Say I Promise escrita por Graziela Tosta


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Leitores!! Há quanto tempo!! Peço inúmeras desculpas pela demora. Perdão, é que o tempo esteve corrido ultimamente.
Enfim aqui está o//
Espero que gostem :D



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Edward voluntariou-se a levar Elisa para seu apartamento de carro com ele. Afirmou não ser seguro uma garota como ela andar sozinha pelas ruas a noite. Ficara aliviada por tê-lo ali a ajudando. Contudo estava com medo. Ela sabia que teria machucado seu coração de alguma forma. Seus gestos no teatro não foram dos melhores. Mesmo assim ele sorrira para ela. Era um sorriso decepcionado. Podia se observar o desânimo através de seus olhos castanhos.

Aceitou a carona e em silêncio entrou no carro dele ao banco da frente. O carro cheirava a cigarros. Reconhecia esse cheiro de longe. Seu pai fora fumante, e desde pequena o via fumando. Agora não imaginara que Ed pudesse ter começado com essa droga também.

— Você começou a fumar? Desde quando? — Perguntou preocupada.

— Faz um bom tempo já... Nunca disse a você.

— Achei que não tínhamos segredos... Sabe muito sobre mim, deveria abrir-se um pouco mais comigo.

— Não dá... — Ele ajeitava seus pertences nos porta-trecos do carro enquanto conversavam, o assunto não era dos melhores e os dois estavam tensos.

— Por que não?

— Eu tento me abrir mais... Mas você me impede.

—Impeço? — Ela o impedia? O que ele queria dizer com isso? Sempre estava disposta a ouvi-lo. Ele era importante para ela, seu melhor amigo, a pessoa na qual daria sua vida para vê-lo sorrindo... O anjo que a salvou de um suicídio.

— Sim... Por que recusou ficar de mão dada comigo? Um simples gesto não acha? Já fizemos mais do que ficarmos de dedos entrelaçados. — Ele colocou seu indicador nos lábios de Elisa, relembrando-a imediatamente do beijo na chuva entre os dois. Rápido, quente, e frio ao mesmo tempo. O beijo que a acendera seu amor, mas também a deixara em dúvidas complicadas sobre si mesma. Uma sensação estranha sentiu em seu corpo. Ela desviou o olhar para a janela para esquivar-se do assunto.

A rua estava vazia. Os espectadores do teatro ou os turistas já haviam seguido para suas casas ou qualquer lugar que fosse longe dali. As luzes da rua e dos prédios iluminava a escuridão do céu pela ausência de estrelas naquela noite. Nesse cenário veio a imagem de sua mãe quando a levara pela primeira vez a esse teatro. Viera com seu irmão que odiara a peça, enquanto ela, saíra sorrindo de orelha a orelha de tamanho encanto desejando até mesmo rever o espetáculo. Era um momento do passado o qual queria sua permanência. Nem mesmo fora por causa da peça, mas sim, pela felicidade em que sentira naquele determinado dia. Estava com quem mais amara, sua mãe, e ela sorria também.

— Espero uma resposta... — Insistiu ele, enquanto o carro já movia-se em direção ao apartamento de Elisa.

— Melhor conversarmos depois, você esta dirigindo agora. — Desviou novamente do assunto.

Edward suspirou. Ela enrolava demais ao tratar do assunto entre os dois. Alias, ela sempre enrolava sobre isso. Desde pequena, ele tentara aproximar-se mais dela, porém com a resistência em que tinha, desistira. No dia de seu retorno de Paris, certamente ela o aceitara facilmente por seu desespero, em uma forma de acalmar o agito dentro de si. E de certa forma, o beijo pareceu ter ajudado muito. Então...Por que ela recusava-o tanto? Mulheres... São realmente complicadas, concluiu ele em seus pensamentos.

A cada esquina passada, o ar parecia tornar-se rarefeito. Era como se o peito de Elisa ficasse sem ar. Um aperto em seu coração surgia efeito até mesmo em sua respiração. Não queria magoar ninguém, muito menos ele. Porém, não conseguia reconhecer nem seus próprios sentimentos.

O carro prata, pequeno, finalmente estacionou frente ao prédio. A rua era silenciosa e com pouca iluminação. Ela desceu de dentro do automóvel e ele a acompanhou.

— Não precisa me levar até meu apartamento. Agradeço a carona, mas daqui para frente posso ir sozinha. — Sentia-se grata pela ajuda, portanto seria melhor se cada um deles seguissem seus caminhos a partir dali. Se ele fosse com ela, insistiria, certamente, naquele assunto.

— Irei com você até lá. Até hoje você não me mostrou seu apartamento. — Ele insistiu e fechou a porta do carro, o trancando. Logo os dois estavam caminhando juntos até o edifício.

