A Caçadora escrita por Messer


Capítulo 5
Violência


Notas iniciais do capítulo

Hii! Viu, vejam minha outra fic, A Rainha de Roma.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/325639/chapter/5

Mary viu que estava nevando.

Uma nevasca forte, que jogou por água abaixo as expectativas dela de ir ao acampamento. Talvez, ficar lá, repousar por um tempo não seja uma ideia tão ruim assim. Mas mesmo isso deixou ela com a testa franzida de raiva, pelo fato de demorar mais para voltar a Caçada.

Logo quando saíram da enfermaria, Quione se soltou dos calcanhares da dona e saiu correndo, como se estivesse em um campo livre. Mary cerrou os olhos e deixou o queixo cair ligeiramente, pronta para chamar a loba, mas foi interrompida.

– Ela gostou daqui. - John disse, com um uma expressão serena, olhando para a loba que se atirava na frente deles. - Assim, passar quatro dias aqui deixou ela entediada. Acho que já estão quase todos acostumados com a presença dela aqui.

– Espere um momento. - Mary disse, meio desconcertada. - Ela gostou de vocês?

John riu, passando a mão nos cabelos. Ele era realmente bonito. E pensar nisso deixou Mary irritada. Ela era uma Caçadora! Por que Hades estava pensando isso?

– Bem, creio que sim, apesar de não nos deixar se aproximar muito de você. Até eu queria ter um bichinho de estimação desses.

Ela continuou a seguir, sem falar nada. Demoraram um pequeno tempo até chegar a biblioteca, passando pelo elevador e subindo dois andares. Mary viu m quarto ocupado, com a porta semi-aberta. Espiando rapidamente, viu um emaranhado de cobertores em cima de alguém, que provavelmente estava dormindo.

Quando chegaram, John tomou a dianteira e abriu a porta, sem bater. Lá, ela enxergou Gil sentado atrás de uma mesa, se era sustentada por uma espécie de dois querubins fazendo uma cara de força. Em cima da mesa, havia vários papéis e outras coisas espalhados. À esquerda, havia uma janela com um sofá romano, um apoio para pés e outras poltronas, todos cor de vinho com detalhes dourados, espalhadas, de um ponto que todos ainda pudessem ver a mesa principal. Mary lembrou vagamente algo sobre ser colocada em um sofá lá.

Logo que entrou, Gil se levantou, sorrindo para a garota.

– Olá! Está melhor?

– Sim, obrigada - ela respondeu, após um minuto de hesitação.

– Ótimo! Agora, sente-se, acho que temos várias coisas para conversarmos.

Ele gesticulou para as poltronas, e Mary seguiu lentamente para o sofá romano, se sentando na ponta, com uma almofada no colo. Logo depois, Annie e Percy entraram na sala, e se sentaram nas poltronas, deixando o espaço do sofá livre somente para Mary. Gil se sentou novamente atrás da mesa.

– Aceitam chá, café ou algum lanche? - Ele perguntou, com as mãos na mesa.

Os adolescentes se entre olharam, por um momento, decidindo o que pedir. Mary não hesitou muito.

– Um café forte, com açúcar, por favor.

Os outros simplesmente recusaram a oferta com agradecimentos. Gil pediu licença e saiu da sala, deixando os outros sozinhos. Para quase deixar a vergonha de lado, Mary começou a se prender em pequenos detalhes, como o bordado dourado da almofada, que parecia uma planta tentando envolve-la, as vigas sustentando o longo teto, as estrelas no chão de mármore negro, formando um desenho que ela não conseguia decifrar. Ela também viu que os livros eram estranhos, encapados, alguns com símbolos ao invés de letras, e outros com alguma espécie de chaveiro dourado pendurado.

– Mary! Você está me ouvindo? - A voz de Annie a trouxe de vola a realidade. A coisa ruim de ter TDAH é isso, você escapa da realidade como ar de um balão. Com Mary era até pior.

– Sim? - Ela perguntou, meio entediada. Seus dedos tamborilavam na almofada incansavelmente. Logo ela sabia que seus pés também iriam começar a se movimentar.

– O que era aquilo? - Percy perguntou, retirando as costas da poltrona e olhando para ela, com os cotovelos apoiados nos joelhos. - O que foi todas aquelas coisas que eu enxergava e eles não?

– Monstros.

John, Percy e Annie a encararam incansavelmente. Parecia que eles estavam esperando que ela desse um salto mortal ou coisa do tipo. Ela franziu a testa e falou:

– O que? Ele me perguntou e eu respondi! São monstros. Agora, me expliquem quem são você antes que eu vá embora e te deixem esperando respostas.

Annie olhou para fora da janela.

– Tá caindo uma nevasca enorme!

– Quem disse que eu preciso ir andando? - Respondeu Mary, impaciente. - Posso muito bem chegar em um lugar só de pensar nele.

Eles se entreolharam, e pareciam tomar uma decisão silenciosa. Mary, pelo pouco que ela observou no comportamento das pessoas, viu que estavam se decidindo ou não se contavam a verdade. Ela se enterrou mais no sofá, se contorcendo um pouco. Nesse momento, a porta se abriu e Quione correu feito um tiro na direção de Mary e pulou no sofá, ocupando todo o espaço restante, e colocou a enorme e pesada cabeça branca no colo da dona. Ela colocou a mão na cabeça dela e fez um movimento que relaxou os músculos da loba.

Logo atrás, Gil entrou com um copo fumegante de café na mão, sorrindo amistosamente para Mary. Ele andou até a frente da garota e estendeu o café a ela, que pegou. Depois, se colocou atrás da mesa, e se acomodou.

– Então, Mary. O que exatamente você é?

Ela deixou o queixo cair e olhou chocada para ele. O que você é?

– Um ser humano - ela respondeu, furiosa, mas sabia que entrar no tapa não iria adiantar nada. Ela tinha uma espécie de fúria psicopata, e, quando não aguentava mais, destruía tudo o que via pela frente.

– Eu sei disso - John respondeu, revirando os olhos.

Mary simplesmente não aguentou. Sendo Caçadora, conseguia ter o arco e uma aljava de flechas quando queria, e desejou isso nesse momento. Ela puxou uma flecha das costas, a posicionou e mirou na mão de John, que estava em cima do braço da poltrona. Em poucos segundos. Mesmo sendo rápido, ele não era capaz para uma Caçadora. Quione pulou para o pescoço de Annie, e, puxando seu colar, Mary deu um passo à frente, sentindo o tempo acelerar e romper uma barreira de som. Meio segundo depois, ela estava atrás do tutor, com a espada passando pelo seu pescoço. Em poucos segundos, ela havia imobilizado quase todos na sala.

– Acho bom - ela rosnou - você ter mais respeito comigo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Caçadora" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.