O Amor Acima De Tudo escrita por ana_christie


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, pessoal! Não é comprido, mas é o acho emocionante! Cheio de drama!



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Após um mês de espera pelo telefonema de Hannah, Richard se desempacientizou. Amava-a, mas ela parecia não dar a mínima. Tinha que resolver sua vida, e era isso o que faria. Saiu da empresa, comprou um ramalhete de rosas vermelhas e foi até o prédio em que ela morava.

***

A campainha tocou. Hannah estava deitada, descansando. Margareth foi atender. Quando abriu a porta, estarreceu ao ver Richard. Nunca havia visto o rosto dele, mas sabia quem ele era. Ele era idêntico a Caroline. Não podia haver engano. Os mesmos traços perfeitos, os mesmos cabelos despenteados e cor de chocolate.

— Sim? — perguntou, hesitante.

— Sou Richard Howzard. Gostaria de ver Hannah Scharf. Ela está?

— Está, sim. Mas creio que não é um bom momento para uma visita. Ela está dormindo.

— É muito importante, senhora...

— Margareth. Só Margareth.

— Ok... Margareth.

Nesse momento, Caroline apareceu correndo e perguntando:

— Quem é, vovó Margareth?

Margareth empalideceu. Richard saberia toda a verdade assim que pusesse os olhos na garotinha.

— Vá para dentro, Caroline!

— Não vou, não vou!

Ela se agarrou à perna de Margareth e olhou para o homem à sua frente.

— Quem é você?

Richard não respondeu. Os olhos estavam arregalados, estáticos, olhando para uma cópia de si mesmo quando criança. Tirando o comprimento dos cachos castanhos, que iam até a cintura e a cor de musgo dos olhos, eles eram idênticos.

Caroline puxou a perna da calça dele, impaciente.

— Ei, “cê” não ouviu?

— E... quem é você?

— Sou Caroline Scharf. Minha mãe “tá” doente, sabia?

— Sim. E... seu pai? — Richard precisava de uma confirmação, embora tudo fosse evidente.

— Não tenho — ela deu um sorriso lindo e inocente. — Você quer ser meu papai?

Lágrimas escorreram dos olhos de Richard.

— Sim, Caroline. Quero muito ser seu papai. E a propósito, sou Richard Howzard. Você tem cinco anos, não tem?

Ele fez os cálculos. Ficara quatro anos e alguns meses longe de Hannah, e já fazia um ano que ela trabalhava para ele.

— Sim, tenho! Como sabe?

— Eu adivinho as coisas.

— Me pega no colo... — Caroline pediu, manhosa, fazendo os mesmos maneirismos de Richard.

Richard se abaixou e pegou a linda garotinha nos braços. Sorriu ao senti-la envolver seu pescoço com os bracinhos. Sim, ela era sua filha. Tinha a mais absoluta certeza. Estava com uma cópia sua nos braços.

Margareth, chorando de emoção com a cena que se desenrolava a sua frente, foi acordar Hannah. Quando essa viu o rosto da velha senhora banhado em lágrima, ergueu-se de supetão.

— O que aconteceu, Margareth?! É algo com Caroline?

— Não, Hannah. Quer dizer... de certa forma, sim. Desculpe-me, mas não tive como evitar. O Sr. Howzard apareceu de repente. Está com Caroline na sala. Por sinal, os dois estão se dando muito bem.

O rosto de Hannah empalideceu.

— Meu Deus! Agora ele sabe a verdade! O que será de mim?!

Levantou-se rapidamente e correu até a sala, apesar da dor que ainda sentia no ventre quando fazia bruscos movimentos ou se esforçava. Richard estava sentado no sofá, conversando animadamente com Caroline, que estava sentada sobre sua coxa. Quando ele a viu, seu semblante mudou. O olhar que ele lhe lançou era acusador, enfurecido e magoado.

— Caroline, vá para o quarto — ela disse.

