O Retorno Dos Seis escrita por Mrs Pettyfer


Capítulo 5
Capítulo 5 - Gasolina


Notas iniciais do capítulo

oioi gente! Bem vindos a mais um capítulo de O Retorno dos Seis! hahaha Boa leitura :)



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Corro imediatamente para fora da sala, e espero que o táxi que estava lá fora tenha me esperado. Ainda não acredito que posso reencontrar John. Minha felicidade é tão grande, que quando percebo que o táxi foi embora, vou a pé para casa, que fica a cinco quadras dali. Não me importo, pois amanhã mesmo estarei fora daqui, indo em direção a Londres. Logo que chego à única avenida movimentada de Paradise, vejo Mark e sua turma. Ignoro, e tento passar despercebida, mas o vejo correndo em minha direção. Ele grita meu nome alto, que morro de vergonha. A expressão em seu rosto me assusta. Ele parece desesperado, e corre o mais rápido que pode. Ele pede para me afastar dali, mas isso só me deixa mais furiosa. Não acredito que Mark está fazendo isso só para chamar a atenção.

– Sarah, corre! – Ele berra.

Não ligo para ele, mas deveria. Algo me atinge na nuca, e caio. A última coisa que vejo antes da escuridão é Mark tentando se aproximar, mas sendo barrado por dois homens enormes. Agora tudo está preto. Vejo apenas John... E Seis. Por que ela estaria em meu “sonho”? Estranho, mas não dou atenção.

O “sonho” dura pouco tempo, até eu ser acordada dentro de minha casa. Estou em minha cama, e sinto uma dor enorme na parte de trás da cabeça. Passo a mão, e sinto um tipo de curativo na nuca. Minhas malas que estavam próximas a porta do quarto, desapareceram. Minhas gavetas estão abertas e reviradas. Olho para a porta, e vejo um homem e uma mulher. São os que me interrogavam no Novo México. Me desespero. Não quero passar por aquela agonia que sentia naquela sala na base secreta do FBI. Se voltar para lá, tenho certeza que não saio mais. Tenho que fazer alguma coisa.

Lembro-me que em um fundo falso do criado mudo, guardei uma arma. Está na hora de usá-la. Tento ser o mais discreta possível, e levanto sem fazer nenhum barulho. Abro a gaveta, e pego uma Magnum 45. Comprei em uma loja no Texas uma vez que “viajei” para um curso de fotografia. Afinal, precisava me proteger.

Fico de costas para a parede, igual nos filmes de James Bond que assistia quando criança. Viro-me rapidamente e miro na cabeça da mulher. Eles olham um pouco assustados e aflitos. Meu olhar não desvia dos dois nem por um segundo, se preciso for, mato os dois agora, com um tiro só. Mas primeiro, preciso coletar informações, sobre os mogs e sobre a Garde.

– Ora, ora, ora... Se não é a mocinha tentando ser a heroína em vez de deixar isso para Seis... Quanto tempo não? – O homem fala com desprezo. – Acha mesmo que ameaçando dois agentes do FBI vai conseguir alguma coisa?

Não o respondo, apenas encaro os dois, com o dedo já no gatilho. Ele continua:

– Bom, se nos matar agora, talvez nunca saiba onde Quatro está... Seu tão amado alienígena... Se ele fosse, bom, como posso dizer... “Normal” vocês seriam um belo casal, mas... Acho melhor se contentar com Mark... – Ele ri, e olha para a mulher.

– Ele é normal! E, se posso perguntar, por que o governo está contra eles? São eles que vão nos ajudar, por acaso é difícil de entender isso?! Pelo amor de Deus... –

– Olha menina, isso aqui é coisa séria. Os mogs tem uma coisa muito melhor a nos oferecer do que seus amiguinhos aliens... –

– O quê? Armas? Tecnologia? Pra que vocês vão querer isso se nem estarão vivos para “aproveitar”? Se tem uma coisa que vocês são, além de gananciosos, é serem burros, pra não entender o simples jeito que os mogs vivem! –

– Cuidado mocinha... Você tá começando a me irritar... – Avisa o agente.

Miro para o homem agora, que está começando a me irritar. Cansei de ser a mocinha, ou a namorada indefesa, que precisa fugir e se esconder toda hora. Já passou da hora de eu tomar uma atitude, começar a ser mais como a Seis.

