Here Without You escrita por lawlie


Capítulo 27
Fracassado.




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Kakashi parou o carro em frente à casa de Hayate. Encostou a cabeça cansada no volante. Estava se sentindo um lixo, um idiota, um fracassado. E ele sabia que não estava nem um pouco a fim de ouvir os comentários dos amigos. Finalmente, ele resolveu sair do carro e ira até a casa do amigo.

 

Ele parou na varanda e tocou a campainha. Esperou um pouco e logo escutou passos se aproximando. Hayate abriu a porta e olhou assustado para um Kakashi melancólico, encostado na soleira.

 

- Você ta bem, Kashi? – perguntou. O garoto não respondeu. Apenas entrou na casa do amigo e se sentou no sofá. Logo, escutou Genma e Asuma desceram as escadas.

 

- O que aconteceu? – perguntou Asuma sem entender o porquê da tristeza do Hatake.

 

- Ele foi atrás dela. – sussurrou Genma. Asuma fez cara de espanto. Os três amigos permaneceram a encarar o prateado, na expectativa por explicações. Finalmente, Hayate se pronunciou:

 

- Onde está a sua garota?

 

- Eu falhei. – murmurou Kakashi com um fio de voz. Os amigos olharam preocupados para ele.

 

Kakashi se mexeu um pouco no sofá e o olhar dos três logo pairou numa mancha de sangue na camisa do Hatake.

 

- Por que tem sangue na sua camisa, Kakashi? – perguntou Genma, fitando o garoto de cima em baixo, temendo o pior.

 

- Ela está morrendo. – falou Kakashi com um nó na garganta. – Eu sinto isso.

 

- Kakashi, que diabos aconteceu?! – perguntou Hayate se aproximando dele.

 

- Eu sou um idiota! Não devia ter dito o nome dela! Agora ele vai matá-la... – uma lágrima escorreu de seus olhos, mas logo desapareceu do rosto de Kakashi.

 

- Quem vai matá-la, Kakashi?

 

- Eu fui até ela. – falou o garoto bem baixo. – Ela cortou seus pulsos... Estava sangrando! Por culpa daquele maldito homem! – a voz dele ia aumentando, assim como a expressão de ódio no seu olhar.

 

- Ela tentou suicídio? – perguntou Genma escandalizado.

 

- Aquele irmão asqueroso dela! Ele está conseguindo destruí-la a cada dia que passa...

 

- Kakashi...

 

- O irmão dela te expulsou de lá? – indagou Hayate.

 

- Sim. E me expulsou do hospital também.

 

- Kakashi, se acalme. Você ta com a cabeça quente... – falava Asuma.

 

- Não, Asuma! Eu não vou sossegar enquanto eu não tirar a Takari das mãos daquele monstro! Nem que pra isso eu tenho que...

 

- Não vá fazer nenhuma bobagem, Kakashi. – falou Hayate assustado.

 

Kakashi se levantou bruscamente do sofá e foi andando a passos largos até a porta.

 

- Eu só vim deixar o carro. Obrigado. – falou ele firme. – Esse assunto eu ainda tenho que resolver.

 

E então, o Hatake saiu da casa de Hayate caminhando velozmente pela rua. Asuma tentou ir atrás dele, mas foi impedido por Genma.

 

- Deixa ele, Asuma. Ele tem que esfriar a cabeça.

 

- Esfriar a cabeça?! Desse jeito ele vai acabar com a vida dele! – falou o Sarutobi.

 

- Ele tem que ficar sozinho. Não se esquece que ele é o Kakashi... Ele tem juízo...

 

- Eu não entendo o que essa garota fez com ele pra ele ficar desse jeito. – comentou Hayate.

 

- O Kakashi tá se metendo com quem não deve. Esses Uchiha são perigosos. – falou Asuma.

 

Os três amigos permaneceram em silêncio. Nenhum ousou falar mais nada a respeito de Kakashi. Depois de um tempo, Genma foi o primeiro a falar:

 

- Por onde você esteve, hein, Asuma? Você não ia nos contar?

 

- Eu estava por aí. – disse o Sarutobi com um sorriso indecente no rosto.

 

- Não me diga que você passou a noite com aquela patricinha... – falou Hayate arregalando os olhos.

 

- Eu estive nas nuvens, Hayate... amando... – disse Asuma pensando alto.

 

- Você ainda vai se meter em uma encrenca, sabia? – avisou Genma.

 

- E você já ligou pra ela hoje? – perguntou Hayate.

 

- Pra quê?

 

- Poxa vida! Como você é idiota! Pra dar sinal de vida, né?! A garota deve estar louca de preocupação, achando que você se esqueceu dela...

