Episódio dos Sonhos escrita por AC


Capítulo 1
Episódio dos sonhos


Notas iniciais do capítulo

Essa história foi literalmente um episódios dos sonhos no qual eu assistia e vibrava muito com o que via. Gostei tanto que me aventurei a escrever para dividir com outros fãs da série do team Rizzles.
Nunca escrevi nada assim então me dêem um desconto e enjoy! Haha



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Eram 8h20 da manhã quando Frankie entrou no escritório da Dra. Isles procurando por sua irmã, Jane Rizzoli, mas não só não as encontrou como se deparou com uma cena que jamais esperaria: o laboratório da legista chefe de Boston havia sido invadido.

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Korsak, Frost e até Frankie que deixou sua patrulha diária nas ruas, foi ajudar na procura de pistas do que havia acontecido com sua irmã e a médica legista.

– Quem esteve aqui não encontrou o que procurava. – analisou, Korsak.

– Será que não era algum documento que só a Maura tinha conhecimento?

– Não, aparentemente estão todos aqui, amassados, porém aqui – afirmou Susie tentando ser útil aos detetives.

Os quatro se entreolharam com expressões de duvidas.

– Olha essa marca aqui! – gritou, Frankie.

Na janela que separava o escritório da sala de autópsias havia a marca de uma mão que tudo indicava ser a de Jane.

Korsak se aproximou da marca no vidro lançou um olhar por toda a sala enquanto Frost andava de um lado para o outro da sala.

– Não adianta! Os celulares estão desligados e assim não conseguirei rastrear.

– Elas foram sequestradas. – concluiu, Korsak.

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Uma porta se abria, Rizzoli viu o movimento com os olhos entreabertos ainda sonolenta, não houve tempo para questionamentos do que poderia ser aquilo em frações de segundos sentiu Joe Friday lambendo seus pés. Geralmente, ela ficaria brava com a cadela, mas naquele dia nada lhe tiraria o humor.

– Vai, vai pra lá, garota! Shhh, não acorde a Maura! Não, não é pra latir! Shhh!

– Hmmm... eu gosto dela deixe-a aqui com a gente. - Maura ainda estava de olhos fechados apenas ouvindo Jane esbravejar com o animal - Maura, me desculpe, acordei você. - Maura sorriu.

– Se você estiver em cima de mim como agora pode me acordar quantas vezes quiser.

Jane riu sem graça percebendo que estava sobre Maura. Suas pernas estavam entrelaçadas, seus seios nus se tocavam e seus braços a abraçava pela cintura.

– Então, foi bom para você? – perguntou em tom de brincadeira.

Maura abriu os olhos e a fitou serenamente por segundos para desespero de Rizzoli – Ok, isso era para ser engraçado e você era para dizer “sim” - Maura continuou muda olhando para Jane quando começou a acariciar o rosto e o cabelo da morena e sem desfazer o contato visual em momento algum, a beijou.

– Isso responde a sua pergunta?

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18h - Sala de Autópsias , dia anterior



– Hey, Dra. Maura Dorothea Isles na minha casa ou na sua?

– Como?

– O nosso jogo de xadrez! Esqueceu que vou ganhar de você hoje?

– Ah, claro. Bem, sinto muito, Jane, mas levará algumas horas ainda para eu possa terminar a autópsia desse corpo que chegou horas atrás.

– Ok, eu te espero – Jane deu de ombros e sentou na mesa vazia ao lado.

– Jane, vai demorar! Depois não reclame, preciso trabalhar em paz.

– Tudo bem, Rainha dos Mortos.



2 horas depois...

– Ok, isso não foi um homicídio, foi um acidente, você estava certa.






– Eu disse! – falou em tom glorioso.

Maura sentou na mesa ao lado da detetive a fim de descansar as pernas do salto alto enquanto terminava de preencher a papelada para liberação do corpo.

– Maura?

– Que foi? – a médica não tirava os olhos de suas anotações.

– Sua saia – gaguejou - tá curta, quer dizer, ficou curta quando você sentou.

– Eu sei.

Jane expressou surpresa.

