Leah E Benjamin: Amor Ou Impressão? escrita por DragonFly


Capítulo 16
Adeus, La Push!


Notas iniciais do capítulo

Oláaa, tem alguém ansioso por aí?
Espero que gostem!
xoxo



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Acordo antes do sol nascer, mas sinto como se houvesse luz em toda parte, pois vejo meus companheiros de caçada tão claramente que parece dia. Tudo porque sou uma boba e estou na defensiva por todos os motivos que acumulei ontem. Não quero pensar nele, mas como evitar, se ele anda logo à minha frente, despreocupadamente? Será que ele não tem remorso algum? Por que parece que estou pensando em voz alta e ruborizando por isso? Argh, melhor ativar o modo Leah 2.0 agora e dar patadas no primeiro que tentar qualquer aproximação.

Para minha sorte, ou azar, kate parece querer conversar. Está caminhando ao meu lado, ao invés do de Garret. Não vou cortá-la imediatamente, mas não a deixarei arrancar qualquer coisa de mim. Não hoje. O sol já clareou parte do nosso caminho entre árvores, mas só o que vejo são os três vampiros. Há uma luz que os envolve e nos faz pensar que são anjos. Isto se eu não soubesse, claro.

Os garotos lobo parecem entretidos em uma conversa sobre qualquer coisa a respeito de estraçalhar traseiros, mas não tenho ânimo para sugestões. Sei que não devia abaixar a cabeça, mas não posso fingir que está tudo normal.

- Pensamentos demais? - Kate sorri e, mais uma vez, parece haver um raio de sol brilhando em seus dentes.

- Hum, posso dizer que sim.

- Algo que eu possa fazer?

- Não. - Ninguém pode fazer nada, nem mesmo saber.

- Tudo bem, mas se precisar, acho que você entende que pode confiar, certo?

- Aham. - Eu volto aos meus pensamentos e continuo o cego caminho de luz.

Suhen não olhou para mim sequer uma vez, Benjamin só desejou bom dia, mas sinto que há algo que não estão falando. É claro que há. Suhen planeja algo, Paul já me alertou sobre isso. É só uma questão de tempo até acontecer e eu preciso bolar uma boa desculpa para evitá-lo. Acho que não terei que evitar o Garoto Dourado, pois ele parece fazer isso por mim.

Desisto de tentar entender o que se passa e continuo a andar. O dia não está rendendo. Não conseguimos nenhuma nova pista e os poucos rastros que nos restam estão enfraquecendo. Não sei como, mas aqueles sangue-sugas malditos estão mesmo nos passando para trás. Não podemos permitir. Não posso fracassar. Estão todos desanimados, embora não queiram admitir. Não quero me permitir ser pessimista, mas minha vontade é correr e alcançá-los antes que desapareçam de vez, pois eles sumirão logo.

Algumas horas depois do início da caminhada, estamos parados no meio do nada, literalmente. Onde deveria haver árvores, ou melhor, parte da floresta e uma pequena aldeia, agora é só cinzas. Não há mais fumaça, o que significa que está assim há algum tempo. Estranho. Não ouvimos falar de nada assim. Logo a diante encontramos alguns homens fazendo a limpeza do local, trabalhando com dragas e pás e muita tristeza no rosto, ou talvez seja apenas cansaço...

- Senhores, o que houve aqui? - Jacob toma a frente do grupo e se aproxima dos homens, esperando a resposta.

- Destruíram tudo, foi o que houve. Não sobrou nada. Os moradores escaparam por pouco, quase todos, na verdade. Alguns estão desaparecidos. Três deles.

- Sei, sinto muito, mas o que causou o incêndio?

- Incêndio? - Agora o homem se vira para seus companheiros e se volta para nós com um estranho e sinistro sorriso no rosto. - Isto foi uma represália pelo que o pessoal fez com um deles. - Opa, isso está estranho!

- Deles?

- É, atearam fogo em um deles e seu grupo chegou logo depois, salvando a pele dele e acabando com vila.

Após a conversa com aqueles homens temos certeza de que estiveram por aqui e nos deixaram mais um sinal. Mas por quê? O que querem, que paremos? Não vamos retroceder. Pensando nisso, decido tomar a frente de algo, pela primeira vez, antes que as coisas não possam ser consertadas.

- Precisamos ir agora!

- Estamos indo...- Jacob não entendeu minha ideia.

- Não podemos perder tempo! Temos que nos aproveitar do que somos, não perceberam ainda? Nunca chegaremos até eles se estivermos assim, tão calmos e humanos! - Acho que agora entenderam, pois Paul acena e Jacob olha para Suhen.