 

- O bom é que assim ela não me esquece... – falou Asuma gargalhando.

 

- Depois ela comete suicídio como a garota do Kakashi e eu quero ver sua cara de conquistador barato! – zombou Genma.

 

- Você é mesmo um canalha! Vai logo! Liga pra menina! Eu não acredito que você dorme com a garota e no dia seguinte não quer nem saber dela. – falou Hayate indignado.

 

- Ta bem... ta bem! Eu vou ligar... Mas agora, - falou ele sorrindo. – Vou deixá-la morrendo de amores por mais um pouco.

 

- Você não presta mesmo...

 

- x –

 

- Kakashi... – murmurava febrilmente aquela garota completamente cansada e evasiva de tantos sofrimentos.

 

Takari estava deitada na cama de hospital, se revirando a todo momento, talvez a presenciar delírios a respeito do garoto que a trouxera para lá. De praxe, ela recebera um calmante da equipe médica e tomava um soro na veia para evitar a fraqueza. Mas mal ela sabia que quem velava seu sono a seu lado não era seu amado, Kakashi, mas sim seu pior pesadelo, Fugaku.

 

- Kakashi... – continuava a delirar a garota.

 

O homem de cabelos negros se aproximou da frágil Takari. Olhou-a com desprezo e, logo em seguida, gargalhou assustadoramente, como sempre fazia a deliciar-se da cólera da menina.

 

- Sua melindrosa... – ria ele. – É tão patética que chega a chamar pelo nome daquele verme...

 

Ele se aproxima da cama de hospital que Takari repousava. Bem próximo da garota, ele encosta o dorso da sua mão na face da Uchiha. Takari abre os olhos assustada e desperta do efeito do calmante.

 

Seus orbes azuis se arregalam em pânico ao ver o monstro em forma de homem a seu lado. Ela tenta se mexer e escapar dali.

 

- Olá, doçura. – fala Fugaku no seu tom mais irônico. Takari fica sem voz durante um breve momento, até que finalmente, ela cria forças e rebate o meio-irmão.

 

- Fique longe de mim! – grita ela. – O que você fez com ele?!

 

Fugaku coloca a mão sobre a boca da garota, impedindo-a de falar.

 

- Caladinha, Taky-chan. – fala ele bem baixo. – Eu vou te levar daqui.

 

A garota revira-se por algum instante, tentando escapar de Fugaku. O homem olha duro para ela, ordenando rispidamente com olhar para que ela se aquietasse.

 

- Fique quieta! – ordena ele. Takari para de revirar-se. – Isso... muito bem. Agora me escute claramente. Aquele seu ridículo namoradinho foi mandando para bem longe. E ele não vai voltar mais. Sabe por quê? Porque ele viu que você era uma louca. E ele me disse que não quer mais nada com você. Agora, você vai ser levada para casa e vai ficar lá até você conseguir fazer o que combinamos. Você se lembra o que era?

 

Takari deixa uma lágrima solitária escorrer dos seus olhos. Morde o lábio tentando conter a vontade de chorar e balança com a cabeça, confirmando que faria o combinado.

 

- Que bom então. – fala Fugaku falsamente. – Agora, eu vou te dar uma semana, viu garota? Uma semana para você preparar tudo. E depois disso, você irá para Nova York e ficará lá para sempre, ouviu?

 

Takari balançou novamente a cabeça concordando com o que Fugaku dizia. Ela se via cansada de lutar. Estava se conformando, infelizmente, com seu destino separado de Kakashi. Ela suspirou profundamente.

 

- Eu não quero falar isso de novo, Takari. Você tem uma semana para se tornar a mulher que minha mãe queria que você se tornasse. E eu não quero atrasos.

 

A garota fechou os olhos. Não podia fazer mais nada, a não ser aceitar as imposições de Fugaku.

 

- Já volto pra te levar para casa. – diz ele saindo do quarto de hospital com a mesma cara rude de sempre.

 

Takari fitou desconsolada a janela de seu quarto. Não tinha mais nada a fazer. Apenas conformar-se com sua ida à fria Nova York.

 

-x-

 

Fugaku se dirigiu para recepção do hospital e encostou-se no balcão. Com aquele seu típico jeito rígido e prepotente, virou-se para a secretária:

 

- Eu vou levá-la. Eu não quero que minha irmã fique nesse hospital.

 

- Mas senhor, o recomendado pelos médicos é que ela fique aqui por pelo menos mais um dia... – interrompeu a secretária.

 

- Eles não irão me dizer o que fazer! Eu vou levar a Takari ainda hoje. Na minha casa ela receberá todo o cuidado que ela precisa. – falou Fugaku duramente.

