If I Tell You... escrita por Miranda


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Drixy acordou cedo naquela segunda. Nove da manhã. Se despreguiçou e olhou a rua pela janela do quarto. Abriu o armário e escolheu uma roupa. Ela tinha decidido correr, ela adora correr. Colocou então uma legging preta, uma blusa larga amarela com azul, meias e tênis esportivo. Fez um rabo de cavalo e desceu as escadas. Não encontrou ninguém na sala nem na cozinha. Deviam estar dormindo. Foi até a geladeira e escreveu:

Fui correr pelo condomínio, volto mais tarde.

Beijos, Drixy.

Ela só escreveu pois não queria que Flávia e Andrew chamassem o FBI para buscá-la. Pegou uma banana na geladeira. Comeu na cozinha mesmo e jogou a casca no lixo. Saiu pela porta de entrada e ficou em frente a casa. Sentindo a brisa sobre seu rosto. Viu que Edgar a espiava pela janela da casa dele. Se sentiu incomodada e resolveu ir até lá. Tocou a campainha. Edgar atendeu.

– Bom dia Drixy, quer entrar?

– Seu sínico! Você acha que eu não vi?! - disse Drixy alterando a voz.

Ele fez cara de desentendido.

– Edgar eu vi você me espiando, o que você quer? - ela disse com um tom mais calmo.

– E o que que tem? Eu não posso te olhar?

– Não!

– Por que? Você é gata... - ele foi se aproximando dela e ela ia dando passos pra trás.

– Olha só garoto, se você está tentando me intimidar você está fazendo errado! Agora se me dá licença. Fui! - ela disse e foi andando devagar, depois depressa até correr.

Correu até a porta de entrada do condomínio, na volta veio andando. O lugar era enorme, tinha uns 10 km de rua. Na divisa com a rua, há um lago porém não há animais. Ela foi caminhando devagar na volta, curtindo a brisa, pensando na vida, pensando na família, pensando nos pais, lembrando os tristes momentos que ela passara, tudo que ela queria era ser feliz, mas o que é ser feliz?

Flávia acordou poucos minutos que Drixy saiu. Ela foi até a cozinha preparar o café e viu o bilhete da menina. Aproveitou o momento e foi até o quarto de Drixy e pegou o pedaço de jornal cortado que ela encontrara a um tempo atrás. Andrew e Teo ainda dormiam, então ela pegou o notebook e no Google pesquisou: Casal tenta matar filha num fogão a lenha. Não encontrou especificamente nada. Então leu a reportagem que havia no papel e redigitou: Adrianne Callin. O resultado da pesquisa adiantou muito, Adrianne era a mãe de Drixy. Ela tinha uma página no Wikipédia, na qual dizia:

Escritora famosa no Canadá na década de 80, escreveu 5 best-seller e dois deles resultaram em um filme. A carreira porém não foi muito além disso, pois ao receber um convite de estrear em um filme como atriz principal, engravidou. Casada com um motorista de táxi, ela teve que abandonar muitas boas propostas por causa dele(Austin Callin). Acabou sendo esquecida do ramo da escrita e dos cinemas. Eles aparentavam se dar muito bem, mas nem tudo é o que parece: Adrianne e Austin tentaram matar a filha Adrianne em um fogão a lenha, mas a menina conseguiu escapar. Dois anos depois, o casal morreu em um incêndio na casa deles, a garota foi para um Orfanato.

Flávia ficou atordoada em pensamentos e tomou a seguinte decisão: Marcar uma consulta de análise.

Drixy voltou e todos já estavam acordados. Andrew lia o jornal, Teo jogava video game na sala e Flávia estava lavando louça. Drixy foi até a cozinha ajudá-la.

– Espero que não tenha problema eu sair sem falar com vocês.

– Olha Drixy, eu não gostei que você fez isso e espero que não se repita.

– Eu deixei um bilhete...

– Eu sei, eu li mas mesmo assim se algo acontecesse com você, o Governo ia nos culpar, você é nossa responsabilidade!

–Desculpa, não vai se repetir.

– Vou confiar. Mas como foi? Você gosta de correr?

– Gosto.

– Por que?

– Sei lá, dá uma sensação boa. Quanto mais rápido eu corro, mais eu deixo as coisas pra trás.

– Como assim deixar as coisas pra trás?

– Eu tive um passado... um passado ruim.

– Você nunca nos contou nada sobre de onde você veio, como chegou no Orfanato...

– Esse é o dever da Instituição!

– Porém eles disseram que cabe a você dar liberdade para esse assunto começar a ser tratado.

– Então você vai ter que esperar!

– Como é que é garota? - Flávia gritou.

– Não. Grita. Comigo! - gritou pausadamente Drixy.

– E por que?

– Porque você não é minha mãe e nunca vai ser! - gritou Drixy e saiu da cozinha.

Andrew abraçou a esposa e Teo observava em choque. Quando a menina abriu a porta para sair pra rua, Flávia gritou:

– Ainda bem que não sou sua mãe! - Drixy parou - Mas se eu fosse, eu nunca! Nunca ia tentar te matar! Sabe por quê? Porque mãe ama, cuida e protege!

Andrew e Teo olhavam para Flávia assustados, qual o motivo dela falar isso? Flávia começou a chorar e abraçou Andrew com força, ele a confortava. Drixy saiu e foi para a praça. As lágrimas começavam a rolar no rosto dela. Avistou uma árvore e abraçando o tronco, foi subindo nela e se sentou em um galho, por azar, o galho era fraco demais e não sustentara o peso dela, que caiu. Viu tudo preto.


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