The Second Noah Clan escrita por Second Noah


Capítulo 6
Brinquedo 1 e 2: Os Gêmeos de Olhos Azuis


Notas iniciais do capítulo

Gente ~ Desculpa mesmo a demora, mas aqui tá um capitulo bem grande pra vocês. ;3 Demorou mas tá aqui ~ Aproveitem. Narração pela OC: Bianca.



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Ao ver as três meninas, a noite pareceu ser mais tenebrosa. O ar pareceu ser mais pesado e por momento fiquei sem ar. Pude sentir meu sangue gelando, mas meu coração acelerava. O meu batimento cardíaco era a única coisa que pude ouvir por um momento. A sensação de matéria negra estava muito forte. Forte demais para apenas matéria negra. Tomei ar e fiz o melhor para não demonstrar medo. Encarei o trio de demônios. As meninas sorriram simultaneamente para mim.

– E daí? – eu dei de ombros. – Qual é a nova?

Elas deram um risinho cobrindo a boca.

– Não percebeu não, caralho? – elas disseram com um tom sarcástico. – É uma puta acéfala, que raridade. Ora, ora... – elas se moviam no mesmo tempo, falavam ao mesmo tempo. Isso era extremamente assustador. Elas riram de um jeito psicopata, segurando a barriga. – Então, eu vou entregar as cartas, em respeito à sua doença mental.

Eu dei suspiro. Pirralha chata do cão, pensei. Meus dedos se fecharam com mais força em torno do meu arco.

– Huhu... – elas deram um risinho. – Somos o segundo eu da Elizabeth original. Somos completamente iguais entre si, é impossível nos distinguir. Nossas vozes, aparência. Temos personalidades, não como as outras que são praticamente robôs. Sem falar que somos muito mais resistentes. As outras são apenas escravas da Elizabeth original.

Ótimo, resmunguei em minha mente.

– Então parece que vou ter que ir no chute. – eu dei um risinho pra minha própria “piada”. Talvez Elizabeth estivesse certa. Eu devia ter doenças mentais.

Elas retribuíram com um sorriso. Elas correram em minha direção. Elas eram muito rápidas. Eu precisava de tempo para pensar. Eu tive a maravilhosa ideia de tentar pular por cima delas. Falhei. A Elizabeth do meio agarrou meus pés e com toda força, me atirou no chão. Se eu não tivesse usado o arco com freio do impacto, meus seios teriam virado “saquinhos de leite em pó”. Em compensação, o impacto da queda atingiu todo o meu corpo. Meu arco estava fincado no chão, e eu estava deitada com uma Elizabeth nas minhas costas.

– Você não ia ir no chute, querida? – ela disse sarcasticamente.

O comentário dela me deu uma ideia. Burra como sempre. Com toda a força que meu corpo miserável tinha, eu dei um impulso para cima com todo meu corpo e consegui dar um 360 graus para frente, tirando meu arco do chão. Elas fizeram um biquinho para mim.

– Não é justo só você ter armas.

Não é justo serem três contra um, pensei. Um breve momento para raciocinar. Não era possível elas serem completamente iguais. Tinha de haver uma diferença. Elizabeth era entupida de matéria negra, isso era óbvio, graças à aura fortíssima que transbordava dela e pelas suas órbitas negras. Eu dei meu melhor para fazer meu cérebro funcionar. As cópias de Elizabeth, por mais reais que fossem não deviam passar da matéria negra de Elizabeth. Ela havia mordido as mãos para criar aquele tipo de cópia. A “saída” mais rápida de matéria negra de seu corpo deveria ser as cruzes nas mãos. Pois, não havia se quer caído uma gota de sangue em meio ao líquido negro quando ela a mordeu. O outro tipo de cópia surgia apenas da aura dela. Porém esse tipo devia ser muito mais resistente, já que vinha de dentro de seu corpo ou algo do gênero. Esse meu raciocínio ocorreu em cerca de dois segundos. As risadas das Elizabeths o interromperam.

– Ora, ora... Estava pensando nos clientes que você poderia ter ganhado hoje, foi sua vadia podre? – elas bateram palminhas. – Então vamos lá.

Em suas mãos, brotaram enormes facões, do tamanho de peixeiras. Os facões eram negros como o breu. Lá estava mais matéria negra. Aquelas eram de pura matéria negra. Mas havia algo estranho... Deixei pra lá. Foi naquele momento que percebi que minha melhor chance de identificar qual era a verdadeira Elizabeth havia ido pela culatra. Eu podia ter percebido através da materialização das espadas. Mas isso não era hora para lamentar.

