Damas Grifinórias escrita por Madame Baggio


Capítulo 5
Meu Vício


Notas iniciais do capítulo

Nossa, eu sei que eu desapareci, mas as coisas andam corridas e eu to tentando me manter no ritmo certo. Desculpa qualquer coisa! Obrigada pelos reviews w mensagens, vocês são ótimos!



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Lily estava sentada numa das mesas da sala comunal, estudando. A cabeça dela já estava começando a doer, tamanho era seu cansaço, mas ela não podia parar. Não agora. Ela tinha que ser perfeita nos seus N.I.E.M.'s. (N/A: escrevi certo? ") A escola contava com isso, seus pais contavam com isso, ela contava com isso.

Lilith estava deitada na mesa em frente a dona e parecia olhá-la com curiosidade. A gata soltou um miado baixinho.

-O que foi meu anjo? –Lily perguntou sorrindo –Também esta se sentindo cansada? –ela esticou o dedo coçando preguiçosamente o queixo de Lilith.

Ela as vezes se perguntava se o que ela vivia agora era real. Ser bruxa, ser considera linda, ser tão popular... A despeito da imagem que ela pudesse passar agora ela não era tão egocêntrica quanto Marizza ou Nora. Ela não se achava linda. Se achava uma garota bonita, como várias outras o eram. Sabia que seu atual sucesso na escola não era resultado de sua "beleza formidável" e sim de uma popularidade que ela ainda não acreditava que havia alcançado. E pensar que até o começo de seu quarto ano ela era só mais uma cdf certinha...

-Minha fortuna por seus pensamentos. –a voz provocante de James sussurrou em seu ouvido.

Ela já estava acostumada com o maroto chegando assim. James Potter parecia não entender muito bem de espaço pessoal quando se tratava dela. Fazia um bom tempo que ele tentava seduzi-la. O propósito disso ainda era desconhecido para ela e até ela entender o que ele realmente queria, James Potter não ia encostar sequer um dedo nela.

-Proposta tentadora... –ela falou irônica, sem sequer encará-lo –mas eu não estou á venda.

-Jura? As vezes você faz parecer justamente o contrário. –ele provocou dando a volta na mesa. Ele puxou a cadeira diante dela e sentou-se de forma largada ali.

Lily nem se deu ao trabalho de responder. Voltou a fazer anotações em seu pergaminho.

-Como vai, Lilith? –James falou com a gata acariciando-a.

Lilith aceitou o agrado com alegria e logo já estava deitada no colo de James.

-Por que você não segue o exemplo da sua gata? –James perguntou de repente.

-O que? Me comportar como uma idiota na sua frente? –ela perguntou sarcástica, sem olhá-lo.

-Não. Vem se sentar no meu colo. –ele falou arrogante.

A raiva foi tanta que Lily acabou exagerando na pressão sobre a pena, fazendo a ponta desta se quebrar. Ela se obrigou a respirar calmamente. Ela não era mais a pirralha que brigava aos berros com James.

Ela respirou fundo e levantou-se da sua cadeira, indo na direção de James. O moreno não desviou o olhar dela, enquanto ela se aproximava. Ela parou diante dele e inclinou-se na direção do moreno, apoiando as mãos no espaldar da cadeira, deixando os rostos dos dois a centímetros de distância.

-Você precisa decidir o que quer de mim, Potter. –ela falou de forma murmurada, seu hálito fresco acariciando o rosto de James –Você não sabe se quer me ter ou me destruir.

-Eu sei muito bem o que eu quero, Evans. –ele falou tranqüilo –Eu quero te ter e depois te destruir.

Um sorriso tranqüilo passou pelo rosto de Lily e ela se afastou.

-Você precisa de uma licença para ser tão idiota assim? –ela riu –Se você acha que qualquer uma das duas situações pode se concretizar você esta muito enganado, Potter.

-Nós veremos isso, Evans. –ele afirmou tranqüilo.

Ela tirou a varinha das vestes e com um gesto fez seus materiais se juntarem e virem para seus braços.

-Vamos, Lilith. –ela chamou, dando as costas para James.

A gata pareceu hesitar por um momento, mas então seguiu a dona.

-Tenha um bom dia, Potter. –Lily falou subindo as escadas para o dormitório feminino.

-Você também, Evans... –ele deu um sorriso ao vê-la sumir.

