O Grande Príncipe escrita por Koya


Capítulo 1
One-shot!


Notas iniciais do capítulo

Uma fic cheia de açúcar! Ok, não cheia, porque esse não é o estilo do Gajeel. Mas está fofíssima! Desculpem eventuais erros, boa leitura!



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- Já disse que se quer passar nessa prova, tem que se esforçar, Gajeel. – disse Levy.

Os dois colegas de classe estavam estudando há semanas para Gajeel não ser reprovado. Levy havia sido convocada pelo diretor para ser tutora de um dos alunos mais complicados do colégio Fairy Tail. Levy realmente estava se esforçando, mas parecia que o “grandão” não queria ajuda. Mas é claro, uma pessoa com a metade de sua altura não teria competência para ensiná-lo. Nem os professores tiveram. Várias vezes esse pensamento passava pela cabeça de Levy, será que era assim que Gajeel pensava?

O maior havia mudado de cidade, e estava se adaptando à escola nova. Desde a mudança, se passaram três meses, e parecia que o jeito rebelde não o deixava. A partir desse ponto, Levy começou a pensar que não tinha ligação com ele estar chamando atenção. Tinha ligação apenas com a personalidade dele, ele era assim e ponto. Quem tivesse disposição para aturar, abençoado seja. Levy nunca tinha parado para pensar nele e analisá-lo dessa forma, isso só aconteceu quando começaram as aulas particulares, e eles se viam todos os dias, constantemente. Antes, ele era só... Gajeel Redfox. Prestar atenção em uma pessoa desse “tipo” talvez causasse problemas para sua saúde física e mental. Ele era amedrontador.

- Eu não me importo em reprovar um ano. Olhe para você, tão pequena... Deveria reprovar também, dar tempo para os seus hormônios se manifestarem.

- Você não vai conseguir me irritar Gajeel, não mesmo. Sou uma pessoa muito calma. E você não vai reprovar o ano, porque eu me conheço e ia me sentir inútil. Você não vai me fazer sentir inútil. – Levy estreitou os olhos e recebeu um sorriso desafiador de volta.

- É muito segura para o seu tamanho.

- Seria muito mais útil se você tentasse trocar o disco. Se não percebeu, já disse algo sobre a minha altura hoje. Ampliar seu vocabulário seria uma boa maneira de não reprovar pelo menos em redação.

- Redação, baixinha? – Gajeel sorriu, lembrando-se do apelido que havia dado à colega.

Flashback.

Levy havia se enrolado no exame de matemática e estava atrasada para dar uma aula para um aluno com dificuldade. Não fazia ideia de quem era. O diretor falou tão rapidamente, que se esqueceu de falar, e Levy se esqueceu de perguntar. A única coisa que sabia, era que teria que ar aulas principalmente de português e literatura. De fato não era um aluno ruim. As matérias que o “ser misterioso” tinha dificuldade, demonstravam que ele tinha preguiça. Correu até o quarto andar e numa sala separada, se encontrava Gajeel Redfox. Encrenqueiro, desinteressado, pior tipo.

- Com licença... – pediu Levy ao entrar na sala.

Gajeel se limitou a olhá-la indiferente, voltando a brincar com o piercing em sua língua.

- Hm... Eu estou procurando um aluno, por acaso é você?

- Acho que da sua idade, só no primeiro andar, baixinha.

Levy revirou os olhos e foi se sentar perto de Gajeel.

- Meu nome é Levy. Estudamos na mesma sala e temos a mesma idade, me poupe de suas piadas... – Levy começou a mexer em sua pasta, procurando um texto que havia separado.

- Você que vai me ajudar? Perda de tempo...

- Você vai se ajudar. E, perda de tempo ou não, vai ser um desafio.

- Boa sorte, baixinha.

- Digo o mesmo. – Respondeu Levy, ainda ocupada em meio aos seus papéis.

Flashback.

A partir desse dia, já estavam muito mais íntimos. Quase amigos, por assim dizer. Bem... Quase. Pelo menos já não havia aquele desconforto do começo. Porém, Gajeel ainda não estava disposto a se ajudar.

- Sim, Gajeel. Redação é muito importante, acho que eu deveria separar alguns livros... – Comentou Levy, falando mais consigo mesma do que com o outro.

- Eu não vou ler. A única história que eu li, foi a que minha mãe deixou de presente quando eu era criança.

- Peça para ela então, oras! – respondeu Levy, sorrindo, encorajando-o.

- Vou subir no céu e pedir rapidinho, baixinha. Apesar de para você parecer que eu estou com a cabeça nas nuvens de tão alto, o céu ainda é muito longe.

Esse jeito de Gajeel, que nunca baixava a guarda, nunca permitia Levy saber o que estava realmente sentindo ou pensando. Mas depois dessa ultima frase, o grandão pareceu um pouco menos confortável, apesar de tentar disfarçar com brincadeiras. Levy estava se sentindo péssima.

- Eu... Sinto muito.