– Então, quer realmente começar, querida? – disseram elas. Elas pareceram surpresas por um momento. Elas olharam para o céu como se esperassem algo. Um Tease, aquelas borboletas que acompanhavam Tyki, os golems do Conde do Milênio. Que por falar nisso, não estavam mais com ele. Enfim, um deles pousou na Elizabeth da esquerda. Apenas a da esquerda assentiu para ele. Todas as três deram de ombros. – Entendo. Então parece que estamos realmente atrasadas... Porém não podemos largar nossa convidada agora.

Eu tinha que tentar uma coisa. Era um tipo de ataque que eu vinha treinando faz tempo. O Tease voou e desapareceu de minha vista em meio à noite. Eu mirei na Elizabeth do meio. Ela notou que eu mirava nela e em resposta, sorriu. Minha intenção não era atirar nela. Eu puxei o fio.

– Estratégia das serpentes. – murmurei para o arco. Um brilho dourado o envolveu. Eu levantei o arco levemente, de modo que a mira fosse reajustada para a parede de mármore atrás dela. – Primeiro movimento.

A flecha se fincou na parede. Elas nem se moveram.

– Mira ruim... Você é cega é? – a da direita disse com um tom de desprezo. – É assim que se atira algo.

Ela levantou o braço que segurava a faca, como de fosse atirar um dardo. Antes que eu pudesse notar alguma coisa ou sequer respirar, senti algo rasgando minha pele. Minhas costelas para ser mais específica. Lado esquerdo, querida (o). Lado esquerdo. A dor imediata foi de um corte normal. Eu cambaleei levemente para o lado, cobrindo meu corte com a mão. Minha coluna se inclinando para a esquerda. Eu tomei suspiro e me deixei ereta. Pude sentir minha pele se rasgando ao redor da ferida, uns cinco centímetros a mais, talvez. Grunhi um belo dum “tsc”.

– Hoho... – elas deram risadinhas. A da direita estendeu o braço para frente e o facão magicamente voltou para sua mão. – Boa sorte com a ferida.

A dor do corte simplesmente sumiu por um momento. Eu arrisquei olhar a ferida. Minha luva, antes azul, agora estava completamente vermelha. Sangue, a ferida sangrava loucamente. Eu via o líquido denso vermelho escorrendo pela minha pele. Foi nesse momento que a dor voltou. Tão forte que me fez cair de joelhos. Eu me contorci dando o melhor para cobrir a ferida. O sangue não parava. Eu sentia meus músculos do abdômen sendo revirados e torcidos. A dor se espalhava pelo meu corpo rapidamente. Eu troquei de mãos, minha esquerda tapava a ferida com todas as forças que me restavam e eu usei a direita para me apoiar no chão.

– É realmente doloroso, né? – minha visão estava extremamente embaçada, mas consegui perceber que as duas cópias da esquerda haviam sumido. A figura veio andando em minha direção e ficou de cócoras a centímetros de mim. – Ora, ora... Parece que eu estou bem melhor que antes.

Eu senti algo quente subindo pela minha garganta. Bem, não era exatamente a hora certa pra dar uma de fodona, eu já tava toda fudida mesmo. Em dois segundos, os pés dela estavam cobertos por um vômito de sangue. Ótimo, aquilo estava atrapalhando minha respiração. O bom de ser um arqueiro é que seus movimentos são rápidos e precisos. Antes que ela pudesse notar, eu levantei meu braço direito e agarrei o pescoço de Elizabeth. Eu finquei minhas unhas em seu pescoço.

– Você tá de brincadeira, né? – ela riu. – Isso é inútil.

– Estratégia das serpentes... – eu murmurei, encarando a poça de sangue em minha frente. – Dança de espelhos.

– O quê...? – pude sentir um levíssimo tom de medo em sua voz.

Pude ouvir o som da flecha batendo contra o vento e os balaustres antes de penetrar as costas de Elizabeth. A flecha atravessou a base de sua coluna e parou apenas quando a ponta atingiu a parte de fora do colo da Noah. Meus dedos trêmulos tocaram a ponta da flecha que estava fincada em seu abdome. A flecha se tornou poeira e retornou ao meu arco. Minhas flechas desapareciam se houvessem atingido seu alvo ou o contrário, era bom porque eu não precisava pegá-las de volta. Elizabeth permaneceu em pé por um momento, sua expressão só podia ser descrita nisso: Choque. Ela cambaleou para trás com as mãos cobrindo a ferida. Eu ainda não sei como conseguia me manter consciente.