Talvez Sirius tivesse razão e ele estivesse mesmo obcecado. Mas ela era extremamente viciante de algum jeito e ele não conseguia parar de pensar nela...

XxX

Naquela mesma noite as garotas estavam acordadas em seu dormitório. Marizza estava sentada em sua cama, o livro de regras da escola ao seu lado, enquanto ela passava hidrante nas pernas com uma lentidão irritante. Paloma lixava as unhas, preparando-se para retocar seu esmalte. Já as outras três garotas vestiam-se preparando para sair.

Lily estava colocando seu uniforme já que estava indo fazer sua ronda. Já Nora e Olivia vestiam-se com cuidado.

-O Rabastan estava com fome ontem, Olivia? –Paloma perguntou maliciosa.

Olivia olhou para a própria barriga, onde havia uma marca de mordida. Ela sorriu maldosa.

-Quando ele não esta com fome? –ela perguntou marota.

-A cobrinha la tem potencial, viu... –Nora falou rindo.

-Ele fica falando que somos almas gêmeas. –Oliva comentou rindo.

-Ah não me fale de almas gêmeas. –Lily pediu revirando os olhos.

-Por que não? –Olivia perguntou confusa.

-Me faz lembrar meus pais. –a ruiva respondeu tranqüila.

-O que tem a ver? –Marizza perguntou confusa.

-Meu pai fica falando que aquela música Alma Gêmea é a música dele e da minha mãe.

-Qual? –Nora perguntou –Aquela do incesto?

-Incesto? –as outras perguntaram confusas.

-É. –ela abre um sorriso maldoso antes de cantar –"As metades da laranja, dois amantes, dois irmãos".

As outras meninas caíram na risada.

-Só uma mente doentia como a sua para pensar nisso, Nora. –Lily comentou revirando os olhos.

-E você Marizza? –Olivia falou de repente –Já achou o que queria nesse livro de regras?

-Ah já sim. –a loira respondeu tranqüila –Amanhã essa escola vai ter uma surpresa daquelas e o melhor: eles não vão poder fazer nada. –ela tinha um sorriso arrogante no rosto.

-Não vá guardar só para si mesma se isso vai ser tão divertido assim! –Nora fingiu reclamar.

Marizza riu.

-Vocês já estão no esquema queridinhas. –ela piscou para as amigas –Só aguardem.

-Vamos? –Lily perguntou terminando de se arrumar.

-Sim.

-Eu vou patrulhar o quinto andar para garantir a segurança de vocês. –a ruiva informou -Mas não percam muito tempo la.

-Nós só ficaremos o bastante para filar um cigarro. –Nora falou com um sorriso maldoso.

XxX

As noites em Hogwarts eram sempre silenciosas. Com horários para estarem nas salas comunais os alunos não tinham muito a fazer a não ser obedecer. Mas para quem sabia onde ir podia-se encontrar de tudo também.

Numa das salas do quinto andar um grupo de alunos vendia drogas todas as noites. Não era difícil de comprar e a escola nunca pegara ninguém. Os Marotos conheciam essa sala, mas evitavam sem problemas aquela região. As Damas também sabiam da existência desse lugar, mas nunca fizeram nada contra. Ocasionalmente elas tiravam uma ou outra Grifinória mais nova de lá, mas nunca se preocupavam com os outros. Até o dia em que Nora e Olivia encontraram duas garotas de onze anos la. Nesse dias elas ameaçaram delatar os alunos dali para a diretoria, caso voltassem a encontrar qualquer Grifinória ali que tivesse menos que quinze anos. (n/a: a sensibilidade delas para o assunto chega a ser tocante... ¬¬)

Nessa noite Olivia queria uma informação e ela sabia que la era o lugar para conseguir isso.

Era meia noite, quando Olivia e Nora entraram na sala. Apenas uma luz fraca e vacilante iluminava o ambiente. O ar parecia encoberto por uma névoa. Aqui e ali podia-se ver alunos largados no chão, ou sentados em rodas, rindo de nada e usando o que quisessem.

-Madame Olivia! Madame Nora! A que devo a honra? –Keiko Suzuki perguntou se aproximando das duas.

Keiko era uma Corvinal de traços orientais. Cabelos negros e lisos até a cintura e olhos perspicazes. Ela era a pessoa responsável pela sala e que trazia, de algum jeito, as drogas para a escola, mas estava sempre sóbria.

