Por Todas As Manhãs escrita por And


Capítulo 1
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P O R  T O D A S  A S  M A N H Ã S

 

Com um suspiro cansado olhei em volta do meu novo apartamento. Finalmente já estava quase tudo arrumado. Ainda havia algumas malas de roupas no canto da sala, mas não era algo que eu ia mexer agora. Joguei-me em meu sofá – também – novo, me sentindo feliz.

Depois de alguns meses internada, e outros na casa dos meus pais, eu finalmente tinha um lugar para chamar de meu. Um lugar no qual eu pudesse viver em paz.

Não que a casa dos meus pais não fosse boa. Era apenas... Diferente. Eu tinha meus 25 anos, e não dava mais para continuar sendo a filhinha do papai. Eu queria continuar a minha vida, continuar a vida que havia sido interrompida depois do acidente de carro que eu havia sofrido.

Balancei a cabeça tentando expulsar aqueles pensamentos. Mesmo que eu não me lembrasse muito do acidente, eu tentava evitar pensar nisso. Minha cabeça latejava esperando com que as imagens daquele dia viessem em minha cabeça. Porém, não vinha simplesmente... Nada.

Levantei-me e fui para o meu quarto. Eu realmente estava muito cansada, e a parti de amanhã eu iria sair à procura de um emprego. Deite-me em minha cama, apagando o abajur e me aconchegando melhor no travesseiro. Não demorei muito para dormir.

 

(...)

Acordei-me com o despertado chato, tocando. Resmunguei por diversas vezes, até que decidi me levantar. Meu humor de manhã não era um dos melhores. Para acordar definitivamente decidi tomar um banho morno e tomar um café bem forte.

Quando sai do chuveiro, vesti uma calça jeans e meu suéter quentinho. Olhei-me no espelho e percebi que meus cabelos estavam rebeldes naquela manhã. Fiz um rabo de cavalo e peguei a minha bolsa para sair.

Já que eu havia acabado de me mudar, a geladeira estava completamente vazia. Então precisava tomar café em alguma cafeteria por perto. E a melhor cafeteria de Nova York, era que havia no Central Park. E todas as manhãs – todas mesmo – eu ia até lá tomar meu café da manhã. Agora que eu estava morando sozinha, não seria diferente.

Entrei na cafeteria e sorri ao notar o quanto quentinho estava lá dentro.

Havia diversas pessoas tomando seus cafés, enquanto conversavam, ou mexiam em seus notebooks. Pedi meu cappuccino e meus biscoitos preferidos. Sorri para o atendente que tentava flertar comigo, e sai de volta para o frio.

Andei até em um dos bancos do parque, e tomei meu cappuccino observando a paisagem ao meu redor. E logo meus olhos focaram no homem de cabelos dourados, sentando alguns metros de mim.

Lá estava ele. Como todas as manhãs.

O homem esboçou um sorriso quando nossos olhares se encontraram.

Todas as manhãs ele se sentava com um jornal nas mãos, e por diversas vezes eu o pegava me olhando. Ele vestia um terno preto essa manhã, e seus cabelos estavam – quase – arrumados. Ele costumava vim sempre bem despojado. Trabalhava em algum lugar? Eu não fazia ideia.

Eu não sabia quem era ele, qual era o seu nome e nem onde ele trabalhava. Eu simplesmente não sabia de nada sobre aquele ser misterioso. A única coisa que eu tinha absoluta certeza, era que ele me deixava nervosa.

Mordi os lábios, sentindo o meu rosto esquentar e tentei focar no cappuccino em minhas mãos. Mas era algo difícil de ser fazer. Eu queria encará-lo, olhar bem para os traços do seu rosto e me deslumbrar com seu sorriso estonteante.

Você está ficando louca Bella. Acusei-me.

Eu não podia negar: Depois de um tempo, ele era o motivo da minha vinda aqui todas as manhãs.

Suspirei sentindo-me patética. Como se um homem daqueles algum dia olhasse para mim.

Tratei de tomar o resto do meu cappuccino e evitei olhar para ele outra vez. Quando acabei de tomar meu café, levantei-me e decidir atravessar a rua para comprar um jornal, e dá uma olhada nos classificados. Eu precisava urgentemente de um emprego.

Antes que eu pudesse atravessar a rua, um grito fez com que eu congelasse no lugar que estava:

— CUIDADO!

 


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Notas finais do capítulo

Então é isso aí! Palpites de quem será esse homem misterioso?
*Me desculpe qualquer erro*