Investigation escrita por Fenix


Capítulo 1
Episódio 1 - Tomada Dupla




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Elenco: Felipe Machado, Carol Magalhães, Ana Beatriz, Joe Tatum, Narayani Martins e Leonardo Velasco.

Participação especial: Miley Osment e Madison Magalhães.



Episódio 1 – Tomada Dupla






Los Angeles – Estúdio de filmagens – 18:00.




– Gravando! – A voz do diretor soa pelo local.

Miley está deitada em uma cama dentro do cenário, ela de bruço com as mãos juntas debaixo do travesseiro, sua respiração está suave, até que abre os olhos de repente, Miley levanta-se devagar, ela vira-se para o lado e observa a porta fechada, Miley levanta, põe o roupão rosa e caminha em direção à porta.

Ela estica o braço e segura a maçaneta, a gira e logo puxa, um clarão bate contra seu rosto.

– AAAHHH – Grita Miley, erguendo as mãos sobre a face.

– CORTA! – O diretor grita novamente.

A luz do rosto de Miley é apagada, ela vira-se irada e caminha na direção à produção.

– O que houve agora Miley? – Pergunta Jéssica.

– Como eu posso trabalhar desse jeito...? - Ela passa pela cama e retira-se do cenário, aproximando-se de Jéssica – Eu sou atriz, A-TRIZ!... – Miley da um grito rápido e caminha para o lado.

Todos a segue com os olhos, Jéssica da alguns passos seguindo-a.

– Miley volte para a cena, você estava perfeita!

– Não com essa luz... – Diz ela sem parar de caminhar ou ao menos virar-se para encarar Jéssica – Eu sei o que esses holofotes fazem comigo, me deixam dez anos mais velha!

Carlos se aproxima devagar observando Jéssica com a mão na testa encarando Miley virando o corredor.

– Jéssica...?

– Carlos... Essa é a última vez que ela sai daqui assim, essa garota mimada, estamos tentando fazer um filme aqui! – A raiva e a impaciência eram expressas por suas palavras duras.

– É difícil lidar com atrizes feito ela – Comenta Carlos.

Madison para ao lado de Carlos.

– Eu disse que teriam problemas quando me iluminaram!

– O que você sabe garota? Agora volte para sua posição e vamos revisar as luzes! – Diz Jéssica.

– Okey! – Madison afasta-se.

– Eu criei uma dúzia de artistas e acabei com muito mais! – Diz Jéssica, encarando Carlos.

Ele respira fundo e caminha em direção ao camarim, alguns passos depois para e vira-se a Jéssica.

– Deixe Miley comigo, mas caso quiser substituí-la, eu tenho uma pessoa para o papel! – Ele sai sem dizer mais nenhuma palavra.

Jéssica o estranha, da de ombros e volta para perto do diretor.

INVESTIGATION

Um carro preto para em frente ao estúdio de cinema, três agentes saem do veículo e caminham em direção aos guardas que cercavam a área.

– CBI – Diz Carol, mostrando o distintivo – Viemos investigar o homicídio!

– Deixe-os passar! – Diz o oficial.

Os três agentes seguem em sua direção.

– E o que temos aqui senhor? – Pergunta Felipe.

Ana analisa o corredor cheio de policiais.

– Uma jovem atriz foi encontrada morta no cenário está manhã!

– Já comunicaram a família? – Pergunta Felipe.

– Sim, já estão vindo para cidade!

– Pode nos levar até no local do homicídio senhor? – Pergunta Ana.

– Claro!

Os três trocam olhares e caminham juntos seguindo o oficial, eles chegam ao cenário, Carol avista o rastro de sangue no cenário.

– Quais as pessoas que a viram antes dela ser morta? – Pergunta Carol.

– Miley era uma estrelinha arrogante, não tinha amigos... As pessoas que tiveram contato com ela foi a diretora senhora Jéssica, e seu agente Carlos... Miley saiu do cenário e não voltou, o que temos até agora é esse rastro de sangue... – Todos param no corredor dos camarins.

– Não continua! – Carol analisa o chão.

– Pois é... Bem, é agora que vocês entram... O xerife quer isso resolvido até o fim da tarde!

– Tudo bem! – Responde Ana.

