-Então,quem você pensa que é pra procurar brigas em Noxus?-Ela pergunta,com um sorriso sarcástico.

Essa pergunta me deixou confuso,mas falo:

-Como assim procurar brigas?E o que é Noxus?

Ela franze a testa e me encara.Sei que estou morto.

-Então você não estava mentindo sobre não saber quem você é?-Pergunta,tomando um longo gole do liquido escarlate que estava disposto em sua taça.

-Não,acordei na floresta em uma poça de sangue,e é tudo que eu me lembro.-Respondo,aliviado por não estar morto agora.

A menina ruiva estreita os olhos e não fala nada por muito tempo.Ela deve ter minha idade,mesmo eu NÃO SABENDO minha idade.Depois de um longo silêncio,eu falo:

-Obrigado.

Ela me olha com nojo,reprovação.

Eu não sei

Eu nunca sei o que dizer

Eu não sei onde estou

Eu não sei quem eu sou

A garota se levanta lentamente da mesa e me puxa pelo braço.Ela se dirige a um quarto,no segundo andar da mansão.Ela me solta dentro do mesmo,segurando a maçaneta.

-Vá se deitar!Não aguento mais ver seu rosto por hoje.-Ela diz

Quando ela estava prestes a fechar a porta,eu deixo escapar:

-Ei,espere!!Você ainda não me disse seu nome!!-Soou mais alto do que eu esperava.

Ela trava por um instante e responde:

-Isso não importa!Vá dormir,amanhã será um longo dia pra você.

Ela sai e fecha a porta.Fico parado por alguns minutos....O que ela quis dizer com “Um longo dia pra mim”?Penso nisso por alguns minutos,até que acabo caindo no sono devido ao cansaço do dia.

Acordo.Pássaros cantam do lado de fora da janela.Parecem ser umas oito horas da manhã.Me sinto tão bem após essa noite.Eu estava com um sorriso bobo no rosto,até que uma frase ecoou na minha cabeça e o destruiu.

“Um longo dia pra você”......Por algum motivo,essa frase me arrepia.Sinto meu corpo gelar por dentro.Do fundo do meu estômago,começo a sentir uma repulsa horrível,porém sei que tenho que levantar da cama.Visto minhas roupas e desço a escadaria que leva até o primeiro andar.Encontro a garota sentada na mesa,comendo frutas e tomando algo que parece ser suco de laranja.Ela me convida a sentar e começo a olhar em volta.Na mesa,estão cuidadosamente distribuídos pães,leite,frutas,sucos e um pouco do liquido escarlate que a garota estava bebendo ontem.

Eu estava muito enjoado para comer qualquer coisa,então só coloquei um pouco do liquido na taça para colocar gosto na boca. O cheiro do mesmo é repulsivo,mas tomei mesmo assim.Fiquei pior do que antes,além de enjoado,fiquei tonto,a mesa parecia girar á minha frente.

-Algum problema?-Pergunta a garota.Não consigo vê-la direito devido á tontura.

-...Não,tudo bem.-Tive que mentir,só iria resultar em mais problemas se eu dissesse a verdade.

-Ótimo,porque o seu longo dia vem aí.-Por um momento eu achei que ia botar meu estômago pra fora.Por que ela insiste em dizer isso?Me passa pela cabeça a ideia de contar para ela como me sinto,mas a ideia logo desaparece.Assim que ela acaba de comer,se levanta e me agarra pelo braço.Ela pega um cinto,no qual estão dispostas várias facas com vários tipos de pontas e lâminas,e o coloca na cintura.Logo depois ela pega uma lâmina do tamanho de um facão,e diz:

-Pega isso,vai precisar disso se quiser sobreviver aqui.-Ela diz,me entregando a lâmina e colocando em meu braço.

Logo depois ela abre as portas,ainda me puxando pelo braço,e se dirige para algo que parece ser uma cidade.Uma cidade rodeada pela essência da morte.Após um tempo caminhando,avistamos uma muralha,que separa algo que parece ser um campo de batalha do resto da cidade.A garota abre os portões,e,realmente,era um campo de batalha.Pessoas morrendo por todos os lados em confronto,manchas de sangue no chão e nas paredes.Acho que nessa cidade luta é considerada lazer.Eu provavelmente estava parecendo uma garotinha de oito anos assustada.Já a menina ruiva,parece estar acostumada,não pisca,não olha para os lados...parece nem respirar.Estávamos andando em frente,tentando chegar a casa de armas sem levar uma lança na cabeça,quando um homem com armadura nos parou.Pelo rosto da garota,era ele quem ela procurava.