— Não, mamãe! Deixa eu brincar com meu amigo! Ele é tão legal!

— Não, Caroline. Vá para o seu quarto. Peça a Margareth para ela ligar seu videogame.

— Oba!

Ela foi correndo atrás de Margareth. Hannah se sentou de frente para Richard, na mesinha central da sala.

— Creio que você tem muito a me explicar — ele disse.

— Acho que sim.

Acha? Por quê, Hannah?

— Por um fato muito simples. Você disse que se engravidasse uma mulher, a faria abortar. Sou contra o aborto, Richard. Para mim, isso é assassinato, e da pior espécie, pois é contra um ser indefeso.

— Isso não é desculpa. Mesmo que eu pedisse que você abortasse, você só faria se quisesse. Eu nunca poderia obrigá-la.

— Seria muito doloroso para mim, dizer que estava esperando seu filho e sentir sua rejeição.

— Pelo que vejo só pensou em você. E na minha dor? Você não pensou nem um pouco, não foi?

— Nada era mais importante para mim que o meu bebê. Não queria que ela soubesse que tinha um pai que não a queria, que a desprezava. Preferi dizer a ela que não tinha pai.

— E por que acha que eu a desprezaria? Eu disse que te amava, Hannah. Quando quis me casar com você, estava disposto a ter filhos. Nunca eu a obrigaria a não ter filhos. Eu a amava muito para obrigá-la a desistir de seu desejo de ser mãe. E, na verdade, eu adoraria ter filhos seus. Seriam uma parte de você. Você provou o quanto não confia em mim. Quando vi aquela menina linda, hoje... — lágrimas brotaram de seus olhos, deixando-os ainda mais brilhantes e dourados. — Céus, Hannah, que orgulho e alegria eu senti! Como eu gostaria de ter acompanhado a gravidez e o crescimento de minha menininha!

Ele falava com tanta emoção que arrancou lágrimas dos olhos de Hannah.

— Me desculpe, Richard. Fui uma tola. Mas nunca é tarde. Se quiser registrar Caroline, dar a ela seu nome e seu amor, eu não evitarei. Será algo maravilhoso para ela. Só te peço que não a tome de mim!

— Quero reconhecê-la, sim, Hannah. E se acalme. Eu entendo os temores que você teve, você apenas agiu como uma mãe protegendo seu filhote. Jamais a tomaria de você. Chame-a aqui. Quanto mais cedo ela souber, melhor.

Hannah foi buscar Caroline.

— Sente-se aqui, comigo, Caroline — Richard disse.

A garotinha pulou no colo dele.

— Tenho que contar algo a você, filha — disse Hannah, emocionada. Os rostos dos dois, próximos, formavam um quadro lindo.

— O quê, mamãe?

— Algo que eu acho que você vai adorar. Você sempre quis ter um pai, não foi?

— Sim. Todos meus coleguinhas tem papais, menos eu...

— Então seu desejo vai se realizar. Richard é seu pai, Caroline.

Os olhinhos verdes se arregalaram.

— Meu papai? Meu papai de verdade?

— Sim, meu amor — disse Richard em voz rouca. — Sou seu pai.

Lágrimas escorreram dos grandes olhos de Caroline e ela chorou baixinho abraçada a Richard.

— Que bom... Tenho um papai...

Richard se lembrou das rosas. Pegou o ramalhete, que estava no sofá, e o estendeu a Hannah.

— São para você.

— Obrigada, Richard. Vou pô-las num vaso com água para não murcharem.

A saída de Hannah foi estratégica, deixando pai e filha a sós para se conhecerem.

***

Richard registrou Caroline, dando a ela seu nome. Todos os dias ia vê-la. Havia muito tempo perdido para ser recompensado. Nunca mais ele e Hannah haviam tocado no assunto referente ao relacionamento deles. Caroline, no momento, era mais importante.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo, e, por favor, me deixem saber o que estão achando!

Bjs da Ana