Andrew

Andrew

          Não voltei para casa depois que sai de lá, queria um tempo sozinho, já era noite, resolvi passar no muro... Lá eu poderia me descontrair, relaxar. Chegando lá eu peguei um pouco do Paul, ele é o que fornece todo tipo de droga para todos nós de graça.

          - Só isso cara? Tu tem certeza? – Ele perguntou.

         - Sim, por quê?

         - Nada nã0... É que geralmente tu pega muito mais.

         Eu sabia que eu pegava muito mais do que a porção que eu colocara dessa vez, mas hoje eu não queria ficar drogado e não se lembrar de nada. Hoje eu quero fumar esse pouquinho, esperar o efeito passar, já que são 19:00 e está escurecendo o efeito passa umas 21:00, 21:30, vou para casa e meu pai não ira me dar um sermão.

         - Macho... O que é isso? Virou bicha é?

        - Stan? Claro que não, por um dia eu posso querer não fumar muito? Faz mal para a saúde. Se eu não consigo parar pelo menos eu pego um pouco.

        - Ah... Pode sim, calma ai.

        Depois disso a gente não falou mais de drogas, falamos sobre a escola e como todos estavam excluídos ele , mas ai eu reparei que eu não era mais assim, eu não era excluído, não com a Meredith. Esperei ele terminar de se lamentar e falei:

       - Stan, por que você não tenta achar um amigo? Eu tenho a Meredith. Ela é muito legal.

      - Tudo é essa Meredith? Tu só conhece ela á dois dias. O que ela tem de tão importante?

     - Nada, ela é bastante legal e engraçada. Só isso, nada demais, ela é só uma amiga. Tenho que ir 21:00, o efeito todo já passou, consigo até dançar aqui. Então tchau.

    Não sei se aquilo era ciúme, ou eu realmente estava tirando um pré-julgamento dela e ele só me falou aquelas coisas para eu não me machucar depois. Talvez tenha sido isso. Aliás, Stan é meu melhor amigo, ele não me machucaria.

    Cheguei a casa, tomei um banho e fui para cama.

     Acordei com Jane me chamando, era 6:30 ainda não tinha amanhecido completamente,  mas eu sabia que não era ela que queria me acordar, mas eram ordens do meu pai.

     Tomei banho, passo o creme paras as manchas, visto minha roupa de costume e me dirijo para a cozinha. Jane é muito boa na cozinha, ela tinha posto a mesa e tinha frutas, pão e leite. Eu tinha bastante tempo para comer ainda era 6:50 preciso sair da minha casa 7:30. Enquanto como uma maçã ela começa a puxar assunto:

     - Andew, você...  Você usa drogas? Por que na primeira vez que eu arrumei seu  quarto tinha um cheiro... Digamos estranho... Agora que eu arrumo sempre não tem mais esse cheiro, mas então? Usa, ou não?

     - Não vou mentir, sou dependente de drogas sim, meu pai sabe, não se preocupe, eu nunca vou fazer um mal para você... Eu não fumo aqui. Mas eu estou tentando parar.

    - Andrew, eu acredito e confio em você, mas por que você começou a usar? Você é tão inteligente... E é um garoto tão bom.

   - Não faz muito tempo, foi quando eu vi uma tragédia, algo que ninguém consegue ver, não sem muita terapia ou drogas, eu me mudei á um ano para essa cidade, foi aqui que eu comecei a usar.

   - Bem... Só espero que você consiga parar...

   - Eu vou, eu prometo. Tenho que ir

     Menti, mas eu não queria falar com ela sobre essas coisas... Resolvi passar na Meredith, vai que ela quer ir para a escola comigo, não custa nada perguntar, vou para a minha janela e grito:

- Meredith!

Ela aparece na janela com um sorriso lindo na boca, seu cabelo estava preso, com um rabo de cavalo alto, não sei se a deixou mais bonita do que já era, mas que eu gostei dela daquele jeito eu gostei.

- Oi Andrew!

- Quer vir comigo para a escola?

- Claro! Passa aqui, já tomei café, estou descendo

- Ok!

Sai da janela e fui para o hall chamar o elevador, chegando lá embaixo sai correndo para o prédio da Meredith, quando cheguei, ela já estava lá me esperando. Separados por um portão, ela sorriu e acenou. O porteiro abrira o portão e a gente se abraçou.

O caminho da escola é muito melhor com a Meredith, nós ficamos próximos rapidamente, o que é bom, mas ira durar pouco, quando eu contar para ela que eu uso drogas ela nunca mais tornara a falar comigo.Eu vou contar quando saímos juntos, que de fato ainda não chamei ela, ótimo momento.

