My Luck is to Have You escrita por Miss A


Capítulo 4
True Love


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada pelos comentários que recebi, são todos muito importantes!
Hoje ha uma pista sobre o passado de Damon em Mystic Falls. É apartir deste capítulo que começaremos a descobrir o que aconteceu com ele realmente.
Capítulo baseado na musica True Love do ColdPlay.
Espero que gostem :)



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Por um segundo, eu estava no controle
Havia conseguido, mas agora perdi
E o tempo todo o fogo se acendia...

Stefan estava paralisado diante daquela Elena a sua frente. A ex-namorada dele nunca diria isso ou mesmo beberia tanto whisky dessa forma e aquilo lhe chocou a princípio. Damon por outro lado gargalhou alto fazendo a atenção dela se voltar para ele.

– Eu era a melhor namorada do mundo e cara... Eu era sua! Eu desistiria de tudo para estar do teu lado e você quebrou meu coração em pedacinhos... E quero que você exploda, Stefan! O meu irmão me odeia! Mais sabe qual foi a parte boa disso tudo? Damon!

– Eu? – Ele perguntou sorridente em direção a Elena em meio a descrença de ter ouvido seu nome.

– O Damon foi meu amigo, me acolheu na casa dele, ouviu os meus problemas e me ajudou a superar! Sabe de uma coisa? Estar com ele foi o melhor que poderia ter me acontecido – Katherine cruzou os braços e arqueou a sobrancelha sem acreditar no que estava ouvindo e no rosto de Caroline estava uma expressão de espanto – Eu amo o Damon! – Aquela frase saiu de sua boca menos forçada do que deveria e Damon voltou-se instantaneamente a ela mais perdido do que nunca, completamente esquecido do combinado mais cedo.

– Pois eu não acredito – Stefan disse firme a frente dela e cruzou os braços esperando sua resposta. Ela aproximou-se ainda mais de Damon enquanto encarava Stefan de volta.

– Ah não?! – Elena sentia-se desafiada e precisava provar de alguma forma o tal romance com Damon, mais estava tonta de mais para pular nos braços dele, então segurou no braço do moreno e fez o que já estava mais do que acostumada a fazer: o puxou pelo pulso em direção ao quarto dele – Então tape os seus ouvidos, Stefan, porque a minha noite vai ser boa! – Gritou dando um tapa na bunda de Damon enquanto ele adentrava seu quarto.

– Mais o que diabos você ta fazendo? – Damon perguntou a ela quando ela fechou a porta na chave.

– Mostrando ao idiota do seu irmão quem é que ta por cima da carne seca aqui. VEEEM DAMOOOON! – ela respondeu gritando a última parte ao jogar-se na cama, tirar e arremessar as duas sapatilhas que usava contra a porta do quarto.

– Isso é sério ou você só ta bêbada? – Ele perguntou baixo a ela.

– Claro que não, agora grita alguma coisa. Aiiii DAMOOON! – Ela gritou arremessando dessa vez a calça comprida que vestia sobre o criado mudo derrubando com um estrondo um vaso de plantas que ornamentava o quarto.

– ELEEENAAA!! – Ele grunhiu alto o nome dela sem ter certeza se devia ou não tirar a roupa e jogar sobre alguma coisa.

– Me leva para o paraíso, DAMON!

– Você é o paraíso, ELENA! Fala sério, isso não vai enganar ninguém. Eu vou tomar um banho... – ele cochichou a última parte para ela a fazendo revirar os olhos.

– ISSO DAMON! ME LEVA PRA DE BAIXO DO SEU CHUVEIRO! – ela gritou quando ele fechou com força a porta do banheiro.

(...)

– AHHHHHHHHHHHHHHH! – Elena gritou ao ver Damon deitado ao seu lado na mesma cama.

– AHHHHHHHHHHHHHHH! – Ele gritou assustado e caiu com um estrondo no chão.

– O que eu to fazendo aqui?! O que eu to fazendo aqui? Meu Deus eu to sem roupa – ela constatou escondendo-se dele com o edredom - O que você ta fazendo no meu quarto seu pervertido!

– Sua louca – Damon disse levantando-se do chão enquanto massageava as têmporas – Fala baixo.

– Meu Deus, Damon! A gente fez...? Merda, a gente fez o que...? – ela o encarou nervosa.

– Não! Não, claro que não, Elena... Fala baixo droga. Você não ta sem roupa... Toma, veste isso – ele falou jogando para ela a primeira camisa social que achou na cômoda.

– Vira de costas – ela mandou o fazendo bufar e revirar os olhos.

– Ontem a noite você não tava com vergonha quando gritava meu nome...

– Eu o que?! – Ela perguntou quando terminou de vestir a camisa dele.

– “Me leva pro seu chuveiro, Damon!”... Não lembra disso? – Ele perguntou com um sorriso sínico no rosto e ela finalmente pareceu se lembrar. Escondeu o rosto vermelho com as mãos.

– Merda... – Lapsos de memória a trazia aos poucos trechos do que havia feito na noite anterior e a dor de cabeça que sentia começava a aumentar.

– Você me deu um tapa na bunda.

– Eu não me orgulho disso – ela disse o que achou que ele provavelmente diria – Esse é o meu celular?