Entraram no elevador antigo. Pelas aparências não havia manutenção por algum tempo longo. Podia-se perceber a antiguidade da construção pois havia também aquela porta de madeira que deveria ser aberta antes de se entrar no elevador. Elisa a abriu naturalmente e os dois entraram.

Ela apertou o botão do andar em específico. Os dois ficaram lado a lado em um silencio completo. Era uma situação desconfortável. Nenhum dos dois sabia direito o que dizer. Edward quase desistia da mulher amada, apesar dos batimentos de seu coração acelerado e da vontade de abraça-la. Já Elisabeth tentava compreender o que sentia e se valeria a pena apostar mais uma vez no amor, ou confiar em Ed apenas como um irmão mais velho nunca tido na prática.

Quando passado pelo segundo andar as luzes do elevador falharam. Preocupada Elisa olhou para o teto. Em segundos uma pequena lâmpada com a grade que a segurava despencou no chão. Iria atingi-la. Elisa ficara sem reação. Edward gritou para ela ter cuidado e a colocou contra a parede de metal. As luzes apagaram-se. Ouviram o barulho do vidro da lâmpada quebrando-se no chão. Sentiram que o elevador parou. O painel indicando o número de andares desligou-se.

Elisa ficara voltada de costas para a parede assustada. Ed, ficara a frente dela bem próximo com os braços apoiados para protege-la. Os dois recuperavam-se do susto.

— Fique calma. Logo irá voltar a funcionar. — Afirmou para ela. Estavam tão próximos que o coração dele estava acelerado. Mas não somente o dele.

— Estamos presos... — Com medo, ela iria mover-se para frente movimentando seu pé direito.

— Não mova-se. — Impediu ele. — Deve haver vidro pelo chão, pode te machucar.

— Eu estou usando tênis Ed, irei ficar bem.

— Como quer fazer algo se não estamos conseguindo enxergar nada?

— Não sei! Ficarmos parados assim não irá melhorar a situação.

— Deve ter acabado a força. Ou é caso da falta de manutenção.

— Pegue seu celular, servirá para iluminar algo.

Edward apalpou os bolsos procurando pelo aparelho celular. Finalmente o encontrou no bolso de trás de sua calça jeans. Com a iluminação puderam ver os pedaços de vidro espalhados pelo carpete. O painel nem dava sinal de voltar a funcionar. Não havia nenhum papel com telefone para pedir ajuda em emergências.

— Ótimo, estamos presos aqui agora. — Reclamou Elisa, sentando-se em um canto, mesmo atingido pelos cacos de vidro. Após alguns segundos, ele a acompanhou sentando ao seu lado. Ela já estava cabisbaixa, com a cabeça entre os joelhos.

— Vai ficar tudo bem... É só um inconveniente. — Ele acariciou a cabeça dela gentilmente.

— Desculpe por deixar você me acompanhar. Disse que podia ir embora. A culpa é minha em deixa-lo ficar preso aqui comigo essa hora. — Murmurou triste ainda cabisbaixa. A luz do celular iluminava o ambiente.

— Elisa... Não importe-se com isso. Eu sinto-me feliz por estar ao seu lado agora. Apenas tente relaxar... É ruim vê-la assim. Olhe para mim.

Com esforço, ela fitou aqueles olhos castanhos iluminados na penumbra. Sorriu por vê-lo ali, importando-se e cuidando dela. Isso preenchia seu coração com sentimentos bons. Seus batimentos aceleravam a medida em que o encarava.

Edward não hesitou. Era complicado para ele garantir distância dela. Estava praticamente escuro, os dois estavam sozinhos e ela sorria para ele. Não conseguiria manter seus sentimentos e vontades afastadas. Logo, calmamente, fora aproximando seu rosto, acariciando o cabelo de Elisabeth, que cedeu. Após longos segundos os lábios se coincidiram novamente. Era um beijo mais delicado e calmo, do que o último. A sensação proporcionada aos dois fora de paz.

Elisa percebeu, com as mãos geladas, o coração quase saindo pela boca, e o rosto, com certeza vermelho, de que realmente ela o amava. Mesmo suas dúvidas, seu mundo escuro pareceu melhor junto dele. Apesar da escuridão do lugar, do terror de seu passado, aquele beijo acendera uma sensação de que estava segura nos braços dele. Ao menos, enquanto estivessem juntos.

Para Edward, foi um alivio. Sua dor de um coração partido desapareceu ao perceber a aceitação dela a sua atitude.

— Este será para mostrar o quanto te amo. — Disse ele após beijá-la. E em seguida tornou a fazer o mesmo, foi duradouro e longo. — O próximo é a fim de mostra-la que não irei abandona-la mais como antes. — Em seguida um terceiro beijo aconteceu.