- Certo. Vamos à frente, como lobos e vocês, vampiros irão atrás de nós. Se encontrarmos algo vocês não demorarão a nos encontrar.

Finalmente, uma decisão decente. Passamos nossas mochilas para os três vampiros e seguimos em direção à floresta para tomarmos nossa forma mais útil. Como lobo, sou forte, destemida e descomplicada, não essa garota confusa e mal humorada que sempre será aquela que Sam deixou. Estamos em formação, a toda velocidade pela floresta e os rastros estão até mais vibrantes agora. Não temos como saber se os vampiros nos seguem, mas temos que confiar que estarão logo atrás quando precisarmos. Eu confio. Há rastros de sangue em cada perímetro do solo e dos troncos das árvores, mas nada que nos faça parar, pois não podemos nos distrair agora. Minha mente só registra os borrões verde da floresta que fica para trás enquanto derrapo nas pedras tentando encontrar uma forma de parar. O solo se tornou pedregoso e escorregadio pela água que não previmos, é impossível evitar a queda. Sei que estamos todos caindo por um vazio de muitos metros, sem conseguir segurar com as garras. É uma gigantesca queda d'água, mas não posso imaginar a profundidade enquanto caio. Escuto barulho de algo pesado se chocando lá embaixo, um deles já caiu. Não sei quanto tempo se passa entre a perda do chão e o encontro com a água, só sei que dói. A temperatura é congelante, mas não é o pior. A pior parte é que é difícil emergir com a corrente tão forte e não posso sequer saber onde e como estão os outros. Como não sentimos que havia uma queda tão perto? Não sentimos nada. Deveríamos sentir! Agora, tenho certeza de que todos sentimos muita dor e o fracasso iminente. Vamos morrer como filhotes afogados. Que humilhação!

Estou me debatendo, tentando encontrar a superfície, mas a água está espumosa e o lobo em mim decide me deixar sozinha nessa enrascada. Os outros também devem ter voltado a serem humanos, estamos ferrados! Algo pesado chuta o lado esquerdo do meu rosto, tento ver algo e percebo um vulto se debatendo em minha direção. Quando está perto demais, vejo que é Suhen. Bom saber que ainda estamos vivos. Paul e Jacob saíram da água, desejo com o que resta de minhas forças. Tento ajudar Suhen, ou melhor, ambos tentamos nos ajudar. Juntamos nossas mãos, apertando com força e tentamos subir, com o máximo de impulso. Não chegaremos a tempo. Não tenho ar e ele também está mal. Era uma vez, uma Leah Clearwater que vivia em um reino cercado de choupanas de madeira e indiozinhos que podiam se transformar em lobo. Um belo dia, ela decidiu se aventurar no mundo deles, após uma terrível desilusão amorosa e morreu... Algo acaba de segurar meu braço livre, tento enxergar através de meus olhos semicerrados e embaçados, mas não vejo nada. Tudo o que sei é que, de repente, meu rosto está ardendo em contato com o ar fresco, enquanto respingos, não mais tão gelados, batem em minha pele. Ouço vozes, mas meus olhos estão embaçados demais, só tenho tempo para me certificar de que Suhen também chegou à superfície quando a figura de um garoto dourado e, agora, molhado entra em meu campo de visão e começa a me sacudir.

- LEAH. Responda, por favor!

- CARA. Dá para parar de me sacudir, por favor? Estou tentando ressuscitar aqui! - Ouço um suspiro de alívio.

- TUDO BEM COM ELA TAMBÉM! - Ele grita para alguém mais distante. Argh, acabo de notar que minha cabeça dói. Passo uma das mãos na lateral do rosto e percebo que há sangue ali.

- Venha. Vamos voltar para a terra. - Benjamin nada ao meu lado, meio me segurando, meio me impulsionando, mas certamente, me tocando e aquecendo. Chegamos bem rápido à borda de pedras e eu escorrego, sem ter forças para levantar. Logo, o Garoto Dourado está me levando para um local seco, e eu nem ao menos tento pará-lo. Preciso dormir. Sei que já terei pegado no sono antes que ele me coloque no chão, por isso lhe digo a única coisa que me vem à mente.

- Obrigada.

Ouço sua voz, soando em algum lugar distante, mas não tenho certeza do que ele diz, só acho que soa como um “Eu que agradeço”, mas devo estar delirando de cansaço. Permito-me nadar em um oceano profundo, quente e dourado.


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Notas finais do capítulo

Sou má, né? rs
Mas é preciso, pois só agora as coisas vão fazer sentido.
Até mais e deixem reviews!



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