- O QUÊ?! – exclamou o deus dos mares, com uma expressão perplexa no rosto.

- Eu estou grávida. – respondeu a deusa da sabedoria, com uma paciência admirável. Mas havia agonia em seus olhos cinzentos. – E você é o pai. – continuou ela, tentando ser firme.

- Não pode ser. – foi o que o deus que sempre irradiou poder conseguiu dizer. Seu olhar estava concentrado no belo rosto de Atena, prestando atenção nas palavras que saíam da boca da deusa.

- Eu estou falando a verdade, Poseidon. – disse ela, com uma lágrima escorrendo pelo rosto.

Poseidon sabia que Atena falava a verdade. Sabia que isso poderia acontecer. Sabia também, que ele não queria que isso acontecesse.

E aconteceu.

Atena o encarava nos olhos, tentando desvendar a expressão do deus.

- E agora? – Poseidon pergunta, abaixando a cabeça.

A deusa sorriu com o pavor do futuro papai.

- Agora nós vamos até o Olimpo, contar o que aconteceu e rir da expressão de todos. – brincou ela, olhando o horizonte.

- Poseidon voltou seu olhar à Atena e a fitou sem entender.

- Afinal, você está feliz com isso? – perguntou ele.

- Você não está? – Atena o encarou, esperando uma resposta. Mas ele nada falou. – Ora, ora, Poseidon! Você vai ser pai! Isso não é bom?

“Eu vou ser pai” – pensou ele, agora entendendo o motivo da felicidade. – “Atena vai ser mãe”.

E então o deus dos mares sorriu e cortou a distância que havia entre eles, dando um abraço caloroso na deusa da sabedoria.