Porque Ninguém Precisa De Um Namorado escrita por Amélie Poulain


Capítulo 15
Eu devo ter feito algo certo


Notas iniciais do capítulo

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Hey - Pixies ♥
Must Have Done Something Right - Relient K♥



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  No término das aulas, fui à busca do armário de Will Bloom. Agradeci bastante por ele não está lá, assim poderia fazer meu trabalho com tranquilidade. Busquei em minha bolsa a carta, e assim eu a coloquei nas brechas de seu armário e corri para longe. Desejava que ninguém me notasse aumentar as suspeitas nunca foi algo afável para minha em devidas situações. Às quinze horas em ponto percebi que eu não tinha mais coração e retirei-me do colégio para minha casa. Dane-se 4320.

  Minha bicicleta estava no seu lugar de costume. Não me incomodei de não ter ido me despedir de Jeremy ou outra pessoa. Apenas almejava um lugar onde poderia repensar em minhas atitudes e ver se realmente estava agindo como a Marni que eu era. Pedalei em uma velocidade que desconhecia em mim, embora quisesse chegar em casa, não pensei que esse desejo fosse tão importante. 

  Catei as chaves de casa em meus bolsos da calça jeans e abri a porta. Eu sorri por aquele ser o único lugar onde tinha tranquilidade. Deixei a bolsa cair no chão sem preocupar-me, joguei os tênis em qualquer lugar e deitei-me no sofá. Encolhendo-me e abraçando meus joelhos, senti as lágrimas escorrerem pela minha face. O céu azul já fora coberto por uma pesada cortina cinza de chuva, notei que permanecia mais depressiva. Perto de mim o celular vibrava sinalizando que havia alguém ligando para mim, porém eu estava desligada do mundo.

  Permanecendo naquela situação, passaram-se uma, duas, três horas. Metade mim insistia para continuar daquela forma, sofrendo em silêncio por um sentimento não recíproco. Porém que adianta me declarar para Will sabendo que ele está apaixonado por outra, ou pelo menos tem que fazer esse papel por ética? Ver-me com a vilã de uma história nunca pareceu mais confortável, aquele deveria ser o meu final, mesmo que não feliz. Aprender com meus erros e não criar muitas expectativas por um garoto.

  Empertiguei-me do sofá e subi as escadas em direção ao meu quarto. Forcei um sorriso mesmo que doesse e olhei ao meu redor. Meu quarto repleto de cartazes do Lonely Hearts Club e pequenas peculiaridades sobre o amor e namorados. Enxuguei as lágrimas na manga da camiseta e tentei fechar a ferida. Recolhia com delicadeza cada cartaz sobre amor, garotos ou namorados. Em meio aquela confusão vi minha foto com Jeremy, fiz questão de pegá-la e rasgá-la em pedaços.

  Um cartaz ali e outro pôster no canto, organizei todo aquele “lixo” em um caixa, descia as escadas com cuidado pois pela quantidade de coisas que carregava minha visão estava sendo tampada. Atravessei a porta principal e fui em direção ao lixo colocando tudo aquilo em seu lugar. Limpei minhas mãos em minhas vestes e lá em meus lábios um sorriso.

  Poderia ser tarde, ou oito horas como marcava em meu relógio de pulso. Embora eu não tivesse coragem, eu teria que terminar com toda aquela confusão que causava-me tristeza. Com o cabelo desgrenhado e o rosto todo manchado, eu marchei para a casa de Jeremy. Eu comecei a correr sentindo a minha motivação voltar, seria a Marni verdadeira voltando a habitar meu corpo? Olhei para as estrelas em cima de mim, lembrei que foi em uma noite dessas que chorava descontroladamente por Will Bloom ter me deixado esperando sozinha.

  {...}

  — Jeremy está? — perguntei ao pai de Jeremy. Ele coçou o queixo como estivesse escolhendo suas palavras.

  — Marilyn, não é? — ele perguntou.

  — Não, sou Marni. — eu sorri, uma vez que só me conheciam como Marni.

  — Ah, tudo bem eu acho — ele sorriu. —, Jeremy está lá em cima no quarto dele... — nem esperei o pai de Jeremy terminar de falar e fui correndo para lá, quanto mais rápido fosse, melhor.

  Estranhei de inicio, barulhos estranhos ecoavam pelo lugar enquanto aproximava-me mais do quarto de Jeremy. Batidas muitos fortes, sussurros e altos suspiros eram bastante visíveis para meu campo auditivo. O que poderia está acontecendo? Assustei-me temendo que algo de ruim pudesse está acontecendo com Jeremy. Quando cheguei bem próxima da porta, escutei Jeremy gritar e lentamente fui abrindo a porta.

  E claro que não esperava encontrar uma garota seminua com as pernas entre Jeremy na cama dele. Minha expressão que outrora demonstrava auto confiança e determinação, foi alterada  para uma de desespero e frustração.

  — O QUE DIABOS ESSA GAROTA ESTÁ FAZENDO AQUI? — perguntei gritando e logo atrai olhares dos dois.

   Pelo menos fiquei satisfeita que a garota correu com o lençol no corpo e as roupas feitos bolos nas mãos, evitando eu arrancar os cabelos loiros de sua cabeleira. Deixando para mim um Jeremy traíra Brandshaw canalha! Meu rosto esquentou de raiva e nunca senti tanta raiva correr pelas minhas veias. Queria socar a cara de Jeremy até ele perder todos os dentes da boca! Eu me aproximei e peguei um porta-retratos do criado mudo.

  — Jeremy, eu mereço explicações agora! — continuei me aproximando com uma posição ofensiva.

 — Marni, eu posso te explicar. Ela não estava fazendo nada! — ele tentou explicar mais logo atirei em sua direção o porta-retratos, que infelizmente não acertou-o. O mais irônico de tudo é que no porta-retratos havia uma foto minha. — Marni, tente se acalmar, eu posso explicar! — ele falou saindo de suas cobertas, exibindo só uma peça de rouba, um boxer.

  — NÃO ME CHAME DE MARNI! — gritei pegando outro objeto do criado mudo. — E SE VOCÊ NÃO TAVA FAZENDO NADA, O QUE PORRA ESTAVA FAZENDO COM AQUELA GAROTA? — continuei gritando e joguei um despertador de na direção dele.

— Calma, — ele disse desviando novamente do objeto. — estávamos apenas estudando...

 — Estudando o que? Anatomia? — gritei e chutei a canela de Jeremy que ousava se aproximar de mim.

 — Pára Marni! — ele reclamou pelo fato de ter chutado-o.

  Eu pigarreei e com um sorriso nos lábios.

  — Você gosta disso não é? — perguntou ele agora com um sorriso nos lábios.

  — Sai de perto de mim, senão grito! — avisei ao canalha que insistia se aproximando. E de uma forma que não consegui entender muito bem na cabeça, ele aproximou-se de mim tomando-me em seus braços, sendo que o infeliz não notou que daquela mesma forma, eu o chutei no pequeno Jeremy.

  Ele gritou e eu soltei uma gargalhada.

  — E antes que tente criar uma teoria para eu te perdoar, não crie. Está tudo acabado, Jeremy Brandshaw idiota traída de uma figa! — eu disse pegando de meu bolso aquela nossa foto em pedaços e jogando em sua face. — Adeus, idiota! — finalizei deixando o cômodo.    


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Notas finais do capítulo

COMENTEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEM! PLEASE! O QUE ACHARAM DO CAPÍTULO? BEIJOS :*