“O ódio é a vingança do covarde.”

George Bernard Shaw

Lílian Evans caminhava pelo corredor do expresso de Hogwarts a procura da cabine onde estava sua melhor amiga, Maria McDonald.

As duas haviam se tornado amigas no 5º ano quando Maria foi vítima de um feitiço das trevas lançado por alguns sonserinos, foi Lílian quem a socorreu junto com Sirius Black e Tiago Potter.

Lílian estava levando os dois para uma detenção. Os dois tinham lançado uma azaração ilegal que tinha deixado a cabeça de Bertram Aubrey o dobro do seu tamanho normal. Quando viram no corredor do 3º andar a garota caída no chão se contorcendo de dor e sua perna com cortes muito profundos, uma poça de sangue no chão.

Eles duelaram com os sonserinos que como estavam perdendo fugiram. Sirius pegou a garota no colo e eles a levaram para a enfermaria. Depois disso Lílian e Maria viraram grandes amigas. Maria ainda era muito grata aos três e tinha um carinho especial pelos dois marotos.

Maria ou Mia como ela preferia ser chamada era uma garota muito bonita, estatura média, magra, branca, tinha olhos castanhos e longos cabelos eles eram lisos e sedosos.

Lílian abriu a porta do compartimento e encontrou Maria lendo O Profeta Diário.

O Profeta Diário era o jornal de mais prestígio do mundo bruxo, mas ultimamente ele só noticiava tragédias. Em toda parte o terror se apoderava das pessoas e um só nome se formava e suas mentes. Esse nome era sinônimo de poder, medo, crueldade, dor, tristeza e lágrimas.

Voldemort.

Um bruxo das trevas que há alguns anos vinha assumindo o poder e recrutando seguidores apelidados de Comensais da Morte.

Ele odiava os nascidos trouxas e quem os apoiava. Ele achava que o mundo mágico devia se ver livre deles. Como se fossem uma praga, gafanhotos que atacam uma plantação, eles eram para Voldemort muito pior que insetos, seres indesejáveis que mereciam algo muito pior que a morte.

Ele torturava, matava, exterminava quem quer que entrasse em seu caminho, que se opusesse a ele. Era um déspota, um sádico, um louco que se tornava mais perigoso à medida que ganhava mais poder. E ele tinha ganhado poder. A cada ano ficava mais e mais poderoso e ganhava cada vez mais seguidores. O que era um absurdo.

– Um bando de loucos seguindo um louco maior ainda. – disse Lílian externando seus pensamentos.

A maldade agora atingia níveis alarmantes e era impossível de ser ignorada. O terror e o medo se espalhavam pelas pessoas como uma epidemia e ninguém mais era confiável. Um amigo seu de anos e anos poderia te apunhalar pelas costas, ninguém se atrevia a fazer novas amizades. Um sentimento de desconfiança tomava conta do mundo mágico. Até os trouxas notavam que tinha algo de errado, mas é claro, não faziam ideia do que era.

Como uma bomba muito poderosa que se segue após algumas outras que tem muito menos poder bélico, mas que também provocam grandes estragos. Uma guerra ainda não declarada se preparava para explodir provocando devastação por onde quer que passe.

A tensão. Uma rigidez elétrica que estava há poucos elétrons de ser quebrada.

– Lily, você está me ouvindo? – disse Maria impaciente estalando os dedos na frente do rosto de Lílian.

– Ah! Desculpe-me Mia, estava distraída. O que você disse mesmo?

– Em que mundo você estava? – disse Maria tentando parecer zangada, mas falhando miseravelmente, pois estava claro que ela segurava o riso. – Eu estava te perguntando como foi a reunião dos monitores.

– Ah, foi normal. – depois acrescentou de maneira que parecesse despreocupada. – Potter é o novo monitor-chefe.

– O que? – foi o bastante para Maria jogar o jornal para o lado e se concentrar apenas em Lílian. – Dumbledore é doido?

Lílian deu de ombros de forma indiferente.

– Ele é o maroto mais bagunceiro do castelo! ­– afirmou Maria.

– O Black também não fica atrás, ele é tão bagunceiro quanto o Potter.

– Mesmo assim! – Maria disse chocada. Lílian achou a reação da amiga um tanto quanto exagerada mais não deu muita importância, era Maria, ela é exagerada por natureza.

– Para mim não faz diferença alguma. Pouco me importo. – Lílian disse com descaso.

