Say I Promise escrita por Graziela Tosta


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Nossa tenho muiito a agradecer! Agradeço aos comentários de todos!Eles me fizeram ter ânimo para continuar a escrever mesmo com pouco tempo para o tal. E desculpem-me a demora para postar esse capítulo. Aproveitem :D



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Corria. A chuva havia dado uma pausa e facilitou o andamento. Tinha esquecido completamente do combinado. Havia ligado para William, que lhe passou seu telefone no dia anterior e marcado um horário de manhã para treinarem a música na casa dele. Aceitou tocar na Igreja mesmo na incerteza de conseguir tirar a música. Por isso precisava utilizar o maior tempo possível do fim de semana, iria apostar contra sua própria capacidade. Até onde suas habilidades de piano iam? Não sabia. Tocar com ele seria uma experiência única e como uma prova para suas habilidades.

Despedira-se Edward rapidamente do cemitério logo que recebeu uma mensagem do violinista questionando de seu atraso. Não conseguira explicar nada a Ed sobre os acontecimentos e muito menos agradece-lo. Sentia-se culpada no momento por simplesmente pedir desculpas e apressar-se para a rua, mas fora preciso.

Finalmente entrou no metrô lotado. Alguns turistas observavam atenciosamente um mapa de papel da cidade preocupados em que estação deveriam descer. Ela não necessitava disso, já conhecia Londres dos pés a cabeça. Alias, a partir do momento em que se viu quase independente sentiu-se na obrigação de ter conhecimento sobre sua cidade. Fora a pé com sua bolsa ao corpo e os pés sujos de lama, já que sequer teve tempo de reparar em seus pés.

O bairro era repleto de casas bem próximas uma das outras. As residenciais, todas bem construídas. Apresentavam-se com características únicas pelos tijolinhos vermelhos aparentes em sua construção e a maioria eram sobrados. Um estilo antigo, mas confortante, que atraía uma atenção especial a aquele bairro. Em média possuíam espaço interno suficiente para cinco moradores.

Retirou seu celular do bolso e procurou a mensagem onde havia anotado o endereço. Um sorriso abriu em seu rosto ao olhar o número da casa procurada. 793. Estava frente a ela. Tal residência não diferenciava-se muito das outras ao redor. Sua entrada era vista com portões pequenos de ferro bem simples e encantadores. Contudo o canteiro de flores coloridas era uma exceção, encontrada a beirada do muro divisor com os vizinhos. Havia muitas janelas. Uma delas localizava-se em um ambiente, provavelmente, a sala, onde as utilizavam para entrar luz solar. Fora a segunda aparência que lhe chamava atenção por tamanha beleza e simplicidade.

Tomou coragem e ao aproximar-se da campainha sentiu uma enorme nostalgia. Aquele bairro... Sentiu-se uma tola por não perceber antes. A casa de sua tia não era muito afastada dali. A moradia a sua frente relembrava a antiga casa em que morara anos até anos atrás com a irmã de sua falecida mãe. A construção era parecida a não ser pelo fato do sobrado. Ah...Tantas emoções e sentimentos havia sentido naquela velha casa. Tristeza fora a mais marcante delas. Afinal não era nada confortável morar com seus parentes... aquela não era sua família de verdade. Não para ela. Na teoria eles não ocupariam mesmo seus pais, porém seriam os únicos responsáveis por ela e seu irmão dali em diante. Contudo outro sentimento a marcou além deste: a felicidade de sua primeira amizade. Edward.

Ele morava na casa ao lado da de sua tia e seus pais, por coincidência, eram conhecidos dos falecidos pais de Elisa. E, por sorte do destino os dois também estudavam na escola igual durante certos anos. Desde então a música foi a primeira união dos dois. Os dois eram apaixonados pela música, pelos instrumentos. Assim todos os dias após a escola, chamada por Elisa com sinônimo de inferno, encontravam-se para brincarem no sobrado correndo para todos seus cantos. Ou até para tocarem. As lembranças boas pareceram tampar as cicatrizes ruins abertas no mesmo período. Na escola, após toda a realidade vivida, não conseguia interagir com outras crianças. Suas roupas eram deprimidas, seus olhos eram complicados de demonstrarem vida, pois mais aparentavam um poço de pensamentos profundos. Ela, uma garota complicada de se compreender. Mas Edward a entendia e conseguia trazer um pouco de brilho no seu céu azul. Infelizmente não em todo o momento.