-Nós só queremos saber de umas coisinhas... –Olivia falou aceitando o cigarro que Keiko lhe ofereceu.

-Sobre o que? –a outra perguntou interessada.

-Sobre Amos Diggory. –Nora informou –E também Bellatrix Black. –ela também aceitou um cigarro.

-O que tem eles? –Keiko perguntou acendendo os cigarros para elas.

-O que a Black tem feito de novo? –Olivia perguntou.

-Finalmente resolveram dar o golpe de misericórdia nela? –Keiko perguntou com um sorriso divertido.

-Ela já foi rainha por tempo demais para o nosso gosto. Esse último ano é nosso. –Olivia falou.

-E não só ela vai cair. Quem for nosso inimigo e quem estiver no caminho vai junto. –Nora completou.

-O que vocês têm em mente? –Keiko quis saber.

-Os dois ainda são seus clientes? –Nora perguntou.

-Sim. Diggory não consegue deixar de ser o garoto de ouro do papai e da Lufa-Lufa. Ele precisa e muito da minha ajuda. –ela falou com um sorriso debochado –Já a Bellatrix... Ela é minha cliente mais fiel. –a morena contou –Aquela garota é louca e perigosa. Vocês têm que ser cuidadosas com ela.

-Não se preocupe. –Nora sorriu cruel –Nós seremos...

XxX

Sirius e Peter vinham voltando da cozinha. Cortar caminho pelo quinto andar era sempre mais seguro. O único inconveniente era encontrar um daqueles drogados, mas não era nada que eles não pudessem lidar.

-Vocês são terríveis. –eles ouviram vozes e pessoas rindo. Decidiram ver quem era.

Sirius olhou cuidadosamente dentro da sala escura. Apesar de ser um pouco difícil de ver alguma coisa a princípio assim que seus olhos se acostumaram com a escuridão não foi difícil reconhecer Nora e Olivia fumando despreocupadamente com Keiko.

-O que será que elas estão fazendo aqui? –Peter perguntou desconfiado.

-Sei la, mas não deve ser coisa boa. Vamos sair daqui. –Sirius falou puxando Peter, mas antes de sair ainda deu uma última olhada em Nora.

Não era segredo pra ninguém que Nora era venenosa. Ela não se importava em esconder. As outras eram discretas, ela não. Não ligava para ninguém.

Dentro da escola pouco se sabia sobre ela. Sabia-se que era nascida trouxa, como Lily, sabia-se que adorava roupas de couro (jaquetas, calças, sapatos), que adorava Transfiguração e que não suportava o professor Slughorn. Nada mais.

Ela não recebia nem enviava cartas. Não falava dos pais, nem do que fazia fora de Hogwarts.

Sirius sempre teve uma certa curiosidade em relação a ela. Queria saber porque ela era daquele jeito. Ela parecia alguém tão delicada e...

Ele balançou a cabeça tentando tirar essas idéias de sua mente. Já havia um tempo que ele reparava nela, mas desde que eles não se provocavam mais ele passara a reparar ainda mais nela. E isso o estava incomodando. Já bastava uma mulher louca na vida dele. E por falar nela...

-Peter, eu tenho um encontro. –ele falou de repente –Você pode voltar sem mim.

Ele nem deu tempo do amigo responder. Pegou outro caminho e entrou por uma passagem secreta, antes de sair em um outro corredor.

-Pontual como sempre... –ele ouviu a voz debochada.

La estava ela. Linda como sempre. Bellatrix estava encostada contra a parede de pedra. Ela vestia uma capa longa e negra que quase se fundia aos seus cabelos também negros, que lhe caiam pelos ombros. Ela tinha olhos azuis, que brilhavam de forma perigosa.

-Eu sou um jovem educado. Eu nunca deixo uma dama esperando. –ele respondeu arrogante, enquanto se aproximava dela.

O perfume dela era como ópio, viciante, alucinante.

-Você nunca me deixa esperando, Sirius querido. –ela lembrou –Você não liga para as outras. –ela afirmou tranqüila.

-Como você sabe? –ele desafiou.

Ela sorriu de forma cruel. Era só assim que ela sabia sorrir. Sirius se aproximou mais dela e levou as mãos a fivela que prendia a capa dela, soltando-a. Por baixo da capa ela usava apenas um vestido negro, que realçava cada curva de mulher que ela tinha. Ela não era como as outras garotinhas. Ela era única.