- Não sinta. Meu pai morreu também, sou emancipado.

Geralmente, uma pessoa normal teria se estendido no assunto. Mas não Gajeel. Ele era sempre muito objetivo e claro, nunca se abria, nunca expressava nada além de um sorriso cínico outrora.

- Bom... E que livro era?

- O pequeno príncipe, acho. É esse o nome? De qualquer forma, baixinha, você não vai me fazer ler um livro de criança. – Gajeel cruzou os braços na frente do peito, e por mais que não quisesse ler aquele “livro de criança”, sua birra sempre divertia Levy.

- O pequeno príncipe não é um livro só para crianças, Gajeel. Claro, quando você era pequeno, podia parecer um livro cheio de “magia” e diversão, apenas. Mas não é.

Gajeel continuou com os braços cruzados, arrancando um suspiro de Levy.

- Porque continua aqui, Gajeel? Se não quer ter aulas, porque continua vindo?

- Te faço a mesma pergunta.

- Eu nunca disse que não queria estar aqui.

- Nem eu.

- Mas é o que parece – respondeu Levy, olhando nos olhos do maior.

- Nem tudo é o que parece.

Levy sorriu de canto e pegou suas coisas, se levantando.

- Ótimo, então eu trago o livro amanhã. Até.

- Mas... – quando Gajeel ia começar a choramingar, Levy fechou a porta da sala.

x-x-x

Levy estava com uma animação especial para a aula de hoje. Ia ser diferente de textos chatos e monótonos que eles dois liam todos os dias. Era um livro que Gajeel conhecia, e Levy iria fazê-lo se interessar novamente pela história, com um olhar mais crítico e construtivo. Talvez esse fosse o ponto inicial de uma sessão de aulas mais construtivas, aliás.

- Boa tarde, Gajeel.

- Oi. – Respondeu o maior, de olhos fechados, numa posição aparentemente de meditação.

- O que está fazendo? – perguntou Levy, curiosa.

- Me concentrando, oras. O que parece?

Levy ignorou a resposta do maior, e começou:

“Certa vez, quando tinha seis anos, vi num livro sobre a Floresta Virgem...

- Ei! – chamou Gajeel, se levantando. – Eu sei ler, sabia?

- Sim, então pegue e leia em voz alta. Vamos discutir sobre. – disse Levy, estendendo o livro para Gajeel.

- Só o que me faltava...

Depois de alguns dias lendo, discutindo, rindo, com o livro, os dois chegaram numa página especial, em que a raposa diria algo que mudaria a percepção dos dois sobre algumas coisas... Gajeel começou a ler, até que:

-“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.

Os dois se entreolharam, e ao fitar os orbes negros de Gajeel, Levy corou quase instantaneamente. Gajeel olhou para o teto, ajeitando seus cabelos e tossindo algumas vezes. O silencio comandou o ambiente por alguns desconfortáveis minutos, até que Levy – corajosamente – se manifestou.

- Acho que já está bom... Vou para casa, tenho que preparar algumas coisas para os exames finais de amanhã... Hm... Boa sorte... – Levy sairia correndo se a mão de Gajeel não tivesse segurado seu pulso.

- Obrigado.

Levy se limitou a acenar com a cabeça e sair correndo quando pôde. Uma atitude ridícula, ela sabia. Mas aquele clima na sala não fora normal. Se não saísse de lá, ia ter um ataque, estava quase ficando roxa.

x-x-x

- Lu-chan... Não estou brincando, algo aconteceu, ele também ficou nervoso, não é impressão minha. E sabe, ele não é tão ogro quanto aparenta ser... É só uma questão de dar tempo, eu acho. Passamos um mês e pouco juntos. Vou ser sincera, estou com medo de chegar naquela escola amanhã e ele mal olhar na minha cara. A “professorinha” não é mais de utilidade. Será que vou ser descartada dessa maneira? Quer dizer, todos sabem que sou mais inteligente do que bonita e... E eu não sei por que estou me preocupando com essas coisas, sabe. Será que foi só coisa da minha cabeça? Não, não foi. Aquela sala ficou quente, nós estávamos envergonhados. Nós, e não eu. Desculpe Lu-chan, não estou te deixando falar.

- Levy, está preocupada com não me deixar falar? Deveria se preocupar em respirar um pouco. Hm, Gajeel Redfox. Eu não tenho opinião formada sobre ele. Além daquelas que todo mundo rotula, como estranho e encrenqueiro. E você não é feia, me poupe. Eu aposto que ele não te vê como a professora descartável, aposto que te vê como você é. Como a Levy. E você não é de imaginar coisas, se acha que o clima mudou, é porque mudou. E sabe por que você está tão preocupada com isso?

- Não faço a mínima ideia.

- É óbvio Levy. Você gosta dele!

- Não.

- Sim!

- Não... - respondeu Levy, mais baixinho.

- Levy!

Depois de alguns segundos esperando no telefone, Lucy finalmente ouviu um baixo, mas sincero:

- Sim...