O colégio fora difícil para ela, ouvia inúmeros múrmuros a seu respeito... A respeito de seu passado. Seu passado sempre a perseguira, algo que não podemos mudar, ou esquecer. Para ela, suas memórias estavam gravadas em sua alma. Afinal todo passado tem interferência em nosso futuro. Em um jogo de xadrez os movimentos feitos das peças provocam uma direção diferente para o jogo... Não difere muito de nossa vida. Todas as atitudes e decisões tomadas no passado podem ser vistas em seu presente e futuro. Desta forma, a consciência de Elisabeth não consegue concordar com uma frase muito falada: “O tempo cura qualquer feridas.” Se curar, é porque foi da iniciativa do indivíduo curá-la. O motivo não é o tempo e sim as escolhas diferentes de cada um e sua força de vontade. Disto, é sua única certeza.

Em sua adolescência foi quando tudo piorou. Ao mudar de escola, seu anjo, única proteção ao perigo, ficara afastado dela, ao menos pelas manhas. Muito começou desde ai. Intimidações e provocações a envolviam. Sua aparência de cabelos curtos de uma maneira diferente e suas roupas consideradas estranhas geraram diferenças do padrão seguido pela sociedade. E isto, no fim, feriu-a de várias formas. Seus choros voltaram a serem cotidianos e adquiriu um complexo de inferioridade desde então. Seus parentes não sabiam dos problemas, o único em quem confiava plenamente para desabafar era Edward. Entretanto, mesmo ele, deixou-a a um ano depois de iniciado tais fatos para estudar fora. Irritada e cansada de ser julgada até por seus parentes decidiu sair da casa deles e sustentar-se sozinha. Não precisava de ninguém, concluíra. Poderia viver para si. Seu irmão já viajara para fora do país e ansiava sua própria independência.

— Quem é? — Questionou a voz masculina interrompendo suas lembranças.

— Elisabeth. — Respondeu surpresa retornando de seus pensamentos imersos. Observou ao redor e relaxou ao admirar ao jardim.

— Ah! Só um momento. — Respondeu a voz. A maçaneta moveu-se após dois minutos. William surgiu a porta. Em sua mão encontrava-se seu violino e o arco sendo segurado com tamanha facilidade. Certamente ele estava estudando, deduziu ela. Sua roupa era fresca e parecia até estarem no verão, pois somente usava uma camiseta branca e uma calça. Enquanto ela sentia-se obesa com um amontoado de vestimentas de inverno.

— Que bom que veio. Entre, sinta-se em casa. — Ele abriu passagem para dentro da casa.

Agradeceu e entrou a casa. Ele fechou a porta atrás de si. Uma temperatura mais elevada permanecia ali, assim, pode compreender o motivo das roupas dele. Logo sentiu necessidade de retirar os casacos do corpo. William recolheu os casacos dela na mão contrária a do violino e moveu-se para o corredor, que ligava aos quartos. Ficou parada no mesmo local, curiosa. O lugar era completamente silencioso. Ele morava sozinho ali? Não, para alguém sozinho seria desnecessário uma residência tão grande. Ouviu sons de passos e, em segundos, uma senhora apareceu a sua frente.

A senhora deveria ter seus quarenta anos. Pele branca com pouquíssimas rugas, cabelo loiro presos em um coque desajeitado e olhos azuis escuros. O olhar da mulher mostrou-se surpreso ao observar os pés sujos de lama de Elisa.

— Parada ai! — Gritou a senhora assustando a garota.

— Perdão?...

— Seus pés! Irão sujar todo meu assoalho de madeira que limpei hoje de manhã! — Havia esquecido com a correria da sujeira em que encontrava-se suas botas. Observou cuidadosamente o assoalho de madeira da casa e ele realmente brilhava.

— Desculpe-me! — Disse desesperada sem mover-se, não queria atrapalhar mais ainda. Atrás de si o chão já estava sujo com um rastro de barro.

— Fique ai, irei buscar um tapete velho para colocar sua bota. — Assentiu com a cabeça e a senhora retirou-se de imediato para a lavanderia da casa. Elisa suspirou. Por mais que não quisesse incomodar já causara confusão antes mesmo de entrar corretamente na casa. Após uns minutos a senhora retornou com o pano de chão na mão e o colocou no chão a frente dela.