– É sim. Estava no bolso da sua calça quando você a tirou e...

– Tá, tá... Mensagem da Caroline. “Encontrei sua amiga Bonnie. Nos vemos mais tarde”. Merda a Caroline... A Caroline ouviu tudo não foi? Droga... Agora ela acha que a gente...

– E daí?

– E daí que ela é a fim de você, bocó – ela respondeu como se aquilo fosse a coisa mais óbvia – Eu disse a ela que nós éramos só amigos...

– Calma, Elena... Ela disse que não queria nada sério comigo...

– Você e a Caroline...? – Ele concordou balançando a cabeça - Merda, Damon!

– Agora já foi... Além disso foi você começou, Elena... Deixa ela acreditar que nós somos um casal... Como acha que o Stefan vai acreditar se nem a sua amiga acredita? – Elena bufou.

– Que horas tem? Estou com fome... Onde vamos comer? – perguntou dando-se por vencida, esperando que ele não insistisse naquele assunto.

– 12h30... Dormiu bem, cinderela... Eu trago comida pra você do Grill se quiser...

– Tá... Droga... Era pra começarmos a filmar os lugares importantes da cidade que são descritos no livro... Eu tinha que começar o roteiro... Dor de cabeça horrível!

– Amanhã nós começamos a trabalhar... Nem você e nem eu vamos produzir nada hoje com essa ressaca... Além disso, não sabemos quando a Caroline vai chegar... – Ele disse vestindo uma de suas calças compridas e colocando uma blusa.

– E o que nós vamos ficar fazendo aqui a tarde toda?

– Eu trago algum filme pra gente assistir...

– Ta bom... Você tem 20 minutos no máximo... – vociferou Elena tentando fazer cara de brava.

– Tá, vou furar a fila no Grill... – ele riu ao abrir a porta com a carteira em mãos.

– Damon! – Ela o chamou e ele virou em sua direção – Trás aspirina pra mim, por favor – ele assentiu fraco revirando os olhos e fechou a porta.

Elena levantou-se da cama e foi para seu quarto. Precisava urgentemente de um banho e escovar os dentes. Decidiu não exagerar na demora mesmo sabendo que Damon provavelmente ainda demoraria a voltar. Pegou uma regata preta e um short de linho branco que quase nunca usava por que era o menos apertado que tinha levado. Vestiu a calcinha mais confortável que tinha e não colocou sutiã, a ressaca estava tanta que ela passaria mal só de sentir algo apertando qualquer parte do seu corpo mais do que devia. Quando terminou de pentear os cabelos, olhou pesadamente em direção a maleta. Se ia mesmo fazer aquilo, ela e Damon teriam que encarnar o personagem.

Quando ele finalmente voltou, ela já estava devidamente instalada no quarto dele, a maleta ao lado da cama e a maquiagem e os cremes na prateleira do banheiro. Ele não precisou perguntar nada, apenas jogou o remédio e a água mineral que havia trago na direção dela.

– Vou ficar com o lado direito mesmo da cama...

– Como quiser... – Ele respondeu indo ligar a TV e o aparelho de DVD. Colocou o cd para rodar e se encaminhou com o controle na direção da cama.

– O que vamos assistir?

– Esse é o meu garoto.

– Comédia? Por que não trouxe um de suspense?

– Eu trouxe, mais vamos ver depois, Elena... Vamos rir!

– Que ri o que? Eu to com dor de cabeça, se eu começar a rir eu...

– Vai o quê? – Ele perguntou virando-se para ela na cama – Nunca ouviu falar que rir é o melhor remédio?

– Eu... – ele não permitiu que ela respondesse pois começara a fazer cócegas em seu pescoço. Sem seu controle normal, Elena começou a rir enquanto tentava sem sucesso bater nele e o fazer parar. Para prender seus braços, Damon movimentou-se na cama e por cima dela prendeu com o braço esquerdo as duas mãos e com suas pernas imobilizou as dela. Ela ria sem conseguir parar e quando ele finalmente cansou foi que ambos se deram conta do pouco espaço que havia entre eles.

As órbitas incrivelmente azuis de Damon nunca estiveram tão próximas das dela e Elena só conseguia admirar a cor de mar presente neles. Damon por outro lado prendia-se a respiração quente dela que batia contra o seu rosto, sentindo também a maciez da pele de Elena contra a sua. Os músculos do corpo dele já não faziam nenhuma pressão sobre o corpo dela, mais por alguma razão, quanto mais o tempo passava, mais se tornava difícil para ele soltá-la por completo e aquele estranho momento deles só foi a baixo quando ouviram a porta ao lado bater forte.

– Damon, eu... – ela tentou recomeçar quando ele sentou de costas para ela na beirada da cama, tentava entender o que fora aquele momento – A Caroline chegou...

– Eu preciso de um banho, podemos continuar com o filme depois?

– Claro... Eu... Eu vou lá com ela... – ela falou encarando a porta de saída quando ele levantou.

– Tá ok... – ele disse sem a encarar entrando com a toalha branca pendurada no ombro.