As mãos dela mergulharam nos cabelos dele, agarrando os fios com força, trazendo-o para um beijo. Um beijo tão violento quanto ela podia ser se quisesse. Os corpos dos dois poderiam se fundir tamanho era o calor e a proximidade entre eles naquele momento.

Sirius não se importaria nada em tê-la ali mesmo naquele corredor, mas não queria correr o risco de uma interrupção. O toque dele no corpo dela era firme, exigente, apertando cada pedaço de pele branca até por vezes deixar marcas ali. Foram essas mãos fortes que desceram pelas costas dela, quadris e coxas, até puxarem-na para cima, fazendo que ela rodeasse a cintura dele com as pernas. Sirius pressionou Bellatrix firmemente contra a pedra, queria que ela sentisse o quão mais forte ele era, o quanto seria fácil para ele fazer o que quisesse dela.

Ele a carregou até uma sala de aula ali perto e deitou-a na mesa.

-Sabe como eu sei que você não liga para as outras? –ela provocou enquanto tirava a camisa dele.

-Como? –Sirius perguntou de encontro a pele do pescoço dela.

-Porque você me tem. –ela respondeu tranqüila.

Sirius sabia que era verdade. Bellatrix era seu mais doce vicio, seu fim. Podia ter todas as outras garotas da escola, mas perto dela nenhuma parecia realmente valer a pena. Ela também tinha... Veneno...

XxX

Nora e Olivia voltaram para o dormitório quando já passava das duas da manhã. As amigas ainda estavam acordadas.

-Como foi? –Paloma perguntou interessada.

-Nós já sabemos o que queríamos. –Olivia afirmou tranqüila –Só falta agir.

-A poção esta pronta e esperando. –Lily falou tranqüila.

-E a garota? Vocês já escolheram? –Nora perguntou.

-Já sim. –Paloma falou sorrindo –O nome dela é Mary Helen Ambrouse. Uma Lufa-Lufa que se veste como uma freira.

-Tem certeza que ela serve? –Olivia perguntou desconfiada.

-Claro que serve. –Paloma falou tranqüila –Deixa que eu cuido da aparência dela...

As amigas sorriram confiantes. Foi então que Nora e Olivia repararam que havia uma caixa de presente sobre a cama de cada uma.

-O que é isso? –Nora perguntou.

-Presente queridinhas. –Marizza falou –Para amanhã.

Nora e Olivia trocaram olhares confusos, antes de irem até as camas e abrirem as respectivas caixas. Então um sorriso apareceu no rosto delas.

-A escola vai parar amanhã pra ver isso... –Olivia falou com um sorriso muito vaidoso.

XxX

James e os amigos estavam sentados no salão principal tomando o café da manhã. Eles geralmente eram os primeiros a chegarem e os últimos a deixarem o salão durante as refeições. Esse era um dos fatos que fazia deles as pessoas mais bem informadas de Hogwarts. Estando ali eles viam e ouviam tudo e mantinham as coisas em controle. Naquela escola eles eram os únicos que podiam criar caso, ou outros não.

A hora de maior movimentação na mesa do café era quarenta minutos antes das aulas começarem. Nessa hora a grande maioria dos professores estava la, bem como a maioria dos alunos. Geralmente era nessa hora que as Damas desciam.

O burburinho na porta do salão era comum. Muita gente ficava apenas esperando elas aparecerem, mas as exclamações de surpresa naquela manhã eram tantas que obrigaram os Marotos a se levantarem para verem melhor o que estava acontecendo.

A princípio eles não entenderam a causa da agitação, mas Remus foi o primeiro a dar um sorriso de canto de lábio.

-Elas inovaram de novo... –ele comentou tranqüilo.

-O que você quer dizer com isso? –Sirius perguntou sem entender.

-A Lily tem belas pernas, você não acha James? –Remus provocou.

James estava a ponto de xingar Remus quando seu olhar caiu nas pernas de Lily. O que elas estavam pensando?

Essa era a causa de toda a comoção. Os sapatos! Enquanto todas as meninas usavam o discreto (porém nada atrativo) sapato da escola as Damas usavam outros sapatos. E não qualquer sapatos. Eles podiam não ser grandes entendidos em moda, mas davas para ver de longe o quão caro aqueles sapatos eram.

Lily usava meias 7/8 negras, o que parecia alongar as pernas dela e um sapato boneca com um salto. Marizza usava uma bota de cano longo e Oliva uma de cano curto, como Nora. Já Paloma usava uma bota que não chegava a ser 7/8, mas que cobria seu joelho.

