quando eu descobri que Edward tinha saído mais cedo e quem me levaria para a escola, assim como em dias normais, seria Riley. Comi desanimadamente e andei com preguiça até o meu carro e suspirei ao entrar no banco passageiro, recebendo um sorriso solidário de Riley que sabia sobre o meu pavor de deixar alguém tocar no meu bebê e até fazia umas piadas dizendo que seria cuidadoso.

Naquele dia, porém, minha paciência era zero, então para não ser chata com ele, encostei meu rosto na janela e esperei que chegasse logo na escola. Ele deduziu que eu estava com sono, e não falou mais nada, apenas dirigiu em silêncio para a minha escola. O estacionamento estava um inferno, cheio de pessoas do último ano chorando abraçadas a outras igualmente dramáticas.

Eu não entendia porque elas estavam fazendo aquilo quando ainda se tinha a formatura, o maldito e desnecessário baile de despedida. E ainda tinha o fim do dia, elas podiam me poupar de tantas lágrimas tão cedo do dia. Minha paciência estava tipo… limitada ao extremo por tudo que acontecera em poucos dias. Eu falava como se alguém estivesse se agarrando ao meu pescoço em lágrimas, mas a verdade era que me dava nos nervos olhá-las.

Alice era igualmente incrédula quando se tratava de drama — o que era estranho já que ela me parecia ser daquelas pessoas a qual na primeira oportunidade já se debulhava em lágrimas — e zombou da habilidade de ser ridículas que algumas garotas tinham ao precisar de água com açúcar para se acalmar. Rimos silenciosamente, encarando-as da mesa mais escondida que tinha no refeitório, mas que nos dava uma visão privilegiada.

— Olha só… patético. — O tom de voz dela foi enojado enquanto apontava discretamente para uma mesa onde uma menina chorava com o rosto escondido no ombro do namorado. — Se eu tivesse um namorado, não deixaria que ele fosse para uma faculdade diferente da minha… eu iria junto se o amasse…

— Namorar antes da faculdade é cilada. — Murmurei.

E então me parei. Eu aceitaria namorar Edward se ele me pedisse… e o que diabos eu estava pensando? Só nos beijamos duas vezes e não significava que tínhamos algo sem ser saliva compartilhada. Eu tentava falar isso para a minha mente que teimava em criar esperanças em ter, talvez, outro beijo e outros arrepios. Só talvez. Eu entenderia se não tivesse… mentira, não entenderia nada e o ignoraria por vergonha o quanto eu pudesse.

Queria que para Edward tivesse significado algo a mais, algo do tipo compromisso. Queria que ele fosse antiquado o bastante para achar que por ter me beijado, tínhamos de trocar mais outros beijos e namorarmos. Eu o namoraria, eu o beijaria, eu o tocaria… daquela vez eu realmente queria sentir a pele de alguém e não só por sobre a camisa, por baixo. Queria que Edward, e nenhum outro mais, me tocasse, descobrisse todos os segredos de minha pele…

E que merda eu estava pensando? Senti-me corar quando Alice ergueu a sobrancelha para mim, avaliando-me com seus olhos perspicazes e que me conheciam melhor do que eu mesma. Tanto em tão pouco tempo.

— O que está escondendo de mim, Isabella? — Perguntou ela, forçando seu rosto a demonstrar a seriedade que ela queria.

— Nada! — Eu arregalei meus olhos e disse isso rapidamente. — Por que estaria?

— Você não me engana! — Ela exclamou, inclinando-se tanto na mesa que eu pensei que talvez ela quisesse usar a violência como modo de me fazer falar. — Vamos, Isabella, me fale… você está com cor nas bochechas e… quem andou beijando? Por quais becos andou se amassando? Me diga!

Eu sorri e neguei com o rosto, surpresa demais para falar algo. Olhei para a mesa alva e risquei com minhas unhas figuras abstratas até ter certeza que eu mentiria numa boa para Alice se ela resolvesse me pressionar mais um pouco. Eu simplesmente não podia sair por ai falando que o irmão dela tinha me beijado e eu tinha gostado. Ele tinha 23 anos e… e era inacessível demais para mim.