— Retire seu calçado e o coloque aqui. É melhor andar de meia na casa.

— Obrigada... desculpe por ter sujado essa parte, posso ajudar a limpar depois.

— Não precisa, eu limparei. Só não pode sujar a casa inteira com esse sapato. — Enquanto ouvia a senhora retirava as botas com certa dificuldade e as colocou no pano a frente, ficando apenas de meia. A mulher sorriu e disse aliviada:

— Pronto, bem melhor assim.

William surgiu após a fala. O violino já não estava mais em sua mão e fora substituído por uma pasta preta com partituras. Ele sorriu ao ver sua mãe e Elisabeth conversando e reparou nos pés com meias dela.

— Vejo que já conheceram-se. — Afirmou ele contente.

— Mais ou menos... — Murmurou a adolescente quase não produzindo som algum.

— Então ela é a pianista bonita que você comentou? — Disse a mãe, o rosto do garoto corou.

— De certa forma... ̶ Respondeu ele sem jeito.

Elisabeth sorriu corada. Para ela era estranho ouvir tal elogio ainda mais vindo de um homem que conhecera há pouco tempo.

— Acompanhe-me Elisabeth, já tirei cópias da partitura para você.

— Obrigada. — Ela o seguiu conforme os corredores da casa e virarão a esquerda onde um quarto enorme estava localizado. Nele, paredes brancas o compunha a pintura, e uma decoração musical encontrava-se. Havia um sofá de dois lugares branco com almofadas de estampas musicais. Um piano de armário, estantes para colocar partituras e um violino em sua capa posicionado ao chão terminavam de compor o ambiente. Os olhos dela brilharam ao ver tamanha conservação dos instrumentos e cuidado.

— Que lindo...

— Gostou? Aqui é meu lugar favorito da casa. Fique a vontade no piano, ele é todo seu.

Ela deixou sua bolsa no sofá e dirigiu-se ao piano. Abriu a tampa que escondia as teclas cuidadosamente. E tocou a nota dó central podendo ouvir, atenta, seu som afinado. Um sorriso abriu. William sentou no sofá a observando.

— Por que possui um piano se toca violino? — Questionou ela, intrigada a respeito.

— Meu pai toca. Ele é formado em piano apesar de trabalhar com administração de empresas. Esse instrumento parece novo, mas era da época em que ele estudava em sua adolescência ainda.

— Esse piano... tem um som bonito.

— Acredito que terá ainda mais quando você tocar corretamente nele. — O violinista levantou-se e colocou a partitura em seu devido lugar na altura dos olhos dela.

— Aqui esta. Tente a vontade.

Elisabeth encarou a partitura por minutos a analisando. Ficaria extremamente envergonhada se não conseguisse a tocar. Não parecia difícil, mas havia inúmeros detalhes a serem tomados importantes. Inspirou fundo. William posicionou seu violino para toca-lo e chamou sua atenção para ouvi-lo. Precisava escuta-lo para saber qual seria o andamento da música seguido pelos dois. Logo a mão calorosa dele tocou as cordas e começou a reproduzir os inúmeros símbolos das partituras e transforma-las em uma bela melodia. O assistiu por um tempo e fechou seus olhos para apenas escuta-lo.

Era maravilhoso. O som que saia a levava para um ambiente calmo e tranqüilo. Uma Igreja. Ao ouvir a música parecia entrar na Igreja, ou melhor, quando ainda visitava as missas. Fora há tantos anos atrás... Muitos mesmo. Era apenas uma criança ingênua que pensava ter seus pais para sempre ao seu lado. Acreditava muito em Deus, era uma fiel católica e lembrava-se da música em que ouvia pequena ainda nos dias atuais, Ave Maria. Tal música era freqüentemente tocada em dias especiais.

Seu pai não era um religioso que amava estar presente a missa. Mas sua mãe sim. Ela era quem insistia de toda a família ir à missa dos domingos. E talvez pelo motivo de ser crente nas palavras apresentadas na bíblia era mais gentil com Elisabeth do que seu pai. Sua religiosidade foi diferente de depois da partida de seus pais. Os questionamentos incansáveis do “Por quê?” Por que Deus tinha retirado parte mais importante de sua família ainda muito nova?... Possuía tanto a aprender com eles ainda, por mais duro que seria enfrentar seu pai. Não conseguia acreditar que Deus pudesse ser tão bom. Sua visão de fé mudou muito. Cruel. Era ainda uma criança... Ela não era como as outras depois do incidente. Passou por vários psicólogos, e perdeu sua referencia principal, sua mãe. Se Deus fosse tão perfeito, por qual motivo ele não conseguira salvar toda sua família no incêndio? Era uma pergunta impossível de responder ainda.

