Don't Ever Look Back escrita por Escritora Tay


Capítulo 15
Camisa 9




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Acordei umas 10 horas da manhã com uma caralhada de celular despertando.

Emanuel: Que isso vei?

Lucas: Hoje é domingo

Emanuel: E daí mano?

Lucas: Você tem jogo, esqueceu?

Emanuel: EU TENHO O QUE? Porra, Lucas!

Eu realmente tinha jogo hoje, tinha esquecido completamente. Levantei correndo, tomei um banho e fui procurar minha mochila com meu uniforme dentro. Que droga, por que o apartamento ta tão bagunçado? Por sorte eu achei e meu uniforme estava limpo e inteiro, vesti, coloquei minha chuteira e tava me preparando pra sair.

Rafa: Calma, a gente vai com você.

Emanuel: Vocês tão capotados na ressaca.

Rafa: E daí? Bora!

O Rafa foi dirigindo um carro e o Vine o outro, até que não cheguei tão atrasado. O treinador queria me matar quando me viu, mas ficou feliz que eu cheguei. Aqueci um pouco e entrei no jogo no final do primeiro tempo. O jogo tava pegado, meu time tava muito recuado e deixando o Olé atacar muito. Passei pro time o que o treinador me disse e, antes de acabar o primeiro tempo, conseguimos dar uma equilibrada no jogo. No intervalo eu fiquei procurando a Carol na torcida, acho que ela ta chapada comigo, deve ser por causa da festa.

Treinador: Emanuel, foca aqui!

Emanuel: Oi? Sim, treinador.

Treinador: Vamos jogar no contra ataque, o time avança um pouco e toda bola você tenta finalizar nem que seja sozinho, você é mais rápido que a zaga deles, entendeu?

Fudeu, ele acabou de colocar o jogo nas minhas mãos e eu acabei de acordar de uma festa fudida, que merda. O treinador ficou tentando me dar moral, falando o quanto eu era bom e rápido, mas eu tava morrendo de medo.

Começou o segundo tempo e o nosso time entrou bem melhor e mais organizado no jogo. Estávamos atacando bastante, só que eu não conseguia acertar uma finalização. Conversei com os caras do time que não era pra me deixar finalizando sozinho porque não ia dar certo.

La pros 30 min do 2º tempo um contra ataque deu muito certo e eu dei o passe pro outro cara do time fazer o gol. Tudo bem que o gol não foi meu, mas fiquei muito mais confiante no jogo depois dessa assistência. Comecei a buscar mais a bola e finalizar melhor, questão de tempo até eu fazer um gol.

A Mah tava torcendo loucamente por mim, to até vendo a hora que ela vai ficar sem voz de tanto gritar kk Muito lindinha essa minha irmã, se fizer um gol vou dedicar pra ela.

Em uma das nossas jogadas de ataque o zagueiro ficou muito puto com o drible que levou e entrou com violência no cara do meu time. Começou uma confusão, gente querendo se bater e o juiz saiu distribuindo cartão amarelo pra um monte de gente. O bom é que dessa falta eu recebi o passe livre pra fazer o gol. Eu tinha liberdade pra tentar fazer uma graça, mas preferi bater direto e fazer o gol do que me arriscar querendo driblar todo mundo e acabar perdendo o gol. Comemorei muito, foi como fazer jus a responsabilidade que o treinador tinha colocado sobre mim. Fiz um gesto pra Mah e acho que ela entendeu que eu tava dedicando o gol.

O resto do jogo foi bem tranquilo, só tivemos que segurar no ataque e logo o jogo acabou. O treinador veio dizer que estava muito orgulhoso de mim, que eu podia virar capitão do time se continuasse com essa postura e, quem sabe, até me profissionalizar. Fiquei muito animado com essa chance, imagina eu capitão do time levantando uma taça? Imagina times profissionais me contratando? Que louco!

Fui pro carro e já tava todo mundo la me esperando.

Vine: Vei, você deitou demais.

Rafa: Futebol arte, Neymar que se cuide.

Emanuel: Cala boca, nem joguei tanto assim

Marina: Cala boca você, meu irmão joga demaaais

Emanuel: Fiz aquele gol pra você, você viu?

Marina: EU VIIIIIIII, SEU LINDO!