– Bem... – ela rosnou. Eu senti uma pontada extremamente forte no local atingido pela matéria negra. Eu pressionei minhas pálpebras em agonia. Pude ouvir os risos doentios da menina ecoando pelo terraço. – Então essa é a sensação de ser atingido por uma Innocence? Obrigada, queridinha.

Eu a ignorei. Minha preocupação era minha ferida, eu agarrei a parte rasgada da blusa e a puxei, de modo que o tecido que cobrisse minha barriga fosse rasgado. Pude ver meu abdome. Abri meus olhos e quase tive um infarto ao ver minha pele. Ao redor da ferida a carne parecia apodrecer em um tom escuro, mas a dor era muito superior a isso. A matéria negra daquela Noah era feita para causar dor. Uma dor extrema. Eu percebi que a podridão poderia estar tomando conta do meu corpo internamente, eu tinha que me apressar senão iria morrer em cerca de uma hora, isso se Elizabeth não me atacasse novamente. Ela pegou uma carniça de passarinho, examinou-a e colocou no bolso do casaco.

– Sabia que vender seu corpo é um pecado? – Caramba. Se essa menina dissesse mais alguma coisa em relação a eu vender meu corpo e me prostituir eu juro que eu dava uma de Krory e usava meu sangue pra estraçalhar aquela coisa (como se eu pudesse). – E pecadores devem morrer.

Eu ergui levemente minha cabeça a ponto de conseguir ver que outra faca negra estava em sua mão. Ela já ia correr em minha direção quando um portal da Arca surgiu no seu caminho. Era meio diferente do... Era um portal da Arca do Conde! O portal não impediu exatamente o caminho de Elizabeth, ele surgiu ao lado dela. Uma figura saiu do portal.

– Ai, ai, Elizabeth... – resmungou a voz, como quem fala num tom de desaprovação. Os olhos dela voltaram à cor de azul cristalino. – Você sempre tem que ser a do contra não é?

Era uma voz masculina, não exatamente masculina, era um pouco mais fina o que identificava um garoto de um pouco mais de dez anos.

– Louis... – Elizabeth rosnou para a figura ao seu lado. – Que caralho de cu você tá fazendo aqui, sua porra?!

- Milênio disse que você tava demorando. Está muito, muito atrasada. – ele disse com um tom sério.

Eu acho que eu deveria descrever o garoto. Simplesmente a coisa mais fofa que eu já vi na minha vida. Ele parecia ter a mesma idade de Elizabeth. Ele tinha cabelos louros ondulados curtos repicados que caiam sobre sua testa. Seus olhos eram cristalinos como os de Elizabeth, só que os dele irradiavam alegria. Ela usava uma blusa branca de manga longa branca um pouco folgada para ele, calças marrons, sapatos de couro da mesma cor e um suspensório de couro preto, quando eu digo suspensório me refiro àqueles que os velhinhos usam e que ficam super fofos em gente pequena. Ele deu um sorriso travesso para Elizabeth fazendo o símbolo de paz e amor com os dedos. Eles dois pareciam muito...

– Diz ae, maninha. – irmãos. Eles eram literalmente irmãos, provavelmente gêmeos. Os olhos dele se fixaram em sua ferida. – Parece que você não tá muito bem não.

– Isso é só um arranhão, seu cu ambulante de rola podre, filho da puta! – Ela olhou para mim e piscou como se lembrasse de algo. Ela logo voltou seu olhar para ele. – E o Akuma? – em resposta, ele passou o dedo indicador pelo seu pescoço, indicando que ele havia sido destruído. – Caralho, eu quero te espetar alguma coisa, tipo um MACHADO! – ela piscou levemente. – Faz um favor.

Há. Há há. Há. Depois eu sou a louca bipolar.

– Ah... – ele deu um suspiro estressado. – Tá, tá. O que é então, minha amada irmã?

Ela ainda estava de pé. Sua faca queimou em fogo negro e desapareceu. Ela usou sua mão, agora livre, e a enfiou em sua boca. Sua mão continuou a se aprofundar em sua garganta. Se eu não estivesse quase morrendo eu estaria rindo muito por causa da expressão de Louis. Quando ela tirou a mão de sua garganta, ela segurava algo. Sua mão estava coberta de saliva e uma coisa que eu identificava como sangue. Uma pequena esfera negra flutuava sobre sua mão. Por incrível que pareça, a esfera não estava babada. Era limpa, reluzente e tinha uma aura esquisita... Não era triste, não era assustadora, era... Confusa. Ela estendeu a esfera para Louis e começou a me encarar.