-O que elas pensam que estão fazendo? –James falou indignado.

-Não se preocupe, James. –Sirius falou com um sorriso maldoso –A professora Portman vai acabar com isso...

James seguiu o olhar do amigo e viu a professora indo na direção das cinco. Sorriu satisfeito. Da professora Portman elas não podiam escapar.

-Que vocês se acham as donas da escola todos já sabem. –a professora começou irritada –Mas isso é um abuso sem tamanho. Vocês acham que isso é o que? Uma passarela para vocês?

-Nós não temos a mínima idéia do que você esta falando. –Nora falou tranqüila.

-Bom, caso você seja tão estúpida quanto eu sempre pensei, senhorita Carter, eu vou me explicar melhor. –a mulher falou irritada –Os sapatos de vocês.

-Eu sei que são lindos, professora, mas infelizmente você tem que ser uma pessoa de classe para usá-los, coisa que você não é. –Marizza respondeu sorrindo, de forma falsamente inocente.

-Essa escola tem um uniforme! –a professora lembrou, perdendo cada vez mais a paciência.

Vários alunos haviam se juntado para ver a conversa mais de perto. O nível das vozes ainda era baixo o bastante por isso nenhum outro professor podia ouvir a troca de insultos entre elas.

-Nós sabemos disso muito bem, professora. –Lily falou tranqüila –Nós usamos uniforme completo, como você pode perceber. Os sapatos também estão de acordo com o uniforme. –a ruiva informou.

-Como assim? –a professora pediu, incrédula.

-Aqui no livro de regras da escola. –Lily falou tranqüila, entregando o manual para a professora –A escola tem sim um uniforme obrigatório que nós usamos exatamente como está especificado. Mas não há especificações para sapato. Apenas que tem que ser sapato fechado e preto. Como você pode ver nós atendemos as duas especificações, portanto, não há problema nenhum. –a ruiva concluiu tranqüila.

A professora não respondeu, apenas começou a procurar desesperadamente pelo manual e viu que de fato Lily estava certa. Não havia nada que ela pudesse fazer.

-Uma hora vocês vão cometer um erro. –a professora avisou –E quando isso acontecer eu vou estar la esperando pra pegar vocês.

-Estaremos esperando de braços abertos, queridinha. –Olivia falou com um sorriso ácido.

A professora levantou o queixo e saiu dali com o máximo de dignidade que pôde salvar.

-E elas vencem mais uma vez... –Peter comentou rindo levemente.

-Deixe eu descobrir exatamente o que elas quererem, Peter. –James prometeu –Depois disso elas não vão mais ganhar nada por aqui...

XxX

O dia do jogo da Lufa-Lufa contra a Sonserina logo chegou. A escola estava animada, como sempre em dia de jogos. As Damas geralmente não assistiam aos jogos de outras casas, mas hoje era um dia especial por vários motivos. Elas tinham que estar la.

Após o café da manhã Paloma estava em um dos vestiários retocando seu batom quando um grupo de Lufa-Lufas entrou ali. Ela analisou as quatro meninas pelo espelho até reconhecer seu alvo: Mary Helen Ambrouse. A garota era loira e tinha lindos olhos verdes, a pele parecia porcelana branca, levemente rosada nas bochechas. Mas sua beleza era facilmente escondida por ela mesma. Ela se vestia com um uniforme largo e que se ajustava terrivelmente a ela. Os cabelos precisavam seriamente de uma hidratação e de uma escova e também tinha aqueles óculos horríveis que ela usava, fundo de garrafa. Mas Paloma sabia ver por baixo disso tudo. Ela sabia que ali havia uma linda garota se escondendo do mundo. O que era bem conveniente para ela no momento...

Para a sorte de Paloma a garota estava com o cabelo preso. Isso iria facilitar a aproximação. Sem deixar que ninguém a visse Paloma apontou a varinha para a garota, um feitiço murmurado foi o bastante para fazer o elástico que prendia os cabelos de Mary Helen arrebentar.

-Ah não... –a garota reclamou baixinho.

-O que foi? –Paloma perguntou de forma simpática.

As Lufa-Lufas pareceram espantadas por Paloma estar falando com elas. Duas das meninas olharam com hostilidade para Paloma, que as ignorou.