– Se precisarem de ajuda, podem falar comigo!

Felipe o encara enquanto falava.

– Obrigada! – Agradece Carol.

O oficial afasta-se um pouco intimidado pelos olhares analisadores de Felipe.

– Então, o que acha que aconteceu? – Pergunta Ana.

– Acredito que ela foi assassinada aqui e arrastada até o cenário – Responde Carol – Mas onde estaria o corpo?

Felipe volta caminhando em direção ao cenário, as duas agentes o segue, eles passam pelas fitas e analisam o local, a cama revirada, as manchas de sangue no chão. Felipe agacha e examina o sangue no chão.

– Está errada! – Ele diz.

– O que? – Carol gira sua atenção a ele sem entender.

– Está errada a respeito de como o homicídio ocorreu...

– Estou?

– Sim... O sangue que está nesse chão não está tão denso quanto o que esta no corredor!

– Então ela pode ter morrido aqui e ter sido levada para outro lugar? – Pergunta Ana.

– Possivelmente...

Carol da uma risada abafada, nega com a cabeça e vira-se pondo as luvas. Ela segura a gaveta e a puxa, não havia nada, logo a fecha e avista alguns fios brancos no chão, Carol procura os outros.

– Felipe, Ana! – Ela os chama.

Os dois se aproximam correndo.

– Olhe aqui... Achei alguma coisa! – Carol pega os fios com uma pinça e os analisa.

– Leve isto para o laboratório – Diz Felipe – Eu quero o resultado ainda hoje!

– Pode deixar chefe! – Carol põe os pelos num saco e o lacra, em seguida afasta-se do local.

– Esse caso será difícil – Comenta Felipe.

Ana leva seu olhar para o lado.

– Por quê?

– Ela é uma riquinha besta e ainda por cima é atriz, muitos teriam motivos para matá-la!

Ana respira e olha para o lado, assim avista o policial pegando um sapato vermelho debaixo da cama.

– HEY! – Ana corre até ele, Felipe a segue – Isso fica com a gente!

Ana põe as luvas e segura o sapato, ela vira-se para Felipe.

– Algo me diz que houve uma luta aqui.

– É o que vamos descobrir... Voltaremos para Sacramento, vamos analisar melhor o que achamos! – Diz Felipe.

Eles afastam-se juntos.

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Califórnia - Sacramento

Felipe adentra na sala com uma xícara de café em mãos, ele caminha até a mesa de Joe e olha para seu monitor.

– Como está indo com as imagens da câmera de segurança do estúdio? – Pergunta Felipe.

– Estou tentando encontrar alguma coisa, mas até agora nada!

– Continue procurando, quero fotos de todos que falaram com Miley ontem – Diz Felipe.

– Pode deixar!

– Felipe! – Ana o chama entrando na sala – A analise dos fios que Carol no cenário já está pronta!

– Ótimo! – Eles vão até a outra sala.

Juntos ao adentrarem, deparam-se com Carol e Narayani retirando um fio de dentro de um grosso cubo de metal.

– E então? – Pergunta Felipe.

– Isso não é um fio qualquer, é um pedaço de fio macio de fibra – Responde Carol, retirando as luvas brancas.

– Está fibra é um pelo e pertence a um coelho angorá! – Diz Narayani levantando-se da cadeira, ela que sempre usava seu jaleco branco e botas preta.

Ana a encara sem entender direito.

– Coelho?

– Eles estavam fazendo um filme, e em filme tudo é possível – Responde Carol.

Felipe as encara pensativo.

– Ou, não precisa ser necessariamente um coelho vivo... – Felipe retira-se da sala com pressa.

Ana e Carol o segue, eles adentram a sala de Joe e ficam encarando o monitor.

– Volte toda a fita, quero vê as primeiras pessoas que entraram no estúdio – Diz Felipe.

– Okey... – Joe rebobina a fita e logo a deixa rolar – Pronto!

Eles ficam atentos à imagem, Jéssica aparece com um cachecol branco em rolado no pescoço, ela abre a porta e adentra no estúdio.

– Vamos falar com a diretora do filme – Diz Ana.

– Vocês duas vão falar com ela, eu e Leonardo vamos falar com o senhor Carlos, agente de Miley – Responde Felipe.

