Butch simplesmente não conseguia abandoná-la, larga-la. Era estranho eles se agarrarem ali, mas não havia ninguém a mais no quarto. Ele podia sentir a fina e quente cintura de Catherine, seus braços enroscados em seu pescoço. Ele não queria deixá-la lá, não queria, de jeito nenhum. Ele preferia ser amigo de Octavian.

Mas, logo, ela se soltou de seus braços. Estava com uma expressão que passava pela tristeza e arrependimento. Ela deu um longo suspiro.

– Butch, você sabe que eu realmente gosto de você, não?

Ele ficou encarando-a, alerto pelo seu tom de voz. Voltou a respirar quando percebeu que estava prendendo a respiração.

– Eu também gosto de você - ele disse, sem muitos sentimentos na voz. No que havia se metido... Estava com um bolo na garganta. Mas não sabia o motivo disso.

– Eu queria te pedir um favor então.

Seus olhos âmbar estavam suplicantes. Talvez isso fosse a única coisa não perigosa em Catherine. Seus olhos. Não importava como ela estivesse, eles sempre pareciam suplicantes.

– Qual? - Murmurou Butch, pegando suas mãos.

Ela olhou para as mãos dadas, com uma expressão que ele não identificou. Mas Butch pode sentir o aperto, os dedos se entrelaçando.

– Eu quero que você me escute e guarde esse segredo.

Butch franziu a testa. Não era nada disso que ele esperava.

– Pode falar.

Catherine abriu a boca, ainda olhando para as mãos juntas. Mas, antes que ela pudesse falar algo ou fazer qualquer movimento, a porta se abriu com um estrondo e um grupo de umas vinte garotas entraram fazendo bastante barulho. Butch olhou para trás, assustado, somente para ser pego pelos ombros e colocado para fora do dormitório, que estava, até então vazio, a não ser pelos dois.

– Desculpa, mas agora é nossa vez de ficar com ela! - Sara, a centurião-chefe da Terceira Coorte disse, antes de bater a porta na sua cara.

Butch ficou assustado, e por um tempo imóvel em frente da porta. Podia escutar vozes identificáveis e risos por trás dela. Por fim, recobrou a consciência e deu meia volta, se dirigindo ao dormitório masculino. Quando entrou lá, estava escuro e os garotos estavam jogados nos beliches, uns roncando suavemente. Cansado e acabado, Butch tirou os sapatos e se jogou em uma das camas, para somente ficar olhando para o escuro, sem conseguir dormir.

Depois de um tempo, ele pode sentir uma movimentação na cama acima. Era John, o seu melhor amigo. Butch conseguiu ver a silhueta de sua cabeça pendurada, e ele parecia olhar para o garoto.

– Algum problema? - Perguntou Butch, estranhando o comportamento do amigo. Era um filho de Esculápio, e, geralmente não agia assim.

– Você estava com a garota nova? - Ele perguntou, e Butch pensou identificar um vestígio estranho em sua voz.

– Catherine? Sim. Por quê?

A cabeça de John sumiu, e ele só conseguiu escutar o amigo falando em um tom alto e animado para os companheiros:

– O Butch pegou a Forbes!