O Equilibrio Entre Os Mundos escrita por A Mestiça


Capítulo 37
Fúrias no ônibus!


Notas iniciais do capítulo

Ooooooi anjinhoooos! Tudo bem com vocês? Gente sério mesmo, peço mil perdões por não ter postado esses dias, mas eu levei uma picada de marimbondo na mão e inchou muito, eu não tava conseguindo digitar direito porque doía muuuuito. Agora que já ta melhorando, eu corri pra escrever para vocês! Espero muito que vocês gostem, e acho que essa semana se eu der conta, vai ter mais 3 capítulos, para compensar vocês pelos dias que eu me ausentei. Um mega beijo meus príncipes e princesas e boa leituraaaa!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/325261/chapter/37

Bom não tinha muita coisa para levar, peguei uma mochila com Annabeth e coloquei, minha varinha, mesmo que não pudesse usar, uma muda de roupas, escovas de dente. E mais nada, coloquei uma camiseta do acampamento, uma calça jeans, e um tênis, e no pulso, a pulseira que podia se transformar em minha espada, Quíron deu à todos nós um cantil de néctar e um saquinho de âmbrosias, que ele nos disse que podíamos usar somente quando fossemos gravemente feridos. Percy tinha a mochila quase vazia, Annabeth levava um livro escrito em grego antigo, uma adaga e seu boné dos Yankes que ela ganhara de presente de Atena, sua mãe, mas não era um simples boné, assim que ela colocava na cabeça ele a tornava invisível, Grover usava seus pés falsos, o que eu achava bem plausível, já que seria muito estrannho que nós andássemos com um menino que era metade bode como Percy gostava de dizer, estava com uma touca verde e sua mochila estava lotada de latinhas de refrigerante que eram sua fonte de comida, e um conjunto de flautas. Lukas estava com uma mochila preta e uma pulseira bem parecida com a minha, que também se transformava em sua lança, na mochila ele levava quase as mesmas coisas que eu, exceto pelo fato de que, assim como Annabeth levava um livro sobre mitologia em grego antigo.

Nos despedimos da maioria dos campistas, e subimos a colina, demos uma última olhada no pinheiro de Thalia e saímos, descemos em direção a van que nos esperava lá embaixo, logo ao seu lado estava Argos, o chefe da segurança, bom, na minha cabeça fazia muito sentido já que ele tinha olhos espalhados por todo o corpo, Quíron estava em sua forma de disfarce como Grover gostava de chamar, antes de entrarmos ouvimos alguém nos chamar:

–Ei!

Nos viramos para trás, era Luke, ele vinha correndo, parou na nossa frente, ofegante, tinha uma caixa de sapatos nas mãos, me aproximei e perguntei:

–Porque está aqui?

–Precisava entregar uma coisa para vocês. Tome Percy.

Olhei meio de lado e vi Annabeth corar, dei uma leve risadinha, Percy pegou a caixa e a abriu, era apenas uma par de tênis:

–Poxa Luke, obrigada. – disse ele meio sem entender. Luke deu um sorrisinho que só ele sabia dar, e disse:

–Não é um simples tênis. Maia!

Então o tênis criou asas, fiquei boquiaberta, sorri e disse ainda abismada:

–Eles voam!

–Sim, são um presente Percy, prometa me que vai usar?

Vi Percy engolir em seco e concordar, antes de Luke ir embora ele me puxou de lado e disse num tom que eu nunca havia visto antes, sua expressão mudou tão rápido que mal pude perceber:

–Prometa me que não vai colocar esses tênis em circunstancia alguma.

–O que? Mas qual o problema de eu usar? – perguntei franzindo a testa e cruzando os braços.

–Apenas me prometa. Por favor. – ele suplicou e olhou profundo em meus olhos, fiquei sem reação, então eu apenas concordei.

–Prometo.

Ele me deu um abraço e sussurrou:

–Fique viva, e cuide da Annabeth. Me perdoe.

Então ele correu colina a cima antes que eu pudesse perguntar alguma coisa.

–Luke! Luke como assim?!

Mas ele nem sequer se virou para me responder.