– Ta bem! – Ana e Carol se afastam.

– Joe, não pare de procurar as pessoas que falaram com Miley, eu quero relatório até o final da tarde! – Felipe diz saindo da sala.

Joe volta sua atenção para o computador.

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Ana e Carol caminham pelo estacionamento subterrâneo da sede.

– Eu vejo o jeito que olha para o Joe – Diz Ana com um sorriso.

– O que?!

– Tudo bem eu não vou contar!

– Não, Ana, não tem nada entre a gente!

– Você gosta dele não gosta?

– Não! – Responde Carol, ela da uma risada e desvia o olhar.

– Você não precisa se preocupar, ta tudo bem, eu não vou contar!

Elas adentram no carro, Carol bate a porta e da à partida.

– Já falou com ele? – Pergunta Ana.

– Vamos focar no caso! – Carol sai com o carro.

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Los Angeles

Felipe e Leonardo estão sentados numa mesa branca, debaixo de uma tenda que os protegia dos raios do sol, a mesa era localizada na ponta da varanda da cafeteria, tendo visão para rua.

– Me explica de novo, o que estamos fazendo aqui? – Pergunta Leonardo.

– Se ele faz o que acho que faz, o possível assassino entrará nesta cafeteria em minutos!

– E como você sabe disso?

– Não sei... Isso é só um palpite! – Felipe toma um gole de seu café.

Naquele momento seu celular toca, Felipe o pega retirando do paletó.

– Alô!

– Felipe, baixei a ficha que me pediu sobre o agente de Miley – Diz Narayani em frente ao computador – Ele já foi agente de algumas celebridades conhecidas, duas que trabalharam para ele foram mortas, ele já foi indiciado por porte de drogas, mas pagaram a fiança, recebeu três multas por dirigir alcoolizado, no momento está conseguindo se manter fora da polícia!

– Obrigado Narayani! – Agradece Felipe, ele desliga o celular.

Leonardo o encara esperando alguma notícia.

– O que?

– O que foi que ela disse? – Pergunta Leonardo.

Carlos adentra na cafeteria, Felipe da um sorriso ao avistar, Leonardo gira sua visão para trás.

– Uau! – Ele diz impressionado.

Felipe levanta-se e caminha em direção a Carlos, ele por sua vez não o avista se aproximar.

– Carlos...?!

Carlos vira-se e os encara.

– Sim?

– Carlos Bing, o agente de Miley Osment!

Carlos encara Leonardo desconfiando de algo, ele da um passo para trás defrontando Felipe.

– Em que posso ajudá-los? – Ele pergunta.

– Só queremos fazer algumas perguntas, nada demais – Diz Felipe.

– Quem são vocês?

– CBI – Responde Felipe.

– Me mostre o distintivo! – Carlos mantinha-se calmo.

Felipe e Leonardo o mostram os distintivos.

– Quer se sentar conosco?- Perguntar Felipe.

Carlos analisa o olhar dos dois, rapidamente soca o rosto de Leonardo e afasta-se correndo, Felipe o segue.

– Cretino! – Diz Leonardo tocando o rosto, ele retira-se do local correndo.

Carlos corre pela calçada desesperadamente, ele salta uma bicicleta que estava caída no chão, olhando para trás observa Felipe se aproximar com rapidez.

– EU NÃO FIZ NADA! NÃO FIZ NADA! – Grita Carlos correndo.

Felipe continua a segui-lo com rapidez, Carlos vira a esquina e logo é surpreendido por Leonardo que apontava a arma em sua direção.

– PARADO OU EU ATIRO! – Grita Leonardo, segurando a arma com rijo.

Carlos para de correr naquele instante, ele encara Leonardo com seus olhos arregalados.

– Põe as mãos na cabeça! – Diz Leonardo.

Carlos o obedece e ajoelha-se no chão, Felipe chega logo em seguida, ele observa Leonardo e da um sorriso.

– Ih, caramba! – Diz Felipe.

Ele caminha até Carlos e o algema.

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– Leonardo e Joe, vocês vão a casa dele e procurem alguma pista, eu e Narayani vamos interrogá-lo – Diz Felipe.

– Já estamos indo chefe! – Leonardo afasta-se.