– Para o seu conhecimento há 3000 anos antes de Cristo – emendou Maura - a saia já havia sido encontrada em estátuas, mas foi no final da década de 60 com as mulheres cansadas das saias longas que foi adotada a saia mais curta criada pela estilista britânica Mary Quant. A minissaia deu maior liberdade para as mulheres se expressarem com uma peça tão inovadora dentro de seus guarda-roupas. Sem falar da influência positiva na auto estima... - percebeu que Jane não prestava atenção - Bem, você deveria experimentar detetive. Nosso passado é marcado por discriminação entre homens e mulheres e, hoje, que conseguimos falar de igual para igual com o sexo oposto você deveria parar de usar calças de homem e adotar as saias e os vestidos.

– Hey, primeiro que não são calças de homens e segundo que gosto que minhas roupas pareçam – enfatizou - masculinas porque eu sou uma policial e trabalho num lugar masculinizado, você e minha mãe são as pessoas mais femininas com a qual convivo e a minha roupa além de confortável impõe respeito nos colegas de trabalho e nos suspeitos, afinal, a roupa diz muito sobre a gente não é Dra.?

Maura assentiu.

– Sim, você está certa, mas saiba que sua roupa é um imã invisível para lésbicas! Experiência própria – riu.

– Ah, sim daquele dia que trocamos de roupa só de lembrar meus dedos dos pés doem, mas eu nunca fui cantada por mulheres.

– Não? Eu já e gostei! – Maura olhava para o nada como se estivesse lembrando do momento sobre o qual acabava de contar.

–Really? Como você pode dizer isso? Não que eu seja preconceituosa, mas você... você é minha amiga, oras!

– E daí? Se eu fosse lésbica você deixaria de ser minha amiga? Não vejo problema algum nisso até admiro algumas mulheres e outras – refletia – ah, outras eu realmente gostaria de ter uma chance, sei lá, experimentar... a vida é tão curta.

– Meu Deus! Trocamos o jogo de xadrez pelo jogo da verdade!

– Eu não havia pensado nisso, mas pode ser, eu aceito.

– Como? Aceita o quê?

– O jogo da verdade! Vamos me conte uma verdade sua.

– WOW! Hmm... well…

– Vamos, Jane!

– Ok, não sei se é novidade, mas as pessoas acham que eu sou lésbica.

Maura gargalhou.

– Qual foi a piada que eu perdi?

– Jane, isso tá na cara! Ou melhor, na roupa, no seu jeito de caminhar, na sua postura...

– Hey! – Jane interrompeu – e como você nunca me falou isso?

– Porque você nunca perguntou e é tão óbvio pensei que soubesse.

Maura havia tirado a noite para surpreender Jane que fazia uma nova cara de surpresa a cada frase dita pela médica.

– Mas me conte se tivesse que escolher uma mulher pra uma experiência homossexual, quem seria?

– Ah, Maura, sem essa!

– C’mon! Eu insisto! Diga.

Um pouco relutante e a contragosto, Jane respondeu.

– Eu já falei que você e minha mãe são as minhas amizades femininas, então, acho que só sobra você – o tom da voz de Jane sumia até que nas últimas palavras elas ficaram inaudíveis.

– Como?

– Você.

– Por que você está falando tão baixo? Só estamos nós duas aqui e bem... ele – apontou para o corpo coberto por um lençol na outra mesa.

– Você, maura! VOCÊ! Ouviu agora?

– Oh...– Maura ficou surpresa – então saiba que eu também tenho uma queda por você, Jane. Como disse suas roupas atraem as lésbicas e talvez eu devesse ser uma. Só preciso de uma mulher para resolver isso.

Maura havia tirado a noite para surpreender Jane, mas por essa a detetive realmente não esperava. Maura dizia tudo aquilo com uma naturalidade que espantava a morena.

– Como tudo isso pode ser tão normal pra ela? – Jane se perguntava.

– Vem cá, vamos ver se damos “pra coisa” – Maura abandonou seus papeis e com o corpo abriu espaço entre as pernas de Jane se colocando entre elas – apesar de admirar um corpo feminino eu nunca provei.

A detetive estava imóvel, atônita! Como Maura podia estar lhe causando mais medo do que muitos bandidos?

– Hello!!! Jane, sai desse transe isso só vai funcionar se você estiver comigo.

