O Amor Acima De Tudo escrita por ana_christie
Notas iniciais do capítulo
Mais um capítulo logo em seguida!
Capítulo 02
Durante o fim de semana, Hannah se preparou espiritualmente para voltar à Fort Worth, a empresa para a qual trabalhava.
Às seis horas da manhã, na segunda-feira, ela acordou. Praticou um pouco de cooper e tomou uma ducha fria para massagear seus músculos.
Em frente ao espelho, provou várias roupas. Queria abalar corações e não sabia o que vestir. Acabou optando por um tailleur elegante, mas sensual. Não queria mostrar a Mark o quanto se ressentira e sofrera.
Nas longas e torneadas pernas pôs meias de seda cor da pele que se prendiam com ligas a um sexy conjunto de calcinha e espartilho de cetim e renda. Envergou uma blusa decotada de seda branca e o tailleur, que se compunha de uma saia curta e um blazer elegante, ambos de fino linho vermelho. Para completar, além dos sapatos de saltos extremamente altos e finos, maquiou-se e se penteou com perfeição. Estava, enfim, pronta para entrar no covil do monstro.
Tomou um táxi e foi ao trabalho. A empresa já estava em pleno funcionamento. Apesar da determinação, sentia-se um pouco insegura e nervosa. Em pouco tempo estaria em frente a Mark. Ele veria, ela ficaria indiferente a ele, seria extremamente fria e profissional.
Quando o projeto no qual vinha trabalhando havia dois meses ficou pronto, Hannah foi até a sala de Lauren, sua chefa e presidente da empresa, para que ele recebesse a permissão para ser realizado. Como tinha autorização para entrar na sala quando bem quisesse, ela não falou com a secretária e bateu à porta.
— Quem é? — ouviu-se a voz melodiosa da suntuosa morena.
— Hannah Scharf. Preciso de sua permissão para a realização de um projeto, Srta. Simmpson.
— Então entre, Srta. Scharf.
Hannah entrou e, para seu sofrimento, Mark, que era diretor de produção da empresa, estava lá. Também havia outro homem, sentado de frente à escrivaninha de Lauren e, por conseguinte, de costas para Hannah.
— Bom dia, Srta. Simmpson... Sr. Travis.
— Entre, querida — a morena falou. — Venha aqui, gostaria que conhecesse alguém.
Mantendo o andar elegante e altivo, ela caminhou até a escrivaninha cara e bem decorada da elegante sala.
O homem que estava sentado se levantou e se virou para ela. Com um belo sorriso no rosto másculo, olhou-a.
— Olá, Hannah.
— Richard! — ela exclamou. Ainda se lembrava muito bem do desconhecido cavalheiro que fora como um amigo para ela.
Ele estava muito bonito e extremamente elegante. Era o homem mais charmoso e sexy que Hannah já vira até o momento.
— Ora, vocês já se conhecem?
— Pode-se dizer que sim — ele murmurou com voz rouca, sugerindo uma intimidade que nunca existira.
Mark se engasgou com o café que bebia e, vendo naquilo uma maneira de se vingar, Hannah decidiu entrar no jogo de Richard.
— Oh, sim, nos conhecemos, Srta. Simmpson. Nunca em minha vida poderia esquecer esse homem. Qual a mulher que poderia esquecê-lo?
Lauren riu.
— Provavelmente nenhuma. Ele é mesmo maravilhoso. Homens gentis são inesquecíveis. Bem, dê-me os desenhos do projeto. Já faz dois meses que você está trabalhando nele, não é?
— Sim. E garanto que ficou ótimo. O protótipo já pode ser produzido. Realmente esse chip está muito “elegante” — ela disse na gíria dos projetistas de chips. Algo “elegante” queria dizer algo produtivo, perfeito.
— Vou verificá-lo e dar a permissão. Quando o protótipo for produzido, verificaremos se a utilidade do chip vai ser tão extrema como você afirma.
— Tenho certeza que vai. Esse chip para minicofres eletrônicos vai gerar muito economia para os fabricantes, fora que aumentará em muito a dificuldade de se abrir o cofre.
Enquanto Lauren, que, a exemplo de Hannah, era uma grande projetista também, uma das melhores que Hannah já conhecera, averiguava o projeto, Richard levou Hannah até a janela e começou a conversar com ela, em voz baixa.
— Minha querida, você realmente é muito corajosa. Vir aqui, na frente da sua rival e do homem que a magoou, é muita coragem.
— Lauren não é minha rival, Richard. Não tenho mais nada com Mark e nem que ele viesse se arrastando atrás de mim pedindo desculpas e uma reconciliação, eu iria querê-lo de volta.
— Não? — a voz de Richard estava cética.
— Não. Richard, o que você tem a ver com a minha vida? Por que sugeriu aquela intimidade que não existe entre nós?
— E por que você não deu a entender que não havia tal intimidade? Que eu me lembre, bem que você sugeriu ainda mais intimidade.
Hannah teve a decência de corar.
— Queria me vingar de Mark. Na verdade... eu te agradeço.
