Eles se entreolhavam, olhavam a casa, procuravam câmeras... Todos estavam curiosos. Foram os escolhidos para um reality show novo, e estavam todos ansiosos para aparecer na TV, ficar famosos... Sim, esses fúteis desejos humanos.

– Por favor, dirijam-se todos para a sala de estar da casa, basta seguir a estrada de areia que está em frente a vocês – Uma voz ecoou pela casa.

Todos os jovens seguiram para dentro da casa. Eram dezessete no total. Todos ansiosos. Querendo mais do que tudo ganhar o grande prêmio. Escolher alianças, fazer inimigos, todos já planejavam isso previamente sem mesmo saber o que viria.

Quando chegaram na sala de estar, deixaram as malas em um canto da sala e se acomodaram nos sofás e pufes do local. Em frente a eles havia uma grande televisão, que se ligou segundos depois de se acomodarem. Na tela apareceu uma bonita mulher de cabelos roxos e olhos vermelhos como sangue.

– Sejam bem vindos. Me chamo Cazeaje e sou a dona do programas – Ela sorriu gentilmente para todos – Nesse momento nós já estamos transmitindo para todo o Japão. Irei chamar o nome de cada um, levante a mão caso for o seu, para o público conhece-lo.

E ela chamou os nomes. Elesis, Lire, Arme, Lass, Ryan, Ronan, Jin, Amy, Mari, Sieghart, Lupus, Lin, Rey, Dio, Zero, Azin e Holly. Cada um foi acenando conforme foi chamado e Cazeaje sorriu.

– Hoje deixarei para vocês conhecerem a casa e se conhecerem, boa sorte – Depois disso, a tela desligou.

O silencio se instalou na sala por alguns instantes, até que a garota de cabelos rosados chamada Amy tentou puxar assunto.

– Disseram no site que haveria todo tipo de eventos nessa casa, festas com música ao vivo, provas com prêmios extras...

– E disseram também que nós teríamos uma surpresa inesquecível no primeiro dia! – Exclamou a loira chamada Lire.

– Quer dizer que ainda vai ter mais coisa hoje? Espero que seja mais interessante... – Disse Lupus entediado.

Todos estavam interagindo uns com os outros, a não ser por um moreno de cabelo prateados. Sieghart olhava curiosamente para um vaso de vidro, onde existia uma planta em seu interior, mas estranhamente não havia água.

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Elesis e Arme estavam indo em direção à cozinha para fazer algo para comerem. Arme foi pegar um pouco de água, mas depois vasculhar a geladeira inteira, não encontrou. Estava prestes a comentar algo, mas Elesis falou primeiro:

– Não tem água.

– Na geladeira também não...

– Ei, o chuveiro está sem água... – As garotas ouviram a voz de Jin e se viraram para ver que ele estava só de toalha.

– Jin! Por que está andando assim? – Amy falou indignada.

– Isso não importa – Ele revirou os olhos – Como vou tomar banho sem água?

– Eu não sei! Parece que a casa inteira está sem água – Disse Elesis.

Uma campainha foi ouvida fazendo os três se calarem.

– Todos se dirijam a sala de estar, por favor – Falou uma voz eletrônica.

Todos foram novamente à sala de estar. Quando todos se acomodaram, a tela ligou novamente e Cazeaje estava a sorrir.

– Creio que deve ter acontecido alguma coisa... – Ela falou, e alguns assentiram – Não se preocupem, isso não é um problema na caixa d’agua, pois ela na verdade está completamente vazia.

– Como assim?! Vai nos deixar aqui sem água? – Gritou Ronan indignado – Isso com certeza não deve ser permitido por lei...

– Você acha mesmo que a lei chega aqui? – Cazeaje riu sarcástica – Você acha mesmo que está em um reality show?

Ronan arregalou os olhos cheio de pavor e caiu novamente no sofá. Alguns tentaram “acordar” Ronan, os outros estavam confusos e com raiva.

– Isso é apenas um jogo. Aos poucos vocês serão eliminados. O que ganhar receberá o prêmio de um milhão de cashs! – Ela falou como se aquilo a divertisse, e de fato a divertia.

– Resumindo, você vai apenas esperar que todos nós morramos e o que resistir mais ganhará o prêmio e provavelmente será estudado? – Disse Mari séria. Os outros olharam para ela abismados.

– Estudado?! Isso são vidas humanas Mari, isso não é uma experiência... – Gritou Ryan, mas foi interrompido por Cazeaje.

– Na verdade é sim – Um silencio tenso tomou conta da sala – Voltarei quando sobrar apenas um, mas estarei vigiando todos vocês... Boa sorte.

Ela deu uma risada e a tela se desligou. Todos estavam horrorizados, e se assustaram quando Sieghart se levantou repentinamente.

– Aonde pensa que vai? – Exclamou Azin – Como pode agir tão calmamente em uma situação como essa?

– Simplesmente porque eu já sei o final dessa história. Aposto também que você vai ser o culpado de tudo – Dizendo isso, sumiu pelos cantos da casa, deixando Azin irritado.

– Deve ser só algum mimado... – Ele bufou.

Amy começou a chorar de repente, e alguns olharam preocupados. Comida eles tinham de todos os tipos, menos as que tinham líquidos. Todos estavam pensando o que iriam fazer. Um ser humano consegue viver sem água quatro ou cinco dias, e eles só poderiam sair de lá depois de um mês.

Em meio ao silencio, Azin começa a rir sinistramente.

– Não se preocupem, nós ainda temos água... – Ele sussurrou, fazendo com que os outros não pudessem ouvir.

Ao cair da noite, todos foram tentar dormir. Era mais ou menos 3 horas da manha. Tudo estava silencioso. Apenas duas pessoas não estavam em suas camas. Uma sombra andando pela casa no meio da noite e Sieghart que estava em um pequeno quarto sem portas, apenas com uma portinha de metal que agora encontrava-se trancada. Ele tinha reunido suas coisas e levado para lá, e lia um livro com uma lanterna, mas ao ouvir barulhos de passos a desligou rapidamente e começou a controlar a respiração.

O quarto que ele estava ficava perto do quarto da garota de cabelos azuis chamada Mari. Então Sieghart ouviu tudo. Ouviu a porta sendo aberta, ouviu a exclamação de surpresa de Mari, e ouviu algo que não somente ele ouviu, mas sim toda a casa...

Ouviu um grito tortuoso ecoar pelas paredes, e um cheiro metálico inundou o quarto onde ele estava.

– Começou...