No Beating. escrita por Jess-Lerman


Capítulo 1
Eu deveria.




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-Você tem certeza Acqua? - Marisa perguntava pela terceira vez consecutiva no mesmo cômodo da casa.

-Mãe, pelo amor de Deus. Eu já falei, vai ter sete pessoas da minha turma lá, não tem perigo nenhum. Você fica inventando mil e uma desculpas, doenças e novos maníacos a solta pra me impedir de sair. 

-ACQUA, OLHE O TOM DE V-

-Calma querida - o pai interrompeu o ataque de nervos da mãe impedindo uma possível discussão. - Acqua sabe se cuidar, e vai telefonar 2 vezes a cada 1 uma hora.

-Mas, ah ok. - bufou ao se deparar com o olhar "aceita logo senão ela vai te encher o saco a noite toda" do pai. 

-Não beba nada que seja vermelho escuro, que burbulhe ou que diga te fazer sentir mais leve. - a mãe gritava ao ver a filha se distanciar da porta de casa e entrar no mini cooper de Ally.

....

-E aeee brownie. - a garota beijou  a bochecha de Acqua.

-HA-HA-HA muito bonitinha - Acqua ironizou diante do apelido dado pela melhor amiga. De acordo com Ally por causa da cor de pele de Acqua, que era mulata (Pai branco + mãe negra), então o apelido deveria ser brownie (brown, marrom em inglês). - maas enfim, que sapatos lindos são esses? - Comentou encarando os pés da amiga.

-Barneys - sorriu e voltou a encarar a estrada. 

-Saiu da cidade quando?? - perguntou Acqua desligando seu iPhone já prevendo as ligações desnecessárias da mãe. 

-Não sai, peguei da minha mãe - riu - por que você acha que meu dedão está quase saindo pra fora dele?

Acqua gargalhou e guardou o celular na bolsa em seguida observando a estrada ficar mais cheia de arvores secas:

-Hm, você tem certeza que o Brandon tinha garantia total que esse lugar era seguro?

-Ele garantiu, mas até eu estou desconfiando, mas veja pelo lado bom, pelo menos a cabana é bonitinha.

As duas encararam ao longe a cabana onde ocorreria a tal festinha.

- É uma graça. - Acqua sorriu. 

-Você só diz isso até ver os meninos que vão estar lá - Ally sorriu de volta, só que o seu era malicioso.

Então gargalharam.

...

-Para Carlos, ficar acendendo e apagando a luz não vai parecer isso parecer uma balada - uma garota gritou a um dos adolescentes já bebados dentro da cabana. 

-Uiii, tá nervosinha - então entraram em outra conversa animada.

-Vamos embora Acqua, tá um tédio. - Ally se levantou

-Amém, pensei que eu nunca ouviria isso - sorriu e saiu da cabana de madeira.

Ally encarou seu relógio e se preocupou: eram quase três pras quatro da manhã.

-Cara, tá escuraço! - Acqua comentou olhando pro céu.

-Vambora, você dorme lá em casa - Ally disse quando estavam chegando perto do carro.

-Ok, eu só vou ligar pra minha m- 

-Opa, opa, opa. Parou aí - 5 caras mal vestidos e com aparência duvidosa barraram a passagem que faltava para chegarem ao carro. 

-Dá licença a gente quer passar. - Ally ignorou a aparencia e tom de voz dos homens. 

-Calma aí gatinha, pra que a pressa! - o barbudo falou barrando e segurando a loura. 

-Olha, eu não quero saber de encrenca - Acqua avisou.

-Mas pra que? Eu adoro uma mulatinha. - um ruivo sussurrou no ouvido de acqua - não é negra, nem uma branquela azeda. No ponto. 

-Passa a chave do carro. - o mais alto disse.

-Carro, que carro??!!? - Ally, com medo de perder seu Cooper novinho, disfarçou.

-SABEMOS QUE O MINI É SEU, ENTÃO PASSA LOGO - o ruivo, ainda segurando Acqua gritou. 