Narayani e Felipe adentram na sala de interrogatório, Carlos está algemado, sentado na cadeira com as mãos sobre a mesa. Narayani senta em sua frente e põe um arquivo sobre a mesa, Felipe fica na porta os observando.

– Não adianta mentir para nós Carlos... Uma hora vamos descobrir a verdade e te garanto que será bem pior! – Diz Narayani – Onde você estava ontem a noite?

– Em casa, assistindo o jogo de futebol – Responde Carlos – Já disse que eu não matei Miley.

Felipe se aproxima com uma risada, Narayani ergue sua visão a ele sem entender o motivo.

– É engraçado, porque quando você mente, você balança as sobrancelhas... É uma atitude involuntária, seu sistema nervoso deve estar à tona... E é para estar, já será preso por ter batido em um oficial... Conte logo, o que sabe sobre Miley Osment?

– Eu não era agente dela por muito tempo, eu só...

– Mentira... – Narayani o interrompe – Fizemos a lista de cada atriz que já te contratou, e Miley havia lhe contratado fazia 5 meses...

Carlos os encara sem argumento.

– Pare com esse joguinho, só está piorando o seu lado! – Diz Felipe.

– Onde estava ontem à noite? – Pergunta Narayani.

– Tudo bem... Eu... Eu fui ao cinema e...

Narayani nega com a cabeça, ela abre o arquivo e espalha dois papeis na mesa, ela gira um para Carlos.

– Essa é a conta de um bar perto do estúdio, você comprou 4 garrafas de uísque... É melhor você cooperar conosco! – Diz Narayani, seu tom já estava frio e seco, ela o encara com seu olhar sério.

– Eu fui beber... Não podia mais aguentar Miley falando no meu ouvido...

– Então você a matou?- Pergunta Felipe.

– Não... Eu não a matei!

– Como pode saber que não a matou se estava bêbado?

– Eu juro que eu não a matei! – Diz Carlos.

Felipe o encara friamente, estuda todo o tom de sua voz e seu olhar, então sai da sala. Narayani junta os papeis, põe novamente no arquivo e retira-se da sala, na porta gesticula com a mão para que os policiais detenham Carlos na sala.

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Carol e Ana caminham em direção ao estúdio quando escutam um grito, as duas sacam as armas e caminham para lateral do estúdio, ao virarem avista o faxineiro assustado encostado na parede, Carol o encara estranhando. Ana caminha cautelosamente até o latão de lixo e o abre, ela arregala os olhos, dentro havia o corpo de Miley Osment com o rosto ensanguentado e olhos abertos.

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A polícia local chega horas depois, Carol os observar tirar o corpo com o telefone em mãos, ela o põe no ouvido.

– Alô... Felipe?... Encontramos o corpo de Miley Osment!

Felipe para de andar de repente, Narayani para ao seu lado.

– Traga-a para Sacramento! – Em seguida desliga o celular.

– O que encontraram?- Pergunta Narayani.

– Acharam o corpo de Miley Osment, quero que saiba o DNA do sapato que achamos, depois o compare com o de Miley e veja se é o mesmo! – Diz Felipe.

Narayani confirma com a cabeça e afasta-se dali. Felipe adentra na sala de Joe e caminha até a mesa, logo avista a folha com o relatório das pessoas que falaram com Miley.

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Joe e Leonardo saem do carro em frente a casa de Carlos, com as armas erguidas na altura do peito, abrem a porta com cautela, Leonardo adentra analisando o local, certificando-se que não havia ninguém.

– Ta vazio! – Ele diz.

Joe entra em seguida.

– Vasculha daquele lado que eu vejo desse! – Diz Joe.

Eles separam-se, Joe examina debaixo do sofá, nas poltronas, em gavetas na estante da televisão, no bar e não havia nada.

– Joe!

Joe corre até Leonardo, ele o observa dentro do banheiro.

– Se você tivesse que esconder uma arma e fosse um alcoólatra, onde acha que iria esconder? – Pergunta Leonardo.

Joe leva sua visão a descarga.

– Não...! – Joe duvida com um sorriso.

Leonardo remove a tampa da descarga, sua mão estava com a luva e assim retira a arma molhada da descarga.

– Meu deus! – Diz Joe.

– Trás o saco! – Pede Leonardo, com a mão na mão.