– Maura, não! Você é minha amiga, por favor! Maura? Maura? Agora você que não está me ouvindo pare, por favor!

– Jane, por favor, digo eu! Pare de ser tão quadrada de ver a vida só de um modo, de não explorar novas possibilidades, viver novas experiências é só uma brincadeira! Com um pouco de malícia, é verdade... – e sem pedir licença Maura beijava o pescoço de Jane enquanto suas mãos alternava carícias entre costas e coxas da mesma e, assim, Maura foi conhecendo o corpo de Jane que dava sinais de onde gostava mais de ser tocado. Se Jane negava o seu corpo lhe entregava.

– NÃO! Eu não posso fazer isso! Pare!

– Okay – concordou indo para o escritório.

– What? Calma aí... não vai nem insistir? – Jane a seguia.

– E por que você quer que eu insista?

– Não, é que... – Maura agora sentava sobre sua mesa de trabalho cruzando as pernas e subindo ainda mais a sua saia propositalmente – Maur... o que você está fazendo?

– Tirando meu jaleco e subindo minha saia, terminei meu trabalho e estou com calor.

Jane não percebeu, mas quando viu já estava perto de Maura e agora era ela quem estava de pé na sua frente entre as pernas da doutora.

Maura sorriu.

– Vem...

E o medo de Jane (se é que era medo, pois nem ela sabia definir o que sentia) abriu espaço para o desejo. Desejo que nunca esperava sentir, mas era i.n.e.x.p.l.i.c.a.v.e.l.m.e.n.t.e a melhor coisa que sentia há muito tempo.

As mãos da detetive percorria a blusa vermelha de seda da doutora com pressa, já as de Maura foram ágeis ao tirar o blazer escuro de Jane.

Maura abriu espaço na mesa se deitando nela, fechou os olhos abrindo os braços e o coração para o deleite da detetive.

– Como é linda – pensou Jane que observava Maura e desfazia o nó da lateral de sua blusa.

Maura recebia de bom grado todos os toques e beijos que percorriam seu corpo vindos de Jane, sentiu a respiração da detetive sobre seu rosto.

– Me beije, não tenha medo. – pedido atendido, Jane parou de hesitar e se ainda tinha algum preconceito ou medo ele terminou quando sentiu os lábios de Maura.

Canetas, anotações, objetos de decoração e até o notebook já estavam no chão e as poucas coisas que Maura não derrubou, Jane quando subiu ficando de quatro sobre a mesa por cima da médica ela terminou de derrubar, mas aquilo pouco importava no momento.

– Wait, se vamos fazer isso que façamos direito! – Maura pediu passagem, abriu sua bolsa, pegou seu Iphone, apertou o play e subiu no sofá.

– Depois eu quero uma nota – disse maliciosamente enquanto começava a dançar e a brincar com suas roupas e mãos.

– Maura, que isso? Strip- tease?

– Nunca ouviu falar disso? O strip-tease surgiu em...

– Shhh.. agora não, por favor! Continue não deixe a sabichona dentro de você interferir esse momento, por favor.

Maura conhecia muito bem o jogo da sedução sabia provocar, encantar e seduzir.

– Me ajude com a saia aqui.

Jane não aguentou à espera por cada peça de roupa que nunca ia ao chão, agarrou Maura pela cintura a encostando na janela logo atrás do sofá do escritório.

– Maura...Maura... não brinque comigo porque eu posso ficar muito brava.

– Eu não estou brincando, eu estou provocando Srta. Detetive.

As duas sorriram e se beijaram, Maura já tinha suas mãos levadas ao alto de sua cabeça e seu corpo pressionado pelo corpo de Jane contra o vidro da janela. Num dos poucos momentos que pararam de se beijar Maura notou que algo estava errado pela feição de Jane e se virou para ver o que era.

– OMG! Eu preciso guardá-lo na geladeira! Como pude esquecê-lo aqui fora?

– Really? – Jane fazia cara de cachorro abandonado pra Maura.

– Jane, você se deu conta que estamos no nosso trabalho? Por sorte a câmera de segurança quebrou e ainda não vieram consertar senão teria seguranças achando que ganharam canal pornô de graça. Venha e me ajude aqui para acabarmos mais rápido.

