My Luck is to Have You escrita por Miss A


Capítulo 6
Really Don't Care


Notas iniciais do capítulo

Oi, meninas!
Muito obrigada a quem comentou no capítulo passado, gostei muito e vou responder, já já! O próximo capítulo é inspirado na musica Really Don't Care - Demi Lovato. Espero que gostem!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/323766/chapter/6

“Você quer jogar, você quer ficar,

Você quer ter de tudo.

Você mexeu com a minha cabeça

Até eu acertar uma parede,

Talvez eu deveria saber

Que você iria sair... Você iria sair pela porta”

Elena

Beijar Damon foi estranho e ao mesmo tempo empolgante. Quando senti os lábios quentes dele nos meus, meu primeiro impulso foi de jogá-lo o mais longe possível e gritar “Você ficou louco?!”, porém sumiu menos de um segundo depois quando ao invés de repulsa EU quis beijá-lo. Quando fechei os olhos, senti como se uma leve brisa me convida-se a tocar o céu, então eu me deixei flutuar.

As mãos dele me apertavam a cintura e me prendiam a ele mesmo sem precisar por que, por aquele tempo, eu me entreguei totalmente a ele. Deixei com que sua língua passeasse pela minha boca, vasculhando e conhecendo cada centímetro dela. Fiz o mesmo quando ele me deu passagem, mesmo o meu inconsciente gritando que aquilo era errado.

E então a ânsia por ar nos fez parar. Cara a cara com Damon, acabei desejando com todas as minhas forças que aquilo não tivesse passado de um louco e absurdo sonho.

MERDA, MERDA, MERDA! O DAMON ME BEIJOU! EU CORRESPONDI?! DROGA! EU CORRESPONDI!

– Eu... – ele tentou falar, mais com certeza estava perdido e não sabia o que dizer. Seus lábios estavam rubros e o cabelo um tanto despenteado... Espera... Eu fiz isso? – Elena eu...

Sai correndo. Eu sei, a coisa mais estúpida que eu poderia ter feito, mais sai correndo. Corri em direção ao Grill esperando que ninguém me reconhecesse e para minha sorte, todos deviam estar muito cansados, por que o Mystic Grill estava quase que vazio. Logo na entrada reconheci Caroline sentada no canto direito junto a Klaus que sorria encantado na direção dela, tratei de seguir para o lado oposto antes que a minha sorte acabasse. Baixei a cabeça sobre a mesa torcendo para que aquele lugar onde eu estava estivesse escuro o suficiente para ninguém me ver ali, mais não demorou muito e eu ouvi batidinhas na mesa e o meu nome ser pronunciado.

– Elena? – A voz tremula de Matt denunciou que ele não tinha certeza. Levantei a cabeça depois de alguns segundos desejando que ele fosse embora, mais ele continuou lá.

– Me trás uma garrafa de whisky – ele arqueou a sobrancelha.

– Uma garrafa? Só pra você? – Perguntou desconfiado.

– É, uma garrafa e só pra mim – disse de uma vez. Beijando o Damon eu já tinha metido um pé na lama mesmo, então decidi meter logo o outro.

Viva ao álcool...

Damon

A reação de Elena havia me deixado confuso. Quem acaba de beijar um cara e sai correndo? O fato é que aquilo não era pra passar de um simples beijo, afinal nós somos amigos, mais eu acabei perdendo o controle quando senti o doce da boca de Elena. Eu estava tão inebriado pelo gosto que não consegui pensar direito depois de o meu corpo pedir oxigênio e eu a soltar, que eu acabei gaguejando.

Talvez isso a tenha perturbado, era difícil ter certeza... Na verdade eu não tinha certeza de nem porque eu havia a beijado. Quando ela me disse que não mantinha relações com ninguém a 5 anos eu fiquei espantado e achei ser mentira, mais quando finalmente a ficha caiu, eu percebi o por que daquele namoro fingido. Ela ainda esperava pelo Stefan, ela ainda o queria. Aquela informação me deu uma raiva momentânea por tudo o que eu sabia que o meu irmão havia feito ela passar e quando ela me disse que aquele namoro falso era por ela, de certa forma eu me recusei a acreditar e então, acho que quis provar minha teoria a beijando.