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– Ta bem! – Ana se aproxima de Carol pondo o celular no bolso – Acharam uma arma na casa do Carlos e vão analisar para saber se é a mesma que matou Miley! Enquanto isso nós vamos ter uma pequena conversa com Jéssica Power!

– Eu dirijo! – Carol abre a porta do carro, as duas adentram e logo arranca dali.

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Sacramento – Califórnia – 15:23

Narayani analisa o corpo de Miley em cima de uma maca de ferro, o corpo já estava pálido com lábios roxos, Narayani caminha até o computador e digita uma determinada senha, ela espera o resultado ficar pronto. Segundos mais tarde, o resultado é impresso, Narayani o pega e segue a procura de Felipe.

Ao achá-lo corre para aproximar-se.

– Já tenho o resultado do DNA, e o suor que tem no sapato bate com o DNA de Miley – Diz Narayani.

– Então ela foi realmente retirada do estúdio – Diz Felipe.

– Mas esse é o pé direito, onde estaria o outro pé do sapato? – Pergunta Narayani.

– Logo eu vou ter a sua resposta! – Diz Felipe.

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Los Angeles – 15:30

Carol estaciona o carro perto do trailer de Jéssica, as duas retiram-se do veículo e caminham calmamente em direção ao trailer, ainda um pouco distantes, avistam Jéssica saindo do trailer.

– Jéssica! – Diz Ana, apressando os passos – CBI, viemos examinar seu trailer!

– Porque precisam vasculhar meu trailer? – Pergunta Jéssica, seu timbre de voz fica na defensiva.

– É apenas uma investigação. Exploramos todas as possibilidades em busca de provas! – Diz Carol.

– Vocês já tem a prova de vocês.

– Do que está falando? – Pergunta Ana.

– A notícia corre rápido aqui no estúdio... Eu achei que já tivesse tudo acabado, a arma estava na casa do Carlos, aquele alcoólatra! – Diz Jéssica.

Ana e Carol sentem um certo rancor assim que ela o chama de “alcoólatra”, elas ignoram a sensação.

– Senhora Jéssica, eu posso lhe mostrar o mandado ou você pode ir almoçar! – Diz Ana.

– Deixe-me limpar aqui primeiro, está tudo uma bagunça! – Jéssica vira-se.

Depois de dois passos rápidos, Carol a interrompe.

– Não se preocupe, o nosso trabalho é organizar bagunças, e somos muito cuidadosas! – Diz Carol, em seguida um sorriso amigável.

As duas adentram no trailer, deparam-se com tudo perfeitamente arrumado, Carol e Ana põe as luvas e começam a examinar cada canto do local. Carol caminha até o quarto no final do trailer, ela abre o guarda-roupa e separa as roupas, não avista nada fora do comum, erguendo seu olhar, levanta a mão para uma prateleira e tateia até achar uma caixa, Carol a segura e retira do guarda-roupa, ela abre a caixa e depara-se com um sapato vermelho de salto alto.

– Ana! – Carol a chama.

– O que? – Ana se aproxima devagar.

– Acho que ela perdeu um sapato! – Diz Carol, com ele na mão.

Ana da um sorriso de canto ao avistá-lo.

– Eu também achei isso – Ana lhe entrega um caderno.

Carol põe o sapato na caixa e a deixa em cima da cama, ela abre o caderno.

– São as anotações dela... Meu deus... – Carol fica espantando durante a leitura.

– Encontrei no fundo falso da gaveta da estante da sala! – Diz Ana.

– Acho que já podemos ir!

As duas saem do quarto com os objetos, Carol sem motivo algum examina novamente a sala e avista o cachecol branco esticado na poltrona, ela para de andar, o pega e segue Ana.

– Pra que esse cachecol? – Pergunta Ana.

– Tenho certeza de que é o tecido que achei no chão daquele cenário! – Diz Carol – Vou levá-lo para Narayani analisar!

– Vamos, já está ficando tarde! – Diz Ana, indo em direção ao carro.

De longe, Jéssica as observa se afastar, ela põe a mão na garganta aflita.

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– Não podemos mais segurar o corpo, temos que deixar a família enterrá-lo – Diz Felipe para Narayani.