- Meredith... Hoje é sexta... Você que ir comigo para o cinema? Depois um lanche?

Ela não estava esperando um convite, noto pela a reação dela, já esperando um não ela começa a falar:

- Claro que sim Andrew, depois da aula. Eu vou a minha casa e me troco e a gente vai.

A aula passou relativamente rápida, sem dever em nenhuma das matérias, sonho sendo realizado. De acordo com os professores é por que é fim de semana e como não tem nem uma semana de aula, mas segunda... Dever em dobro!

O diretor interrompeu a última aula para informar que a partir de segunda vai ter uniforme escolar. Uma blusa de manga branca, paletó azul escuro ( branco e azul escuro são as cores do colégio), calça da cor do paletó e um sapato preto. É bonitinho, nada contra. Quem achou um absurdo foram a maioria das patricinhas. Quando ele terminou de falar, entrou umas três pessoas e começaram a distribuir para a gente, era só dizermos os tamanhos, o colégio deu quatro uniformes de graça para todos os alunos.

O toque de saída bateu, todos liberados, me aproximo da Meredith que estava falando com uma menina, Kate, nunca falei com ela, só sei que ela não era popular ou patricinha, quando me viu, deu um tapinha e fez a Meredith virar. Perguntei se já podíamos ir, ela se despediu da Kate e me acompanhou.

- Que filme iremos ver? – Ela perguntou

- Não sei ainda. Você prefere cinema ou boliche?

- Hum... Boliche!

- Então vamos para o boliche, vai se trocar? Eu vou.

- Fazemos assim: Eu me troco você se troca e passa aqui.

- Perfeito.

Despedi-me dela, sai chutando uma pedra até o meu prédio, que é do lado. Subindo no elevador, lembro-me que tenho que falar com meu pai. Com certeza ele vai deixar... Afinal é um tempo sem pensar em drogas, o que satisfaz ele.

Falando no meu pai, quando eu chegara em casa ele estava lá. Perguntei se podia ir para o boliche com a Meredith, além de deixar ele disse que levava a gente. Peguei o meu celular botei no bolso. Avisei para ele que ia então só chamá-la para nosso apartamento

- Meredith! Vem para cá.

- Por quê? 

- Meu pai dará uma carona para a gente.

Alguns minutos depois lá estava ela, mais linda do que o normal, cabelo  solto, cacheado nas pontas, bochechas levemente rosadas, ela vestia short preto e blusa creme enquanto eu estava com uma roupa tão ... Casual.

Meu pai me dera mais dinheiro e sussurrou no meu ouvido :

- Paga para ela.

Mesmo que meu pai tenha cometido um erro muito grave, ele não sabe que eu sei do segredo, então ele nunca tentou me explicar, mas ele é um bom pai, atencioso, me dá dicas e nunca desistiu de mim.

No carro, foi o momento muito constrangedor, eu do lado dela e meu pai no banco de motorista, todos em silêncio ainda bem que o boliche não é tão longe da minha casa. Despedi – me do meu pai.

- Vamos jogar por 1 hora? – Pergunto para ela

- Acho que 45 minutos é melhor.

- Ok então- Me dirijo para  o balcão. – Uma pista para duas pessoas, 45 minutos.

- O que você está fazendo? Eu pago! – Ela cochichou para mim.

A balconista já pegara o meu dinheiro e meu deu o troco.

- São namorados? – Ela pergunta

- Não... Só amigos.  – Respondemos juntos 

Ela sorriu e desejou um bom jogo.

Meredith era ótima no boliche, fez muitos strikes enquanto eu só conseguia derrubar alguns pinos, depois de algumas dicas dela eu consegui fazer um, pura sorte. Os 45 minutos foram de muita risada, me diverti muito, muitos olhavam estranho para nós, simplesmente ignoramos, eu devia ter feito isso pela a vida toda, ignorar os pensamentos alheios,  eu só aprendi isso depois que conheci a Meredith.

Quando saímos do boliche e nos fomos para a praça de alimentação eu resolvi falar para ela de uma vez por todas:

- Meredith

- Andrew me chama de outra coisa, Meredith é tão serio... Algum apelido.

- Ah... Ok – Um apelido.. QUAL?? Mere? Será que ela gosta?- Você gosta de mere?

- Não odeio... Chama-me de meh

- Ok. Meh tenho que te falar uma coisa. Por favor, não se assusta, nem corre. Sabe eu gosto muito de você por isso quero que a gente continue amigos.

- Pode me falar Andrew.

- Meh... Eu... Eu quero fazer isso mais vezes, por que eu meio que adoro ficar com você.

- Eu também, por que eu perderia nossa amizade por causa disso?

Por que eu não falei a verdade meh, eu sinto muito.