 

- Não é recomendável... – continuou a insistir a secretária.

 

- Sou eu quem diz o que é recomendável para ela! – bradou Fugaku batendo furioso a mão no balcão.

 

A secretária se assusta e encara o homem com os olhos arregalados.

 

- Sim, senhor. – murmura ela.

 

- Muito bem. – fala Fugaku. – Agora eu quero acertar o que eu estou devendo.

 

- Senhor, mas antes, aquele garoto que trouxe a menina aqui deixou um bilhete para ela. Será que você poderia entregar?

 

Fugaku fechou mais ainda a expressão de seu rosto. Ele era o tipo de homem que gostava de ter toda situação controlada sob sua vontade. Adorava dominar as pessoas e fazê-las obedecer como cachorrinhos ensinados. E o que mais lhe irritava era a audácia daquele Hatake ao enfrentá-lo daquela forma. O garoto era corajoso, ele reconhecia isso. Contudo, coragem era o sentimento que o Uchiha mais menosprezava.

 

Um sorriso corrompido por uma cólera de ódio se estampou em seu rosto. Ele virou a encarar a mulher e falou rispidamente:

 

- Pode me entregar o bilhete.

 

A secretária revira alguns papéis e retira o recado que Kakashi escrevera para Takari. Entrega rapidamente para Fugaku, que olha com desprezo para a mensagem. Ele ergue a sobrancelha, com ar de descaso ao ler o que o Hatake escrevera. Depois disso, o Uchiha abaixa o olhar parecendo furioso e amassa o papel na mão.

 

- É um garoto incrível aquele. – comenta a secretária sorrindo. – Ele parece gostar dela.

 

- Você não sabe o quanto. – ironiza Fugaku entre os dentes sombriamente. O sorriso da mulher se apaga e percebe que ela falara algo não muito apropriado. – A conta.

 

A mulher logo se apressa a somar os gastos e logo entrega ao homem. O Uchiha tira um cheque da carteira e o assina. Depois disso, entrega rispidamente seu pagamento à secretária e sai novamente rumo ao quarto de hospital da meia-irmã.

 

No caminho, Fugaku amassa ainda mais o recado de Kakashi e o joga no primeiro lixo que vê pela frente.

 

- Esse garoto não perde por esperar. – ameaça ele, fazendo uma promessa para si mesmo.

 

Chegando ao quarto de Takari, ele nem se prontifica a bater. Vai logo entrando e assustando a garota que olhava tristemente os jardins por detrás da janela.

 

- Vamos logo! – ordena ele. – Apresse-se!

 

Fugaku estava irado com Takari e a olha com seu maior feitio de ódio. A garota, dada por vencida, senta-se na cama com dificuldade. Suspira por um momento a encarar o impaciente Uchiha, até que finalmente, ela arranca a agulha do soro que estava enfiada em sua veia do braço. As gotas que caíam cessam e lentamente mais um pouco e sangue escorre do furo que existia em seu braço. Takari sequer nota.

 

A cabeça da garota está pesada. Possivelmente, seria efeito dos calmantes que havia na solução. Uma vertigem faz sua mão ir ao encontro da sua cabeça dolorida e ela segura firme na beirada da cama para não cair. Ela estava totalmente dopada, tomada por uma moleza extrema.

 

- Eu não tenho o dia todo! – ralha Fugaku mais uma vez.

 

Takari então desce da cama e calça os sapatos com dificuldade. A garota tinha medo de cair mais uma vez, já que não estava suportando mais se equilibrar. Estava tão fraca que custava fazer qualquer movimento com os músculos. Ofegante, ela termina de se arrumar e se apóia encostada na parede, suspirando.

 

- Depressa! – brada o homem.

 

A garota tenta dar um passo, mas se sente mal, como se tudo rodasse dentro de seu cérebro. Fugaku sequer nota que a meia-irmã não estava bem e muito menos que ela não estava em condições de andar. Bruscamente, ele a segura pelo braço e sai arrastando-a do quarto de hospital.

 

- Largue de frescura! Vamos!

 

Eles vão saindo rapidamente do hospital e muitas pessoas lançam olhares curiosos para a maneira como Fugaku estava tratando Takari. Ele logo chega a seu carro, abre a porta do passageiro para ela e joga Takari violentamente lá dentro. Depois disso, ele vai para o banco do motorista e começa a dirigir.

 

A garota encosta a cabeça na janela e fecha os olhos apenas esperando aquela sensação de tontura passar. Fugaku dirigia velozmente querendo chegar em casa o mais cedo possível. Quando eles cruzassem o portão do mausoléu Uchiha, Takari tinha certeza que o meio-irmão seria mortalmente impiedoso com ela. 

 


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