– Fufu-chan me pediu um favor. Ela quer convidadas para o seu nascimento. O Milênio também me mandou aqui para avisar sobre a retomada sobre nós. – ela resmungou. – Coloque isso naquela Exorcista e me traga minha matéria negra. Eu a quero de volta.

– Só? – ele esticou a língua para Elizabeth. – Você tá mesmo ferida, né?

Elizabeth não reagiu a ele, apenas revirou os olhos. Minha visão ficara tão embaçada naquele momento a ponto de eu não conseguir distinguir mais as figuras em minha frente. Por um momento eu apaguei. Meus olhos voltaram a abrir quando Elizabeth e Louis pulavam de mãos dadas no portal. Louis carregava consigo um bolo de matéria negra, o que eu julgava ser da minha infecção, o que era muito esquisito, pois eu havia levado apenas um corte superficial. O portal se fechou e os Noahs foram com ele. Eu olhei minha ferida. A dor local havia se dissipado, junto com a podridão. Foi naquele momento que eu senti minha cabeça explodir em dor. Eu sentia vontade de revirar meus olhos, a dor que eu sentia era o equivalente ao meu cérebro sendo devorado por pequenos vermes de dentes afiados, com que um sino enorme tocasse dentro de minha cabeça e isso era o de menos. Eu comecei a gritar, a berrar em dor. Alguns segundos em meio a berros e lágrimas, vi um par de pernas na minha frente. E minha última lembrança foi de ter visto os cabelos loiros de Jasdero.

Em meu sonho, eu estava num lugar de chão negro metálico. Eu usava um vestido branco, sem mangas e longo. Eu não me movia como queria, apenas andava para os lugares como se algo me guiasse. O céu era roxo, completamente sem nuvens. Eu andava para frente, muito devagar. Eu parei ao ver algo esquisito. Uma rosa negra gigante, de uns dois metros de altura e um diâmetro de um metro e meio estava pairava na minha frente, a uns dez metros de mim. Ao redor da flor havia pétalas de rosas negras, gigantes também. Aquilo não era o pior. Ao lado da flor havia uma figura que eu conheci imediatamente, apesar de nunca tê-lo visto em pessoa. O Conde do Milênio. Seu guarda-chuva Lero, estava servindo de apoio para ele. Por mais incrível que pareça o Clã Noah assistia tudo de longe, num conjunto de cadeiras atrás do Conde. Eles pareciam não me ver, todos estavam olhando o desabrochar da flor. Mas literalmente, eles não me viam, eu acho que estava invisível ou algo do gênero.

– Hoho, Hawthornes! – disse o Conde, olhando para algo atrás de mim. – Vocês demoraram, o desabrochar já começou.

Eu olhei para trás e vi Louis e Elizabeth. Ela mancava levemente, a ferida em sua barriga ainda sangrava levemente... Espera! Para tudo, para o mundo que eu to descendo! Como assim a ferida em sua barriga?! Como um sonho poderia ser tão real e recente assim? Talvez aquilo houvesse sido efeito da matéria negra de uma menina que Elizabeth chamou de “Fufu-chan”. Deixei isso de lado. Elizabeth e Louis sentaram em frente à flor, de pernas cruzadas. Eu os segui, bem, não tinha nada a perder e eles não me viam.

– Brinquedo número dois, Louis Hawthorne. – o Conde falou sem desviar o olhar da flor. – Já chega, não é? Sua irmã precisa do que é dela de volta.

– Eu não sou um brinquedo. Eu brinco com as pessoas. – ele resmungou, inflando as bochechas e olhando para o lado. Ele deu um breve suspiro e tirou o bolo de matéria negra do bolso das suas calças. – Maninha, você quer isso? – ele colocou o bolo de matéria negra sobre as pernas dela. – Aqui.

Elizabeth assentiu em forma de agradecimento e pegou a matéria negra. Ao seu toque, a matéria negra se transformou numa esfera negra de com um leve tom roxo metálico. Adivinha o que ela fez com isso? Quem optou pela opção engoliu, acertou. Ela enfiou aquele treco goela abaixo. Sua reação ao ingerir aquilo fora realmente estranha, ela lambeu os beiços e fechou os olhos como se aquele fosse um sabor único e tremendamente insubstituível. Imediatamente a ferida parou de sangrar e se fechou. Ela voltou o olhar para Louis.