O som produzido pelo violino foi abaixando sua intensidade e lentamente encerrou com um silêncio prolongado. Ao termino abriu seus olhos. Ele sorria orgulhoso frente a ela.

— Foi... magnifico. — Disse Elisa surpresa.

— Obrigada... Enfim, foi apenas uma demonstração do andamento. Será bem melhor ao tocarmos juntos.

— Espero... — Murmurou, virando-se ao piano. Posicionou as duas mãos as teclas já nas primeiras notas que deveria tocar.

O violinista não moveu-se e a observava apreensivo. Uma semana... Sete dias. Tais palavras passavam-se por seus pensamentos. Tinha que dar o melhor de si. Começou com a introdução. Não fora muito complicado e repetia-se muitas vezes a mesmas notas no começo. Imaginou o violino de William a acompanhando para auxilia-la. A música tocada por ela pela primeira vez foi melhor do que o esperado. Infelizmente não perfeita o suficiente. No meio da música foi interrompida pelo garoto por um erro.

— Nesta parte... ̶ Apontou ele para uma das pautas, onde havia um acidente musical ̶ Preste atenção não é um si bemol e sim natural! Partitura! Tem que lê-la com cuidado! Sua dinâmica está perfeita, está faltando a técnica!

— Sim, me desculpe.

— Não peça desculpas e concerte-a. Concentre-se.

Ele era rígido como professor. Não espera levar uma bronca já de primeira, ainda mais dele com sua personalidade tão calma, mas seu jeito mudou completamente ao ensiná-la. Ela voltou a tocar da parte errada e insistiu em milhares de tentativas para corrigir seu erro. William foi a ensinando vários detalhes da partitura, ele parecia saber mais de piano do que ela. Após uma hora e meia, a mãe interrompeu o ensaio e bateu na porta do quarto. Ele abriu para ela.

— Venham almoçar, devem estar com fome já há essa hora.

O violinista abriu um sorriso de orelha a orelha afirmando a fome sentida. Elisabeth fitava a partitura. Ela era o seu problema maior. Os sentimentos... A dinâmica... Isso era muito simples. Agora, técnica, como posicionamento dos dedos e ler as partituras com atenção não eram seus pontos positivos.

Vamos comer, está convidada a sentar-se conosco. Disse ele. Sua mãe já tinha se retirado para a sala de jantar.

Eu não estou com fome, obrigada, mas irei ficar treinando.

Não, você tem que comer. Não se esforce muito a esse ponto. Daremos o melhor que conseguirmos, nada é competitivo lá.

Eu sei. Ela sabia a respeito de apenas tocar pela gratidão das palmas que ansiava ouvir. E não estava procurando competir com outros pianistas, mas sim, competir com si mesma. Elevar sua capacidade ao máximo que conseguisse.

Você virá?

Não, mas agradeço pelo convite. Estou bem assim.

Ele suspirou, entretanto não insistiu mais. Deu de ombros e saiu do quarto fechando a porta para que a conversa na mesa de almoço não atrapalhasse seus estudos.

O celular dela tocou a assustando. Esticou seu braço de onde estava até o sofá e o alcançou. O nome Edward apareceu na tela. Pelas suas contas ele era a segunda pessoa que mais ligava no celular dela. A primeira era sua tia para perguntar do dinheiro, a segunda ele. Atendeu.

Elisa! Sei que pode ser meio repentino, assim como você partiu do cemitério... Bom gostaria que me explicasse o porquê saiu correndo daquele jeito... Mas enfim, terá um concerto de piano hoje à noite no teatro. Eu estou com dois ingressos de minha mãe ganhos em uma aposta. Gostaria de ir comigo? Como será um dueto de piano e violino acho que iria te interessar. Ele parecia nervoso e falava rapidamente. A conversa parecia mais um convite para um encontro ao ver dela. Logo ao pensar nisto tratou de ignorar suas altas expectativas e imaginar apenas como uma saída de amigos.