Elena bateu na porta do quarto de Caroline ainda meio zonza com o que havia acontecido. Nunca ela e Damon haviam passado por nenhuma situação estranha como aquela em seus dois anos morando juntos, ta certo que eles não eram tão próximos naquela época, o clima entre os dois ainda era um tanto tenso e nem de perto lembrava a amizade e o carinho que os dois tinham hoje um pelo outro, mais mesmo assim, aquela proximidade se fez estranha demais para ela.

– Só pode ser o ar de Mystic Falls... – Ela comentou sozinha, sem perceber que Caroline já a encarava da porta do quarto.

– É... Realmente deve ter algo muito fora do normal no ar dessa cidade pra te fazer confessar o que eu venho tentando fazer você admitir a cinco anos, Elena... – Caroline disse enquanto seguia em direção a sua cama.

– Caroline eu sinto muito se eu não... – Ela tentou desculpar-se pela mentira que havia inventado na noite anterior, mais a loira não parecia querer ouvir.

– Seu ex-namorado Stefan não deu um pio durante o café da manhã que tomamos juntos e nem mesmo a vadia da “sua ex-inimiga” falou alguma coisa. Pensei que começaríamos a trabalhar hoje, mais deu 8 horas, 9 horas, 10 e nada de você ou o do Damon aparecerem por aqui... Pelo visto a noite foi mesmo boa... – A voz de Caroline beirava o rancor e culpada, Elena tentava pensar em algo pra falar mais não conseguia – A propósito, muito obrigada pelo clima estranho que vocês dois criaram aqui dentro, eu me senti um ET na frente daqueles dois. A sorte foi que por um acaso eu encontrei sua amiga Bonnie... Agora você tem uma reunião da sua Liga das Vadias só para esclarecer pra todo mundo essa história porque ninguém quis acreditar em mim.

– Você contou? – Elena perguntou alarmada – Merda Caroline, você contou para quem exatamente?

A Liga das Vadias era o título que Rebekah Mikaelson dera ao quinteto formado por ela, Elena, Bonnie Bennet, Vickie Donovan e Ana Salvatore quando iniciaram o colegial. Inicialmente elas faziam parte da Liga dos Vadios junto com os meninos Matt Donovan, Stefan, Tyler Lockwood e Jeremy Gilbert, mais devido a necessidade de fofocar, elas criaram um grupo só para elas. Quando saiu de Mystic Falls pensou que nunca mais voltaria a ouvir sobre a liga, mais graças a Caroline ia ter que espalhar ainda mais a mentira que criara para Stefan.

– Bonnie...

– Só pra Bonnie? – Elena perguntou. Se fosse só para a Bonnie talvez ela ainda conseguisse controlar.

– Sim... Eu contei para a Bonnie, que contou para uma tal de Rebekah que pelo que eu soube, mandou uma mensagem para uma tal de Ana.

– Ana? Ana Salvatore? – Se isso chegasse na Ana antes de Elena falar com ela pessoalmente era certo que chegaria até sua tia Lily, a matriarca dos Salvatore que odiava Elena e provavelmente nem sabia que Damon estava na cidade.

– É... Ou algo assim – Caroline deu de ombros – Agora, tchau Elena... Eu tenho que tomar um banho.

Elena voltou em disparada em direção ao quarto. Damon já estava vestido e ela estranhou a calça jens e a blusa branca, ele penteava os cabelos quando ela o viu.

– Vai sair? – Perguntou ao lembrar que não haviam nem começado a assistir o filme.

– Ah, o Ric me ligou ainda a pouco e... Vamos encontrar alguns antigos amigos...

– Já falou com a sua mãe? – Elena o perguntou rápido demais e ele a principio não pareceu entender.

– Minha mãe?

– É... Sua mãe Lily...

– Não, ela não sabe que eu to aqui...

– Então acho bom contar...

– O que? Como assim? – ele perguntou enquanto calçava os tênis.

– Caroline já se encarregou de espalhar a fofoca que provavelmente já chegou na Ana e que em pouco tempo chegará na sua mãe... Sabe? Eu diria que é uma ótima hora pra você fazer uma visitinha pros seus pais antes que ela venha aqui e arme banca comigo... Só uma dica, querido...

– É bom VOCÊ concertar isso – ele disse olhando Elena sentada na cama – Visitar os meus pais está fora de cogitação...

– Damon!

– O quê? – Ele perguntou arqueando as sobrancelhas – Você nos meteu nessa, você nos tira.

– E qual o problema de falar com a sua mãe? Ela sempre foi tão atenciosa com você...

– Há dois problemas: Madelaine Hasson e Katherine Pierce. Resolva, Elena.

– Pera ai, quem diabos é Madelaine Hasson? – Elena tentou perguntar mais ele fora mais rápido e a deu as costas fechando com força a porta do quarto.

Agora graças a Stefan (sim, porque era culpa dele) Elena tinha uma bola de neve vindo em sua direção. Não haviam preocupações com relação ao ex e mesmo não sabendo sobre Katherine, ela não lhe ameaçava, iria embora em três semanas (ou até menos) mesmo, mais agora com a Liga das Vadias sabendo, a coisa ia ficar feia por que significava toda a Mystic Falls saber e isso incluía Lillian Salvatore saber, a ex e agora novamente “atual” sogra.