O fato de Elena corresponder me perturbou pois eu achava que ela iria me tapear, no mínimo e agora, eu já marchava de um lado pro outro do quarto a esperando voltar pra me explicar o que aquele beijo significava de fato.

Eu já havia perdido a conta de quanto tempo eu estava em pé a esperando e nada de ela voltar. Eu já estava aflito quando uma mensagem chegou no meu celular mais ou menos as onze da noite.

O que diabos a Elena faz no Grill bebendo sozinha a essa hora? Bonnie”.

Vou buscá-la”. Respondi no mesmo instante sem me dar o trabalho de perguntar a Bonnie como ela tinha o meu número de celular.

Sai correndo embestado na direção do Grill, afinal, e mesmo sem saber o motivo, se a Elena estava bebendo depois do beijo, a culpa era minha. Quando cheguei lá, meu queixo caiu. Elena gritava e dançava de cima de uma mesa.

– ...Like a Viiiiirgiiiin! – Meu pai, a garota pirou. – Mais olha lá se não é o meu namorado fajuto! – E todos me olharam quando Elena apontou pra mim. Caroline tinha a pior expressão que eu vi ali, olhos arregalados e as duas mãos cobrindo a boca – Meu super-homem! Damonzinhu Salvatore! Você tem que tirar meu atraso! – ergueu a garrafa do que eu reconheci como whisky e bebeu um gole – Você já me beijou mesmo, faz serviço completo! Eu já decidi, não vou ficar mais cinco anos me fazendo de virgem! – Meu deus, a Elena pirou... Ela tá se entregando!

– BRAVO! BRAVISSÍMO! BRAVO! –Bati palmas e gritei o mais alto que pude seguindo na direção dela fazendo o que eu julguei ser a melhor solução para aquela encrenca – Gilbert, você se superou! – Eu não sabia que podia ser tão bom ator. Elena já estava muito grogue pois até fez sinal de reverencia como se agradecesse o público, o que EU AGRADECI, afinal, deixou minha atuação e desculpa para aquilo mais realista.

– Obrigada Damon, mais...

– Elena! Leninha! Meu amor! Era pra ter me avisado – não sabia mais o que falar – Vem desce, vem! – Estiquei minha mão na sua direção e ela a pegou, pensei que ia ser mais difícil, mais até que estava correndo tudo bem...

– Damonzinho, eu não terminei... – ela tentou continuar mais não permiti, não permitiria que ela desse mais nenhum piu.

– Tinha que ter me avisado! Eu teria trago a câmera e dado para alguém segurar enquanto nós fazíamos o combinado! Você é uma ótima atriz!

– Mais eu...

– Uma atriz maravilhosa eu tenho que mandar um vídeo seu para o Oliver em New York! Ta bom, ta bom, está na minha vez... – pigarreei alto fingindo limpar a garganta, mais me preparava psicologicamente para o que viria a seguir – Leninha minha deusa! Eu te quero! Vem tirar meu atraso também, meu amor – a agarrei pelas pernas e a coloquei em meus ombros. Segui a carregando pelo Grill até finalmente alcançar, sobre vários olhares incrédulos, a porta, então enchi meus pulmões de ar e me preparei para o Grã Final daquela palhaçada – É HOJE QUE EU VOU LHE USAR! – É, eu disse isso... Pronto, seriamos os motivos das piadas do resto do ano naquela cidade...

Carreguei Elena até a casa do Stefan com o medo de que se eu a soltasse, ela voltaria pra lá e nos deixaria em más lençóis... Ou piores do que já estávamos...

– Damon seu inútil! Eu estava me divertindo! – ela gritava e tapeava minhas costas com força. Me mantive firme e aguentei.

– Inútil? Eu te salvei, sua pirralha mal agradecida!