-Ok, ok, ok. - jogou a chave no chão. 

-Entrem no carro - jogaram as duas dentro do veículo, e se espremeram junto a elas. 

-Cara, você precisa de um carrinho maior, viu querida? -o de cabelo arrepiado reclamou enquanto pisava no acelerador e entrava para uma parte mais profundo do matagal. 

-Ele não foi feito para transportar mendigos feito vocês. - cuspiu Ally.

-Ora, sua vagab- o quinto iria revidar porém o anterior interrompeu e tranquilo, mas ainda assim malicioso, declarou:

-Ela terá o que merece.

Já em uma parte mas afastada do mato, as garotas já tinham parado de pensar; Não queriam ser encontradas mortas, e mentalmente, se xingavam por ir a tal festa. 

-Parem aqui. Saiam do carro - as garotas obedeceram. 

-Mas o que v- Ally não pôde finalizar sem antes receber uma pancada e cair no chão imobilizada.

Antes mesmo de ter noção do que acontecera Acqua sentira uma forte dor na nuca, e então, a escuridão tomou conta da sua consciencia. 

(....)

-Cara, a loura é bem apertadinha, sem o lubrificante quase que eu não consigo - Acqua ouviu uma voz, e em seguida risadas maliciosas.

Abrindo os olhos, pôde ver 3 dos cinco homens anteriores. Um fechava o zíper da calça, e os outros falavam sobre algo. 

A garota pode apenas observar  o brilho do cinto da sua calça, que estava jogada para o lado reverso ao seu, olhou para o lado e viu Ally totalmente nua e desmaiada. 

Se lamentou ao perceber que estava praticamente na mesma situação, se não fosse pelo sutiã que lhe tapava os seios. 

Fechou os olhos e apenas sentiu o frio da grama molhada, lhe aliviando a ardência. Tossiu e sem querer chamou atenção de dois deles. 

-Ora, acordou!!!! - pôde sentir dois braços a levantando e a apoiando em uma árvore isolada e em seguida se juntando aos outros 3. 

Os cinco começaram a discutir e ela apenas ouviu as palavras "estranho" "maleta" "agencia" "secreto''. 

-Vamos testar nela - com sua audição um pouco melhor pôde ouvir - a outra já está morta, e, pra essa siringa estar nessa maleta, deve ser uma droga bem forte.

Forçando a visão, leu S.H.I.E.L.D em uma maleta preta e então uma seringa com um líquido azul na mão do ruivo. 

-Segurem a mocinha. - sorriu maldoso.

-não...NÃÃO! SOCORRO! SOCORRO! - começou a berrar ao  ver os 4 outros segurando seus braços e pernas cansados. 

-Calma, calminha. - o ruivo se aproximou - só vai ser uma picadinha. Mas veja pelo lado bom, se a droga for das boas, vamos ganhar um bom dinheiro sabendo da existência de uma nova. 

E então sem honras, atingiu a perna da garota com a seringa. 

-O que sente? - perguntou o de cabelo arrepiado com uma mancha no nariz.

-Nada, a não ser m-meu coração...

-O que é isso??!?!?! - um dos bandidos se assustou - OS OLHOS DELA! E-ESTÃO.

Então árvores começaram a balançar e um helicóptero apareceu.

-Deixa ela aí, deixa! - gritou um deles, fugindo e sendo seguido pelos outros. 

ACQUA POV

A partir do momento que aqueles filhos da mãe fugiram, não se ouvia mas nada senão o barulho do helicóptero e passos em folhas secas. 

Pisquei com pesar. Minha visão começara a ficar turva. E nos últimos segundos em que fiquei acordada vi um homem negro, com um tapa olho que me fez pensar que eu estava drogada, se aproximar de mim e dizer:

-Acqua Thompson, sou Nick Fury e você está sobre intervenção da S.H.I.E.L.D Strategic Hazard Intervention Espionage Logistics Directorate. 

E então tudo ficou preto.


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