Depois de muito pensar decidi que estava na hora de encarar o Malfoy. Já era tarde, todos dormiam, saí na ponta dos pés para não acordar as meninas.

Olá Draco... Podemos conversar? Não, muito idiota. Hey sobre hoje mais cedo... Sabe o que é Draco, eu tenho uma queda pelo Potter... Arrgh. Droga! Eu não tenho argumentos.

Já estava na frente da porta do seu quarto de monitor, pronta para dar três batidas quando uma frase me veio à cabeça... Draco dormien nuquan titilandus. Nunca cutuque um leão adormecido. E era o que eu estava prestes a fazer.

Entrei logo sem permissão, às vezes tudo o que você precisa são de quinze segundos de uma coragem insana. Ele estava deitado no sentido contrario, os pés tocavam a cabeceira da cama. Não estava dormindo, me olhou rapidamente sem dar-me importância.

_ O que quer?

_ Eu... –droga. Mal entrei e já estava intimidada. Malfoy se sentou na cama, encarando-me sem expressão. Os olhos mais frios do mundo. Mas não pude deixar de notar... Estava mais lindo que o habitual. Os cabelos despenteados, regata cinza e calça de moletom preta. Todos esses fatores dificultavam a minha concentração e eu fazia papael de idiota.

_ Fale logo Alice! Não tenho todo o tempo do mundo.

_ Bem. Sobre hoje...

_ Você ia aplicar um feitiço em mim e eu não me surpreenderia se fosse um Crucio. Já que você se mostrou tão disposta em defender a honra do Potter.

_ Eu jamais faria isso com você Draco

_ Certo. Apontou a sua varinha pra mim com que finalidade?

_ Eu não sou como você! –gritei sem pensar, nervosa. Malfoy ficou estático.

_ E você acha que eu aplicaria um Crucio? –sussurrou as palavras.

_ Eu sei que sim... –falei as palavras quase inaudivelmente.

_ Eu fiquei chateado pelo fato de você defender o Potter sem ao menos conhecê-lo, mas agora você me julga capaz de uma coisa... Você não me conhece.

_ Eu conheço você, Malfoy. Conheço cada erro teu cada passo infalso que já deu, cada mentira mal contada, cada desculpa esfarrapada, cada defeito. Eu conheço cada milímetro seu, mas talvez, eu esteja enganada, talvez, eu não conheça nada.

_ Não, não conhece. –vi que aquilo tudo era inútil, preferi sair antes que eu falasse demais.

_ Espera! –gritou Malfoy, puxando meu braço com força, fazendo parar no meio do caminho e encará-lo.

_ O que?

_ Quem é Hermione?

_ Você que deveria saber, foi você quem disse esse nome hoje mais cedo.

_ Não, você disse. Eu ouvi. “Mesmo eu não sendo Hermione...”.

Nesse instante eu gelei. E ele percebeu...

_ Eu... Eu... Preciso ir.

_ Não, você não vai. –Malfoy bateu a porta com força e passou a chave. Já estava tão nervosa que era incapaz de segurar as lágrimas, sentia meu corpo todo dormente e frio.

_ Nervosa, Mondeveur!? –perguntou sarcástico.

_ De forma alguma. –sussurrei

_ Então por que a pressa? Está pálida. –tocou-me o rosto com uma falsa preocupação.

_ Não me toque.

_ Você me confunde... –apenas o olhei. _ Lembra quando eu disse que podia confiar em mim?

_ Sim. –sussurrei

_ Não pode.

_ O que você vai fazer?

_ Descobrir quem é você!