Ela ignorou o fato de eu estar completamente suado e me deu um puta abraço. A única que não falou nada foi a Carol, ela parecia muito distante e até um pouco incomodada por estar aqui. Sei la, eu tentei o máximo não pensar no que aconteceu ontem a noite pra jogar bem, só que agora estava tudo voltando pra minha cabeça...

Narrado por Carol:

A noite de ontem foi um desastre. Eu perdi minha cabeça, eu me perdi e foi uma das piores sensações da minha vida fazer todas aquelas coisas. Ver o Mano com aquela ... aquela... putinha de balada me deu tanto ódio que acabei fazer um monte de coisa que nunca faria na vida.

Não lembro de tudo detalhadamente, mas lembro que peguei o Rafa na frente de todo mundo, lembro que bebi além da conta e fiquei agindo como uma otária. Até agora me sinto mal pela Manu, fiz o Rafa trair ela. O Emanuel que se foda, na verdade eu acho que ele nem se importa com mais nada.

Nem queria ter vindo assistir essa droga de jogo, odeio futebol. Não, na verdade mesmo eu odeio o Emanuel e quero mais é que ele se foda!

Narrado por Emanuel:

Como estava na hora do almoço passamos no habib's, pegamos um monte de esfihas pra viagem e fomos pra escola.

Tava foda o clima entre a gente, como se todos estivessem se odiando, menos o Rafa e o Vine que pareciam não entender o tamanho da merda que aconteceu ontem. A Manu ficava sempre de cabeça baixa e quieta, as vezes eu via ele com cara de choro.. Devíamos sentir vergonha de magoar os outros desse jeito.

Quando voltamos pra escola foi cada um pro seu quarto sem muita conversa. Comi algumas esfihas, tomei um banho e depois fiquei jogado na cama pensando na vida.

Vine: Mano, você ta bem?

Mano: Sei la

Vine: Eu vi o que rolou entre o Rafa e a Carol.

Mano: Que se fodam eles

Vine: Tem que resolver isso ae, Mano, somos todos amigos não da pra ficar assim.

Mano: Amigo não faz uma porra dessas! Todo mundo sabia que eu tinha alguma coisa com a Carol, principalmente vocês 3 e ae o Rafa pega ela na minha frente? Porra, isso não é coisa de amigo.

Vine: Calma!

Mano: Calma o caralho, eu vou resolver isso agora.

Levantei e entrei chutando a porta do quarto do Rafa e do Lucas.

Lucas: Que isso?

Mano: Rafael, seu filho da puta!

Rafa: Você ta louco?

Lucas: Calma

Mano: Se fuder, por que você pegou a Carol?

Rafa: Sei la, eu tava bêbado demais

Avancei nele e dei um soco com toda força no rosto dele, começamos uma briga que foi logo separada pelo Vine e pelo Lucas.

Vine: Para com essa viadagem, conversa igual homem.

Mano: O Rafael não é homem! Não sabe como tratar mulher, é cuzão com os amigos, não respeita ninguém, se acha melhor que todo mundo, acha que é tudo parte da ‘grande festa da vida’ e que ele tem camarote gold pra tudo. Fica ae nessa vagabundagem e coloca a culpa na bebida, que merda! O que você vai levar disso tudo?

Rafa: Cala boca, acha que tem moral pra falar alguma coisa? A Carol nem é tua namorada e você tava comendo outra enquanto ela tava sozinha na festa. Ta achando que é mais homem que eu? Olha as merdas que você faz

Mano: Vai se fuder e não chega mais perto da Carol.

Senti uma raiva fora do normal, um choque de adrenalina no meu corpo, estava sentindo que qualquer coisa seria capaz de me tirar do sério. Tentei me afastar de todo mundo e não pensar nisso. Desci pra biblioteca e fui estudar, afinal, é um bom jeito de ocupar a cabeça e as provas começam terça-feira.

Pedi pra moça da biblioteca os livros de história e ela me indicou uma prateleira um pouco mais além do que eu jamais tinha entrado. Nossa, essa bibliotecária nova é bem bonita, acho que vou começar a frequentar a biblioteca kk Peguei uns 3 livros diferentes e me sentei em uma mesa pra poder começar a ler. Caramba, tem até sofá aqui, por que eu não sabia disso?

Me concentrei nos estudos e percebi que tinha muita facilidade em história, a matéria fazia bastante sentido pra mim e todos esses nomes eram bem famosos, muito fácil de lembrar.