Não iria pedir silêncio absoluto as amigas pois se pedisse seria uma atitude suspeita e Damon tinha razão em uma coisa: se era pra uma pessoa em especial acreditar, as outras a sua volta teriam que acreditar também. Mais quem era essa tal Madelaine? Tinha que ser alguém importante pra Damon ter citado seu nome, mais... Porque ela nunca tinha escutado falar nela? Elena não se prendeu aquela pergunta, porque, com aquele nome, só podia ser, sei lá, uma tia dele...

Com o coração na mão e sem imaginar outra alternativa, por mensagem Elena pediu a Caroline o número do celular de Bonnie e quando teve a resposta ligou imediatamente.

– Bon, é a Elena...

– Que bom que você ligou! – ela gritou no telefone fazendo Elena sorrir pela reação – Lena é verdade o que a Caroline disse? Não, não, não! Espera! Nós temos que ouvir essa resposta todas juntas!

– Bonnie é sobre isso, sobre o que disse a Carol. Sobre a Liga...

– A Liga das Vadias estava desativada a algum tempo, mais agora temos um ótimo motivo para voltar a ativa! Por falar nisso, qual o melhor horário e dia para você?

– O mais rápido possível e onde vocês acharem melhor.

– O mais rápido possível?! – ela perguntou animada – Pode ser em meia hora?

– Seria ótimo, Bon Bon... Ninguém ta trabalhando, não? Estudando ou alguma coisa?

– Estamos na menor cidade da Virginia, Elena, esqueceu? Não tem problema deixar alguns trabalhos pra amanhã, ninguém se importa.

– Ta bom, me avisa quando acertarem tudo.

– Ok.

Bonnie lhe mandou mensagem cerca de seis minutos depois dizendo que estava tudo certo, se encontrariam na Fazenda Mikaelson, casa de Rebekah. Elena lhe respondeu perguntando onde estava e se ela podia lhe dar uma carona, sem Damon por perto, não havia ninguém para lhe bancar o motorista. Por volta das 16h30 elas chegaram a fazenda e as outras três já a esperavam na varanda da casa de dois andares. Rebekah foi a primeira a se aproximar de Elena.

– Elesma! – Ela chamou Elena pelo apelido idiota que dera no inicio do ensino fundamental, Elena sorriu e a abraçou sem cerimônia, aquele apelido era a forma carinhosa de Rebekah dizer que gostava dela sem realmente ter que dizer que gostava.

– Rebekenga! – Claro que Elena não deixaria barato e no dia seguinte a ser chamada de Elesma, arranjou um apelido a altura para chamar Rebekah.

– Você é ótima, Elena – quem agora vinha em sua direção era Vickie – Vai embora da noite pro dia sem dizer tchau e quando volta também nem diz Oi... Tinha mesmo que estar na liga das vadias...

– Ok – Elena assentiu - Eu mereci essa...

E por ultimo abraçou Ana, a qual já havia encontrado anteriormente. Não queria demorar muito com aquilo então logo deu um jeito de tocar no assunto. Quando Rebekah disse que tinham a casa só para elas até a meia noite Elena falou que não poderia demorar tanto e sentou-se sobre o tapete da sala como costumavam fazer quando eram adolescentes e só os empregados do pai de Rebekah estavam na casa, geralmente era na fazenda que elas costumavam se reunir. Rebekah e Bonnie trouxeram para a sala cinco copos, uma garrafa de Soda Limonada e uma de vodka.

– Bom meninas – Rebekah começou com o que costumavam chamar de sua saudação – Tem quatro anos que não nos reunimos, muitas coisas aconteceram nas nossa vidas, faculdade, namoros bem sucedidos, fracassos amorosos, fracassos familiares e viagens inesperadas – tudo que Rebekah citava como exemplo dizia respeito a uma delas, em ordem, aquele discurso falou de Bonnie, a própria Rebekah, Ana, Vickie e por fim, Elena, se bem que ela também achava que estava inclusa em “fracassos amorosos” – Mais, como o bom filho a casa torna, nosso clube teve um motivo especial para voltar das cinzas, nossa também ressurgida das cinzas, Elena. Agora sem mais delongas, é oficial a volta da Liga das Vadias! – elas pegaram os copos de Soda limonada batizada e brindaram. Elena sentiu-se estranhamente em casa.

– Ta, tá! – Bonnie gritou – Anda Elena, pode começar a contar esse babado ai com o Damon!

– Damon e eu estamos namorando – Elena disse tomando mais um gole da bebida. Ainda não havia se recuperado da noite anterior mais precisava se enturmar novamente com as garotas.

– E como aconteceu, Elesma?

– Você e o Tefinho todo mundo entendia, melhores amigos, unha e carne desde pirralhos, agora você o Damon... – Bonnie recomeçou e Elena revirou os olhos quando ouviu o apelido magnífico de Stefan.

– Bem... Longa história, mais eu vou simplificar – ela mentiu. Aquela história de longa não tinha nada – Quando eu fui embora com uma mão na frente e outra atrás, morei no apartamento do Damon 2 anos, vocês sabem... Ele já estava instalado lá, ia ser mais fácil, eu ia ter uma base e tal. Mais nós fomos nos conhecendo, ele já não era aquela peste de quando éramos crianças – ela tentava soar o mais natural possível, mais sabia que estava forçando demais a barra com ela própria – Na verdade, o Damon é o cara mais meigo e compreensível que eu já conheci. Além de ser um gato, o corpo, aqueles olhos incrivelmente azuis que hipnotizam... – a parte dos olhos fora a maior verdade que poderia falar, ainda sentia-se encantada por eles.