-Meu elástico de cabelo arrebentou... –Mary Helen respondeu hesitante.

-Eu tenho outro aqui na minha bolsa. –Paloma falou –Você gostaria de pegar?

-Eu não quero incomodar...

-Não é incômodo. –Paloma falou tranqüila –Vem. –ela puxou a garota para a frente do espelho. Ela tirou um elástico e uma escova de cabelo de dentro da bolsa.

O elástico de cabelo que Paloma pegara era bonito. Tinha uma flor de strass presa nele.

-Que lindo. –Mary Helen falou admirada.

-É seu. –Paloma disse calma.

-O que? –a garota estava surpresa –Não, eu não...

-É sim, deixa disso. –Paloma insistiu –Toma, escova o cabelo antes de prender.

A garota aceitou hesitante a escova.

-Quer que eu segure seus óculos? –Paloma ofereceu.

-Ah...Acho melhor... –a garota deu o óculo para Paloma.

Paloma observou a garota escovar o cabelo, suas mãos pareciam tremer. Ela não devia enxergar nada bem sem os óculos. Assim que ela terminou de prender os cabelos Paloma sorriu para ela e devolveu os óculos.

-Aqui esta.

-Muito obrigada, senhorita Parker.

-Por nada, Mary Helen. –Paloma falou pegando sua escova e saindo de la.

-Ela sabe meu nome. –a menina exclamou impressionada.

Paloma sorriu maldosamente ao sair no corredor, enquanto tirava os cabelos loiros da escova e guardava no bolso.

XxX

Amos Diggory era o capitão do time de quadribol da Lufa-Lufa. Bonito, mas do tipo com cara de bebê. Cabelos castanhos cacheados e olhos também castanhos. Era o garoto de ouro da Lufa-Lufa e do papai também.

As Damas nunca tiveram nenhum problema em particular com ele. Ele apenas tentara ser mais esperto do que deveria ao redor delas e precisava aprender que quem fazia isso não escapava.

Havia sido assim desde que elas se tornaram as Damas. O terror fora necessário para se impor. Robispierre dissera isso na época louca da Revolução Francesa. Elas fizeram uma revolução, elas usaram o terror. Todos os alunos foram pegos de surpresa naquele quarto ano. Ninguém esperava por aquilo, ninguém nunca entenderia o que houve naquele ano...

Amos havia se dirigido aos vestiários antes que seus colegas de time. Ele sempre fazia isso. Era o único lugar que ele tinha um minuto de paz para fazer o que era necessário.

Ele tirou a pequena pílula que estava escondida dentro da costura de sua camiseta. Keiko lhe vendia aquelas pílulas. Sem elas ele não teria um desempenho tão bom, ele não faria seu pai tão orgulhoso quanto ele fazia.

Ele engoliu a seco o remédio. Sabia que logo começaria a fazer efeito.

-Como vai capitão?

Amos virou-se na direção da voz sedutora. Ele mal podia acreditar nos seus olhos. Por Merlin, quem era aquela garota? Ele nunca a tinha visto por la, mas ela era certamente maravilhosa, e usava um cachecol da Lufa-Lufa. A menina era loira, de olhos verde e pele branca como leite, tirando as bochechas levemente rosadas. Ela tinha um ar matreiro, mas inteligente por causa dos óculos de armações modernas que ela usava. O corpo também era perfeito. A cintura era delgada, os quadris e os seios fartos e ela não tinha problema nenhum em mostrar isso, com as roupas que usava: uma calça jeans super justa e uma regata que deixava sua barriga de fora.

-Olá. –ele sorriu para ela, o mais charmoso que pôde –O que você esta fazendo perdida por aqui?

-Vim desejar boa sorte ao meu capitão. –ela respondeu com um sorriso provocativo –E propor um brinde. –ela falou revelando a garrafa de champanhe que ela estava escondendo atrás das costas –A vitória que será certamente nossa.

Amos sorriu ainda mais. Aquela garota era incrível.

-Álcool antes do jogo não me parece uma idéia muito boa... –ele falou, não muito convincente.

A garota sorriu mais uma vez se aproximando dele.

-Eu tenho certeza que para um cara forte como você não vai fazer diferença um golinho.

Amos sorriu confiante.

-Não mesmo.

Ele pegou a garrafa e estourou o champanhe, o que fez a garota soltar um gritinho animado.

-Á Lufa-Lufa. –ele falou fazendo um gesto de brinde com a garrafa, antes de beber ali do gargalo mesmo.