– Eu não preciso ser salva de nada, eu sei muito bem o que estou fazendo!

– Ah sabe... – provoquei a bêbada desbocada.

– Damon! Eu vou...!

– Vai o que? Dormir, só se for!

– Damon... Eu não...

– Ah dá um tempo, Elena. Nós já estamos chegando...

– Damon, eu não me sinto bem... Eu... – Já estava subindo a escada da varanda da casa quando senti um liquido quente descer pelas minhas costas.- Ops! Culpa da viajem! – ela gargalhou meio tonta em meu ouvido, o cheiro de álcool chegando até minhas narinas. Havia vomitado nas minhas costas.

– Ahhgg! Fala sério, Elena!

(...)

Elena

Acordei meio zonza e com a cabeça doendo, as lembranças de um sonho ruim ecoando pela minha mente. O som da água caindo do chuveiro ao longe denunciava que Damon devia estar tomando banho. Joguei-me de volta na cama desejando voltar a dormir, mais o barulho do chuveiro logo parou e em poucos minutos, ele apareceu no quarto.

– Ah... Já esta acordada... – ele disse ao ver meus olhos abertos. De maldade, abriu as cortinas da janela a minha frente fazendo com que a luz do sol desse certo no meu rosto – Anda, levanta, estamos atrasados.

– Atrasados? – perguntei sem crer – Atrasados para o que? A minha cabeça parece que vai explodir, eu tive um pesadelo horrível! – choraminguei cobrindo meu rosto com o Edredom.

– Pesadelo? Tem certeza que foi um pesadelo? Por que me pareceu bem real... – ele sorriu debochando, o que me deixou preocupada.

– Do que você está falando, Damon Salvatore? – me ergui na cama de olhos arregalados.

– De você ontem lá no Grill cantando e dançando Like a Virgin com uma garrafa de bebida na mão e dando palestra sobre a sua gloriosa vida sexual – ele deu de ombros enquanto o meu coração parava de bater. Eu devia estar prestes a ter um infarto – Elena você está bem?

– AAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH – gritei desesperada correndo de um lado para o outro no quarto – Meu Deus! Não foi um sonho!

– Calma! Calma! Está tudo sobre controle! – ele gritou a minha frente me mobilizando ao segurar meus braços juntos ao meu corpo. Minha respiração estava descompassada e meu coração palpitava forte dessa vez.

– Como sobre controle, Damon, seu anormal! Eu contei sobre os cinco anos! Minha nossa! O Stefan estava lá? O STEFAN ESTAVA LÁ?

– Não! Ele não estava lá! – ele parou para pensar – ta bom, eu não tenho certeza, mais eu acho que ele não estava...

– Mais ele vai ficar sabendo! – gritei, lembrando-me que o Grill estava vazio no inicio, mais quando Damon me arrastou de lá estava quase cheio.

– Dane-se! – ele gritou visivelmente irritado, mais eu não entendia o por que – Estou te dizendo, eu resolvi tudo! É lógico, ele já deve até saber por que toda a cidade vai comentar aquela cena digna de um Oscar!

– Fala sério seu retardado – ele só podia estar de brincadeira – Você ouviu mesmo o que eu disse na hora?

– E você se lembra o que EU disse? – ele perguntou e foi ai que eu comecei a pensar no final – Eu salvei a nossa pele mesmo você me chamando de namorado fajuto. Elena você devia me agradecer!

– Agradecer pelo quê, seu idiota?! – Esbravejei mais uma vez. Eu não queria virar a piada de Mystic Falls – Você me beijou! Porque você tinha que me beijar, Damon Salvatore?!

– Qual é a sua, Elena? Vai sair espalhando agora que eu beijo mal, por um acaso? – mais o que? - Eu já disse que está tudo sobre controle.

– Sobre controle?! AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH – gritei na cara dele. Nada parecia sobre controle pra mim ali, exatamente nada.

