Strange escrita por NessAlgumaCoisa


Capítulo 1
Been to hell


Notas iniciais do capítulo

Bom ai esta o primeiro cap. Sejam boazinhas é só o primeiro hu hu u-u

Enjoy!!



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Novamente, posso ouvi-los, eu posso senti-los sussurrando em meus ouvidos, e me aturdindo, não consigo dormir, nem mesmo um cochilo, as vozes continuam falando, elas não se calam elas não querem parar de me amaldiçoar por não tê-los salvo, mas oque eu poderia fazer simplesmente chegar e dizer:

" Cancele sua viagem a casa de sua sogra, no caminho o carro irá capotar, e nem você e nem sua esposa sobreviverão"

ou dizer:

"Termine com seu namorado estrangeiro, ou ele te estuprara no próximo encontro de vocês".

Não é fácil, nem pra mim nem para ninguém, estar comigo é a mesma coisa que estar junto da morte.

Mas mesmo assim, eu queria alguém que se importasse que se preocupasse comigo, um pouco de amor e carinho, de atenção não iria te ferir, nem mesmo te matar.

Mas o engraçado é que eu quero e não quero as pessoas comigo, é algum tipo de psicologia reversa, ou seja, lá oque for.

Sou um monstro, uma aberração, uma ameaça ao ciclo da vida das pessoas, todos temos nossa hora, certo? Mas se eu deixo esse ciclo acontecer, as vozes me atormentam, as vozes daqueles que eu não pude salvar.

Vejo no meu celular, 5-30 da manhã e eu ainda não dormi.

Livrei as cobertas de meu corpo e decidi tomar um banho gelado.

***

Afundei na banheira gelada, uma sensação ruim no inicio, mas depois gostosa, confortável e ao mesmo tempo o contrario, lavei os braços, as pernas os cabelos curtos e pronto, fiquei de molho na banheira devaneando sobre tudo. As vozes ainda clamavam aos meus ouvidos.

Banho, é derivado de pensar, é onde as pessoas mais pensam, mais refletem sobre a vida, sobre seus atos... É doloroso, mas ao mesmo tempo bom para nós mesmos.

Fiquei por um bom tempo olhando para o nada e a boca semiaberta, então me lembrei de como é bom estar de volta para casa, passei o ultimo ano internada no hospital psiquiátrico ou como todos chamam hospício, por causa de meu "dom", meus pais alegam tê-lo feito por que me amam, mas na realidade queriam ficar o mais longe de uma filha problemática que era julgada por todos a sua volta, após muitas pesquisas e tratamentos e os médicos sempre, sempre dizendo que eu não tinha nada de anormal, mas mesmo assim eu continuei lá. Mas agora eu voltara para casa, meus pais pagavam um apartamento para mim, apenas para me manter longe.

Era uma vida difícil, mas suportável....

Por mais que seja difícil segurar as lágrimas, eu não tenho um coração de pedra, ele bate, e me machuca, saber que os próprios pais não te amam, não te querem por perto, dói de mais, lágrimas solitárias açoitavam meu rosto docemente convidando outras a descerem, e assim caem mais e mais até eu não conseguir enxergar direito.

Não lute contra elas, as lágrimas podem nos livrar de um grande peso, encaro as lágrimas como uma forma de libertação e expressão, minhas lágrimas caem, mas eu não me importo, por que eu sei que faz bem.

Sai da banheira, me sequei e me enrolei na toalha, as vozes agora estão mais silenciosas, oque é bom, não me trazem tanta dor de cabeça. Voltei ao quarto e fui em direção do closet.

Vesti um vestido floreado, um cardigã cinza uma leg e um tênis all star branco, peguei minha bolsa laranja com meus materiais, olho a hora no celular, 6:53 da manhã, minha aula começa as 7:30 então vou tomar café da manhã na padaria aqui perto, eles devem estar abrindo agora... Quando abro a porta vejo meu irmão Johnny

Um rapaz alto, de cabelos laranjas exóticos como os meus e os olhos laranjas também, ele usava uma blusa de de mangas cumpridas cinza e um colete preto sem mangas com alguns bottons, e uma calça jeans e seus fones de ouvido.

Ele era meu irmão mais velho, ele me cuidava e me dava carinho por mais que eu muitas vezes estivesse afastada ele continuava ali ao meu lado, era bom tê-lo por perto por mais que eu diga ao contrario, eu só não quero que deem muita atenção para mim... Por que sei que posso lhes dar a pior notícia de suas vidas.É engraçado que penso isso, mas na realidade eu penso também que preciso ter alguém por perto... Para me impedir de fazer bobeiras... Sou o tipo de pessoa que aprende depois de errar feio.

–Mana... Quanto tempo estava com tantas saudades saudades!- disse enquanto me abraçava quase quebrando minha coluna.

–Ai.- disse um tanto sem emoção... De manhã cedo... Sem dormir a três dias... Minhas funções motoras e emocionais não estavam e perfeito estado...

–Deixe de ser tão fria e me abrace logo- disse se irritando, enlacei sua cintura depois deu um longo abraço (Não posso dizer que não foi bom nem que não tive saudades.) Ele suspirou e segurou meus ombros.

–Como cresceu...- disse olhando-me de cima a baixo.

Bem... Isso me era evidente... Um ano longe... As pessoas mudam.

–Vim ver se estava bem, e se não quer tomar café da manhã junto comigo?- perguntou

–Tudo bem. – fechei a casa e seguimos para o lado de fora do prédio.

–Então oque tem feito nesses últimos anos?

–Ah nada de mais, eu e Félix montamos um estúdio de gravação, ficou realmente incrível.

-Que bom. Já tem em média quantos clientes?

–Ah umas 5 bandas amadoras e em média 12 que gravam sozinhos, é um trabalho interessante...