— Não é preciso. Gostei de sugerir intimidade com uma mulher tão bonita quanto você.
Uma onda de orgulho atravessou o corpo de Hannah, que sorriu, muito feliz com o elogio.
— Sabia que o seu perfume continua no meu paletó? — a voz dele tornou a adquirir um tom rouco, e estava bastante alta.
Hannah não sabia se o beijava ou esganava. A última frase dita por ele fora ouvida por Mark, que viera para a janela, também. Richard falara aquilo de propósito!
Mark estava com um ar ultrajado e zangado. O que ele pensaria agora? Ela sabia a resposta. Pensaria que ela esteve se abraçando com o homem sedutor. Um grande prazer a atingiu. Ele, agora, sentiria a mesma dor que a fizera sentir.
No ouvido dela, Richard sussurrou:
— Posso chamá-la de Hannah?
— Pode. Já lhe contaram o quanto você é galanteador, Richard... qual seu sobrenome?
— Howzard. Sempre me dizem isso, mas não consigo acreditar, Hannah. E você? É galanteadora?
— Dependendo da pessoa, eu posso ser, sim.
Lauren, que já analisara o projeto do chip, ergueu-se da cadeira giratória e o estendeu para Hannah.
— Srta. Scharf, seu projeto está perfeito, ao menos os desenhos. Parabéns. Se não houver imprevistos, creio que daqui a algumas semanas poderemos começar a fabricar o protótipo. Você é uma das melhores projetistas que conheço, seus chips são sempre “elegantes”.
— Muito obrigada, Srta. Simmpson, pelo elogio, embora não o mereça.
— Merece, sim, você é ótima.
— Quero um dia chegar a ser como você.
— Se já não chegou, embora tenha minhas dúvidas, está perto.
— Onde deixo o projeto?
— Dê a Mark, ele saberá o que fazer.
Hannah, sem pressa e com desdém, entregou o projeto a Mark, que a olhava com ira e com ar de quem queria uma satisfação.
— Posso ir, Srta. Simmpson?
— Oh, claro! Se quiser, tire a tarde de folga, você merece.
— Muito obrigada, tirarei, sim — virou-se para Richard, que a fitava intensamente. — Foi um prazer revê-lo, Richard.
— Para mim também, Hannah.
Ele foi até ela e a beijou em ambas as faces. Com um sorriso sexy, acariciou-lhe os cabelos.
— Até logo.
— Até logo.
Ela se retirou e, quando fechou a porta, recostou-se na parede, a respiração ofegante, o coração pulsando rápido. Que homem sexy! Nunca na vida vira alguém tão sedutor e másculo, nem mesmo Mark. Nenhum homem que ela conhecera chegara aos pés de Richard.
— Srta. Scharf, você está bem?
Quem lhe perguntara aquilo fora Mary, a secretária de Lauren. Ambas eram muito amigas.
— Estou, Mary, estou bem.
— Você viu que príncipe está aí dentro? Que homem sensual! Parece um deus grego!
— Refere-se a Richard?
— Ora, você o conhece?
— De vista.
— É claro que me refiro a ele! Achou, por acaso, que eu me referia a Mark? Ele é bonitinho, com seus cabelos loiros, olhos azuis e as faces de bebê, mas é sem graça. Esse tal de Richard é um “pedaço de mau caminho”! Nunca Mark vai ter a elegância e a beleza dele!
— Sim, Lauren. Ele é muito bonito. Aqueles cabelos castanhos são realmente incríveis.
— Um moreno com olhos dourados capaz de encantar qualquer uma...
— Isso mesmo. Bem, se me dá licença, vou à minha sala. Vou tirar folga à tarde.
— Então tchau. Divirta-se.
Na sua sala, Hannah arrumou seu material de trabalho, depois foi à rua, tomar um táxi. No portão da empresa, encontrou-se com Richard.
— Olá de novo, Hannah.
— Olá, Richard.
— Gostaria de jantar comigo? Hoje à noite irei a um jantar de negócios com Lauren e Mark. Ainda não tenho companhia.
“Mark ficará uma fera”, ela pensou, sentindo uma vontade louca de se vingar dele. “Irei a esse jantar e ele vai ver o que fez comigo, vai sentir na pele.”
— Com todo o prazer, Richard. A que horas devo estar pronta?
— Às oito.
— Até logo, então.
— Quer uma carona?
— Não, obrigada, prefiro ir de táxi.
— Me dê o seu endereço para que eu possa te buscar à noite.
Hannah lhe deu um pedaço de papel com o endereço anotado.
— Até mais tarde.
— Até.
Hannah chamou um táxi e, quando ele parou, ela entrou e se despediu de Richard com um leve aceno.
Enquanto o táxi rodava pelas avenidas da tumultuada Huston, Hannah pensava em como poderia se vingar de Mark. Faria de tudo para provocá-lo o máximo possível naquele jantar. Ele veria com quem se metera, iria saber, como diz o clichê, com quantos paus se fazem uma canoa.
“Mark Travis, você não sabe com quem se meteu! Você me fez sofrer, agora irá arcar com as consequências”, ela pensou, sentindo-se contente.
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