Shut Up, Sherlock. escrita por Nany Prince


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Não consigo distinguir a cor dos olhos do John (sou péssima nisso lol), quem souber, favor me avisar ;_;



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Sherlock andava de um lado para o outro no apartamento da Baker Street. Há meses ninguém o procurava, e Lestrade também não o chamara para nenhum caso. John, sentado em sua poltrona, observava o detetive atentamente. O tédio de Sherlock irritava profundamente o médico, pois o cérebro do detetive necessitava de algo para pensar, e geralmente esse "algo" era John.

- Por que você está em casa? Achei que fosse sair com alguma mulher.

- Não estou com vontade de sair.

- Não me diga que já está solteiro novamente. O que aconteceu desta vez? Você confundiu o nome dela? Não levou o cachorro para passear? Já sei: esqueceu-se do aniversário dela. - Sherlock havia parado de andar e falava rápido, como se sua vida dependesse de suas deduções. Ele sentou-se na poltrona de frente para John, os olhos verdes movendo-se rapidamente enquanto falava.

- Sherlock, eu...

- Não diga! Ela não tem cachorro, tem um gato, muito arisco por sinal, visto que o seu pescoço está marcado com unhas de gato. Provavelmente ela segurava o gato no momento em que você chegou a casa dela e, com o susto, o gato pulou em você e cravou as unhas no seu pescoço. Ela lhe pediu desculpas e...

- SHERLOCK! - o detetive parou de falar e seus olhos muito verdes encontraram os olhos acinzentados de John. - Há um mês que não namoro ou tenho um encontro com alguém. Você está paranoico.

- Entediado!

- Que seja! Você precisa se acalmar.

- Mas é justamente por isso que estou entediado. Está tudo muito calmo.

John amaldiçoou-se por não ter ouvido a sargento Donovan e não ter se afastado de Sherlock quando ainda podia. Agora, não poderia deixar o detetive sozinho, mesmo se quisesse. Alguma coisa o impedia de fazer isso, e John tinha medo de descobrir o que era.

- Sherlock, faça algo normal, pelo menos. Assista à televisão, leia um livro, use o maldito computador. Mas, por favor, pare de se comportar como um maluco.

John pegou o jornal e começou a ler. Alguns minutos depois, ele percebeu que Sherlock continuava no mesmo lugar - não havia se movido um centímetro sequer - e seus intensos olhos verdes continuavam fitando o médico.

- É isso o que você acha de mim, John?

- Isso o quê, Sherlock? - ele baixou o jornal e suspirou.

- Que eu sou um maluco? Que eu não passo de alguém que está paranoico?

- Pelo amor de Deus, Sherlock...

- Diga John! O que eu sou para você?

Várias respostas para aquela pergunta passaram pela mente de John. A primeira era, obviamente, que Sherlock era um idiota e que merecia um soco. Mas nenhuma era tão absurda e tão verdadeira quanto a que John falou:

- A única pessoa por quem eu seria capaz de sacrificar a minha vida.

Um silêncio magistral tomou conta do apartamento 221B. John queria, antes de tudo, dar um soco em Sherlock e depois dar um soco em si mesmo. Levou alguns segundos para colocar o jornal de lado e levantar-se da poltrona. Sherlock apenas o olhava, sem emitir um único som. O médico dirigiu-se para o seu quarto e fechou a porta. Um baque surdo ecoou pelo apartamento e John olhou-se no espelho. Não parecia estar doente, pelo contrário: nunca se sentira tão bem quanto se sentia naquele momento. Era loucura admitir aquilo, mas dizer a Sherlock algo que preferia nunca ter dito era como tirar um enorme peso de sua consciência. Mas não fazia a mínima ideia de como Sherlock iria reagir. Esperava que ele fosse simplesmente ignorar e dizer que se sentia lisonjeado, mas considerava-se casado com o trabalho, como dissera logo depois que se conheceram. Pelo jeito, pensou John com um sorriso, o trabalho pediu divórcio. Era idiotice pensar que Sherlock pudesse entender o que John sentia. Ele era um gênio, certamente, mas quando se tratava de sentimentos e emoções, era um completo desastre. Não era a toa que John evitava qualquer tipo de contato entre Sherlock e suas namoradas. Mas, de uma forma ou de outra, Sherlock sempre era o motivo de seus términos, mesmo quando não dizia absolutamente nada.

John afastou esses pensamentos e tirou a camisa. "Uma boa soneca, é tudo o que preciso". Tirou os sapatos e deitou-se na cama.

Quando John abriu os olhos, dois discos verdes pairavam na escuridão ao seu lado. Era Sherlock, deitado a alguns centímetros dele.

- Sherlock, o que está fazendo aqui? - o detetive piscou.

- O que eu sou para você? - a voz de Sherlock estava baixa, como quando ele pensava pela primeira vez em alguma coisa.

- Já respondi isso.

Passaram-se alguns minutos antes de John ouvir novamente a voz de Sherlock:

- Você me ama, John?

A julgar pelo tom de Sherlock, ele havia passado as últimas horas planejando tudo o que iria dizer. John imaginou que, independente de sua resposta, Sherlock já sabia da verdade. Não havia razões para mentir.

- Amo.

- Então por que você nunca me disse isso?

- Quê?! - aquilo fora totalmente inesperado. Sherlock parecia indignado com o fato de John nunca ter demonstrado seu verdadeiro sentimento. - Sherlock, você bateu a cabeça, ou usou alguma droga? Como eu poderia...

- As pessoas normais falam umas para as outras dos seus sentimentos, não falam? Por que você esconde o que sente por mim?

John percebeu que Sherlock estava diminuindo a distância entre os dois. O detetive aproximava-se cada vez mais, até que o médico pôde observar as linhas nas íris verdes de Sherlock. Mais alguns segundos se passaram, e John sentiu os dedos longos e frios do detetive tocarem seu corpo.

- O que diabos... - John não terminou de falar, pois os lábios de Sherlock colaram-se aos seus. O médico tentou pensar sobre o que significava tudo aquilo, mas a única coisa que se lembrava era que estava deitado em sua cama, beijando o seu melhor amigo. E aquele pensamento, definitivamente, ele não conseguiria afastar. Os lábios de Sherlock eram incrivelmente quentes, e John percebeu que o detetive estava sem camisa ao passar o braço por sua cintura.

- Você é um idiota, John. - disse Sherlock, interrompendo o beijo. John sorriu e abraçou o detetive.

- Cale a boca, Sherlock, ou coloco você para fora.

Sherlock sorriu.

- Você me ama John. Nunca faria isso.

Pela primeira vez desde que conheceu Sherlock, John estava feliz por ele estar absurdamente correto.


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Notas finais do capítulo

Fim :D
Primeira fic Johnlock que escrevo, quanto amor :33
Quero reviews ;_; Beijos.