O Feiticeiro Parte III - O Medalhão de Mu escrita por André Tornado


Capítulo 45
V.12 Outra oportunidade.




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A sua segunda derrota.

Zephir esmurrou o livro de magia. A raiva consumia-o. Chegava a ser física, visceral.

- Son Goku… Son Goku! Hei de destruir-te!

O altar parecia vazio sem o cofre prateado das bolas de dragão. Gostava de admirar aquele tesouro que lhe chegava às mãos em prestações. Uma, duas, três bolas de dragão… quatro, cinco, seis, todas! Depois pediria o seu desejo e seria um deus.

Mas aquele guerreiro das estrelas, que tinha uma tenacidade invulgar e a fortuna a sorrir-lhe sempre que as probabilidades não lhe eram favoráveis, tinha-lhe roubado o tesouro e derrotara-o, mais uma vez.

Esmurrou outra vez o livro de magia.

E como se não bastassem os guerreiros das estrelas que protegiam a Terra, tivera a visita inesperada de Toynara que ousara regressar para desafiá-lo. Só que, também naquele assunto, Son Goku interpusera-se no seu caminho e travara a morte tenebrosa que ele preparava para aquele maldito sacerdote que não conseguira morrer da primeira vez que se tinham enfrentado.

Esmurrou uma terceira vez o livro de magia.

- Zephir… Sempre que te encontro estás irritado.

Sentiu um calafrio com aquela voz. Não se voltou para encarar o espírito. Apoiou as duas mãos no altar, as costas curvaram-se, fazendo com que a cabeça desaparecesse entre os ombros.

- O que queres daqui, Babidi? – rugiu.

- Venho saber como é que estão a correr as coisas. Já há muito tempo que não te visitava.

- Não tenho que te dar satisfações.

- Que descaramento! Estás a utilizar a minha magia. Se não fosse a minha magia, não terias conquistado o Templo da Lua tão depressa.

O ódio dentro dele aumentou ao ouvir o espírito continuar:

- Nem terias tudo o que tens agora. Foi com a minha magia que criaste os kucris, que chamaste os demónios Julep e Kumis. Foi com a minha magia que convocaste o poder do maior guerreiro do Universo: o lendário super saiya-jin… E dizes que não me deves satisfações? Esqueces que és poderoso graças a mim?

Encarou Babidi. O espírito sorriu-lhe, como se zombasse dele.

- Dei-te tudo, meu caro Zephir. O mínimo que espero de ti é que não me trates com esse desprezo e essa ira sempre que te encontro. Ah, escondes muito bem os teus sentimentos debaixo desse rosto impassível, mas leio-te claramente. Afinal, sou superior a ti.

De repente, Zephir atirou pela mão escanzelada uma mancha de luz amarela. O espírito esticou os braços magrizelas para deter a mancha que se colava ao seu corpo imaterial, mas mesmo esticando-se e desviando-se não conseguiu escapar. Ficou aprisionado numa pequena esfera transparente que Zephir fez pousar na mão. Sorriu com o resultado.

- Isto não é a tua magia. Isto é a minha magia – disse.

- És um ingrato! Ofereci-te o meu conhecimento para conquistares o Universo e pagas-me desta maneira?

- Não devias ter aparecido, Babidi.

Zephir contemplou com desdém a esfera que cabia na mão. Era agora dono do espírito de Babidi que dominava totalmente. Nunca mais haveria de o surpreender com visitas inoportunas. Essa pequena vitória ajudou-o a esquecer a frustração daquele dia.

O espírito começou a lamentar-se, as mãos assentes na esfera:

- Só a mim é que acontecem estes azares. Sou sempre enganado. Com o meu livro conheceste todos os meus feitiços e é assim que me agradeces. Atraiçoando-me! Antes de ti, foi Majin Bu. É por causa dele que não passo de um espírito insignificante. Quis dar-lhe o Universo, mas também foi um ingrato. Majin Bu… Bu?

Calou-se. Os olhos minúsculos, alucinados, procuravam por algo fora da esfera, fora do santuário. Zephir não se comoveu com a sua agitação.

- Se alguma vez pensaste que iria ficar debaixo das tuas ordens só porque utilizo a tua magia – disse –, foste ingénuo… Nunca devias ter confiado em mim, se é que alguma vez isso aconteceu.

- Bu… – balbuciou o espírito. – Majin Bu… Estou a sentir a aura de Majin Bu.

- Hum?... Que dizes? Falas daquele que te matou?

- Sim, a criatura que Bibidi, o meu pai, criou para destruir o Universo. Sinto-o perto daqui. Majin Bu…

Zephir semicerrou os olhos.

- Se me queres enganar, para que te liberte da minha magia, perdes o teu tempo.

- Não! É verdade… Majin Bu está perto.

- Como queres que acredite em ti? Son Goku destruiu Majin Bu!

- Vê na tua pedra de cristal e verás que não minto.

A curiosidade fez Zephir vacilar. Chamou a pedra a si.

As primeiras imagens não mostraram nada de invulgar. Apareceu o pátio, os muros do templo, o lago, a floresta, o horizonte azulado. Nisto, um vulto de um rapaz que dormia recortou-se entre os arbustos, na margem mais afastada do lago.

- É ele que emite as vibrações de Majin Bu! – Apontou Babidi eufórico.

De facto, havia algo de estranho naquele rapaz. Algo sombrio, profundo, imprevisível e maléfico.

Zephir contemplou-o com avidez.

Na pedra de cristal via-se a imagem de Ubo a dormir.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:
Shenron.



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