Foi então que ele me ergueu do chão e me carregou até o banheiro. Quando passamos pelo espelho pude ver o quão idiota eu parecia na posição em que ele me botara, sobre seu obro direito, me segurando pelas pernas. Tive vontade de voltar a gritar, mais me lembrei do que havia acontecido ontem, o vômito nas costas de Damon. Me odiei por esse vexame em especial.

– AHHHHHHHHHHHHHHHH – Voltei a gritar finalmente quando compreendi o que ele estava prestes a fazer – Me solta!

– Como quiser – ele disse ranzinza ligando o chuveiro e me pondo de roupa e tudo lá dentro.

O choque me fez calar instantaneamente e ele também não falou mais nada, apenas observava-me revezando olhares entre o meu rosto e meu busto.

– SAI DAQUI! – voltei a gritar fechando o Box e cobrindo os meus seios com o braço. Era isso que ele tanto olhava – Mais quem vestiu isso em mim? – me perguntei incrédula prestando atenção pela primeira vez no que eu estava vestida, um conjunto de blusinha e calcinha de algodão rosa bebê que Caroline havia me dado no ano passado e eu nunca havia usado e nem lembrava de ter trago.

(...)

Para variar, fomos os últimos a chegar na mansão Salvatore. Nem acreditei quando vi todos os meus amigos, Stefan, Katherine, Jeremy e até a Caroline ( que já estava lá quando chegamos), reunidos na enorme sala da Mansão conversando entre si e alguns papeando com a Lily. Quando notaram nossa presença, todos os olhares pareceram cair sobre mim e minhas pernas tremeram um pouco, estava de mãos dadas a Damon que acabou percebendo meu subido nervosismo e deu pequenos apertos nela. Estava com tanto medo que descobrissem que tudo o que eu disse bêbada ontem era verdade que, mesmo sabendo que Lily odiava óculos escuros dentro de casa, não tirei os meus, temendo que se olhassem nos meus olhos, descobririam minha farsa.

– Gilbert – ela falou visivelmente me repreendendo pelos óculos e pelo atraso.

– Só me chame de Elena, por favor, Lily – respondi tentando parecer o mais educada e normal possível.

Elena – ela disse meu nome com visível esforço e sorriu falsamente. Mesmo odiando Lily, eu preferia encarar ela do que a multidão de curiosos atrás de mim.

– Olá mamãe – Damon a cumprimento fazendo com que a atenção dela se voltasse para ele. Ele soltou minha mão e seguiu ao encontro dela para abraçá-la. Ela beijou seu rosto como se fosse a mãe mais dedicada do mundo – Onde está o meu pai?

– Giuseppe foi até a Itália cuidar dos negócios da família lá, querido, você sabe, a viajem anual que ele sempre faz... – revirei os olhos com o tom de voz doce e falso dela. Ainda bem que estava de óculos escuros. Voltei a olhar na direção dos que ali estava, muitos ainda me encaravam, agradeci por Damon voltar e entrelaçar novamente meus dedos nos dele. Ficamos em pé ali mesmo enquanto ela voltava a falar a todos – Bom, já que meu último filho e a Gilbert... Elena, chegaram é hora de darmos início as gincanas, crianças. – Não acredito que ela nos chamou de crianças...

– É isso ai! – Tyler gritou as minhas costas e quando virei um pouco minha cabeça, pude perceber que ele e Matt comemoravam com toques de mão. O resto também parecia comemorar o início, as meninas cochichavam e riam sem parar. Mais que diabos? Só pode ser brincadeira! Olhei para Damon na esperança de que, para aquela reação, houvesse uma explicação mais racional do que o simples fato de que adultos de 22 anos para cima estivessem felizes por participarem de gincanas da bruaca da Salvatore mãe. Mais nada, Damon me olhou me fazendo constatar que pensava o mesmo que eu: eles só podem estar curtindo com a nossa cara.