Quando terminei já era fim de tarde e começou a bater uma fome, pensei em subir pro quarto e ver se ainda tinha esfiha mas lembrei que teria que cruzar com os mlks e isso seria desagradável. E agora? To com fome.

Narrado por Carol:

Passei a tarde toda com a Babi e a Mah, estudamos um pouco e depois ficamos conversando sobre a vida.

Babi: E a Manu?

Carol: Não sei onde ela ta, queria tanto pedir desculpa

Marina: Melhor mesmo é esperar as coisas se acalmarem antes de você ir falar com ela.

Carol: Malditos meninos, olha a confusão que eles causam!

Babi: Relaxa, daqui a pouco fica tudo bem.

Confesso que ficar pensando nisso me dava dor de cabeça e muita vontade de chorar,  mudamos de assunto por um tempo e quando deu a hora do jantar as meninas foram buscar alguma coisa pra gente comer. Fiquei no quarto abraçada no meu travesseiro, chorando baixinho. Que idiota, Carol, para de chorar..

Narrado por Emanuel:

Fui pro refeitório e peguei qualquer coisa pra comer, fiquei sentado em uma mesa perto da piscina e vi que tinha uma sms da Bianca no meu celular.

“Morrendo de ressaca, você ta bem?”

Ela mandou la pras 2 da tarde e eu to vendo só agora, boa Emanuel, melhor ligar pra ela.

Bianca: Alô?

Emanuel: E ae, patricinha? Ta melhor?

Bianca: Fazendeiro? To melhor sim

Emanuel: Que bom. Então, queria pedir desculpa por ontem a noite..

Bianca: Relaxa, eu sabia o que tava fazendo.

Emanuel: Sério? Então ta ótimo

Bianca: Me ligou só por causa disso?

Emanuel: Não, sei la, só queria conversar.

Ficamos conversando por uma meia hora, não contei pra ela da Carol ou da briga com o Rafa, nada a ver falar isso pra ela. Até que a patricinha era uma boa pessoa pra conversar, pra fazer companhia.

Subi pro quarto e fui direto pra cama, ainda bem que o Vine não foi inconveniente de ficar tentando conversar comigo. Estou muito cansado dessa vida, de estudar pra vestibular, de treinar, dessas brigas, quero aproveitar, quero o fim de semana logo, quero viajar pro Chile logo! Quero que a semana passe rápido, mas a vida passe devagar.

Acordei só na manhã seguinte com o despertador tocando. Levantei, tomei banho, coloquei o uniforme, peguei minhas coisas e fui pra aula. Cheguei na sala e os mlks já estavam sentados nos lugares de sempre, pra evitar confusão eu fui sentar do outro lado da sala, perto da Manu.

Emanuel: E ae, Manu?

Manuella: O que aconteceu com o Rafa?

Emanuel: Ãh?

Olhei pro Rafa e vi que a briga de ontem deixou ele com um puta olho roxo kkk otário, não aguenta 5 min de porrada comigo.

Emanuel: Ah, eu dei um soco nele

Manuella: Por que?

Emanuel: ...

Manuella: Ok, foi uma pergunta idiota

Ela parecia muito chateada, mas ainda se importava com ele, dava pra ver que ela estava preocupada com o machucado dele. Tinha um trecho que descrevia completamente o Rafa, era mais ou menos assim: “E quem o conhecia não conseguia esquecer. Principalmente as mulheres. Ele era encantador de um jeito sobrenatural. E o mais raro ainda é que ele conseguia quebrar corações alheios, e estas pessoas ainda o procuravam. O queriam. E achavam que a culpa era de si mesmas, e não dele. A meu ver era algo totalmente insano, mas verídico.”

Assisti todas as aulas sem nem usar a apostila,  não tava afim de prestar atenção nessa merda. A Manu até que tentou puxar uns assuntos comigo, mas eu tava muito foda-se pra vida, só queria ficar quieto em um canto. Na hora do intervalo desci com uns caras do time de futebol pra dar uma volta e esbarrei nas meninas.

Marina: Oi Mano.

Carol: O que aconteceu com o Rafa?

Emanuel: Caralho, por que todo mundo me pergunta isso? Eu dei um soco nele!

Carol: Por que?

Emanuel: Porque sim, ele mereceu.

