A Diabólica Vida De Eleonora Duncan escrita por Ikuno Emiru


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Daqui pra frente, os capítulos vão ter um toque de shoujo, porque é o que eu ando lendo muito ultimamente hahaha ♥
E só digo que, em muito breve, vai ter encrenca na história! hehe! Espero que gostem *-*



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            Fiquei com tanta vergonha que acabei me esquecendo de perguntar como Castiel sabia o caminho de minha casa, já que ele não havia me contado ainda que ele era um paciente de Marin, corri até a porta novamente, mas, ele já havia ido embora. Quando entrei em casa mais uma vez, Marin estava na minha frente, me encarando. Eu nunca havia chegado tão tarde em casa, será que ela ficaria brava? Respirei fundo e encarei Marin com um sorriso, ela apoiou as mãos na cintura e devolveu o sorriso.

            – Por que demorou tanto, menina? E o Castiel te trouxe aqui, foi?

            – A irmã do Nathaniel pegou algo que me pertencia e eu esperei as aulas terminarem para recuperar! Acabei encontrando Castiel ainda na escola e ele me ofereceu carona, na verdade, ele quase me obrigou. – Dei uma risadinha – Eu acho que ele vai me contar sobre você em muito breve, já que ele me trouxe aqui sem eu precisar dar coordenadas, endereço, referências...

            – É bom ver que vocês estão se dando bem, hein! Quem sabe vocês não acabem namorando!

            – Marin! – Exclamei – Não seja tão boba! Eu vou para o quarto, preciso ter uma conversinha com o Demon! – Nós duas seguimos em direções opostas, quando entrei no quarto, Demon estava deitado em sua cama, encarando o teto, pensando na vida, talvez?

            – Ei, Den. – Fechei a porta atrás de mim e me sentei na minha cama, ele se levantou e me encarou, levantando uma sobrancelha.

            – Oi, Nora. O que foi?

            – Você tem estado muito sumido ultimamente... eu pensei que você fosse meu protetor e que devesse me vigiar de pertinho. Tem alguma coisa acontecendo que você não quer me contar?

            – Tem sim. Mas, tenho ordens para não te contar. E fique tranquila, eu sempre vou te proteger, mesmo que eu esteja longe. Nora, você não precisa se preocupar comigo, esse é o meu dever!

            – É difícil não me preocupar com você, Den, você sempre foi meu melhor amigo. – Dei um beijo em sua cabeça, ele deu um sorrisinho como resposta. Eu queria entender o que estava acontecendo, queria muito, mas se Demon diz que é para eu não me preocupar, então eu não irei... pelo menos eu vou tentar.

            – Isso, você tem mais é que me obedecer! – Demon respondeu aos meus pensamentos com seu tom de voz mais brincalhão.

            – Ah seu bobinho. – Empurrei sua testa com a ponta do meu dedo para que ele se deitasse.

           

            Resolvi caminhar na praça, próxima a minha casa, após as aulas, eu precisava, de alguma forma, entrar em contato com o verde e o ar puro, e com a sensação de paz que aquele lugar me transmitia. Era gostoso me sentar em um dos bancos e sentir o vento bagunçar meus cabelos, ver as folhas caindo de pouco em pouco, sentir o cheiro de pólen do ar...

            Meu coração palpitou ao ver uma cabeleira vermelha brilhar ao sol, foi preciso respirar fundo algumas vezes para acalmar o meu coração e me aproximar de Castiel, que estava sentado em um dos bancos da praça,  de costas para mim. Dei passos curtos e leves, eu queria surpreendê-lo, ou até mesmo assustá-lo, mas como eu faria isso? Talvez... talvez eu toque seus ombros, ele com certeza se assustaria, nem que fosse um pouco. Posicionei minhas mãos, mas, para a minha surpresa, Castiel se virou e segurou os meus pulsos.

            – Eu queria te assustar, mas foi você que me assustou! – Suspirei. Castiel tinha um isqueiro espelhado em seu colo, mas... por quê? Eu olhei para cima e ele estava com um cigarro na boca, estava quase no filtro. Por impulso, eu tentei tirar o cigarro de sua boca, mas acabei me queimando.

            – Você é louca?! – Seu semblante mudou de um Castiel tranquilo para um Castiel preocupado, ele exclamou e jogou o cigarro no chão... pelo menos ele parou de fumar.

            – Você não pode fumar... – Falei com uma voz chorosa, sentindo meus olhos marejarem, fiz um esforço para as lágrimas não caírem. Não doía tanto, mas as lágrimas saíam naturalmente! – Não faz bem... – Ele não respondeu, apenas segurou minha mão não machucada e começou a andar, me fazendo acompanha-lo.

            – Antes que você me pergunte, estou levando você para minha casa, vou tratar dessa sua queimadura.