– Bom, crianças – A velha... Digo, Lily, retirou dois cartazes de cima da mesinha de centro - Esse ano não vai ser meninas contra meninos. Vamos ter duas equipes para as competições. A equipe Amarela e a equipe Azul, das quais os membros já foram previamente selecionados. Eu vou ler os nomes para vocês. A equipe Azul é formada por Vicki, Bonnie, Ana, Katherine, a novata Caroline, Jeremy, Tyler e Klaus. O restante, é claro, Rebekah, Damon, Stefan, Matt, Lexi, Alaric, Elena e Madelaine formam a equipe Amarela.

Madelaine. Com tudo que aconteceu, acabei esquecendo de questionar Damon sobre essa garota. Nem havia reparado se ela estava na sala... Quando olhei para Damon, ele estava com o olhar fixo na mãe sorridente e a sensação de que algo não estava certo voltou ao meu corpo. Eu precisava descobrir sobre essa Madelaine, estava na cara que aconteceu uma coisa grave entre Damon e ela, será que ela tem haver com o fato de ele ter ido embora? Merda, mais como eu vou descobrir alguma coisa trancada nesse hospício, tendo que disputar corrida de saco e de ovo com os meus amigos que pareciam não ter crescido e uma mãe enciumada que, se duvidar, me botou pra dormir com os cachorros?

Damon

– Espero que todos tenham vindo de tênis! - Minha mãe anunciou quando já estávamos todos no gramado do quintal. Já fazia muito tempo que eu não vinha ali, mais nada, como no resto daquela cidade, parecia ter mudado. Caprichosamente minha mãe havia mandado preparar uma pista de corrida de uns 25 metros com 4 raias um pouco antes de chegarmos na quadra de Tênis da casa. Havia também mandado colocar uma rede de vôlei e improvisaram uma quadra no gramado a direita de onde estávamos. Havia sacos de corridas, caixas de ovos e uma enorme corda em uma mesa próxima da casa. Também tinha uma espécie de Placar que eu me lembro que minha mãe sempre marcava os pontos que fazíamos. Antes disso, ela tinha nos distribuído 16 blusas, 8 de cada cor para cada um dos times – Juntem os times e escolham os dois participantes da corrida com sacos.

Nos reunimos pela primeira vez em times, cada um de um lado oposto da pista de corrida. Elena revirava os olhos e bufava ao meu lado, provavelmente achando tudo aquilo ali um tédio, além de ridículo. Eu por outro lado estava começando a me divertir. Os meninos achando tudo aquilo ali o máximo, pareciam um bando de retardados. Alaric e Klaus eram os únicos de bom senso ali, não eram resmungões como a Elena, mais ironizavam tudo a sua volta, como eu.

Soltei então a mão de Elena que ainda estava agarrada a minha quando chegamos a roda formada e encabeçada por Matt, ele se formaria professor de Educação Física em um ano então tomou as rédeas. Do outro lado do campo, observei Tyler Lockwood fazer o mesmo. Elena cruzou os braços ao meu lado, esperando que Matt começasse a falar, mais ele estava calado esperando a última membro do grupo se aproximar. Madelaine.

Ela vinha caminhando certo na minha direção e eu poderia jurar que havia piscado o olho para mim, mais eu apenas a encarava firme, sem dar importância. Já haviam se passado 9 anos desde a última vez em que havíamos nos falado ou brigado, se preferir. Fora também a última vez em que, literalmente, eu tinha afundado a cara na lama e aquele dia marcou de vez a compra da minha passagem aérea para NY. Ela, mesmo beirando os 28 anos, parecia a mesma Maddie de 19. A tatuagem de Kriptonita verde no tornozelo direito sobre a pele bem branca, o típico short rasgado de cintura alta sob uma blusa branca delimitando sua cintura, o cabelo loiro no mesmo tom e quatro dedos abaixo dos ombros (eu tinha certeza) presos em um rabo de cavalo, os olhos bem delineados de preto e o batom bem vermelho denunciaram a mim que eu ainda tinha os seus detalhes vivos em minha memória. Percebi o olhar repreendedor de Ric na minha direção e voltei a observar Matt.

Somente Ric, Katherine e Lexi sabiam exatamente o que Madelaine havia causado em mim.