– Acho que ainda é cedo, vamos esperar mais um tempo! – Diz Narayani.

– Senhor! – Joe aproxima-se com a arma no saco lacrado.

Felipe e Narayani o encara.

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16:37

– Uma pistola semiautomática calibre 38 – Diz Narayani, afastando-se do telescópio.

– Chefe... – Leonardo adentra na sala com uns papeis na mão – Pesquei nos registros todas as armas compradas em todas as lojas ao redor do estúdio, e uma pistola calibre 38 foi registrada por Carlos, o agente de Miley!

– O fato da arma estar na casa dele e dele ter comprado, não chega a ser uma prova concreta em cima de Carlos... – Diz Felipe – Precisamos da certeza de que ele utilizou a arma...

Felipe olha para Narayani, ela nega com a cabeça.

– Não adianta... Não tem impressões digitais! – Ela responde – Essa pode ter sido realmente a arma do crime...

– Mas se ele realmente a matou, não iria ficar com a arma, a primeira coisa que ia fazer era se livrar dela... Com Miley morta, a arma não teria utilidade! – Diz Felipe.

Ana e Carol adentram na sala, Carol entrega o par de sapato e o cachecol a Narayani, que logo vai analisá-los, Ana entrega o caderno a Felipe.

– O que é isto? – Ele pergunta.

– É o caderno de Jéssica Power, é melhor você dar uma olhada! – Diz Ana.

– Caramba, quanta raiva de Miley... Ela escreveu todas as formas possíveis de matá-la... – Diz Felipe, folheando o caderno.

– Era só questão de tempo até ela praticar suas fantasias! – Diz Carol.

– Agora olhe na data de ontem! – Comenta Ana.

Felipe vira a folha e a observa em branco.

– Ela não fez anotações no dia do assassinato! – Diz Ana.

– Espera... Então a diretora pode ser a assassina?- Pergunta Leonardo, um pouco confuso.

– Eu não sei... Ou talvez estão armando para Carlos e Jéssica! – Responde Felipe.

Ana e Carol trocam olhares confusos, as duas encaram Felipe.

– Estão? – As duas perguntam em coro.

– Terminei! – Diz Narayani.

Todos viram-se para encará-la.

– Carol, o cachecol tem o tecido de angorá, ele combina com a fibra que encontram no estúdio! – Diz Narayani.

Felipe fica um pouco pensativo, até que da um passo a frente.

– É daí então que veio o pelo de coelho... – Diz Felipe.

– A fibra deve ter soltado quando ela foi arrastar Miley – Diz Ana.

– E o sapato que encontraram, o DNA contido nele bate com o DNA de Miley, esse é o outro pé que estávamos procurando! – Informa Narayani.

– Eu, Ana e Carol vamos falar com Jéssica, Leonardo ligue para Madison e pede para vir aqui! – Diz Felipe.

– Está bem – Leonardo retira-se da sala.

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Ana, Carol e Felipe adentram no estúdio e encontram Jéssica conversando com mais dois rapazes do elenco de seu filme.

– Jéssica Power! – Carol a chama.

Jéssica respira fundo, Felipe nota seu nervosismo aumentando a cada vez que se aproximavam, ele nota que ela põe as mãos no bolso da calça e espera eles chegarem.

– E então, o que encontraram? – Pergunta Jéssica.

– Você já esta se acusando?- Felipe demonstra-se surpreso.

– O que?... Co-como assim?

– As mãos no seu bolso, é um gesto de preocupação e aflição, você tem medo do que a gente possa dizer! – Diz Felipe.

– Quem é este? – Jéssica demonstra-se irritada.

– Agente da CBI! – Responde Carol – Achamos fibras do seu cachecol na cena do crime!

– É claro que acharam, fico aqui lá o dia todo! – Jéssica responde.

– Talvez você queria nos contar sobre outras atividades que andou fazendo – Comenta Ana.

– Olha aqui, eu não matei Miley, não a matei... Eu... – Jéssica respira fundo e os encara – Eu realmente tive vontade de fazer isso, mas não foi eu!

– Nós sabemos que queria matá-la, lemos as suas anotações! – Diz Felipe.

– Aquilo?! Oh, não... Aquilo era só para desabafar!

