Deve ser estranho pensar em ‘’Primrose Everdeen na floresta’’, eu mesma duvidaria se ouvisse, é claro, se eu não estivesse vivenciando tudo.

                        Andamos por dias, dias e mais dias, se estivéssemos na capital provavelmente já estaríamos nos Jogos, e algum de nós já teria morrido. E os Jogos? E a Capital? Como será que estão depois da nossa fuga? Será que os Jogos foram cancelados? Ou, será que fizeram um novo sorteio? Será que estão procurando por nós? Se voltarmos, seremos castigados? E nossas famílias, como estão?

                        Tantas perguntas, tantas dúvidas, que aparentemente vão ficar sem uma resposta. De repente Liam para abruptamente. E consequentemente todos param.

                        - O que houve? – Pergunto.

                        Em resposta ele me pega no colo, pela cintura e me gira com um sorriso no rosto. Coro, e dou um sorriso em resposta. Ele me põe no chão, e todos estranham sua reação.

                        - O que houve Liam? – Pergunta Katherine.

                        - CHEGAMOS AO DISTRITO 4! FINALMENTE. – Ele fala com profunda alegria, e todos ficamos bobos de felicidade igual á ele. Próximo destino: América do Sul.

                        - Temos que nos disfarçar! Nos trocar! – Informa-nos Kate. Nos dirigimos á algumas árvores que identifico como palmeiras e coqueiros, que ficam próximas á praia. As meninas ficam á seis árvores de distância dos meninos.

                        Reviramos nossas mochilas, e pegamos algumas mudas de roupa que nos aparentariam ‘’paupérrimos e há dias sem comer’’, colocamos moletons, e passamos um pouco te terra na cara, e nos cabelos para disfarçá-los, ‘’camuflá-los’’. Comemos um pouco, e não escovamos os dentes, nosso lema agora era: Quanto pior... Melhor!

                        Rory achou melhor falarmos com os marinheiros, eu protestei, a final e se eles nos reconhecessem? Ou... e se nos abrigassem, manda-se nos tomar banho? Nossa ‘’camuflagem’’ iria por água abaixo. Decidimos ir clandestinamente mesmo. Esperamos até eles saírem para comer, de onde estávamos pudemos ouvir que eles partiriam amanhã para a América do Sul, para deixar uma encomenda.

                        Assim que eles saíram, nós entramos, vasculhamos um pouco o local, e nos dirigimos aos fundos. Não sei se era bom, ou ruim, mas estávamos no lugar onde as encomendas para serem exportadas estavam, sendo assim, quando eles viessem... saberíamos que chegamos.

                        - Vocês acham que América do Sul é um país? – Pergunta Josh.

                        - Não sei... bem... Panem, era a América do Norte... Panem é um país. América do Sul, deve ser um país... – Diz Liam. – O que mais seria? Um distrito? Acho que não...

                        - Um dia, eu ouvi fala de uma coisa chamada continente... – Diz Melanie.

                        - O que é isso? – Pergunta Josh.

                        - Era um lugar, onde tinham países dentro... Por exemplo Panem: Tem distritos dentro. Continente têm tipo, países dentro... me lembro de que na escola me disseram que a América do Norte, era um continente... que dizer uma parte dele, o continente se chama América, mas era divido em três, Sul, Central e Norte. – Melanie pensa um pouco mais. – Lembro-me de falarem de mais alguns continentes... Eram Eu... Europia eu acho, não espera! Europa, era isso. África... Uma tal de Ásia e...

                        - Oceania eu também aprendi! – Exclama Kate.  – América do Sul então é um continente, a gente vai para um país... só espero que não seja como Panem... ou pior. – Ou pior, era isso que temíamos.

                        Devem ter se passado uma ou duas semanas, desde que entramos no barco, não sei ao certo, á essa altura, os Jogos com certeza teriam terminado, e alguém sairia vencedor. Magicamente, nosso estoque de comida não havia acabado, na realidade, só a bolsa que revezávamos para carregar havia ficado vazia, então á guardamos na mochila de um de nós.

                        Ouvimos vozes de cima. ‘’Chegamos.’’ Dizia um homem. ‘’Então, vamos pegar as encomendas?’’ Perguntou outro. ‘’Não, vamos descansar, amanhã nós entregamos’’. Respondeu uma terceira voz, e outras murmuraram em concordância.

                        Quantas pessoas há aqui, além de nós? Quatro, cinco? Não sei.

                        Nos olhamos depois de ouvir a conversa dos marinheiros.

                        É hora de sair do navio, e conhecer o exterior. Conhecer a América do Sul, e qualquer que seja, o país em que estamos.