– Como a Lexi Branson ainda não chegou, nós estamos desfalcados, mais nada demais - O ex-quarterback do time de futebol da época de escola do Stefan se pronunciou, finalmente – Então, eu pensei em ir com Stefan na primeira prova. – Todos concordaram e eu nem me dei ao luxo de comentar.

Do outro lado, Tyler e Jeremy foram para linha de largada. Resultado da corrida de saco: Azul 1 x 0 Amarelo, o pequeno Gilbert deixou dois metros de diferença para Tyler e Matt que ficaram empatados e Stefan caiu de cara na grama. Eu ri.

– Tá, é a vez da corrida com ovo – Matt voltou a anunciar – Não vamos mandar nenhum menino nessa então, acho que a Rebekah e... – ele olhou para Elena.

– E eu – Alaric pediu e eu acabei rindo alto.

– Não ouviu que são só meninas? – perguntei e ele me olhou sério.

– Eu quero ir, sei que dou conta dessa, sou um bom equilibrista... – Matt o olhou pensativo.

– Deixa ele ir logo – falei puxado todas as atenções para mim.

– Mais estamos perdendo...

– Isso mesmo... Já estamos perdendo... – repeti dando de ombros - Nunca ouviu o ditado “quem não arrisca, não petisca”?

– Tá, vão lá... – Matt disse visivelmente contrariado e eu voltei a rir. Ele parecia estar levando aquilo a sério.

Do outro lado, Tyler mandou Vicki e Bonnie para a prova, o que fez Matt praticamente admitir a derrota antes do resultado. E sabe qual foi o resultado? Ric ganhou. 1 x 1.

– Próxima prova: corrida com bola. Stefan e Elena, essa é de vocês! – ele anunciou feliz e na maior tranquilidade. Olhei logo para Elena.

– O quê?! – ela gritou arqueando a sobrancelha direita e logo eu entendi o porquê. A corrida com bola consistia em dois participantes encarando-se de frente equilibrando uma bola pequena de borracha entre as testas um do outro. Elena não queria dar o braço a torcer, eu tinha certeza que ela não aceitaria fazer essa prova. Stefan ficou calado – Está de brincadeira.

– Claro que não – Matt respondeu sério.

– Elena, vocês sempre ganharam essa prova... – Rebekah tentou argumentar.

– Stefan combina perfeitamente em altura com você, vocês sempre foram bem sincronizados e acredito que ainda são... – Matt voltou a falar.

– Vocês sabem muito bem porque eu não vou fazer prova nenhuma com o Stefan – Elena disse incrédula, parecia não acreditar no que os amigos estavam lhe pedindo.

– Pronto, vamos perder... – Matt voltou com a frescura.

– Que se dane! – ela esbravejou.

– Deixa de ser idiota, já fizemos isso mil vezes – Stefan falou pondo-se a frente dela, a encarando como se o ataque fosse coisa de criança. Mais e daí se fosse? Estar nessa gincana, pra começar, não era coisa de criança?

– Isso foi a muito tempo e eu não quero me aproximar de você, seu filhote de cruz credo!

– Gilbert! – Minha mãe a repreendeu alto. A essa altura, além dela, o time azul e os empregados da casa já encaravam Elena e Stefan – Fale mal de mim ou cause tumulto mais uma vez e eu te ponho pra fora dessa casa ou de qualquer outra propriedade dos Salvatore! – Naquela hora eu pensei que veria Elena gritar e sair batendo pé a frente da minha mãe.

Eu estava enganado.

Elena respirou fundo e soltou o ar lentamente dos pulmões, então puxou Stefan pelo pulso como geralmente faz comigo, tomou uma bola vermelha das mãos de minha mãe e o levou até a linha de partida. Ao lado deles, a dupla do time azul, Caroline e Klaus rapidamente se posicionou. Quando mamãe deu a largada, Stefan e Elena rapidamente ficaram na frente, se olhavam nos olhos e Elena até deixou que ele segurasse em sua cintura, coisa que Matt comentou que ele fazia antigamente para aumentar o equilíbrio entre os dois. Senti algo remoer na minha barriga e fechei minha mão em punho quando percebi que ela não tiraria as mãos dele dali.