            – Não foi nada, não precisa... – Ele ignorou completamente a minha fala e continuou me guiando, poucos minutos depois, estávamos na porta de sua casa. Tirando a casa do Ken, é a primeira vez que entro na casa de um garoto... é algo tão... íntimo. Teria algum problema? Castiel abriu a porta e me guiou para dentro, ele sumiu dentro de sua casa e voltou em poucos instantes, com remédios em suas mãos.

            – Você chora demais. – Ele segurou o meu rosto e limpou as lágrimas que escorriam. Me senti como uma criança.

            – Castiel... – Ele já havia começado a fazer o curativo no meu dedo. – Como você sabia onde ficava minha casa?

            – Você me disse.

            – Não, eu não te disse nada.  – Os cabelos avermelhados dele  caiam sobre o seu rosto, usei minha mão boa e joguei seus cabelos para trás. Eram macios e leves...

            – Sim, você me disse. – Ele deu um sorriso e finalizou o curativo. – Você que não tem uma memória muito boa... Falando em memória, onde está Demon? – Perguntou.

            – Obrigada. – Olhei para o curativo – Não mude o assunto... Demon foi ver Kaoru, disse que iria com Angelique.

            – Ah, Angelique me disse algo parecido. Provavelmente devem estar jogando baralho espiritual, strip poker... espiritual.

            – Ei, não fale besteiras! Mas é sério, Castiel, como você sabe onde é minha casa?

            Ele cruzou os braços.

            – Você quer tanto saber assim? – Eu balancei a cabeça, concordando. É óbvio! Eu queria saber o porquê de ele consultar Marin...

            – Ok. Eu sou um paciente de Marin, ela já havia me levado em sua casa para uma consulta extra. Satisfeita?

            – Ainda não...

            – O motivo de eu precisar de um psicólogo não te interessa! – Ele disse isso com um sorriso enorme nos lábios, em seguida, se levantou e adentrou a casa mais uma vez. Dessa vez, eu o segui. – Eu disse que você veria Dragon um dia, não é? – Ele abriu um portão, que se dava para o quintal da casa, lá havia um cachorro enorme deitado na grama, ele correu para perto de Castiel, mas não deixou de rosnar quando me viu.

            – E eu achava que cachorros gostavam de mim... – Suspirei.

            – Ele é sempre assim com estranhos, ele só precisa se acostumar com a sua presença.

            Mantive uma distância regular de Dragon, já que, todas as vezes em que tentei me aproximar, ele rosnava, o que fazia Castiel morrer de rir. Castiel fez até Dragon correr atrás de mim, segundo ele, porque ele queria rir um pouco mais. Eu já estava morrendo de cansaço, então me sentei no chão e Castiel se sentou ao meu lado.

            – Talvez se você estiver mais perto de mim, ele se aproxime. – Então, Castiel passou o seu braço por meus ombros e me puxou para perto de si, meu corpo estava tão cansado da corrida e das risadas, que minha única reação foi deixar. Minha cabeça estava deitada no peito de Castiel, eu podia escutar o coração dele bater, vagarosamente, ao contrário do meu. Vendo a situação, Dragon se aproximou e deitou a cabeça em meu colo, permitindo com que eu o acariciasse. Castiel, por sua vez, acariciou meus cabelos.

            – Boa menina. – Ele brincou.

            – Muito engraçado! – Nisso, meu celular começou a tocar. Eu tirei de meu bolso: era Marin. Atendi.

            – Marin! – Exclamei.

            – Onde você está?! – Ela falou, do outro lado do telefone – Você disse que iria dar uma volta no parque e já voltava. O que você encontrou nesse parque? Castiel?

            – Shhh! Eu... eu encontrei Castiel no parque e estou na casa dele...

            – Fazendo o quê?

            – Nós estamos... – Eu estava prestes a responder, quando Castiel passa uma de suas mãos por minha coxa,  o que me assustou e me fez soltar um gemido... um pouco suspeito. Castiel pegou o celular de minhas mãos.

            – Ela está em boas mãos. – Falou, então, desligou o celular. Eu estava boquiaberta, mas ele estava rindo. Tentei tirar o celular de sua mão, mas ele levantou o celular no alto, me impedindo de pegar... pelo menos sentada. Eu me levantei, então, e tentei tirar de sua mão. Com um golpe rápido, ele me derrubou ao bater em minhas pernas e fazer me desequilibrar, consequentemente, caindo em seu colo.

            – O que você está fazendo? – Eu continuava boquiaberta, olhando fixamente para ele. Será que eu estaria corada nesse exato momento? Ele beijou minha testa demoradamente.

            – Já está tarde, eu te levo para casa.

Capítulo 14

Castiel’s POV

            Eleonora me disse uma vez que, aos sábados, ela costumava ir ao orfanato para visitar as crianças. Passei na sua casa e de Marin para ter certeza de que ela tinha ido e assim foi. Enquanto eu caminhava até o orfanato, que não era muito longe, avistei uma loja de presentes que vendiam vários straps de celular, entrei na loja e encontrei dois bem peculiares... comprei.