– Ei, doador de cu. – ela falava isso como se fosse um apelido comum, carinhoso entre irmãos. – Cadê o Niku-kun?

– Não faço a mínima ideia, minha irmãzinha amada. – ele deu língua para ela. Ele fez um gesto com a mão como se não se importasse. – Bota a comida ai que ele vem.

Elizabeth revirou os olhos.

– Não podemos sujar a sala de nascimento, sua bunda. – ela respondeu com um tom extremamente grosseiro para ele. – Niku-kun vai comer depois.

– Hum, comer... – ele murmurou.

– Ora seu...

Antes que eles pudessem brigar pra valer, o Conde bateu Lero no chão. Foi só então que eu percebi, as pétalas da rosa, todas haviam... Caído. Eu encarei o que antes era uma enorme flor. Agora, era algo em forma oval negro (tudo era negro nesse caralho, bando de emos). A caída das pétalas revelara um ovo negro de textura cintilante, a única diferença, era que sua ponta era afiada. Os gêmeos Hawthorne se levantaram do chão e cada um deles andou para um lado diferente da flor, evitando pisar nas pétalas. Eles tocaram o ovo com ambas de suas mãos. O Milênio começou a andar em direção à flor, ele ergueu Lero e a ponta do guarda-chuva tocou exatamente o ponto mais alto do ovo (como ele era alto e Lero podia voar isso era possível). A ponta do ovo começou a rachar. A rachadura descia até a base do ovo numa velocidade lenta. Quando as rachaduras atingiram a base, a “casca” do ovo negro fora reduzida a pedaços. A coisa que eu vi no lugar d ovo negro fora uma coisa tão esquisita que eu fui cambaleando para trás. Uma... Uma não, duas. Duas enormes bolsas amnióticas flutuavam sobre a antiga base da flor. Não havia sangue (o que é estranho), mas um líquido estranho cuja eu não sei definir nem a cor, só sei que era transparente. Em cada uma das bolsas havia uma criança. Quando falo criança, me refiro a crianças de 12 anos ou de idades próximas a essa. Uma garota e um garoto, ambos de pele branca como a neve. A menina tinha lindos cabelos longos de cor negra como a noite, que cobriam todo o seu corpo nu em posição fetal. O garoto tinha cabelos negros ondulados e também estava completamente nu e em posição fetal.

– Eles são lindos... – Elizabeth murmurou para a flor e começou a tocar a bolsa que guardava a garota. – Fuyoko? – ela perguntou com as duas mãos tocando a bolsa e encostando a cabeça na bolsa como se quisesse ouvir algo. – Você pode me ouvir? Eu fiz o que você pediu.

Como se abraçasse a bolsa, que era seca do lado de fora, ela fechou os olhos e começou a recitar uma canção que eu não sei por que não pude ouvir. Quando seus lábios se cerraram, ela abriu seus olhos e encarou a garota que flutuava em meio aos líquidos. Os olhos dela se abriram e eu fiquei maravilhada. Roxo, um lindo, profundo e tenebroso tom de roxo. Essa era a cor de seus olhos. Ela parecia ter acabado de acordar de um sono profundo. E a primeira direção que ela olhou fora a minha. Ela me encarou com aqueles olhos tenebrosos, sem sair de sua posição. A menina que eu julgava ser Fuyoko me encarava. Depois de alguns segundos, ela olhou para Elizabeth e saiu de sua posição fetal. Suas mãos se puseram no mesmo local onde as de Elizabeth estavam de modo que elas praticamente se tocassem. Bolhas saíram de sua boca, ela murmurava algo para Elizabeth que eu não podia ouvir. A boca dela se fechou. Elizabeth imediatamente sorriu daquele modo demoníaco.

– Dê-me a honra de cortar a conexão... – ela rosnou e começou a andar em minha direção, me encarando com suas órbitas negras.

Meu corpo não me permitiu mover. Elizabeth chegava mais perto de mim. A imagem falhou.

– Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah! – gritei com toda a minha força.

Minhas mãos tremiam, agarradas ao lençol branco. Um tubo de soro estava ligado ao meu braço. Tantas paredes brancas fizeram meus olhos doerem. Porém, meu primeiro pensamento fora: Eu não morri.


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Notas finais do capítulo

Se tiveram quaisquer dúvidas, sugestões, críticas, elogios, qualquer coisa, coloquem nos cometários ;3



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