Que tipo de homem de 23 anos quereria uma garota como eu de 17 anos? Por favor, até eu mesma sabia que as chances eram mínimas. E minha mente masoquista insistia em dizer que eu ainda tinha alguma chance, por mínima que fosse… ela dizia que se ele não me quisesse, ele não teria chegado a me beijar. Por uma parte eu torcia para que fosse verdade, mas por outra eu não tinha nem mesmo esperanças.

Eu era um corpo feito de células de confusão.

— Eu não… — Minha voz falhou e eu limpei minha garganta. — Eu não saí de casa ontem e…

— Não precisa! Eu vi uns seguranças muito gatos quando eu passei por lá e, meu Deus do céu, Bella, no seu lugar eu estaria perdida com esse tanto de homem bonito e gostoso ao meu redor. Tem um loirinho lá que… céus, ele poderia me levar para o quarto assim que pôs os olhos em mim. — Ela disparou a falar, sorrindo maliciosamente na minha direção.

— Loiro? Como que ele é? — Eu estava desesperada para mudar o assunto na direção dela já que em alguns segundos a mais de pressão ela acertaria em cheio quem eu havia beijado.

E eu consegui, ela se inclinou na minha direção e apoiou os dois

— Ele não tem barba e tem uns olhos escuros…

— Jasper! É ele quem fica na porta, não é? Ele é solteiro — A observei soltar um sorriso largo e satisfeito quando eu falei aquilo. — e… você quer que eu fale com ele? Ah sim, eu conseguiria fazer isso para você… — Dessa vez foram meus lábios que se desmancharam em um sorriso.

— Não! — Alice arregalou os olhos com terror. — Não, Bella, por favor…

— Tudo bem! — Ergui as mãos em um ato de rendição e logo as abaixei para pegar o único pedaço de pizza que tinha em minha bandeja, levando-o a boca com mais fome que o normal para mim.

Talvez o fato de eu não ter jantado nem tomado café-da-manhã contribuísse para isso e eu poderia ficar até o final do horário escolar sem comer nada e ainda sim ficaria bem. Eu estava acostumada a ficar com fome do tanto que minha mãe demorava a chegar em casa e fazer meu jantar quando ainda morávamos em Forks. Às vezes ela nem prestava atenção e ia logo dormir, fazendo-me ser obrigada a fazer alguma coisa para comer. Eu perdera a conta de quantas vezes eu me queimara com o fogo ou até mesmo fora dormir com fome…

Deixei essas lembranças para lá e me concentrei na voz de Alice dizendo-me que estava feliz por ter sido aceita na UCLA e o quanto não imaginava que isso aconteceria. Ela tinha certeza que seria massacrada e não seria aceita em nada — mesmo sendo impossível por suas ótimas notas. Ela ainda falou que estava feliz por eu ter passado em Cambridge e que já sabia disso tudo.

— A noiva do meu irmão está tão insuportável que nem ele está a aguentando mais! — Ela exclamou enquanto caminhávamos para o estacionamento. — Domingo eles brigaram pra caramba e provavelmente vão brigar hoje também.

Eu parei, franzi meu cenho e a olhei por alguns longos segundos. Em reflexo da minha ação, ela também parou, devolvendo o meu olhar confuso. Ela esperou que eu falasse alguma coisa, mas minha mente travou no momento que ela disse “Noiva do meu irmão” e eu sabia bem que ela só tinha Edward de irmão. Sendo assim ele quem teria uma noiva que não havia sido mencionada por ele a mim…

— Noiva?

— É… eu te falei, lembra? Quando nos conhecemos eu disse que estava indo morar com o meu irmão e a noiva dele. Já se esqueceu, Bellinha? — Ela sorriu e tocou o meu ombro. — Mas do jeito que eles estão brigando aposto que não dura mais que duas semanas.

— Edward?

— Sim, dã. — Ela revirou os olhos ainda sorrindo. — Quem mais seria?