– Ah sei lá meninas... Concordo com a parte do Damon ser o maior gato, o que ele sem duvidas é mesmo, mais Elena... Pegar o irmão do ex...

– Nada disso, Vickie – Elena tentou se explicar – Quando eu decidi morar com o Damon eu pensava que não daria certo porque ele era irmão do Stefan, mais em pouco tempo a convivência entre a gente se tornou tão natural que sabe... Era só Damon e Elena...

– E a pegação... – Rebekah comentou fazendo todas rirem.

– Eu acho o máximo, dou a maior força! – Ana comentou sorridente. Chegara a hora para Elena, a verdadeira razão para ela estar enchendo linguiça sobre Damon.

– Ana, eu tenho que te pedir um super favor.

– Favor? Claro, fala.

– Sua tia Lily... Ela não pode saber de nada, pelo menos não até o Damon ir até ela – Elena recomeçou – Vocês lembram como ela era comigo... Nunca gostou de mim... Odiava me ter como nora... Você não comentou nada, né?

– Não, ainda não tinha comentado, até porque não tínhamos certeza de nada, mais se você não quer que ela fique sabendo, não serei eu que vou falar alguma coisa...

Ok, Elena respirou aliviada, aquele problema estava resolvido. O papo durou até mais ou menos oito horas e Elena voltou para casa com Bonnie. Percebendo estar tarde, temeu encontrar com Stefan, ainda não tinha certeza do que diria a ele, mais quando adentrou a casa, ele estava em pé com um copo de água em mãos.

– Boa noite – ele a cumprimentou. Sem ter outra saída ela o encarou.

– Stefan, sobre ontem a noite... Eu não queria ser tão grosseira quanto eu fui, você está na sua casa, eu sou visita.

– Tudo bem, Elena, você continua sendo bem vinda – não podia esperar outra atitude dele, sendo o cavalheiro que era – Todos os três...

– Obrigada – ela agradeceu e voltou a andar.

– Sobre você e Damon – ele recomeçou quando ela já chegava próximo ao corredor – É realmente verdade, Elena?

– Total e irrevogavelmente verdade, irmão – Damon veio do corredor na direção de Elena e ela arrepiou-se ao senti-lo entrelaçar sua mão a dele – Vamos amor, temos dois filmes para assistir essa noite. Boa noite irmão.

– Boa noite, Stefan – Elena disse com um sorriso no rosto agradecida por Damon ter chego, em seguida seguiu com ele para o quarto. Damon até que estava se saindo melhor do que a encomenda...

(...)

Damon já não estava no quarto quando Elena acordou. Ela então seguiu para o banheiro após reunir as roupas que iria usar. Quando saiu pronta, de short jens, blusinha branca, sapatilhas e uma bolsa média com um exemplar de “A Dama do Tempo”, um caderno pequeno e uma caneta, encontrou Damon papeando com Caroline na sala.

– Bom dia – cumprimentou com um sorriso no rosto.

– Bom dia – eles disseram em uníssono e ela seguiu em direção a cozinha.

Só faltava ela tomar o café da manhã. Naquela manhã pode conhecer Marta, a simpática empregada de Stefan. Por volta das 08 horas os três adentraram o Toyota de Damon.

– Onde se passa o seu primeiro capítulo? – Damon perguntou ao colocar a chave no contato.

– Merda... – ela resmungou baixinho mais ele ouviu e fez uma careta. Elena havia se esquecido de uma parte importante do primeiro capítulo.

– Pelo amor de Deus, Elena... Nós temos que começar isso hoje...

– Quer exemplos de onde se passa, ne? Pra poder gravar...

– Sim...

– No primeiro capítulo, Bianca está conversando com duas amigas na única lanchonete da cidade, que no caso, pra mim, era o Grill – Damon bufou.

– Ótimo... Tranquilo de filmar lá, tipo... Só tem gente o tempo todo... – ironizou revirando os olhos.

– O segundo lugar é a minha antiga casa...

– Fala sério, Elena. A casa, que agora é do seu irmão que não fala com você?

– Calma, tem uma solução – ela disse pegando o celular da bolsa. Digitou uma rápida mensagem para Ana perguntando se ela sabia o horário que Jeremy estaria em casa e quando ela respondeu, Elena leu em voz alta - Hoje ele passa a manhã no Grill e a tarde na praça ajudando com os preparativos do piquenique comunitário que vai começar as 16 horas esse ano. As 20 horas ele vai pro Grill, vai ter o leilão de solteiros hoje a noite. Podemos ir para a casa... O Jeremy não vai voltar tão cedo.

– Leilão de Solteiros? – Caroline perguntou sem entender.

– Merda, eu me esqueci do dia dos fundadores... Se hoje já é o piquenique, a festa já é esse sábado...

– Eu não to entendendo nada... – Caroline voltou a falar. Damon parecia perdido em seus pensamentos quando arrancou com o carro em direção a casa dos Gilbert, então Elena continuou falando.