Ele se afastou, abriram seus olhos, cerrados anteriormente. Ela sorriu como resposta. Seu rosto estava muito vermelho, e tentava acalmar seus batimentos. Ele correspondeu seu sorriso. Elisabeth o puxou para si e o abraçou carinhosamente. Tinha certeza naquele momento, ele era muito mais do que um irmão mais velho para ela. Era o homem qual seu coração amava.

Após terminados os abraços, Ed riu tímido. Ficaram sem mais dizer, aguardando as palavras virem a tona. Porém, antes que pudessem mover seus lábios o painel do elevador reacendeu e começou a mover-se em direção ao andar do apartamento desejado.

Os dois, cuidadosos, observaram os minúsculos pedaços de vidro espalhados pelo chão e levantaram-se. Certamente a energia do local havia acabado por alguns minutos.

Estavam, finalmente, frente a porta da residência dela.

— Muito obrigada por acompanhar-me até aqui. Estou segura agora. — Afirmou Elisa despedindo-se dele.

— Não precisa agradecer, eu que devo ficar contente por traze-la aqui. — Ele sorriu relembrando-se dos dois próximos no elevador. Ela sorriu também.

— Então, nos vemos em breve.

— Sim, pode deixar. Caso precise de alguma ajuda me chame. — Foi até ela, deram seu último beijo de despedida. — Se cuida.

Balançou a cabeça afirmando se cuidar. Viu o corpo dele sumir de vista ao entrar no elevador. Suspirou. Era muita emoção em sua relação com ele naqueles minutos. Antes de entrar em casa e encontrar-se com Scott decidiu acalmar um pouco e colocar os pensamentos em ordem. Ela não acreditava. Não acreditava que acabava de iniciar um relacionamento amoroso com ele. Mesmo assim, uma parte de si tinha vontade de chegar em seu quarto, colocar um rock e dançar sozinha até seu corpo esgotar-se. Estava incrivelmente feliz.

Ainda sem colocar os pés para dentro de seu apartamento, somente de abrir a porta, sentiu um cheiro forte de cigarro e álcool. Pensamentos pessimistas vieram. Entrou rapidamente preocupada. A sua sala estava uma bagunça. Haviam garrafas de bebidas alcóolicas por todo canto, maços de cigarros vazios espalhados ao meio e um corpo cadavérico deitado no chão. O corpo cadavérico era Scott. Ela deixou sua bolsa pendurada na maçaneta da porta e correu até ele. Agachou-se no chão e tentava acordá-lo. Não tinha certeza que ele estava bem.

— Scott! Acorde!

A cabeça dele moveu-se para o lado. E ouviu um murmuro.

— O que aconteceu aqui? Você tomou todas essas garrafas sozinho? Como se sente?

Ele olhou para ela com um rosto abatido e olhos vermelhos. Pensou que ele tentaria, ao menos, responder as perguntas, contudo, ele teve um ataque de riso. Gargalhava e apontava para o rosto dela. Estava muito bêbado.

— Do que está rindo? Acha engraçado estar cheirando a cigarro e fazendo asneiras?

— É engraçado... Sim, sua cara de preocupação me lembra meu rosto ao ter sido demitido. — Ele ria descontroladamente e falava em intervalos. Sua fala incomodou a ela. Demissão?

— Demitido?

— Aquele chefe idiota! — Ele sentou-se e mexia os braços com raiva – Ele deveria morrer por isso!... Quem sabe não posso voltar ao Estados Unidos e mata-lo?

— Não diga isso! Tudo bem... Esqueça. Não consigo conversar com você assim. Melhor ir deitar no sofá e dormir. Já que não é nada grave pode suportar essa bebedeira. Conversamos pela manhã. Dei-me seu braço, levante, vou ajuda-lo a deitar no sofá.

Ele apoiou seu peso todo nela, seu equilíbrio estava terrível e cambaleava até o sofá. Esbarrou nas garrafas que caíram e espatifaram-se no chão, sujando ainda mais o ambiente. Elisabeth estava irritada. Não bastava a correria de seus dias, ainda teria de resolver o problema de seu “irmão”. Pelas falas ditas, certamente ele havia perdido o emprego nos Estados Unidos, e, sem dinheiro vindo para sua casa a fim de procurar sustento. Seria seu encosto.

Colocou-o, com esforço, no sofá. Logo ao deitar, ele adormeceu. Agora, o problema da limpeza seria difícil de resolver. Era uma hora da madrugada de sábado. Estava exausta. Mesmo assim não suportava ver toda aquela sujeira espalhada. Resolveu limpar tudo aquilo antes de ir dormir. Passara das uma da madrugada as três recolhendo os cacos e as garrafas de vidro, jogando fora os maços de cigarros já vazios, limpando a sala, para tornar-se um lugar possível de ocupação. Abriu todas as janelas para tentar retirar aquele cheiro de álcool e de cigarro da sua sala. Ao termino deitou-se no chão e pegou no sono ali mesmo.


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Notas finais do capítulo

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