Chego bem perto do agente, e cochicho em seu ouvido:

– Não acha melhor calar a sua boca um pouco? Ou vai querer acabar igual a mim quando estava presa lá no Novo México? –

Coloco o revólver bem em sua nuca e ameaço atirar, olhando fixamente para a mulher. Até que ela :

– Tá bom! Você ganhou menina! –

– Hm... Continue. – Tiro a arma da nuca dele, e sento no sofá em frente aos dois.

– Nós estamos observando você há um ano, esperando que faça contato. Eles simplesmente desapareceram do mapa. Procuramos pelo país todo e nada. Então você foi nossa escolha que estava mais perto deles. Mas, pra ajudar, você não reagia. Não tentava fazer contato, nem ir atrás deles. Nada. Até que essa semana você decidiu se mexer um pouco.

– Olha aqui “querida”. – Me aproximo deles. – Eu não quero saber sobre minha rotina, eu quero saber onde eles estão, porque eu sei que vocês sabem... A não ser que eu tenha que usar essa belezinha aqui. – Falo mostrando a arma para eles.

– Olha aqui garota! – O agente se irrita – Você sabe com quem está se metendo? –

– Ah sim... Disso eu sei muito bem. Eu estou me metendo com os idiotas que acham que estão ajudando nosso querido e amado país! – Grito um pouco, e coloco muita ironia nessa frase. Eles estão surpresos por minha postura tão durona e ignorante. Até eu estou surpresa, pra falar a verdade. Eu meio que gostei um pouco dessa “nova eu”. Mas serei assim somente em situações de extrema necessidade.

Na sala, ouço a porta dos fundos se abrir, e olho imediatamente para lá. Sinto os passos pesados e o cheiro horrível que invade o ambiente. Os mogs. Eles chegaram. Com o revólver dou uma coronhada na nuca da agente, e pego o homem pelos braços, como se estivesse algemado. Se não me engano, seu nome, ou pelo menos o “conheci” assim, é Purdy.

Quebro a janela do quarto, que dá logo para a rua e falo:

– Se não quiser morrer nas mãos de uma “mocinha” qualquer, é melhor vir comigo. –

Ele concorda com a cabeça e salta, logo atrás eu pulo. Entramos no carro dele, e logo dou a partida. Ele está no banco traseiro, calado e paciente. Parece até que não liga para o que está acontecendo. Sinto que os mogs não vêm atrás de nós, mas só por precaução corro o mais rápido possível. Vou em direção para o aeroporto mais próximo, que se não me engano é o de Cleveland. São quatro horas de viagem, e Purdy acaba adormecendo. Acabo de lembrar que estou sem documentos, sem dinheiro e apenas com um revólver. Estou com a nuca doendo, uma roupa suja, e são cinco horas da madrugada. Começo a ficar sonolenta, e decido fazer uma parada, para sacar dinheiro. Por sorte, no bolso tenho a identidade falsa que imprimi semanas atrás. Não acordo o agente, para não dar a ele a chance de escapar. Pego apenas três mil dólares da conta que meus pais deixavam para emergência.

Compro uma jaqueta preta e uma calça jeans cinza. As experimento, e ficam perfeitas. Pago com o cartão, e saio da loja. Começa a amanhecer e sei que para não ser muito notada, preciso andar rápido. Entro no carro e vamos em direção a Cleveland, que agora está a menos de uma hora daqui. Purdy agora está acordado, e para tomar precauções, tento pegar a arma que deixei debaixo do banco, mas ela não está mais lá.

Purdy a pegou. Ele tenta me sufocar, me prensando contra o banco do motorista e eu tento dirigir. Ele coloca a arma em minha cabeça, e com a outra mão, usa a manga para tampar minha boca. Tenho que escolher rapidamente entre tentar sobreviver ou dirigir. Se escolher dirigir, provavelmente morrerei sufocada. Se tentar sobreviver com certeza, o carro bate.

Tiro as mãos do volante, e num movimento rápido tiro o revólver da mão dele. Dou uma cotovelada em seu nariz, o jogando para trás e tento dirigir novamente. Mas é tarde demais. O carro gira muitas vezes, até parar no acostamento da rodovia. Estou de cabeça para baixo, sangrando muito. Sinto um cheiro forte e bem ruim. Purdy está inconsciente, mas ainda respira, o que me alivia um pouco, até que me dou conta: Gasolina.


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