– Em Mystic Falls são separados 3 dias do mês de junho em que se comemora o dia dos fundadores: 28, 29 e 30. No dia 28 a cidade se reuni na praça para o piquenique comunitário e depois todo mundo vai para o Grill onde a prefeita da cidade leiloa caras que se voluntariaram para um encontro com a mulher que der mais por ele, o dinheiro é doado para a caridade. No dia 29 tem um coquetel durante a tarde e o concurso Miss Mystic Falls que elege uma garota entre cinco meninas das cinco famílias fundadoras e por último, no dia 30 de manhã tem um desfile de estudantes usando as roupas de época junto a escolhida Miss Mystic Falls e, por fim, a noite tem o Baile dos Fundadores. Estranho as meninas não dizerem nada ontem...

– Nossa... Muito tradicionalista... – Caroline disse observando o lado de fora pela janela.

– Super – Damon concordou sem olha-las, mais Elena notara em sua voz que algo estava errado.

Ao chegarem na casa dos Gilbert, Elena os levou para a área externa, onde começaram a debater os primeiro, segundo e terceiro capítulos que se passavam em boa parte do tempo na casa da personagem Bianca. Quando finalmente eles tiveram uma opinião formada sobre os capítulos foi que Damon ligou a câmera que levara e começou a gravar Elena descrevendo as cenas e como elas melhor ficariam em um roteiro e depois registrou a maioria dos cômodos da casa, que era fiel a descrita no livro. Assim seria feito com os outros lugares até eles completarem os 19 capítulos do livro, depois seria só gravar em um DVD para entregar nas mãos de Oliver e Tess.

Os três deixaram a casa por volta das 14:30. Seguiram direto para o Grill para comer alguma coisa, já que não haviam almoçado nada. No Grill, apenas uma pequena área estava funcionando para o atendimento de clientes, o resto estava sendo decorado para a noite. Comeram a macarronada que havia sobrado do horário de almoço e seguiram para a casa de Stefan. Caroline estava decidida a ir, então apressada, seguiu em direção ao seu quarto. Já Damon e Elena não estavam tão certos de que aparecer no piquenique era uma boa ideia.

– O que você acha? – Ela perguntou quando fechou a porta as suas costas. Damon jogou-se sem cerimônia na cama, afundando o rosto contra a colcha.

– nue sui si sjdh msnduh ideia – Elena não entendeu nada por conta do som da voz de Damon estar sendo abafado pelo pano.

– Tira a cara daí que eu não to conseguindo te ouvir, criatura.

– Educação deixou lembranças, viu, Eleninha? – Ela revirou os olhos – Não acho uma boa ideia, minha mãe vai estar lá.

– E o Jeremy... O sentido da droga desse piquenique é reunir e passar um momento agradável em família e amigos.

– Não é lugar pra gente – ele concordou sentando-se na beirada da cama – Seu irmão não fala com você e a minha mãe vai querer sua cabeça quando souber que você já ta de novo tentando entrar pra família.

– Não é só isso não... Tem mais alguma coisa nessa história que você não ta me contando. Quem é Madelaine? – Ela lembrou do nome que ele falara no dia anterior e perguntou logo para que ele não tentasse se esquivar.

– Não interessa exatamente, Elena... Quando eu disse Madelaine e Katherine ontem, eu estava me referindo ao fato de você ser minha “namorada”.

– Ta me confundindo – ela cruzou os braços a frente dele na sua melhor postura autoritária.

– Azar o seu – ele disse somente.

– Sabe que a tua mãe vai descobrir que você ta na cidade e vai vir te procurar mais cedo ou mais tarde, não sabe?

– Eu prefiro o “mais tarde”, Elena.

– Você que sabe... E a noite? O leilão de solteiros? Se a Caroline for, com certeza as meninas vão bater aqui e... Tem o Alaric, seus amigos...

– Menos perigoso – ele concluiu após um minuto de silêncio - No leilão nós podemos aparecer, o Grill ta pouco iluminado, ta mais tumultuado também e não tem nenhuma amiga da minha mãe da igreja – ele sorriu falando a ultima parte – Além disso, a gente pode curtir com a cara dos nossos amigos leiloados...

– E não vamos ficar muito juntos, você tem o seus amigos e eu tenho os meus não é verdade? – Ele assentiu com a cabeça – Perfeito e sem levantar suspeitas sobre nós...

Ficaram assistindo filme até as 18h00 quando Elena foi procurar o que vestir. Sempre vestia shorts ou saias quando ia ao leilão antigamente e por sorte, havia trago uma saia Jens azul marinho e uma blusa de seda amarela clara que ficariam perfeitos juntos. Colocou seu conjunto de brincos e pulseiras de perolas negras, se maquiou e vestiu o único salto de tiras pretas que havia trago.

Damon não demorou muito tempo no banheiro e quando saiu, já estava de calça comprida. Não precisava de muito e rapidamente estava pronto, blusa, jaqueta e sapato social preto, cabelo levemente despenteado e, Elena não pode deixar de notar, ele não havia feito a barba, o que lhe deixava ainda mais sexy.

– Caroline mandou uma mensagem dizendo que já estava no Grill.

– Se você já estiver pronta...

– Eu estou.