–Legal, nem sabia que tinha tanta gente interessada em música em Amoris city.

-Nossa Anne, você cresceu de mais.- disse encarando-me novamente.

–Tinha que crescer.- Era verdade, eu estava quase do tamanho do meu irmão e ele é muito alto, ele tem em média 1 metro e 95 cm de altura, e eu tenho 1 metro e 72 ou 78 cm no máximo, era engraçado que por mais que sempre fui a mais alta quem sofria bullying na escola era eu...

–Por que já estava pronta pra sair quando eu cheguei?- perguntou ele.

–Hoje começam as aulas.

Ele ficou meio aturdido no inicio, mas  sua expressão me dizia que estava preocupado.

–Anne... Você tem certeza disso?

–Tenho qual seria o problema?- ele levantou as sobrancelhas, num ato de ironia.

–Tudo bem, está certo que a escola é um inferno pra mim desde sempre, mas eu já cansei de ficar sentada mas eu não aguento mais o pai e a mãe dizendo que eu tenho que estudar em casa para "evitar ser agredida" muito que eles se importam, quero mostrar que estão errados. – disse nervosa.

–Tem certeza?- perguntou e eu assenti.

–Só não quero saber de problemas em relação a... Você sabe.- disse ele beijando minha testa e ignorando o fato de ter esnobado nossos pais... Mas bem ele conhecia bem essa "novela".

Seguimos o resto do caminho em silencio oque era bom, por mais que eu ame meu irmão, ele era curioso e preocupado de mais as vezes, e acaba sendo irritante.

Respirei fundo e entrei na padaria.

Sentamos em uma mesa alta para duas pessoas perto da janela que dava visão para a rua que começava a ficar mais movimentada, olhei no relógio de parede do lugar ,7:00.

Daria tempo de comer algo e beber um chocolate quente.

–Bom dia. – disse uma garçonete loira, num tom ríspido e mal-humorado.

–Bom dia. - disse meu irmão.

– Oque vocês querem?- perguntou, ela não só parecia mal-humorada como realmente estava. 

–Eu vou querer um pão de queijo e um cappuccino grande. E você Anne?

–Um misto quente e um chocolate quente.

–Mais alguma coisa?- disse a garçonete enquanto acabava de anotar os pedidos com desgosto.

–Não obrigada.- disse meu irmão sorrindo.

Em menos de cinco minutos nossos pedidos chegaram.

Beberiquei devagar meu chocolate, bem amargo do jeito que eu gosto.

–Anne... Você...Ainda ouve... As ...

–Vozes, sim eu as ouço não consigo dormir a quase 3 dias seguidos desde que eu soube que voltaria para casa elas berravam e me faziam ter enxaquecas terríveis.- disse fria.

Ele suspirou fundo e deu um gole em sua bebida.

–Eu realmente fico preocupado com você Anne por que não me telefonou não me disse que já tinha voltado, eu só soube quando eu perguntei a mãe sobre você! Sério Anne, o que que você tem na cabeça, ficar sozinha numa situação dessas, não se esqueça de que você tem só 17 anos, não é uma adulta, não tem a cabeça muito certa das ideias, então eu preciso, PRECISO que você me fale oque sente, que confie em mim, e que me ligue pra qualquer coisa, eu me importo com você e muito, e nem me venha com seus protestos estúpidos, por que sim, você merece minha atenção, você merece ter alguém que se importe com você e sim eu prefiro passar meu tempo com você, do que com outras pessoas, você é minha irmã! Não esqueça pode confiar mim tanto quanto confio em você.

Nossa. isso foi um choque, sem que eu consiga segurar uma lágrima solitária passeia pelo meu rosto.

–Ei, não chora, faço isso por que te amo, e quero te ver sorrindo.

Eu apenas o abracei forte. Ele riu baixinho e me abraçou de volta.

–Que tal sorrir e tirar uma foto para marcar essa volta!" – disse todo animado.

–Não começa.

Ele pulou pro meu lado tirou o celular do bolso e tirou uma foto, ele olhou mas eu tinha botado a caneca preta com meu chocolate na frente do meu rosto.

–Ah Anne por favor só uma, só essa e depois nunca mais te peço uma foto.- disse com uma cara... Que não pude recusar afinal, não era todo dia que sua irmão mais nova voltava de um ano no inferno.

–Tudo bem, mas só uma.

Ele tirou outra, dessa vez ele botou a língua para fora, e eu ri com isso, olhamos a foto e estava ele com a lingua de fora e eu rindo, até que ficou bonita.

-Viu como fica linda quando sorri, deveria faze-lo mais vezes.- disse apertando minhas bochechas.

–Ah me larga detesto isso!- disse rindo e batendo na cara dele de leve, claro, era só brincadeirinha.

Olhei de relance para o lado de fora e vi um ruivo passando e sorrindo de canto enquanto olhava a minha situação. Era Castiel, ele estudava na mesma escola que eu fomos colegas no primeiro ano do Ensino Médio, mas passou um ano e agora estamos indo para o último ano.

Eu e meu irmão acabamos de comer e conversamos e até rimos, mais o meu irmão do que eu, ele olhou a hora e ficou pálido.

–Estou atrasado pro trabalho.- falou estático.

– E eu pra aula, até mais tarde Johnny.- disse pegando minhas coisas.

–Tudo bem, até depois. – disse beijando minha testa e correndo para fora. Arregacei as mangas do meu cardigã e segui em direção a escola que não era muito longe dali, peguei os fones de ouvido e ao som da musica Imagine do John Lennon.

Cheguei na frente da escola que aproposito era enorme.

Bem vinda ao inferno.”


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Notas finais do capítulo

Bom meninas espero que tenhma gostado hehe

bjuuus e até os próximos caps !!