Eu fiquei por alguns instantes parada enquanto ela caminhava na direção do carro onde Edward estava parado com nenhuma expressão de culpa em seu rosto cínico. Eu não daria meu ataque de raiva agora, não daria porque tinha autocontrole e seria um vexame falar uma coisa dessa junto de Alice. Então fui paciente e entrei no banco de trás do carro, deixando que ela fosse ao lado dele.

Tudo que eu não queria no momento era ficar ao lado dele e me lembrar de tudo que ele me fez sentir apenas algumas horas atrás. Odiava-me por isso, odiava-o mais ainda. Sentia-me usada e enojada de meus próprios lábios como se eles tivessem sido violados de alguma forma quando na verdade eu quis aquilo. Eu ansiei por aquele beijo.

Edward teve um dia ruim com a sua noiva e me usou como forma de distração por alguns míseros minutos. Perguntei-me se ele achara que valera a pena, se eu havia realmente o distraído por mais mínimo que fosse. De qualquer jeito, eu podia sentir a vergonha e a humilhação exaladas por meus poros e pensava que qualquer um poderia saber como eu me sentia de acordo com as minhas malditas bochechas vermelhas e olhos baixos.

Não queria olhar para cima e vê-lo me observando pelo retrovisor, não queria olhar para a cara dele hoje. Nem nunca mais. Traição era a pior coisa que um humano poderia cometer a outro… era a pior coisa que alguém poderia me cometer. Eu odiava ser enganada e eu sentia tanto por tê-lo beijado. Sentia pela desonra — e sim, eu costumava ser bastante antiquada — que causei a quem quer que fosse a sua noiva.

— Bella, o que houve? — Perguntou Edward assim que chegamos ao estacionamento da minha casa. Não sequer me dei ao trabalho de conter minha raiva.

— Você, seu bastardo imbecil, que deveria estar sendo indagado sobre o que aconteceu! — Eu cuspi as palavras em seu rosto, erguendo-o para que eu não ficasse tão abaixo de seu queixo. Eu sentia a quentura tomar conta de minhas mãos e do meu rosto, e sabia que em breve eu estaria socando-o com os olhos marejados.

Mas não, não! Eu não choraria ou o deixaria saber que aquilo havia me machucado tanto a ponto de afetar meus canais lacrimais. Ele não merecia aquilo. E não fora só sua noiva que havia sido envergonhada com a sua atitude, eu concluí por fim, eu também havia sido. Da pior forma que existia! Um beijo para depois tomar um banho de água fria ao saber que o maldito tinha uma noiva.

Uma noiva. O relacionamento deles era tão avançado a ponto de ele a ter pedido em casamento. Casamento! Será que Edward sabia o quanto aquilo era sério e exigia um compromisso maior do que ele estava tendo? Pessoas comprometidas não saiam beijando outra sem ser seu companheiro por aí!

— Bella, o quê…

— Isabella pra você. Agora é Isabella, Edward. — Engoli em seco e respirei fundo, observando suas sobrancelhas franzidas. — Por que não me disse que tem uma maldita noiva?

Ele não esperava por isso, pude perceber pelo modo que seus olhos se esbugalharam e ele os desviou para outro lugar. Esperei impacientemente que Edward começasse a negar e dizer que havia ocorrido algum engano porque, sim, eu ainda tinha esse tipo de esperança tola. Mas ele não o fez, apenas desviou os olhos dos meus e franziu a testa, afastando-se um pouco de mim. Foi exatamente naquela hora que eu quis lhe dar um soco e não o fiz por consideração a Alice.

— Eu… ´— As palavras pareciam ter se desviado dele. 

— Você não planejava me contar, planejava?

— Sim, mas não desse jeito… — Deixei que ele falasse, deixei que ele colocasse uma mão em meu rosto para não me fazer desviar os olhos dele. — Bella, eu… eu gosto de você. Consegue entender isso? Gosto de você. — Seu rosto estava tão próximo que eu não tinha problema algum para escutar suas palavras sussurradas.