Tudo que Jane não imaginava estava acontecendo: Maura guardando um corpo, até aí nenhuma novidade, porém, estava de sutiã, descabelada e com batom borrado, já Jane descalça, com roupa amassada e cinto desfivelado.

– Parece filme. - pensou.

– Pronto! Na minha casa ou na sua Jane?

– Na minha! Moro mais perto!

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8h30 – Apartamento Jane, dia seguinte

Maura se virou e olhou o relógio na mesinha ao lado da cama.

– Estamos atrasadas! Preciso de um banho. - Maura saltou da cama se encaminhando pro banheiro com pressa.

– Ok, vou fazer nosso café, espero que você já tenha aprendido a gostar de instantâneo.

– Não temos tempo, Jane! Tomamos no departamento. Preciso da minha muda de roupas que sempre deixo no meu carro para emergências pega pra mim, por favor?

– Maura, viemos no meu carro, esqueceu?

– Ih, então preciso de uma roupa sua. - Jane levantou as sobrancelhas como se perguntasse “tem certeza disso?” Maura entendeu aquele olhar e complementou – feminina.

– Não tenho.

– Como não? Aquele vestido preto do seu encontro com a turma do colegial? Ache-o e traga no banheiro pra mim.

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9h – Departamento de Homicídios de Boston



– Jane... – Maura ponderava as palavras - antes de sairmos do carro como a gente fica? Quero que saiba que eu amei o que fizemos ontem e adoraria repetir muitas e muitas vezes, mas sei que fui eu quem começou e provocou, então, se você quiser deixar isso pra lá e fingir que nada aconteceu, tudo bem, digo.. será difícil pra mim porque eu realmente amei a nossa noite, mas eu tentarei esquecer. Eu sei lidar com perdas e eu vou entender eu juro eu só não quero que...

–... Shhh – Jane coloca o dedo indicador sobre os lábios de Maura interrompendo-a – você fala demais – a beija – é por isso que eu quero continuar com você - Maura sorri – como amiga – a expressão de Maura muda instantaneamente – e como namorada porque agora eu não te largo mais.

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– Graças a Deus! – gritou Ângela quando viu Jane & Maura entrando na cantina da delegacia.



– Aconteceu alguma coisa? - perguntou Maura interessada na reação da matriarca da família Rizzoli.

– O sequestro relâmpago de vocês! Como conseguiram fugir? Os meninos estão atrás de vocês.

– Sequestro? - Maura se preocupou com a proporção que o atraso das duas tomou.

– É verdade, Ma. Fui sequestrada por uma pessoa, mas não se preocupe porque eu soube lidar bem com isso. – olhou para Maura sorrindo com o olhar.

– Jane! Maura! Como vocês estão? Quem foi que as pegaram? Como escaparam? Pegaram vocês juntas? – Korsak começava o interrogatório se mostrando preocupado.

– Jane, graças a Deus! Mamãe estava louca já! E eu também! – confessou, Frankie.

– Hey, hey, hey! Calma, gente. Não houve nada demais. Estamos bem e aqui. Agora assunto encerrado, okay?! E vamos trabalhar.

Frost estava se juntando ao grupo quando ouviu Jane falando para todos voltarem ao trabalho.

– Vamos, guys! Não é possível que não tenha nada acontecendo nessa delegacia hoje. Frankie dê um copo com água e açúcar pra nossa mãe. Maura, te vejo depois, certo?

– Certo – piscou para Jane que retribuiu a piscada e encostou em sua mão discretamente antes de se afastar.

As duas se dividiram e cada uma pegou o elevador para andares diferentes, porém ambas estavam com sorrisos iguais.

– Korsak, impressão minha ou aquele vestido da Maura é idêntico ao de Jane no dia do assassinato na festa de reencontro da turma do colegial da Jane?

– Não sei, sou bom em tirar roupa e não em observar roupa.

O dia era tranquilo na Delegacia de Homicídios de Boston e o único trabalho que Frost, Korsak e Frankie tiveram durante o expediente era o de descobrir o motivo da alegria de Jane e Maura depois de um sequestro relâmpago.


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Notas finais do capítulo

Será que um dia a gente consegue ver ao menos um beijo dessas duas na TV? #oremos