Saíram da casa em direção ao Grill onde entrava e saia gente a toda a hora. Elena sorriu com uma rápida lembrança da primeira vez que havia vindo ao leilão, tinha 9 anos e os pais a trouxeram depois de ela chorar e pedir sem parar, lembrou dos olhos inchados pela birra e de ter odiado tudo aquilo e só voltou a ir quando já tinha 16 anos e foi no ultimo leilão (em que Stefan seria leiloado) que ela tomou o maior porre da sua vida (por morrer de ciúmes dele).

– Estranhamente me sinto voltando no tempo – Damon comentou quando já estavam próximos a porta de entrada.

– Eu também – ela disse ao fitar os olhos azuis dele pela primeira vez aquele dia, mais logo se desvencilhou deles quando Damon abriu a porta do Grill para ela entrar – Segura a minha mão! – voltou a falar gritando. O tráfego de pessoas era intenso onde estavam, diferente da área das mesas, onde provavelmente estariam os amigos. Ela não conseguia enxergar muita coisa e não reconheceu ninguém – Vê se você acha alguém, Damon!

– Achei o Stefan! – ele disse parando e olhando em direção ao centro do Grill.

– Ahh! Vê se você acha outra pessoa, Damon!

– Já achei, Elena – ele respondeu voltando seu olhar na direção dela – E estão todos com o Stefan...

Sem ter opção, Elena seguiu com Damon na direção do grupo de amigos. Estavam todos lá, a Liga dos Vadios completa, Caroline e Katherine. Jeremy também estava lá, sorria e bebia animado até perceber a presença de Elena. Quando ele fechou a cara, pegou seu copo e saiu em direção ao palco onde acontecia o leilão. Elena seguiu atrás dele o mais rápido que pode e até tentou gritar seu nome, mais logo ela o perdeu de vista, então voltou a mesa dos amigos, mais Damon já não estava lá. Bonnie cochichou em seu ouvido que Alaric e Klaus Mikaelson haviam ido até lá e ele foi com eles a mesa de inscrição para o leilão. Por sorte, ninguém quis comentar a súbita saída de cena de Jeremy.

Não demorou muito até que Damon voltasse e tudo estava correndo bem até demais para Elena. Stefan nem a olhavam, estava ocupado demais com Katherine, Tyler e Matt a um canto e ela e as amigas conversavam, havia muita coisa para botas em dia. Quando Katherine o viu se aproximar chamou sua atenção.

– Vem Damon, vamos pegar mais duas garrafas de Rum pra essa pirralhada...

– Claro – Damon concordou seguindo atrás dela e desaparecendo rapidamente em meio a multidão.

–Boa Noite! – A prefeita Lockwood falou pelo microfone do palco montado a esquerda de onde eles estavam – Boa noite a todos! Bom, nossas inscrições para o leilão dos cobiçados solteiros de Mystic Falls está oficialmente encerrada e... – ela fez sinal de positivo para um rapaz loiro que lhe gritou alguma coisa da lateral do palco – Já está tudo pronto para começar! E o primeiro da lista, para deleite das garotas é charmoso Klaus Mikaelson! – ouve gritos ecoando de todo o Grill, inclusive de Caroline a direita de Elena – Vamos começar com o lance mínimo de 25 dólares.

– 30 dólares! – gritou uma mulher ao longe de onde eles estavam.

– 40 dólares! – gritou uma ruiva na mesa ao lado.

– 45 dólares! – gritou uma loira que estava em pé próxima ao palco.

– 300 dólares! – Elena e todo o Mystic Grill virou-se na direção daquela voz, Caroline. A loira sorria animada ainda sentada na cadeira. Ninguém mais deu lances.

– Bom, nossa! Então, dou lhe uma, dou lhe duas, dou lhe três! – A prefeita disse batendo seu simbólico martelo sobre a superfície de madeira de onde ela falava – Vendido para a senhorita...?

– Caroline Forbes! – Caroline berrou na direção do palco agora de pés.

– Vendido para a senhorita Caroline Forbes! – A prefeita anunciou ainda mais sorridente – Pode vir buscá-lo após o termino do leilão.

– Pelo visto o Nick bateu o recorde – Rebekah comentou alto fazendo alguns rirem.

– Alguém viu o Damon? – Katherine apareceu tapando a visão de Elena do palco.

– Como assim? Você saiu com ele – ela disse levemente irritada com aquilo. Do palco a prefeita anunciava que o próximo a ser leiloado era Tyler, que Elena nem reparou ter saído da mesa.

– Vocês viram o Damon? Quero falar com ele... – Alaric acabara de aparecer por trás de Katherine.

– Ele tava comigo, mais sumiu com uma garrafa de Rum nas mãos quando eu virei pra ver quem que era a garota que deu 300 dólares no Klaus...

– Ele deve ter encontrado alguém, já já ele aparece... – Matt disse despreocupado olhando na direção do palco e de Tyler.

– Ou não... – Katherine disse em voz pesada olhando fixamente na direção das costas de Elena – Alaric dá uma olhada em quem ta vindo ali e por favor diz que eu to alucinando. – Katherine pediu mais ninguém pareceu se interessar por quem quer que fosse a não ser Elena e o próprio Alaric.

– Essa não. Eu tenho que achar o Damon – ele disse fazendo com que Elena se preocupasse de imediato. Ela tentou levantar o mais rápido que pode e iria gritar o nome de Alaric, mais acabou esbarrando em uma loira de olhos azuis e feições bem marcantes.