Eu prensei meus lábios, desviando meu rosto quando ele tentou me beijar mais uma vez. Eu queria, droga! Eu queria tanto o beijar que chegava a doer, mas não era certo… ele tinha uma noiva e por mais que sua desculpa de “Gosto de você” fosse boa o bastante para me convencer, não era o suficiente para minha mente. E o seus olhos implorativos quando ele abriu foi demais para mim, se ele me prendesse na garagem por mais alguns minutos tinha certeza que cederia sem pensar duas vezes.

Então lhe disse:

— Não é o suficiente.

Eu poderia ter dito a ele que também gostava dele e enumerar as várias coisas que ele me fazia sentir, mas não disse nada. Nem queria dizer. Isso só levantaria uma fraqueza a mais sobre mim e não queria que ele tivesse conhecimento sobre aquilo.

Não foi muito difícil fazer com que ele me soltasse depois. Naquele dia eu não nadei nem tive vontade de me levantar da cama aconchegante e quente, apenas fiquei deitada até minha mãe me forçar a jantar já que segundo ela eu não estava alimentando-me bem e estava ficando só pele e osso. E era mentira, eu conferi isso me olhando no espelho logo depois de tomar banho para ir dormir.

Dias normais e tediosos que eu passei lendo a coleção de livros que eu tinha na minha estante se passaram até que chegou a desejada formatura. Àquela altura eu já tinha relido a carta de Cambridge mil vezes até ter decorado cada simples palavra que tinha impressa nela com atenção para o meu nome. “Isabella Swan, nós temos a honra…” Que nada! Eu que me sentia honrada em poder pisar lá.

Ignorei Edward com todas as minhas forças e apesar de ele estar tornando aquele ato difícil de fazer com todos aqueles olhares na minha direção, consegui. Até Alice estava percebendo o clima tenso que tinha entre a gente e eu tive que inventar uma mentira que não a convenceu nada. Ela era perceptiva demais para se deixar enganar tão fácil.

A formatura foi a coisa mais  normal e tediosa de todo o mundo todo, eu já sabia de cor o que fazer e toda a coisa de jogar o chapéu para cima. A beca estava me matando de calor e por um momento eu pensei em tirá-la, mas então o diretor me chamou para que eu recebesse o bendito diploma e todos os pensamentos que eu tinha em minha mente se desfizeram ao sentir sua mão suada apertando a minha.

Recebi abraços de Alice que, agora e por razão, chorava desolada em meu ombro dizendo que passaria todas as suas férias na minha cola já que eu ia para a Inglaterra. Ela dizia que eu era a melhor amiga que alguém poderia pensar em ter e rindo sarcasticamente, concordei com ela, gabando-me por um momento até meu riso murchar ao perceber Edward lutando para escapar da multidão e nos alcançar.

Merda! Eu deveria saber que ele viria para a formatura de sua irmã e ainda me surpreendi ao não ter ninguém ao seu lado, segurando-lhe o braço possessivamente.

— Parabéns! — Ele disse animado para Alice, fazendo-a se soltar de mim e se pendurar no pescoço dele.

— É… eu vou procurar meus pais. — Murmurei.

— Eles já foram porque Charlie estava atrasado. — Edward disse antes que eu me afastasse da cena familiar. 

— Ah…

— Parabéns, Bella. — Ele murmurou para mim assim que Alice soltou-se de seu pescoço e se meteu não sei onde na multidão que gritava e chorava ao nosso redor. Pude ver seu pomo-de-adão se levantando e abaixando na medida em que ele engolia em seco e me fitava, esperando que eu falasse algum agradecimento.

O fitei por mais alguns segundos e assenti por fim, baixando meu rosto para os meus pés. Olhar para os olhos dele era demais para a minha mente.

— Eu tenho tentado conversar com você, mas…

— Edward — Minha voz era torturada e eu queria sair correndo dali naquele momento. Não queria olhá-lo, não queria olhar para ele nem muito menos escutar que ele queria conversar comigo. —, você está tornando as coisas difíceis demais. — Levantei meu rosto para ele e respirei fundo. — Já conversamos tudo que deveríamos.