Claro que gostaria! Sabe quais músicas irão tocar? — Disse animada. Era em boa hora, poderia relaxar ao sair e ao mesmo tempo aprender mais sobre como tocar em um dueto. Levando o que visse lá para o dia em que tocariam na Igreja.

Eles ainda não divulgaram as obras. Geralmente será à noite em que eles falarão.

Entendo que horas começa?

As nove. Quer que eu passe em sua casa?

Corou e imaginou o incomodo de seu irmão. Se ele a visse saindo com um garoto seria problemático.

Não precisa, pode deixar que eu encontrar-te-ei na frente do teatro às oito e meia.

Como deseja, aguardo ansioso. Alias, onde está? Você saiu do cemitério apressada...

William retornou ao quarto abrindo a porta. Em sua mão segurava um pedaço de chocolate, e já fora conversando com ela. Falando alto suficiente para que Edward ouvisse a voz através do celular.

Elisabeth, você conseguiu terminar de tocar a partitura? Não ouvi barulho de piano desde que sai. Trouxe esse chocolate para você já que não quis almo...Ela pediu silêncio rapidamente a ele. Seu rosto ficara vermelho. Por um motivo incompreendido, talvez intuição, não gostaria que Ed soubesse da relação entre ela e o violinista a suas costas, ao menos, não antes de tocarem perfeitamente.

Quem é? Essa voz me é familiar de algum lugar... Onde você está? ̶ Questionou o garoto do outro lado da linha telefônica.

É um amigo da escola... Ele é do conservatório... Estava tocando uma música de piano e ele ouviu... Nada demais! Disfarçou. William a observava com dúvida. Enfim, obrigada pelo convite. Irei encontrar-te a noite. Preciso desligar agora, portanto até a noite... abraços.

Certo. Abraços e cuide-se. Caso precise de algo pode me ligar.

Muito obrigada.Encerrou a chamada. E logo William a entregou uma barrinha de chocolate.

Aqui. Se não for almoçar coma algo pelo menos.

Certo...

Ele sentou no sofá olhando para o chão imerso em sua própria mente. Tentou imaginar o que ele estaria pensando. Seu rosto era bonito, reparou. Seu corpo era musculoso onde mostrava seus braços ao utilizar-se daquela roupa. Por um momento percebeu estar sozinha com um homem. E relembrou-se dele tê-la a abraçado também. A voz dele surgiu no ambiente tenso ali formado, e a surpreendeu.

Sempre a vejo conversando com esse garoto... Você... Gosta dele?

Por que a pergunta? Acabei de me separar, não estou pensando muito em amor... ̶ Mentiu. Desde o retornou de Edward, não conseguira parar de pensar em o que o beijo repentino dele representava entre os dois. E, mesmo após a tristeza de Steven, parecia sentir algo muito mais forte por Edward. Mais forte, do que sua mente poderia esconder.

Esta disfarçando... Ele levantou-se e parou ao lado dela. ̶ Mesmo não te conhecendo há muito tempo, tenho uma irmã mais velha, e sei muito bem quando ela está mentindo sobre isso. Não sorriu como esperava dele, e sim colocou suas mãos maiores na superfície da cabeça dela. Sentiu-se uma criança perto dele.

Toque. Afirmou William ainda com a mão sobre sua cabeça. Ela o olhou com dúvida. Apenas toque.

Concordou corada e colocou suas mãos de volta sobre as teclas deixando o chocolate de lado. Começou a tocar a introdução. Na peça de Ave Maria ela somente faria o acompanhamento de seu violino. Contudo ela desejava a mesma perfeição se fosse uma apresentação solo. Nervosa por ele estar muito próximo, começou a errar as notas e confundir seus dedos. Antes que fizesse pior parou de tocar.

Você está muito perto.Falou tímida. Sempre fora complicada ao estar na presença de homens. Ao olhar para o lado podia ver o braço forte dele o que acelerou seus batimentos. Ele sorriu satisfeito, e não reclamou dos erros da forma esperada. William retirou sua mão do topo da cabeça dela e afastou-se indo pegar o violino. Não compreendeu suas intenções. Por que ele ficara satisfeito mesmo ela tendo cometido erros? Por que a pergunta feita a respeito de seus sentimentos? Por quê?...



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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo! Deixem suas opiniões sempre *-*