– Ta, mas e enquanto o sapato que encontramos no seu trailer? – Pergunta Carol.

Jéssica nega com a mão na testa, ela não acreditava que aquilo podia estar acontecendo, então retorna sua atenção a eles.

– Devem ter colocado lá... Centenas de pessoas passam por aquele trailer todos os dias, podem perguntar a eles... Pelo amor de deus, a última coisa que queria era ficar perto dela!

– Tem muito ódio da Miley! – Comenta Carol.

– Sim, mas eu não iria matá-la, eu não sou assim! – Diz Jéssica.

– Quero que nos leve até o camarim de Miley – Pede Felipe.

Jéssica gesticula com a cabeça e os guia até o local. Eles param em frente a porta, ela destranca e os deixa entrar, em seguida afasta-se.

– Ainda não sabemos a cena principal do crime! – Diz Ana – E nem temos acusações sólidas para terminar o caso!

– Vamos continuar a investigar! – Diz Felipe.

Carol desce seu olhar para o chão e encontra uma mancha debaixo da cadeira.

– Pessoal! – Carol retira a cadeira de cima e a observa – Parece que foi tirada com... – Carol toca no tecido que agora estava áspero – Água sanitária!

– Bem, já sabemos aonde o crime ocorreu! – Diz Ana.

– Deve ter mais alguma coisa – Diz Carol – Algo concreto para podermos ter certeza de quem é o assassino!

Felipe retira a lupa do cinto de Carol, caminha até as roupas e agacha, examina o chão com cautela.

– Aha! – Ele diz sorrindo.

– O que? – Pergunta Ana.

– Me empresta uma pinça!

Carol lhe entrega, Felipe pega um cilho sujo de sangue, ele o põe no saco de provas.

– Vamos, terminamos esse caso! – Felipe olha para tomada do camarim.

Ana e Carol saem do local.

–----------------------------

Horas mais tarde – Sacramento

Felipe e Narayani adentram na sala do interrogatório e observam Madison sentada na cadeira.

– Boa noite! – Narayani a cumprimenta.

– Boa noite! – Responde Madison.

– Então Madison, sabemos o que aconteceu – Diz Felipe.

– Do que está falando? – Ela pergunta.

– Você fugiu de casa para realizar um sonho de estrelar um filme, e só conseguiu ser a substituta! – Diz Narayani.

– Sim, é verdade! – Ela responde, com calma.

– Daí pensamos... Que só duas pessoas tinham acesso ao camarim de Miley Osment, você e Jéssica Power – Diz Felipe – Jéssica te deu a chave do camarim de Miley, ela sabia que tinha feito a coisa errada e por isso ficou tão nervosa quando fomos falar com ela...

– O que está querendo dizer? – Pergunta Madison, ficando agitada.

– Ora, você sabe... Não esperava que sua vítima fosse tão paranoica a ponto de por uma câmera escondida – Diz Felipe.

Madison fica séria, ela o encara com frieza.

– Isso mesmo... Foi um crime quase perfeito... Miley sabia que tinha algo errado, quando saímos do camarim dela, vi que não podia ter nada ligado na tomada, segui o fio e achei a câmera que ficou carregando sem parar! – Diz Felipe.

– Miley sempre teve tudo e nunca valorizou nada! – Diz Madison – Eu passava horas nos holofotes esperando ela vir trabalhar por 5 minutos.

– A inveja não lhe cai muito bem! – Felipe soa um pouco sarcástico.

– Inveja? Eu sou melhor do que Miley, mas nunca tive a oportunidade de mostrar isso!

– E agora você será fichada por assassinato! – Diz Narayani.

– Como dizem no seu ramo, o show acabou! – Felipe segura seus braços e algema seus punhos.

Ele a levanta e a retira dali, Narayani sai da sala com arquivo em mãos.

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À noite, Felipe caminha até a sala de seu chefe, abre a porta e senta-se a cadeira.

– Recebi o relatório do caso de hoje! – Diz Geoger.

– Madison Magalhães, foi considerada culpada por homicídio qualificado e condenada a 25 anos de prisão! – Relata Felipe.

– Ótimo trabalho, você e sua equipe estão de parabéns!

– Obrigado senhor!

Felipe levanta-se e retira-se da sala.

The End.



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