Mais faltando uns 7 passos para a linha de chegada Elena fez o que ninguém ali esperava. Empurrou Stefan com a maior força que conseguiu e ele caiu de bunda no chão com a bola vermelha quicando do lado. Klaus e Caroline não pararam e cruzaram a linha de chegada marcando ponto.

Não acredito que já fiquei acordada escrevendo canções sobre você
Você não merece saber como eu costumava pensar em você
Oh, não, não mais
Você teve sua chance
Mas perdeu...

– Tá vendo? – Ela gritou na direção da nossa equipe apontando para Stefan no chão – Não somos mais tão sincronizados assim!

– Você me empurrou, Elena! Por que fez isso? – Stefan perguntou ainda no chão.

– Pra mostrar pra todo mundo de uma vez que eu e você não damos certo pra fazer mais nada juntos!

– Gostei dessa garota... – Ouvi pela primeira vez a voz de Madelaine soar e a olhei de relance, ela mantinha seu sarcástico sorriso habitual.

– Esta agindo como criança! – ele gritou de volta e ela revirou os olhos.

– Como se fazer parte dessa gincana não fosse coisa de criança – AÊÊÊÊ! Finalmente alguém pra disser isso em voz alta. Elena voltou a subir no meu conceito – E Stefan... Nunca mais toque em mim! Eu não te dei essas intimidades!

Gargalhei sonoramente virando de costas para aquela cena, ainda bem que ele não revidou. Pensei que minha mãe fosse dizer alguma coisa ou expulsar logo Elena de lá, mais ela não o fez, depois do “tumulto”, marcou o ponto do time Azul no placar.

Depois disso tivemos mais cinco provas antes da final e Elena não foi mais chamada para participar de nenhuma. Perto do meio dia, estando 4 x 4 para o time zul, quando eu finalmente achei que aquilo estava acabando e eu não teria que fazer nada a não ser olhar, fui pego de surpresa.

– A nossa última prova hoje – O Matt recomeçou – É o jogo de Tênis. Bom... Eu não conheço muito desse esporte porque nunca tive interesse, então, quem quiser ir, fique a vontade...

– Eu vou – Ouvi a voz confiante de Madelaine e olhei para a frente. Ela sorria sem mostrar os dentes na minha direção – E eu tenho a dupla perfeita... – falou vindo até mim e me puxando como Elena havia feito com Stefan.

– Ótimo! Espero que saibam o que estão fazendo! – Matt gritou em incentivo quando já estávamos próximo a entrada da quadra de Tênis.

– Quem disse que eu quero jogar com você? – Perguntei, fazendo ela me soltar na hora e virar para encarar-me.

– Ah não quer? Ótimo, volta lá, Damon – ela deu de ombros. Olhei na direção do grupo e depois de novo para ela, temendo que a proximidade de Madelaine me fizesse mal. Eu reclamava de Elena com relação a Stefan, mais eu não era tão melhor que ela.

– Vamos embora – falei seguindo em direção a quadra. Ela me seguiu e então pegamos nossas raquetes e a bola, iríamos enfrentar Ana e Tyler.

Eu costumava jogar muito bem tênis, mais ali eu estava irreconhecível. Tenso, eu não conseguia acertar um ponto. Eu poderia sentir Madelaine me fuzilar com os olhos e minha mãe, que acompanhava tudo de camarote, com certeza me daria uma bronca quando aquela tortura acabasse, a final, ela própria havia me ensinado a jogar.

– Eu sei que com o tempo e sem preparo a gente vai enferrujando no esporte Damon, mais esse seu jogo ta parecendo piada! – Madelaine começou a debochar. Pronto, era só o que me faltava.

– Eu não jogo a 9 anos...