-Á sua saúde... –a garota completou com um sorriso cruel, enquanto o via dar um longo gole da bebida.

Amos tirou a garrafa da boca com um sorriso satisfeito. Aquele champanhe era do bom. Foi ai que ele sentiu a sensação de tontura. Sua cabeça rodou e o ar desapareceu de seus pulmões. Ele se sentiu fraco e desabou no chão, mas ainda estava meio consciente.

-Pobre Diggory... –a garota falou ajoelhando-se ao lado dele –Sabe o que é isso, meu amor? É uma overdose. Por causa da droga ordinária que você tomou e misturou com álcool. –ela falou tranqüila, enquanto o virava de barriga para baixo e afrouxava a gola da camisa dele (n/a: esse é um dos procedimentos básicos em caso de overdose, por isso ela ta fazendo isso) –Não se preocupe, eu acho que você não vai morrer... –ela respondeu tranqüila –Mas pelo menos você vai aprender que com certas pessoas não se brinca... –ela se levanta –Até mais, Diggory...

Ela limpou a garrafa com um pano, mas deixou-a ali caída ao lado de Amos e saiu caminhando tranqüilamente. Podia ser que Diggory tivesse ouvido ou não o que ela havia dito. De qualquer jeito, elas estavam vingadas.

A garota caminhou tranqüilamente até uma das estufas de Herbologia. Ao entrar la ela deparou-se com quatro Damas esperando por ela.

-Como foi? –Paloma perguntou tranqüila.

-Exatamente como planejado. –a loira respondeu tranqüila. Seu cabelo começava a mudar de cor.

-E o Diggory? –Lily perguntou.

-Deve estar vivo ainda. Eu vi o batedor dele a caminho do vestiário quando eu estava vindo pra cá.

-E ele aprendeu a lição? –Marizza perguntou maldosa.

-Se ele não tiver aprendido... –ela falou retirando os óculos –Nós sempre podemos visitar de novo. –Nora sorriu cruelmente ao se livrar dos últimos vestígios de Mary Helen que havia em si.

-Eu devo dizer que mais uma vez você fez uma escolha brilhante, Paloma. Ninguém nunca iria pensar que uma loira daquelas pudesse ser a insossa da Ambrouse. –Olivia elogiou.

-Bom, seu plano também foi ótimo Olivia. –Paloma cedeu –Afinal foi você quem lembrou que o Amos usava aquele remédio e que tinha um jogo logo...

-Bom, podemos falar com certeza que tudo foi perfeito. –Lily falou tranqüila –Riscar o nome de Amos da lista e pular para o próximo.

-E quem seria o próximo? –Marizza perguntou curiosa.

Lily sorriu maldosamente.

-Meu querido sonserino...

XxX

-O que você disse? –James perguntou em choque.

-Diggory vai ser expulso da escola. –Remus repetiu tranqüilo.

Os três marotos olharam em choque para o amigo monitor. Eles estavam na sala comunal Grifinória, enquanto um jogo de quadribol era para estar supostamente acontecendo. Aparentemente não haveria jogo nenhum.

-Ele foi achado por um dos batedores dele tendo uma overdose no chão do vestiário, antes do jogo. –Remus informou –Descobriram que ele vinha usando um tipo de remédio como estimulante para jogar melhor. O jogo de hoje foi cancelado e a vitória dada para a Sonserina...

-Cobras idiotas. –James resmungou.

-Como o Diggory foi dar uma furada dessas? –Sirius perguntou debochado.

-Ele ainda não esteve exatamente acordado para dizer alguma coisa. –Remus falou –Mas ele falou umas coisas sem sentido sobre "uma garota Lufa-Lufa, loira, de pele muito clara e muito gostosa" ter dado a bebida pra ele.

-Não é preciso ser um gênio pra saber que essa garota não existe, pelo menos não na Lufa-Lufa... -Sirius falou tranqüilo.

-Se ela tivesse pele morena dava pra desconfiar da Rogers, mas como ela tem pele clara... –Peter falou.

-Não da pra confiar nelas, Peter. Se elas quisessem fazer algo contra o Diggory elas não poupariam esforços para passarem desapercebidas. –James lembrou.

-James, deixe as cinco em paz. –Remus pediu revirando os olhos –Elas não tinham motivo pra fazer uma coisa desse tipo com o Diggory. (n/a: eles não sabem da história delas com o Diggory)

-Desde quando elas precisam de motivo? –James teimou.