–O que Luke queria com você? –Lukas perguntou atrás de mim, respirei fundo e me virei com um falso sorriso:

–Nada, apenas pediu para que eu cuidasse de vocês. Vamos?

Puxei ele pelo braço, e corremos para perto da van, Quíron terminava de conversar com Percy quando se virou para Lukas e sussurrou algo que eu não pude ouvir, e ele apenas assentiu, então se virou para mim e disse:

–Cuide deles pequena Melissa, lembre-se, você é a guardiã.

Ele me lançou um sorriso e eu retribui para logo depois subir na van, ao olharmos para trás, ele já estava no topo da colina com seu arco levantado e já em sua forma original, um centauro, era uma despedida do acampamento. Pulamos para dentro do carro e Argos deu a partida, agora era oficial, começávamos nossa missão, agora, só cabia a nós mesmo determinar se haveria ou não uma guerra.

Argos nos levaria até o ponto de ônibus. Sentei me ao entre Lukas e Annabeth. Assim como eu Percy olhava o movimento da rua, para mim era estranho, eu nunca havia visto essa época, e fazia mais de um ano que eu não entrava em contato com a civilização, Quíron havia nos falado que mesmo a época havia mudado, eu e Lukas vínhamos da época da segunda guerra mundial, agora a guerra já havia terminado em muito tempo, Percy me falou um pouco sobre a civilização atual, as coisas havia mudado, a tecnologia havia avançado muito, não havia mais guerra, ele prometeu nos ajudar quanto a adaptação enquanto estivéssemos no mundo humano.

–Faz tanto tempo que já havia me esquecido que o mundo humano existia. – disse Lukas olhando pela janela.

–Há quanto tempo vocês não vêem para o mundo humano? – perguntou Grover.

–Já faz mais de um ano. – respondi. – Mas apesar de tudo não sinto saudades, gosto de nossas realidades. Tenho tudo o que preciso nelas.

–Quer dizer, perigos, monstros e coisas estranhas? – perguntou Percy.

–Amigos. – sorri e olhei para eles, vi ele corar, Lukas e Grover me lançaram sorrisos, e Annabeth mesmo séria disse:

–Se você acha.

Ela deu de ombros mas vi um sorriso singelo brotar em seus lábios, encostei a cabeça no banco e fiquei a mirar o teto do carro.

–Até agora nada, nem monstros, nem nada tentado nos explodir. – disse Percy. Acho que dei uma cochilada, porque só acordei com o seu comentário, levantei a cabeça e olhei pela janela, já estávamos na cidade. Só consegui ouvir atrás de mim Annabeth soar irritada:

–Trás má sorte pensar assim Cabeça de Algas.

–Porque mesmo você me odeia?

–Eu não odeio você. – ela cruzou os braços. Eles já iam começar de novo.

–Imagina se odiasse. – ele bufou e cruzou os braços também, a essa altura, todos nós já olhávamos para eles.

–É só que... nós não devíamos nos dar bem.

–E porque não? – perguntou ele.

–Você não entenderia. – ela virou o rosto para mim, seu olhar pedia socorro.

–Annabeth porque vocês não deviam se dar bem? – perguntei olhando fundo em seus olhos. Ela bufou e bateu os pés mas por fim respondeu:

–É só que Atena e Poseidon se odeiam, o pai dele profanou o templo de minha mãe quando levou uma mulher para lá, e alem disso eles brigaram para quem seria o deus patrono de atenas, e claro, os cidadãos escolheram minha mãe.

Antes que ela continuasse Lukas a interrompeu:

–Mas perai, quer dizer que só porque seus pais se odeiam vocês precisam se odiar também?

Me segurei para não dar risada da cara de Annabeth, ela abriu e fechou a boca varias vezes para por fim se virar para frente e fixar os olhos na janela da frente, ela se calou e não disse mais nada, vi Argos piscar um de seus olhos para Percy, que logo depois olhou para mim e eu dei um sorriso de leve.

Logo paramos e descemos no ponto de ônibus para esperar, me encostei em um poste e me aproximei de Annabeth:

–Você não quer odiá-lo não é?

