Amor e Ódio escrita por Believe In Yourself


Capítulo 26
Espero que ele a entenda


Notas iniciais do capítulo

Caramba, não me matem =s mas ta complicado gente u.u
Enfim... Gostaram da surpresa? Haha espero que sim



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Juliana ainda estava parada, sem saber muito o bem o que queria com aquela conversa. Sua tia a olhava com ternura, mas ao mesmo tempo com preocupação

- Sim querida, o que houve?

Juliana continuava a encarar suas mãos e respirava fundo já sentindo seus olhos umedecerem. Olhou para a sua tia e sem perceber as palavras pularam de sua boca

- Vi o que tem dentro na caixa em cima do armário – disparou

- Você fez o que ? – perguntou incrédula

- Eu estava arrumando seu quarto e vi a caixa

-  Isso não te dá o direito de mexer nas minhas coisas Juliana

-Eu sei , só que eu ... – Juliana soluçava

Ouviu o suspiro pesado de sua tia e sabia que ela estava muito decepcionada.

- O que exatamente você viu Juliana ? – perguntou seria

Juliana não respondeu de imediato. Sentiu um frio percorrer pelo seu corpo e começou a tremer, sentindo a mesma sensação de quando descobrira sobre a caixa.

- Juliana, eu lhe fiz uma pergunta

- Tudo- respondeu

Graça levantou-se da cama, passou pela a menina e trancou a porta atrás dela. Pegou Juliana pelo o braço e sentaram na cama.

- Você tem noção do que fez Juliana ?

- Você mentiu tia – disse com o tom de voz baixo – A pergunta aqui é , se a senhora tem noção do que fez ?

- Você não sabe de nada – disse com raiva – Nem era nascida ainda e fica tirando conclusões precipitadas 

- Mas e a carta da minha mãe ? Por que a escondeu de mim ?

- Estava esperando a hora certa e acho que você não estava pronta, passou por algo difícil

- Isso não era a senhora que tinha que decidir

- Tem razão – disse e se levantou da cama, indo em direção ao armário. Pegou a caixa e voltou-se para a cama

Abriu-a e jogou todos os papeis em cima da cama, procurando a carta da irmã.

- Tome – disse entregando-a

Juliana pegou a carta em silencio e lagrimas rolaram pelo seu rosto novamente. Mas aquilo não era tudo que ela queria, havia mais para perguntar e estava disposta a saber

- E sobre isso ? – disse com o papel de adoção nas mãos

- Você não sabe o quanto é difícil ter que esconder isso até hoje – suspirou e dessa vez foi a vez de sua tia chorar – Mas ele é meu, isso é apenas um papel

Juliana ficou calada, porque sabia que a tia ainda não tinha terminado de falar tudo o que queria. Sabia também que precisava desabafar. Foram anos de segredo, qualquer pessoa piraria.

- Eu não podia ter filhos – começou – Isso me frustrou. Soube depois da varias tentativas com seu tio e nada acontecia. Fomos ao medico e descobrimos o laudo. Ficamos arrasados. Era o sonho de Carlos, ter filhos. Durante muito tempo fiquei triste por isso e meu trabalho não ajudava muito. A maternidade piorava tudo. Via aqueles bebes recém nascidos, os choros, as mães amamentando e aquilo não poderia acontecer comigo.

- Sinto muito tia – disse me sentindo horrível por ter a julgado antes mesmo de saber sua versão – Eu não sabia

- Poucas pessoas sabiam. Eu não queria contar a ninguém, pois não queria ser a coitada estéril. Sua mãe me deu apoio e até deu a idéia de adoção, mas eu não queria um filho de outra pessoa. Queria o meu filho. Durante o tempo que trabalhei na maternidade, conheci Dora, estava grávida e sua gestação era de risco. Tinha pressão alta e a idade não favorecia. Entrava na casa dos 50 já. Tornamos-nos amigas e sempre que ela ia para a consulta do pré-natal, eu a acompanhava. Era sozinha. O marido havia morrido de AVC e seus pais falecidos em um acidente. Em uma de nossas conversas, contei a Dora que era estéril. No dia do parto, ela pediu para que eu pudesse assistir e então eu fiz. O parto fora cesáreo e houve muitas complicações. Perdia muito sangue e os batimentos começaram a ficar fracos. Eu fiquei apavorada. Segurei firme em sua mão e disse que tudo ficaria bem. Mas só deu tempo de sussurrar ‘‘Cuide do meu pequeno Pietro’’ e logo falecera. Depois eu soube que Dora havia preparado tudo para a adoção.

- Desculpa tia – disse soluçando – Eu fui uma burra em julgá-la , me desculpa , por favor

- Você errou querida, mas entendo seu espanto – ela me abraçou forte e pude sentir seu suspiro pesado acompanhado de algumas fungadas pelo o choro

- Ele não sabe ne?!

- Não , mas pretendo contar

- Espero que ele a entenda

- Eu também querida – mais suspiros – Eu também


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Notas finais do capítulo

E ai?
Reviews ?
Xoxo



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