- Boa noite aos apaixonados... – Lucy brincou, e desligou, esperando que o tal Gajeel ogro fosse realmente mais do que aparenta ser.

Levy acordou apreensiva aquela manhã, e impressionantemente, não era por causa do teste. Mas também, estava com uma vontade surreal de sorrir e mostrar para todos o quanto estava feliz. Foi até o banheiro e olhou para o espelho, vendo que seu corpo não era o mais bonito daquela escola, mas também... Não era de todo feia. Olhou para sua face no espelho e com um sorriso torto, soltou:

- Bom dia aos apaixonados...

No colégio...

- E então? – perguntou Lucy à Levy, depois do teste.

- Eu acho que fui bem.

- É claro que você foi bem. Estou perguntando sobre o seu macho alfa, seu boy magia.

Levy corou o revirou os olhos, sentindo as mãos suarem.

- Ele... Está ali. Falando com a Juvia. Não sei se devo interromper, eu...

- NÃO? MENTIRA QUE O GRAY ESTÁ CORRENDO PELADO NO GINÁSIO?!

Lucy gritou, correndo em seguida. Levy viu um bando de garotas correndo em direção ao ginásio. Juvia era bem mais rápida que todas elas, e derrubou quantas podia. Levy ainda estava boquiaberta quando olhou para Gajeel, vendo que o mesmo se aproximava. Ela olhou para os dois lados, procurando para onde correr.

- Você não vai correr de novo, não é? Baixinha...

- Hm... Como foi no teste?

Gajeel deu de ombros, e respondeu:

- Dá para passar.

- Que bom! – respondeu Levy, um pouco mais animada.

- Não tivemos tempo de discutir sobre aquele trecho de ontem... – disse Gajeel, olhando para o lado. – Podíamos ir para o café lá no centro... Pra discutir, sabe?

- Ah, sim...

Os dois caminharam até o café, silenciosamente. Ao chegar, sentaram um ao lado do outro, e começaram.

- Então... – começou Levy. – Acho que a raposa quis dizer algo sobre o tempo. Parece meio vago falando assim, vou explicar. O tempo que temos para nos tornar próximos a alguém... Tornando-o parte do nosso dia a dia, e até indispensável. Acho que quando alguém é cativado, tem um motivo para isso.

- Por exemplo, se você se cativou por mim, a culpa é minha?

- Hm, hipoteticamente... Não é questão de culpa. Se eu estou cativada por você, é porque você tem algo “cativável”.  Não acho que essa palavra exista, mas você entendeu. Se tiver algo a me oferecer, eu com certeza me cativo. E se você ofereceu essa sua qualidade, ou seu defeito, que seja, que me fez ser cativada. Bom, arque com as consequências. Acho que a raposa quis dizer sobre amizade. E não sobre culpa. Não acho que você me cativaria sem que eu te cativasse também, assim, seríamos amigos.

- Ou sobre amor... E se a raposa estivesse falando sobre amor?

- Bom... Aí eu estaria apaixonada por você... – disse a menor, engolindo seco.

- Porque continua falando de nós?

- Hipoteticamente. – respondeu Levy, sentindo uma pontada no coração.

- E se não for só uma hipótese? – perguntou Gajeel, colocando um cotovelo na mesa e apoiando a cabeça em sua mão direita. – E se você realmente estivesse apaixonada por mim?

- Bom...

- E se fosse recíproco? – perguntou Gajeel, interrompendo.

- Bom...

- É, isso mesmo... Bom.

Gajeel aproximou seus lábios dos de Levy e parou centímetros perto. Olhou dentro dos olhos da menor e aceitou como “consentimento” ela não ter se afastado, e uma pequena abertura em seus lábios, antes cerrados. Quando os lábios se tocaram, era como se Gajeel sentisse que ela ia derreter. O corpo de Levy ficou mole e se não fosse pela mão que Gajeel colocara em suas costas, certamente a menor cairia no banco. Achou divertido o efeito que um simples selo causava nela. Achou gracioso, como ela era por inteiro. Abriu um pouco os lábios, sentindo a jovem “recuperar os sentidos” e acompanhar os movimentos. Devagar, Gajeel passou a língua pelo lábio inferior de Levy, sentindo-a tremer um pouco. Segurou-se para não gargalhar. Apertou mais a mão em suas costas, sentindo a mão da garota serpentear por seus cabelos. E beijaram-se. Não desesperadamente. Fora um beijo calmo, em que suas línguas sentiam o gosto uma da outra, sem pressa.

- O primeiro de muitos – disse Gajeel, ao se separar. Um sorriso sacana estava em seus lábios, o que fez Levy revirar os olhos.

- Não seria você, se não falasse algo do tipo, não é?

- Não. – respondeu Gajeel, selando os lábios nos dela, mais uma vez.

- Bom, então.


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Notas finais do capítulo

E então? Palmas ou pedras? haha
Opiniões sempre bem vindas, até mais!