Ela olhou em fúria para mim e logo depois suspirou:

–Eu não tenho nada contra Percy particularmente, poderíamos até ser amigos, mas, ele é filho de Poseidon...

–E você de Atena, eu te entendo. Mas você é você, e não sua mãe, tem sua vida para viver, ele não fez nada para você, muito pelo contrario, ele parece querer ser amigo.

–Mas nunca consegue porque eu sempre me afasto. – ela completou e olhou para baixo, eu dei um sorriso e coloquei a mão em seus ombros:

–Não se force a nada, se quer odiá-lo, odeie. Mas se quer ser amiga dele, vá em frente. Acredite, se prender ao passado é muito ruim.

Engoli em seco, não sei se dava conselhos para Annabeth ou para mim mesma, se prender ao passado, meu passado, era o que eu mais queria saber, eu também estava presa ao passado. Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, os meninos correram em nossa direção, Percy estava com uma maçã na mão, e nos chamou para jogar footbag, que o único objetivo era não deixar a maçã cair, a rodada foi longa, Annabeth e Percy jogavam melhor do que eu imaginava. Lukas como sempre, era bom em esportes, eu também não era de todo mal. Não sei quanto o jogo teria durado, mas ele acabou quando Percy jogou a maçã para Grover e ela chegou perto demais de sua boca, que com uma abocanhada só, se foi a maçã. Ele enrubesceu, sua tentativa de se desculpar foi em vão, pois estávamos muito ocupados demais caindo na risada.

Então finalmente o ônibus chegou, fiquei por ultimo com Grover logo a frente, ele parou nas escadas e começou a farejar o ar, Percy se virou para ele e perguntou:

–Algo de errado?

–Não, pode ser apenas a tempestade me enganando. Vamos? – ele soou nervoso. Franzi a testa e antes que ele se sentasse eu o puxei de lado:

–O que você sentiu?

–Não sei ao certo, apenas fique atenta. Eu assenti e me sentei ao seu lado. Percy, Lukas e Annabeth se sentaram no banco ao lado do nosso, olhei para todos os lados e congelei ao ver quem, ou melhor, o que entrava no onibus. Cutuquei Grover freneticamente e ele olhou nervoso para mim:

–Grover, o que são aquelas coisas?

Minha respiração estava entrecortada.

–São fúrias, servas de Hades, uma delas atacou Percy na escola. – ele sussurrou.

–Uma delas, a do meio, me atacou no meu primeiro dia em Hogwarts. Ela me chamou de princesinha dos olimpianos, e Lukas de filho dos céus. Na época eu não entendi, mas agora faz sentido.

Olhei aflita para o lado, Percy mantinha a respiração calma mas eu via a sua expressão de terror, Lukas tinha a respiração ofegante, ele levou uma mão ao ombro e olhou para mim, eu só consegui engolir em seco, só vi Annabeth olhar para nós aflita e pedir nos calma silenciosamente, eu me virei para frente e mantive a posição ereta, tentei acalmar a respiração. Quando as luzes do onibus apagaram, apenas ouvi Annabeth dizer:

–Lukas e Percy, vão vocês, o meu boné pode escondê-los.

–Não vou deixar vocês. – reclamou Percy.

–Eu cuido deles. Pode deixar. – garanti.

–Não vou deixar você aqui. – Lukas segurou firme minha mão, senti sua voz segura e irredutível. Soltei sua mão e sussurrei:

–Vai, te encontro lá fora, vou dar um jeito de parar o ônibus.

Senti ele se afastar, enquanto ouvi as três fúrias resmungarem:

–Vou ao banheiro!

–Vou também.

–Vou também.

Eu e Grover nos encolhemos para o lado da janela, assim que elas passaram por nós, inspiraram fundo o ar ao nosso lado mas nada disseram, se viraram para mim, e por fim, Puf! Se transformaram no que realmente eram, agora, ao invés de três velhas senhoras, haviam três monstros, com garras afiadas e prontas para atacar, ia sacar minha espada mas Annabeth segurou meu pulso.

–Onde está? – as fúrias grunhiram.

