(900) Dias Com Ela escrita por Sappho


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Brainstorm define.



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7 de dezembro de 2008. POV Emma.

Sabe aquela pessoa sem vida social que cria um fake pra ver se faz amigos? Foi o que eu fiz. Ela havia me adicionado 2 dias antes, no dia 5.

Nosso time havia acabado de ganhar o campeonato e quando entrei no msn comemoramos juntas. Eu fiquei encantada. Tipo amor à primeira vista, só que à primeira teclada.  Começamos a namorar no mesmo dia. E nos falávamos todos os dias dali em diante.

Daí juntamos os fakes, nos casamos. Ela era a minha Xena e eu era sua Gabrielle, mesmo que seja ao contrário na verdade.

O tempo começou a se passar, e a cada dia estávamos mais unidas, a cada dia éramos mais “uma”. Tinhamos um ditado: “First, Last and Forever.”

Mas quando você se torna uma com alguém, você precisa estar perto, se fundir com essa pessoa. E, por sorte, para tudo na vida existe google, inclusive pra você ir para uma cidade desconhecida.

25 de março de 2009

Sabe quanto existe algo na sua cabeça? A expectativa? O nervosismo? O medo de ser rejeitada? Então, eu não consegui dormir. Revirava na cama imaginando todas as cenas possíveis na minha cabeça.

Peguei o mapa, saí do colégio e subi no ônibus. Disse pra Mary que iria ver meu amigo, Jefferson, mas não fui.

Demorou para eu chegar lá, e ela estava me esperando na frente do shopping combinado. Blue Jeans, White shirt... Eu senti minha língua travar, o coração parar de bater...  Sabe aquele sonho bom demais pra ser realidade? Então. Primeiro achei que estivesse muito louca, por que eu não esperava por ela. Eu esperava por um tarado que fosse me sequestrar, mas resolvi correr o risco.

Mas... Nada, absolutamente nada pode descrever a sensação daquele abraço. Eu ali, toda idiota sem reação, com o uniforme do colégio sujo de ketchup e ela me abraçou tão forte que eu senti que podia morrer em seus braços, eu soube que podia, que iria feliz.

Eu já tinha tido outros relacionamentos, mas nunca senti aquilo. É uma paz inigualável. Mas, eu sempre fui a bobona do baile. Estava chovendo e demos algumas voltas no shopping, paramos pra tomar um sorvete, sentamos em uma mesinha na praça de alimentação, e depois do final do sorvete eu comecei a fazer bolinhas com o papel.

15 anos, uma criança grande. Mirava as bolinhas em seu decote, acertei algumas, sempre tive uma mira boa. Era uma idiotice, mas ela ria e aquilo... Ah! Aquilo era o mundo pra mim. Aquele sorriso, pra mim.

Andamos mais um pouco, ainda chovia. Regina tinha dito que se não estivesse chovendo ela me levaria ao parque que ficava ali próximo. Mas ficamos ali.

Ela me olhava, nos olhos, intensamente e eu era tímida demais, não conseguia sustentar seu olhar por muito tempo.

Eu queria beijá-la. Mas eu não podia, não com tanta gente ali. Não sem ela ter me dado autorização alguma.  E eu não sabia o que se passava na sua cabeça.

Eu nunca soube... E se eu pudesse ouví-la dizer, se eu pudesse perguntar alguma coisa seria isso.

Regina, o que você sentiu naquele dia? Quando me viu a primeira vez? Quando me abraçou como se não houvesse mais nada no mundo? Como se eu fosse o seu mundo?

Eu soltei seu cabelo, roubei o elástico pra mim. Ele tinha o cheiro do shampoo que ela usava. Pra começar pareceu bom pra mim.

Mas, como tudo o que é bom dura pouco, estava na hora de ir embora. Estava na hora de ir pra casa e me preparar pra maior surra de todos os tempos. Minha mãe ficaria puta e James, meu pai, ele surtaria se soubesse o que eu tinha feito por uma garota.

A volta pra casa foi dolorida, quando eu cheguei meus pais estavam no sofá da sala, me esperando, o que eu podia dizer? Bem... a verdade.

               -Eu... Eu preciso contar uma coisa, pra vocês... E antes de vocês brigarem comigo. Eu sei que já é tarde... Mas eu conheci uma pessoa... E... Eu teria contado a verdade, mãe... Você sabe como eu odeio mentir. Mas vocês não iriam deixar... Então eu fui, voltei e estou inteira.

Claro, que meu pai falou poucas e boas, preconceituoso do jeito que era, mas Mary já sabia e aliviou a barra.

Surpreendentemente, eles não me mataram. Nem tiraram meu computador. E até me deixaram voltar lá na quarta feira seguinte. 1 de maio. Feriado.

1 de maio de 2009

Era aniversário do meu melhor amigo. Graham. Mas eu não podia ir vê-lo. Regina era mais importante.

Outra noite em claro, é, isso seria um costume pra mim. Dia de ver Regina, é dia de não dormir a noite, sempre foi.  Dia de vagar entre pensamentos do que poderia ou não acontecer.

Cheguei lá, não era muito tarde, devia ser umas 12h. Fomos ao cinema. Eu odeio o dia dos namorados. Eu odeio o dia dos namorados. Não que eu não odeie... Mas era o nome do filme.

Ela deitou na minha coxa, eu acariciei seus cabelos o filme todo, olhava-a sempre, encantada. Estava meio gripada, meio sem conseguir respirar e tinha receio de beijá-la ali. Mas eu só pensava nisso, em como eu precisava beijá-la.

O filme acabou e fomos para o parque próximo ao shopping.

Nós nos falávamos o tempo todo na internet, e eu já comentei o quanto era boba e infantil? Então. Ela me devia 10 beijos, no local a minha escolha.

Eu distribui os dez nas minhas bochechas e testa. Eu já disse o como queria sentir aqueles lábios nos meus? E ela me provocava, Regina amava me provocar o tempo todo. Ela sempre quis que eu tomasse os primeiros passos, mas eu nunca tomei nenhum deles.

Ficamos abraçadas, sentadas no banquinho. Vendo todo aquele verde. Ela nos meus braços.

Eu sinto tanta falta dessa paz, tanta falta. Seu perfume, seu corpo. Sua respiração. Não precisava de mais nada, eu sei que não.

Mas precisávamos ir embora. E precisávamos nos beijar também. Eu a amava tanto, e eu sabia que ela me amava também.

Fomos até a saída do parque, então eu puxei ela de volta, ficamos atrás de umas moitas, escondidas dentro da minha jaqueta vermelha. As pessoas me perguntam por que diabos eu não vivo sem ela. Bem. Nosso primeiro beijo.

Ficamos assim. Trocando beijos na bochecha, os lábios se roçando. Eu estava tão entorpecida que não sei medir o momento exato em que nossos lábios se tocaram e começamos a nos beijar.

Um moço passou por ali. Nos soltamos e começamos a mexer nas folhas da moita como se procurássemos algo, segurando o riso. Logo ele passou e voltamos a nos beijar.

Beijá-la era como fazer magia. Não existe como descrever. Era perfeito, macio, sincronizado e delicioso.

Foi tão difícil ir embora. Mas pelo menos, eu sabia que eu voltaria. Eu sabia que ela me amava, independente de qualquer insegurança que eu viesse a ter.

Eu só... Queria que ela ainda amasse. Por que eu a amo.

É como costumávamos dizer... “First, Last and Forever.”


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Notas finais do capítulo

Reviews pra eu saber o que estão achando?
Devo continuar? Devo me esconder? Devo ir atrás da Bette e roubá-la pra mim? shaushausha -QQ



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