Carol: Essa resposta não me satisfez

Emanuel: Foda-se

Carol: Por que você deu um soco nele?

Emanuel: Porque vocês ficaram, porra Carol. Lembra disso ou tava tão bêbada que esqueceu tudo que fez? Ou talvez deu um surto de escrotisse em você e no Rafael pra fazer uma coisa dessas com os amigos?

Ela ficou me encarando, como não tinha mais nada pra falar virei as costas e fui embora.

Narrado por Carol:

Fiquei com uma vontade enorme de dar um tapa na cara dele e gritar que só fiquei com o Rafa porque vi o Mano comendo uma vagabunda de festa. Ridículo ele falar comigo como se eu fosse a vadia da história! Ainda bem que me controlei e não falei nada porque ia dar uma treta enorme...

Marina: Vocês tem que se resolver.

Carol: Só quando ele criar vergonha na cara e perceber que o errado da história é ele e somente ele!

Fiquei tão irritada que fiz a Marina prometer que não ia falar pro Mano que a gente viu ele, quero ver quanto tempo ele vai seguir com essa história de coitadinho. Já tava vendo a hora de começar a chorar então fui andando de volta pra sala com a cabeça baixa até alguém segurar meu braço.

XxxX: Ana, o que aconteceu?

Carol: Dê, me solta! E, porra, você ainda não aprendeu que esse apelido é ridículo?

Daniel: Ok, desculpa, mas o que aconteceu?

Carol: Só to chateada com algumas coisas

Daniel: Posso tentar te ajudar?

Carol: Você não vai conseguir

Daniel: Veremos, me encontra na piscina depois do almoço.

Nem deu tempo de responder nada e ele já saiu. Não sei se vou, sinto falta dele, mas to puta com todo mundo.

 Passei o resto das aulas decidindo se eu ia ou não encontrar o Dê depois da aula. Uma parte de mim dizia que eu precisava perdoar ele e que, apesar de tudo, o carinho dele ia me fazer um bem enorme e que seria uma tarde maravilhosa. Mas a outra parte dizia que eu estaria sendo uma vadia por usar o Dê para minha felicidade e depois deixar ele sozinho. Não sei como me convencia, mas depois do almoço me despedi das garotas e fui encontrar o Dê na piscina.

Carol: Oi Dê

Daniel: Vem cá

Ele me puxou pela mão e me levou pra uma mesa com uma bela vista do jardim e da piscina no fundo. 

Daniel: Sei que você gosta de lugares com vistas bonitas...

Carol: Poxa, obrigada, aqui é lindo.

Ficamos ali conversando e tirando fotos pra postar no Instagram, o Dê parecia muito mais maduro e legal do que antes. Vei, o que eu to falando? Até parece que eu não vejo ele faz 1 ano, vi ele tem umas semanas.

Daniel: Tava com saudade de você

Carol: Eu também...

Acabei dando um abraço apertado nele.

Narrado por Emanuel:

Depois da aula fui almoçar sozinho e depois fui pra biblioteca estudar, tenho que deitar nessas provas e já estudar um pouco pros vestibulares.

Enquanto estudava fiquei trocando SMS com a Bianca, ela era realmente muito legal e conversar com ela fazia o tempo passar rápido. Também fiquei pensando que logo teria que me resolver com o Rafa, ou pelo menos tentar, por causa da viagem que estava chegando. É foda ficar nesse clima com os mlks, mas o Rafa foi um baita de um filho da puta e eu não tava afim de perdoar ele fácil assim.

Quando reparei já eram umas 4 da tarde, arrumei meu material e resolvi dar um pulo na piscina antes de voltar pro quarto.

Narrado por Carol:

Passar a tarde com o Dê foi ótimo, acho que eu seria capaz de perdoar ele se ele começasse a agir assim sempre.

Daniel: Gosto muito de você, Carol

Carol: Olha só, você não me chamou de Ana

Daniel: Pois é, me ensinaram que esse apelido é ridículo.

Carol: hahahaha Desculpa, tava irritada aquela hora.

Daniel: Tudo bem, eu deixo essa passar kk Só quero que você saiba que, não importa o motivo, eu nunca mais vou te magoar.

Carol: Nunca mais é muito tempo, Dê

Daniel: Eu sei o que to falando.