–Se foi! – Annabeth gritou de volta, engoli em seco quando uma delas se virou para mim e chegou perto demais de meu rosto, senti seu hálito podre bem de perto, fiquei estática, não tive uma sequer reação, foi quando ao longe ouvi uma voz masculina:

–Segurem-se!

Era Lukas, o ônibus deu uma guinada brusca para o lado e se ele não tivesse avisado seriamos jogados para o lado, mas não foi o que aconteceu. As fúrias se esmagaram contra o vidro da janela oposta, os passageiros gritavam em pavor, enquanto eu já puxava Grover e Annabeth para a porta do ônibus.

Os três monstros já tinham se recuperado e rastejavam em nossa direção guinchando e nos lançando ameaças, enquanto continuavam a gritar:

–Onde está? Onde está!?

Não ousamos nos virar para responder, mas mesmo assim não consegui ser tão rápida, uma delas cravou as garras no meu ombro e me puxou para trás, Grover e Annabeth seguraram firme a minha mão enquanto eu era puxada para o lado oposto:

–Me soltem! Corram, eu dou um jeito aqui!

–Não vamos te soltar ta maluca? – gritou Grover de volta para mim.

–Percy, faça algo! – ouvi a voz de Lukas ao longe mas não sabia onde ele estava, não podia vê-lo.

–Segurem ela! – a voz de Percy vinha de algum lugar lá da frente.

Então o ônibus deu uma guinada brusca jogando a fúria para trás, meu ombro estava livre, mas não podíamos passar, elas já se recuperavam e se reagrupavam de novo, estávamos cercados:

–Parece que a princesinha dos olimpianos não é uma boa guardiã, porque seus amigos vão morrer!

–Eu não teria tanta certeza. – me virei para ver Lukas sorrindo com um olhar desafiador e sua lança em mão, Percy estava ao seu lado com uma espada que eu não tinha visto antes, Annabeth sorriu e olhou para mim, ela tirou sua adaga da manga e eu toquei em meu pulso, minha espada se enrolou na minha mão. Ah como eu adoro magia! Os meninos correram em nossa direção, enquanto Grover tirava as pessoas de dentro do ônibus.

–Percy Jackson você ofendeu os deuses! – grasnou uma fúria.

–Você desafia seu pai Lukas Darwin! – grunhiu a outra.

–E a guardiã os apóia! – a ultima terminou.

–Não nos leve a mal, mas essas desavenças entre os deuses, não tem nada haver conosco. – ao concluir dessas frase elas pularam em cima de nós, e atacamos, o ônibus estava quase todo vazio já, Grover veio ao nosso encontro para nos ajudar, uma das fúrias pulou em cima de mim e chicoteou meu pulso, estava queimando, ardia, mas Grover pulou em suas costas e ela soltou o chicote, era minha deixa, finquei a espada em seu peito e ela desapareceu em pó. Os outros distraíram as fúrias restantes, mas assim que eu matei a primeira, elas se viraram para mim, o que me pareciam muito ofendidas, e por fim Lukas gritou:

–Corram!

Corremos para fora, assim que conseguimos sair, Grover nos olhou e gritou:

–Nossas mochilas! Esquecemos nossas...

BUM!

Um raio irrompeu os céus e explodiu o ônibus, caímos sentados, então um nó se formou em minha garganta:

–Minha varinha... ela ... ela estava lá.

–Não, não estava. – Lukas tirou minha varinha do bolso e me entregou, alivio, era o que me definia agora, olhei para ele com uma enorme interrogação no olhar, ele apenas deu de ombros e disse:

–Peguei enquanto ainda estava invisível. Não achei que você fosse lembrar dela mesmo.

Eu sorri e lhe dei um abraço desajeitado.

–An, pessoal... – Percy nos cutucou, olhamos em volta e as pessoas começavam a olhar acusadoras para nós, não esperamos nossa deixa, apenas saímos correndo, e adentramos os bosques, a chuva caia torrencialmente ainda, e não tínhamos rumo, apenas corríamos uns ao lado dos outros nas trevas adentro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Deixem seu comentário e me contem o que vocês tão achando!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Equilibrio Entre Os Mundos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.