— E você continua a não entender os meus sentimentos por…

— A única pessoa por quem você deve ter sentimentos é por sua noiva. Não por mim. — Minha voz foi completamente ao contrário de como eu me sentia. Foi dura e firme como se eu tivesse decidida que aquilo era realmente o que eu queria. — Eu não quero ser a garota com quem você a traiu, consegue entender isso?

Ele pegou a minha mão com delicadeza. Edward não prendeu minha mão com a dele, ele somente a segurou e a deixou livre para sair quando eu bem entendesse… mas esse era o problema. Eu não queria sair dali. E ele ainda estenderia uma mão para o meu rosto se eu não tivesse negado rapidamente, saindo de perto dele antes que eu me deixasse levar pelo instinto que eu tinha de me aproximar.

Foi um caos quando eu cheguei em casa e minha mente em pico contribuiu para isso. Por meus pais terem chegado mais cedo e terem me deixado lá, eles tiveram tempo para usar a maldita chave reserva que tinha no meu quarto e procurarem a carta. Sim, eles fizeram isso e tiveram tempo de sobra para queimá-la e mostrar-me ela se deteriorando ao fogo, o papel não mostrando imponência alguma a destruição do fogo.

Eu fiquei por um tempo olhando-a em vez de tentar apagar como da última vez e depois enquanto lágrimas silenciosas escorriam por meu rosto, prensei meus olhos e virei-me para olhar para as pessoas que deveriam ser meus pais. Não, aquilo não eram eles! Alguma coisa ruim deve ter tomado seus corpos e substituindo suas mentes bondosas que fariam de tudo para o meu sonho se realizar por mentes que acabavam e queimavam este mesmo.

Funguei enquanto os olhava, os olhos cerrados em uma tentativa vã de fazer as lágrimas pararem. Não pararam, se intensificaram ao ver o rosto de Charlie lívido de emoção e seu olhar frio me avaliando, avaliando minha reação ou a falta dela. Meus olhos observaram Renée que tinha os lábios juntos e a testa franzida e por aquela expressão eu pude perceber que ela era contra aquilo. Só estava sendo submissa ao monstro que era seu marido.

E infelizmente meu pai.

— Você não vai para a Inglaterra. — Ele disse, quebrando o silêncio.

Passei a língua por meus lábios ressecos e saí da cozinha, indo direto para o meu quarto — e mesmo que fosse inútil — trancando minha porta com a chave que eu ainda tinha.

Enquanto algumas pessoas de minha turma comemoravam em alguma festa que teria na casa do babaca do Newton, eu fiz minhas malas. Eu estava embravecida demais para permanecer na mesma casa que Charlie e para não deferir um soco contra o seu rosto ridiculamente soberbo, era preferível que eu passasse minhas férias — e o resto da minha vida — sozinha a estar no mesmo teto que ele. Era melhor para ele.

Era de madrugada quando eu terminei de arrumar tudo importante para mim dentro de duas malas e arrastando tudo com as duas mãos, fazendo o mínimo barulho possível, saí para o frio do estacionamento.

Olhei para a porta de minha casa a tempo o suficiente de ver minha mãe sair desesperada por ela, somente de camisola e o cabelo solto como ela nunca deixava ou era permitida a deixar. Ela tinha o rosto banhado de lágrimas — uma coisa rara já que Charlie sempre a repreendia quando ela se deixava chorar. E apesar de querer voltar e pedir para que ela viesse comigo — porque ela era a única pessoa boa —, não o fiz. 


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Notas finais do capítulo

Ok, é incrivelmente idiota falar isso aqui, mas plmdds, eu tenho vergonha desse capítulo. Principalmente quando a Bella fala sobre beijar o Edward e o tocar... enfim, pfvr, interajam comigo, ok? Quero saber o que vocês estão achando, por isso comentem! Beijosssss, boa noite!