Remus bufou.

-De qualquer jeito... –James fez um gesto de descarte com a mão –Eu acho que nós já demos folga o bastante e esta na hora de descobrir o que estava nos incomodando antes.

-O que? –Peter perguntou confuso.

-Quem é o caso da Evans e como nós podemos usar isso em nosso favor... –ele falou com um sorriso cruel.

XxX

Na noite seguinte Peter, em sua forma animaga segui Lily pelos corredores a pedido de James. Eles já haviam tentado descobrir quem era o sonserino pelo Mapa do Maroto, mas Lily sempre sumia do mapa nas ocasiões dos encontros, então eles logo souberam que ela ia se encontrar com o tal na sala precisa.

A ruiva andava calmamente pelos corredores, cantarolando uma música qualquer. Ela caminhou até o sétimo andar, antes de passar três vezes de um lado para outro na frente de uma parede, onde logo uma porta surgiu. Ela entrou na sala e Peter seguiu-a para la.

A sala estava com a aparência de um quarto simples, sem grandes decorações. Apenas uma cama simples de casal e uma poltrona onde a ruiva se sentou aguardando calmamente.

Nem cinco minutos depois a porta se abriu e por ela entrou um rapaz que parecia um tanto apressado. Ele era magro, mas de um jeito elegante e porte aristocrático. Ele tinha cabelos loiros, muito claros, quase prateados, e olhos azuis frios como gelo.

Peter viu, com espanto, Lucius Malfoy ali.

-Se é pra você atrasar, não me chame. –Lily censurou, fria.

-Eu tive um problema. –ele respondeu com seu jeito frio.

-Problema seu. Eu não estou aqui ao seu dispor. –ela falou levantando-se e dirigindo-se para a saída.

-Espera. –ele segurou o braço dela –Você não vai me fazer implorar vai?

Um sorriso satisfeito apareceu no rosto de Lily.

-Não seria má idéia... –ela falou encarando-o.

-Você gosta de me fazer sofrer. –ele reclamou.

-Você merece. –ela falou fria –Pelo o que me faz passar me chamando de sangue-ruim na frente de todos.

-Eu tenho que disfarçar. –ele argumentou.

-Não me interessa. –ela retrucou fria.

-Por favor, Lily... –ele falou a contragosto.

Peter mal podia acreditar no que ouvia ali escondido.

-Por favor o que? –ela exigiu.

-Por favor fique aqui comigo. –ele repetiu com desgosto.

-Esta melhorando. –ela falou com um sorriso travesso.

Ela caminhou mais uma vez na direção da poltrona e sentou-se la tranqüilamente, cruzando a perna de forma provocante.

Lucius caminhou até ela, um desejo insano estampado em sua face. Lily tirou os sapatos de forma preguiçosa. O sonserino ajoelhou-se diante da ruiva (e nessa hora Peter quis rir) e beijou o joelho dela.

-Você é tão maravilhosa... –Lucius murmurava contra a pele dela, enquanto tirava uma meia que ela usava –Eu não consigo ficar sem você...

-Fala mais... –ela pediu, na verdade mais mandou, enquanto as mãos mergulhavam no cabelo dele.

-Você é perfeita... –ele murmurou puxando a outra meia dela –inteligente... –ele descruzou as pernas delas e calmamente deslizou as mãos pela coxa dela –bonita...

Lily riu quando ele beijou o seu pescoço.

-Continua. –ela exigiu dessa vez.

As mãos dela foram para a camisa dele, que ela não teve dó nenhum em rasgar e lançar longe.

-E eu estou aos seus pés. –ele falou mordiscando o queixo dela.

Lily deu uma gargalhada que chegava a ser cruel.

-Então tira essa gravata ridícula. –ela falou arrancando a gravata verde e prata que ele ainda tinha em volta do pescoço –E usa a que mostra a quem você pertence. –ela falou enquanto colocava a própria gravata vermelha e dourada em volta do pescoço do loiro e apertava bem o nó.

Ela puxou-o para mais perto pela gravata e o beijou de forma violenta. Ele estava tão perdido nela...

Uma hora mais tarde Peter entrou correndo no dormitório que dividia com os amigos.

-Vocês não vão acreditar no que eu vi!


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Notas finais do capítulo

Comentem, por favor!

B-jão