– Eu não te via a nove anos, mais você continua gato – A encarei sem entender onde ela queria chegar. Era a minha vez de jogar a bola e se ela continua-se a me importunar, eu com certeza erraria – Pena que as coisas mudam... – Bati com a raquete o mais forte que consegui na bola que seguiria na direção de Ana. Sem ver o resultado, virei para Madelaine a fim de questioná-la.

– O que você tá...

– Ponto! – Nossa equipe comemorou na lateral do campo e a loira a minha frente sorriu satisfeita.

– Pensei em convidar você para passar alguns domingos comigo em Verona – ela disse jogando. Tyler rebateu sua bola e ela pegou novamente, jogando na quadra adversária – Senti sua falta, sabia?

– Óbvio que não, Madelaine! – Rebati a bola que vinha na minha direção com toda a força que encontrei, ela estava me deixando com raiva.

– Ponto! – A equipe comemorou de novo e ela gargalhou audível dessa vez. Reiniciei a partida jogando a bola na direção de Tyler.

Madelaine continuou me provocando dizendo coisas que eu não gostaria de ouvir. Disse por diversas vezes que sentia minha falta e que ninguém foi tão bom com ela durante nove anos quanto eu fui no período que nos conhecemos até ela sair da minha vida. Não entendi ao certo, mais nós acabamos virando o jogo, o que fez, inclusive, Tyler e Ana discutirem a nossa frente. O fato era que Maddie me deixando com raiva, conseguiu melhorar meu desempenho no tênis.

– Eu sempre voltei a Mystic Falls todos esses anos, Damon – ela recomeçou quando se preparava para jogar. Estávamos na frente e faltava um ponto para ganharmos. Tyler rebateu sua bola e ela agora viajava na minha direção – Sempre com a esperança de você estar aqui e nada – rebati a bola na direção de Ana sem responder ao que Madelaine falava. Quando ela reparou que a bola tinha sido rebatida de volta para mim ela continuou – Acho que eu te amava, Damon... Ainda te amo...

“Mas mesmo que as estrelas e a lua colidam
Eu nunca vou querer você de volta na minha vida
Pode pegar suas palavras e todas suas mentiras
Eu realmente não me importo...”

Dessa vez rebati a bola com toda a vontade, afim de terminar de uma vez com aquilo. A bola viajou novamente para Tyler muito rápido e ele não pode se esquivar a tempo. A bola atingiu o Tyler Junior (se é que vocês me entendem) em cheio e ele desabou no chão.

– O que você quer afinal, Madelaine?! – Explodi e desatei a gritar, talvez até mais que Elena e depois acabei me odiando por isso. Ela continuou parada a minha frente e não respondeu – Você quer me deixar louco? Eu sai daqui pra não te ver, porque você acabou comigo e eu me senti como cão abandonado! – Já não me importava que estava assistindo ou ouvindo o que eu estava falando, ela já havia enchido minha cabeça o suficiente - Agora vem com esse papo de amor? Você nunca me amou, você me fez mal! Eu pirei por sua causa e você não estava nem ai!

– Chega – Alaric se meteu em minha frete me forçando a o encarar nos olhos. A loira continuava imóvel e sem se pronunciar – Chega Madelaine – ele a encarou severo e ela deu-nos as costas seguindo em direção a casa – Calma, Damon! Não aceite provocações, não permita que ela te atinja de novo – ele murmurou baixinho enquanto me encarava.

– Eu já disse que não tenho mais 19 anos, Alaric – respondi duro. A nossa volta, todos nos observavam sem entender nada do que eu tinha feito ou dito a Madelaine – Eu aguento.

– Eu espero que sim – após dizer isso, ele em fim desviou o olhar e baixou a guarda. Eu joguei ainda com raiva a raquete no chão e segui na direção da casa, desejando a todo o custo me trancar no quarto.

– Damon! Espera! – A voz de Elena soou as minhas costas mais eu não queria a encarar naquela hora. Continuei a caminhada com a esperança de ela desistir – Damon! Me espera – ela disse baixo quando me alcançou segurando-me pelo braço – Precisamos conversar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Me falem o que acharam! Estou esperando vocês.
Favoritem, comentem