Kurt e Blaine depois daquela noite não se falaram mais, mesmo que não tivesse acontecido nada. A vontade carnal de ter Blaine passou quando Kurt acordou e viu o que tinha feito. Ele esperou Blaine acordar, tomar café e o mandou ir embora, mesmo que Blaine quisesse ficar na casa dos Hummel. Kurt se sentiu péssimo vendo o olhar de Blaine pra ele quando o mandou embora, mas ele tinha que fazer aquilo, se os dois ficassem assim, eles iriam ficar em uma amizade colorida e Kurt queria Blaine por completo.

As Nacionais são na semana que vem, os New Directions estão quase explodindo de felicidade, ansiedade e medo. Todos estavam assim, menos Kurt, ele tinha que manter a pose de mal, mas por dentro, não via a hora.

Kurt havia aproveitado e colocado mais um piercing. Dessa vez o castanho havia colocado no septo.

– Ok pessoal, roupas prontas, afinados e cópias de Brittany e Mike, agora vamos misturar todos esses elementos e fazer nosso espetáculo.

– Mas Mrs. Schue, não seria melhor deixar isso para o momento? Vai estragar a magia. – Disse Tina, que tinha dado o maior trabalho nas roupas.

– Pensem, se com a coreografia os saltos enroscam nos vestido? Então, melhor já ver isso agora, porque vamos para as Nacionais e qualquer erro é contado.

– Mrs. Schue sempre nos deixando super calmos. – Pensava Kurt enquanto rolava os olhos no fundo da sala.

Todos se levantaram e dirigiram até o auditório, onde tinha mais espaço. Kurt por ser mais cuidadoso com as roupas, foi o ultimo a sair da sala.

– Ei, amor. – Disse Blaine o abraçando por trás.

– Ei! Sai, sai, sai. Me larga. – Disse Kurt saindo do abraço.

– Que foi? Não posso nem abraçar meu namorado mais? Vem cá e para de graça. – Disse Blaine voltando a beijar o pescoço de Kurt.

– Ele tem problema? E se alguém nos encontra nisso, mesmo eu “não querendo”, isso pode nos levar à uma suspensão. - Kurt estava quase socando Blaine. – Sai garoto! – Disse Kurt empurrando Blaine. – O que te deu? Ficou louco? – Disse Kurt voltando a arrumar a roupa.

– O que me deu, é que eu te quero e porque tá se fazendo de difícil? Nós dormimos juntos. – Disse Blaine com um sorriso se garantindo.

Kurt sentiu um ódio dentro dele. Blaine se referiu à ele como se fosse um pedaço de carne.

– Eu só não te dou um tapa agora, porque é perigoso eu quebrar minha mão de tanto ódio que eu estou de você agora. – Kurt pegou a roupa mesmo bagunçada e saiu da sala.

– Você está quase entrando no meu joguinho, garoto do bumbum grande. – Pensou Blaine olhando Kurt sair.

[...]

Ensaiaram, ensaiaram, ensaiaram e ensaiaram mais uma vez. Eles estavam quase ficando desidratados.

– Mrs. Schue, por favor, uma pausa, eu estou a um fio de morrer. – Disse Mercedes parecendo exausta.

– Mas vocês nem ensaiaram direito. – Disse o professor. – Vamos lá, um, dois-

– Nem termine isso, vamos descansar, somos o New Directions, não os camelos incansáveis do Vocal Adrenaline. – Disse Santana cortado o professor, sentando no degrau da escada.

– Estou morrendo. – Disse Kurt deitando de costas no topo da escada.

– Eu sei o que pode ajudar. – Disse Blaine no ouvido de Kurt.

– Ai sai daqui assombração! – Disse Kurt levantando e indo sentar com Quinn.

O resto dos amigos deram risada da situação, inclusive o professor.

[...]

Depois da pausa, os meninos voltaram ao ensaio. Depois de todo o trabalho, eles não conseguiam nem falar, mexer os pés e estavam mais suados do que porcos.

– Esse ensaio foi ótimo. – Disse o professor.

– Mas homem, sua energia é infinita? – Disse Puck vendo o professor ainda de pé e sorrindo. Todos riram.