– Ah claro! – Maria disse maliciosamente.

– Estou falando sério! Não estou nem aí! – Lílian disse já ficando irritada.

– Sei... – Maria provocou.

– Ah vê se não me amola Maria. – Lílian disse irritada.

– Esqueci que TPM (Tiago Potter Maroto) é um assunto muito delicado para você. – Maria disse zombeteira.

Às vezes Lílian pensava que se não tivesse se tornado amiga de Maria antes ela teria se tornado uma marota, em alguns momentos ela se parecia muito com uma marota.

Maria tinha uma teoria de que Lílian era perdidamente apaixonada por Tiago Potter, só que segundo ela, Lílian ainda não tinha percebido isso porque Lílian fazia de tudo para esconder essa paixão, a ponto de escondê-la de si mesma.

Lílian ficou emburrada e Maria voltou a ler seu jornal. A situação persistiu até a mulher de o carrinho passar com os habituais doces, e logo Lílian e Maria já estavam se divertindo de novo, rindo e conversando enquanto devoravam as guloseimas que compraram.

Em meio a risadas e brincadeiras a viagem transcorreu calmamente e o dia passou rapidamente enquanto as amigas se divertiam.

Logo todos estavam acomodados no grandioso salão principal de Hogwarts para o banquete em comemoração ao início do ano letivo.

Lílian, Maria e os marotos estavam acomodados na grande e aconchegante mesa da Grifinória esperando a seleção começar.

Quando as grandes portas de carvalho se abriram uma fila de calouros baixinhos e trêmulos adentraram no salão seguindo a professora McGonagall.

A seleção transcorreu normalmente após uma canção do chapéu seletor em que ele pediu para os alunos se unirem ainda mais nestes tempos sombrios. A Grifinória recebeu 9 integrantes entre eles 5 meninas e 4 meninos.

O banquete transcorreu agradavelmente e logo foi seguido pelo discurso de Dumbledore.

– Boa noite a todos vocês. Primeiramente eu gostaria de apresentar o mais novo membro do corpo docente de nossa escola, a professora Meila Hoffman que irá ensinar defesa contra as artes das trevas. – todos aplaudiram e uma mulher alta de cabelos loiros quase brancos e olhar severo se levantou e acenou com a cabeça.

– Agora um assunto mais sério. – prosseguiu o professor com os olhos cintilando na direção dos alunos. – Como vocês perceberam quando chegaram ao castelo, todos passaram por uma revista minuciosa pelo senhor Filch, acho que vocês têm o direito de saber o porquê disso.

Uma vez, um jovem rapaz, como vocês, se sentou neste salão, caminhou por estes corredores, dormiu sob este teto e para todos parecia que ia ser um estudante como os outros. Seu nome, Tom Riddle. – um murmúrio perpassou pelo salão.

Hoje é claro, ele é conhecido por outro nome. E por isso me coloco perante todos vocês para lembrar-lhes um fato muito importante.

Todos os dias, todas as horas, talvez nesse exato momento, forças das trevas tentam penetrar as paredes deste castelo, mas no final a maior arma delas são vocês.

Isto é para que reflitam e lembre-se que nestes tempos sombrios o bem mais precioso que vocês têm é o amor. O amor pelos seus familiares, o amor pelos seus amigos, o amor apaixonado por alguém, o amor por esta escola, o amor por este mundo, o amor pela vida. – o professor permaneceu observando o salão por trás de seus óclinhos meia-lua, repleto de alunos por alguns instantes e por fim deu um sorriso misterioso. – Agora todos para cama e tenham bons sonhos.

Os alunos começaram a se levantar comentando sobre o discurso do diretor, eles seguiram assim para suas salas comunais.

Nossos heróis seguiram para a aconchegante sala comunal da grifinória. Assim que chegou à sala comunal, Lílian resolveu ir dormir mais cedo e subiu para o dormitório feminino do 7º ano, se sentindo amo mesmo tempo extremamente feliz por estar novamente em Hogwarts e ao mesmo tempo triste pela incerteza do futuro.

Quando se deitou, porém, Lílian não conseguiu dormir imediatamente como pensava que seria após a cansativa viagem.

Sua mente vagou indevidamente em direção a Tiago Potter.

Em meio a pensamentos, a jovem bruxa adormeceu e teve um sono tranqüilo, sem sonhos.