Achei muito fofo da parte dele falar isso, parece que ele estava realmente muito arrependido por ter me perdido e que estava tentando mudar minha opinião sobre ele sem forçar. Chegou o fim da tarde e eu decidi voltar pro meu quarto, ele foi bem gentil e me acompanhou até o quarto.

Carol: Foi muito bom, não sei o que seria de mim agora sem você haha

Daniel: Relaxa Carol, se você não existisse eu iria te inventar.

Não queria criar falsas esperanças nele então me despedi e entrei no quarto.

Narrado por Emanuel:

Quando tava indo pra piscina vi a Carol e o Denilson indo em direção aos quartos... Porra, o que deu na Carol? Tomou chá de vadia? Tentei não deixar isso me afetar e fiquei um pouco na piscina conversando com umas garotas do 2º ano.

Depois de um tempo subi pro quarto e fiquei mexendo no computador até bem tarde, acho que era um jeito de me ocupar pra não ter que lidar com meus problemas. Fiquei com sono e fui dormir, afinal amanhã começam as provas e eu tenho que deitar.

Acordei um pouco antes do despertador tocar e dei uma revisada rápida na matéria de história, eu tava tranquilo porque estudei e sabia toda a matéria. O Vine acordou desesperado.

Vine: Véi, você vai ter que me passar as colas porque eu não sei nada, nem estudei!

Emanuel: De boa, eu estudei

Colocamos o uniforme e fomos pra sala fazer a prova. O Vine me arrastou pras últimas carteiras no canto da sala.

Vine: Senta ae e me passa resposta toda vez que eu te chutar.

Recebemos a prova e eu me senti o cara mais inteligente do mundo(depois do Lucas, é claro) porque eu olhei as questões e sabia responder todas. Fiz a prova rápido e passei quase todas as respostas pro Vine, espero que o professor não perceba que as provas estão quase idênticas.

Saímos da prova e fomos comer alguma coisa na cantina.

Vine: Ow, o Rafa quer falar contigo.

Emanuel: Foda-se

Vine: Porra, Mano, vocês tem que conversar

Emanuel: Ah vei, tanto faz.

Percebi que o Vine ia fazer a gente conversar não importa o que. Ele me levou até um banco no jardim onde o Lucas e o Rafa estavam sentados.

Lucas: E ae?

Rafa: Mano, vei, desculpa ae.

Emanuel: ...

Rafa: É sério, eu nunca teria ficado com ela se tivesse sóbrio. Não que eu esteja colocando a culpa na bebida de novo, é que você é meu amigo, meu irmão e eu fui maior escroto com você.

Comecei a rir, apesar de tudo ele era meu amigo e amigos vem antes de mulher, principalmente a Carol que estava se mostrando mais vadia do que mulher.

Emanuel: De boa, mas se você fizer uma cuzisse dessa de novo eu te quebro.

Rafa: Relaxa, eu prometo que vou aprender com meus erros.

Vine: Porra, que frase gay.

A semana de prova passou devagar, consegui me virar em quase todas matérias, só matemática que tiva que colar do Lucas. As vezes via a Carol passeando toda felizinha com o Denilson pelo corredor, ela ta anormal de escrota comigo. Queria saber o motivo pra ela estar agindo igual uma vadia de uma hora pra outra, não é possível uma coisa dessas.

Quando chegou o fim de semana fomos praticamente obrigados a ir pra casa, achei estranho mas aproveitei pra combinar de sair com a Bianca.

Vine: Vei, você ta muito casado.

Emanuel: Claro que não, cala boca.

Rafa: Ta até parecendo o Vine com aquela Isabella.

Vine: Se fuder, Rafael.

Lucas: E o Rafa com a Manu.. Ops, ela não quer mais olhar na tua cara

Emanuel: KKKKKKKKKKKKKKKKKK Até o Lucas cabaço te zoa, Rafa

Combinamos também de fazer um mini campeonato de Fifa 13 online, quem ficasse em ultimo ia ter que pagar bebida pra todos.

A caminho de casa percebi que a Marina tava muito distante de mim, deve ser por causa da amiguinha dela: Carol.

Narrado por Marina:

Eu achava muito ruim ver a Carol agindo daquele jeito, ver os meninos brigando e ainda ficar afastada do meu irmão. Queria muito contar logo pro Mano que  a gente viu ele com a menina na festa pra ele pedir desculpa pra Carol, perdoar o Rafa e ficar tudo bem de novo. Foda é que eu prometi pra Carol que não ia contar, ela queria que ele percebesse no fundo da consciência dele o que tinha feito de errado pra entender a situação.