– Eu sou mais velho e você que ficam deitados ai, todos sedentários. – Disse ele se alongando.

– Nem a pau! Mercedes Jones é uma Diva, apenas- Não, deixe, posso ser Diva quando achar sua fonte secreta de energia, agora quero apenas ficar aqui... Deitada... Morrendo... – Ela disse tirando risada de todos.

– Bom, quando quiserem podem ir. – Disse o homem indo embora. – Vejo vocês amanhã. – Disse ele saindo do auditório.

Depois de 20 minutos, duplas começaram a sair, até que sobrou somente Kurt no auditório... Ou era o que ele achava.

– Oi gatinho. – Disse Blaine no ouvido de Kurt.

– Ah! – Kurt se levantou assustado e se afastou. Aquilo ia render uma baita tontura. – Blaine, mas que inferno! Para com isso! – Disse ele respirando pesadamente e voltando a deitar de olhos fechados.

Blaine sorrateiramente sentou em cima do colo de Kurt e dirigiu a boca até o pescoço do mais velho.

– Eu. Quero. Você. – Disse Blaine colocando beijos ali.

– Eu... Eu... – Blaine estava conseguindo vencer. – Eu quero você bem longe de mim. – Disse Kurt empurrando Blaine e se levantando.

– Mas olha como eu fiquei. – Disse Blaine olhando para as calças.

– Paciência, não mandei ser tarado. Agora não faça mais isso. – Disse o castanho pegando suas coisas.

– Kurt, volta aqui agora. – Blaine puxou Kurt pela cintura.

Foi a gota d’água pra Kurt.

– Blaine chega! Chega! Eu não aguento mais esse seu lado possessivo e tarado. Você está assim por conta daquela maldita noite. Eu me arrependo amargamente de ter feito aquilo. Aquilo só te deu esperança, só te fez ficar me perseguindo, mas você não consegue entender a verdadeira razão de tudo isso, a verdadeira razão porque eu não te quero agora, a verdadeira razão pra não estarmos juntos e até você entender, você vai ficar assim, apenas me querendo. – Disse Kurt nervoso, poucos lágrimas ariscavam em sair.

Blaine encarava Kurt. Vendo que embaixo de toda aquela atitude bad-boy, daquele rosto de mal, Kurt estava gritando de dor, mas Blaine parecia não escutar o que ele queria. Kurt havia desistido das roupas dele, desistido de ser aquele menino bonzinho, apenas pra fugir de toda dor que sentia em ver Blaine, porque ele mais que ninguém, queria Blaine de volta, só que o moreno não se tocava.

– Kurt... – Blaine tentou se aproximar de Kurt.

– Não. Quer saber? Me esquece. Acabou, Blaine! - Disse Kurt indo embora.

– Não! Não Kurt! - Kurt parou e Blaine correu para ficar de frente ao castanho. - Não, por favor, não! E-e-eu dou um jeito, eu mudo, eu faço tudo o que você quiser, mas não me deixa, não desiste de mim, não desiste de nós...

– Blaine, não dá, eu não aguento mais isso, eu não aguento mais esse sofrimento, é tão difícil ficar perto de você, se eu soubesse, teria deixado meu sonho de ir para Nova Iorque e Nacionais e ter ficado na Dalton... Com você. Mas olha para nós agora...

– Kurt, por favor, não! – Blaine puxou Kurt pelo braço e deu um abraço forte. Os dois choraram um nos braços do outro. Kurt se viu quebrado ali, o castanho foi quem se soltou do abraço.

– Me desculpa, ma-mas não dá mais, realmente me desculpa. – Kurt voltou ao seu caminho e saiu correndo.

– Kurt. Aquele é meu Kurt. Aquele é menino que eu vi pela primeira vez naquelas escadas, o menino com quem peguei um "atalho", o menino pra quem cantei Teenage Dream, o menino que eu machuquei tanto, com o Ataque da GAP, com a história da traição. Kurt estava certo, era melhor ficarmos separados, assim não o machuco mais. Agora é vai ser assim: vim para McKinley por ele e agora vou ter o ver e sofrer por não saber ser um bom namorado. O pior de tudo, é que eu não vou parar de ama-lo tão cedo... – Pensava Blaine destruído e quebrado naquele auditório.