– Me desculpe – Elena pediu ainda tentando acompanhar Alaric com os olhos, mais o intenso batom carmim a sua frente a fez perder o foco.

– Tudo bem – a loira respondeu estendendo em seguida a mão direita em cumprimento a Elena – Sou Madelaine Hasson.

(...)


“Lembre-se, era uma vez

Quando eu era seu, e você era cega

O fogo brilhava em seus olhos

E nos meus”

Katherine o fitava raivosa e de braços cruzados, mais Damon estava tonto e deprimido demais para se importar com aquilo. Já era sua terceira recaída aquele mês e tudo, mais uma vez, por causa dela... O maior problema da vida de Damon tinha nome e sobrenome.

– De novo, Damon? – Katherine repetia na tentativa de o fazer responder ou ao menos sentir alguma coisa nem que fosse remorso – Quantas vezes mais você vai afundar na lama até perceber que ela curte com a tua cara? – Ele queria responder, mais não conseguia – Fala alguma coisa! Fala a merda que você tiver pra falar Damon! Você... Damon... Quando você vai deixar que a lembrança dela te persiga? – algumas gotas de lagrimas estavam se formando em seus olhos, mais ela era orgulhosa demais para deixa-las cair - Quando você vai me amar? – A voz lamentada de Katherine nem de longe lembrava o que a todos ela demonstrava ser – Eu não aguento mais, Damon! Eu não aguento mais te ver assim...

ENTÃO VAI! ME DEIXA CAIR EM PAZ, ME DEIXA AFUNDAR SOZINHO NA COVA QUE A MADDIE ME AJUDOU A CAVAR! Ele quis gritar, mais nem um som foi produzido. Ele ouviu passos ao fundo e Katherine olhou pra trás. Um figura alta o encarava mais estava escuro demais para que conseguisse distinguir a princípio quem era.

– Tira ele daqui – Katherine falou com voz firme, completamente diferente da forma como havia falado com ele – Leva o Damon daqui antes que os meus pais cheguem e o vejam nesse estado.

A figura se aproximou dele e o ajudou a levantar do sofá da casa dos Pierce.

– Você está horrível, Damon – Ele reconheceu a voz de Alaric a seu lado – O que usou hoje? – Ele perguntou mesmo prevendo que Damon não responderia – Vou te levar pra minha casa e é bom você acordar sóbrio pra não causar um peripaque na minha mãe e um infarto na sua.

Alaric adentrou o carro de Damon após colocá-lo no banco do carona e seguiu com ele até a casa dos Saltzman. Com todo o cuidado adentrou a casa e subiu as escadas em direção ao seu quarto apoiando Damon junto a si. Era nessas horas que agradecia o sono pesado que os pais tinham... Nunca o escutavam gritar quando ele acordava após um pesadelo mais também nunca acordavam quando ele chegava bêbado de uma festa ou trazia alguém pra casa.

Damon o fitou de pé junto a parede do quarto de Alaric enquanto ele tentava pensar em algo. Sabia que não devia o deixar só, mais decidiu descer até a cozinha e beber água. Quando estava em seu segundo copo ouviu Damon gritar e jogar algo contra a parede que, pelo barulho, provavelmente era de vidro que se espatifou pelo chão. Correu de volta para o andar de cima o mais rápido que pode e trancou a porta. Ele seguiu até Damon e o abraçou forçando os braços dele contra o copo. Damon tremia e chorava e Alaric agradeceu por ele ter apenas dado uma amostra grátis de seus ataques de fúria.

– Porra Damon... – ele cochichou em seu ouvido – O que eu faço com você? O que eu faço com você meu amigo? – Ele perguntou encaminhando Damon para seu banheiro. Alaric ligou o chuveiro o deixando na temperatura mais baixa e forçou Damon de roupa e tudo a entrar.

A recordação finalmente deixou a mente de Damon quando ele ouviu o som estridente da buzina de um carro as suas costas. Olhou para trás e viu um par de pernas se aproximar rápido.

– Isso é só bebida, não é Damon? – A voz de Alaric soou preocupada a suas costas.

– Eu não tenho mais 19 anos, Ric – Damon respondeu erguendo o copo sobre a cabeça para que Alaric o pegasse mais ele não o fez, apenas sentou-se ao lado de Damon na margem da ponte Walkere fitando junto a ele o escuro horizonte a sua frente.

– Como soube que eu estaria aqui? – Damon perguntou tomando mais um gole da bebida amarga.

– Você sempre vinha aqui quando ela aparecia...

– Naquela época eu poderia jurar que o que ela dizia era verdadeiro...

– Quem adivinharia que você gostava do diabo? – Era uma ironia e Damon sorriu amargo. Ele fugiu por anos, amadureceu, mais nem tudo havia mudado nele.


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Notas finais do capítulo

Sobre o romance Delena, bom, eles são melhores amigos e estamos no 4 capítulo, não pode ser assim tão rapído, mais não se preocupem os beijos chegam já já!
Não deixem de comentar, lembrando que os comentários são o combustível da fic!
Fiquem a vontade para favoritar :D
Espero vocês no próximo capítulo!