Pra não dar muito na cara que eu estava evitando conversar com meu irmão passei o caminho todo de volta pra casa com o fone no ouvido, fingindo estar escutando música. Por que eu não escutei musica de verdade ao invés de fingir que tava escutando? Sou muito otária.

Narrado por Emanuel:

A Marina sempre escuta música muito alto e, mesmo que ela esteja usando fone, da pra ouvir de leve a música. Dessa vez ela tava de fone e eu não estava escutando nada, cutuquei ela.

Emanuel: Marina, que foi?

Marina: Hm, que? Nada

Emanuel: Por que ta de fone se não ta ouvindo nada?

Marina: Ah, não sei, tava com o pensamento longe e devo ter esquecido de dar play.

Emanuel: Hm, sei

Passei sexta a noite no meu quarto jogando Playstation online com os mlks e falando com eles pela conferencia do Skype, o nosso campeonato tava foda demais e o Vine acabou ficando em último, próximo final de semana é ele que paga o rolê kk Fui dormir bem tarde e só acordei no dia seguinte na hora do almoço com minha mãe me chamando pra ir a um restaurante.

Esses almoços em família eram até legais, tirando o fato do meu pai ser um escroto e tirar a graça de tudo com os comentários arrogantes dele. Fomos a um restaurante no shopping e minha mãe começou a perguntar da escola e dos meus preparativos pra viagem.

Marina: Ah, ta tudo bem.

Emanuel: Deitei nas provas essa semana.

Pai: Tem que ‘deitar’ mesmo, quero só ver no vestibular

Mãe: Ah, filho, você esqueceu seu celular na sala e ele não parava de tocar hoje de manhã, uma tal de Bianca.

Emanuel: Bianca? Você atendeu?

Mãe: Não, só vi o nome do contato. Por que? Quem é ela?

Emanuel: Ah, uma amiga

Marina: Amiga, seeeeeeei

Emanuel: Vou sair com ela hoje a noite..

Fiquei um pouco envergonhado porque já saí com muitas meninas, mas nunca achei necessário contar isso pra minha mãe porque eram só casos rápidos. Minha mãe pareceu muito orgulhosa e começou a me dar dicas sobre as mulheres como se eu tivesse 13 anos, fiquei ouvindo como se fosse a coisa mais importante do mundo só porque era minha mãe falando e ela era a coisa mais importante do mundo pra mim.

Narrado por Carol:

Eu tava realmente na pior, os encontros com o Dê me deixavam confusa em relação a gente e não falar com o Mano me deixava com mais raiva a cada dia que passava. Contei tudo que aconteceu pra minha mãe e pra Babi e elas estavam fazendo uma ‘tarde das meninas’ pra me animar, até meu pai participou comprando um monte de besteira pra gente comer.

Babi: Eu acho que você deveria voltar com o Dê, já que ele está todo carinhoso e cuidando de você quando você precisa.

Mãe: Que Dê o que

Carol: Você acha que eu devia ficar com o Mano?

Mãe: Que nada, você precisa conhecer gente nova, esses meninos ae não tão com nada.

Babi: Falar ‘não ta com nada’ é que não ta com nada.

Mãe: Bárbara, eu sou muito moderna, ok?

Carol: Vocês são muito engraçadas, mas eu não consigo me decidiiiiiiiir

Narrado por Emanuel:

Chegou a noite e eu comecei a me arrumar, a Marina entrou no meu quarto pra dar palpite na minha roupa, como sempre kk

Marina: Então, quem é essa Bianca mesmo?

Emanuel: Ah, uma garota que eu conheci em uma festa

Marina: Vocês tão ficando sério?

Emanuel: Mais ou menos, ficamos algumas vezes e ela é bem legal

Ela ficou com uma expressão curiosa e saiu do meu quarto sem falar nada, apenas terminei de me arrumar e saí.

O encontro com a Bianca foi muito bom, levei ela em um barzinho, conversamos bastante e ficamos de novo. Sei la, dessa vez foi diferente porque estávamos na frente de um monte de pessoas e não nos importamos com isso.

Passei o resto do fim de semana jogando bola com os caras do condomínio.


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