            Voltei a percorrer o caminho, mas ainda de longe, pude avistar Eleonora se despedindo de umas crianças... e um rapaz a abraçar por trás... eu comecei a correr em sua direção, mas Eleonora ao se virar, abriu um sorriso e abraçou o rapaz, senti alívio por um momento, mas aquilo ainda não me parecia certo... aquele rapaz loiro, moreno e com algumas tatuagens visíveis não me parecia confiável...

            – ... Dake! – A voz de Eleonora chegou aos meus ouvidos, ela parecia bem surpresa e feliz. – Achei que eu nunca mais o veria!

            – E eu achei que nunca mais veria você!... Você ainda está aqui?

            – Não, não, eu saí daqui com 15 anos! Mas gosto de visitar as crianças e ajuda-las sempre...

            – Você, muito gentil, como sempre! E mais linda do que... – Quando me dei conta, eu já havia parado de escutar e começado a caminhar em direção do orfanato, me obriguei a não olhar para Eleonora e continuar caminhando, como se eu nunca tivesse a visto ali, como se eu nunca tivesse a intenção de passar por ali. Eleonora me chamou duas, três vezes, antes que eu me virasse e “notasse” a sua presença.           Ela falou alguma coisa com o garoto loiro, e então, caminhou até meu encontro.

            – Castiel! – Ela exclamou. – Que coincidência!

            – Ah... é.

            – Você está bem?

            – Não. – Cruzei os braços.

            – Ah... – Percebi o desânimo em sua voz. – Você quer que eu te deixe quieto?

            – Não, mas... aquele rapaz parece estar te chamando. – Apontei para o tal de Dake. Eleonora virou o rosto e acenou de volta, aproveitei esse meio tempo para jogar o “chaveiro” em um dos bolsos do seu vestido, ela mal percebeu. – Eu preciso ir. – Falei e continuei andando, pensando em um jeito menos suspeito de voltar para casa.

Eleonora’s POV

            Castiel estava realmente muito estranho, como se algo o estivesse incomodando. Eu já o vi de mau humor várias e várias vezes, mas, só dessa vez, eu me sinto preocupada. É como se... como se algo o atordoasse. Castiel se despediu, eu esperei a sua figura desaparecer do meu campo de visão para retornar para Dake.

            E ah... o Dake... ele parece ter mudado tanto! No orfanato, ele era um dos mais quietos mas educados, sempre gostava de ajudar. Ah, ele saiu daqui com 10 anos, se não me engano! Talvez seja a forma de educar da sua nova família... Mesmo que ele tenha mudado bastante, ele parece gostar dessa mudança, parece ser benéfico para ele...

            – Quem era aquele? – Dake perguntou com curiosidade.

            – Ah, é o Castiel, um amigo muito... muito importante. – É verdade que o Castiel é meu amigo... é verdade que ele é muito importante mesmo, mas... será que é comum o coração palpitar quando você vê um amigo? Porque, ultimamente, tem sido assim com Castiel... só com Castiel. Eu posso conversar com Rosalya, ela provavelmente saberá me explicar. Quando voltei a realidade, Dake estava passando a mão na frente dos meus olhos, segurei sua mão e a abaixei. – Perdão, me perdi nos pensamentos.

            – Você faz isso com muita frequência? – Ele riu, dei uma risadinha também.

            – Não, não! Não se preocupe!

            – Já que estamos aqui, porque não vamos tomar um sorvete?

            – Ah, claro! – Após alguns minutos de caminhada silenciosa, Dake decidiu quebrar o silêncio.

            – Aquele seu amigo... é só amigo ou vocês têm alguma coisa?

            Eu comecei a me lembrar de quando estive na casa de Castiel, quando ele me deu aquele beijo na testa... e um dia antes, quando eu acidentalmente o dei um selinho...

            – N-não temos nada, só amizade. – Eu acho.

            – Suas bochechas ficaram tão vermelhas de repente! Me faz suspeitar! – Ele falou com um sorriso no rosto. – Eu já te disse que você está linda, Nora?

            – O-Obrigada. É gentileza sua, Dake... – Eu também queria dizer o quanto ele havia ficado bonito. Esse bronzeado caiu bem com os cabelos loiros e cumpridos dele, as tatuagens que vi, antes de ele ter posto sua jaqueta de volta, faziam parte desse seu novo charme...

            – Você está pensando “O Dake está bem melhor assim”, não é?

            – O quê? – Exclamei, envergonhada... era quase isso...

            – Você é bem fácil de se ler, Eleonora! Você expressa os seus pensamentos muito bem com seu rosto, seus gestos!

            – Isso é bom? – Falei com receio. É verdade... eu já ouvi isso outras vezes... sou muito fácil de se ler, como um livro aberto, fácil de decodificar. Dake segurou minha mão enquanto andávamos, aquilo me assustou por um momento, eu só havia ficado de mãos dadas com Castiel e a sensação era bem diferente. As mãos de Castiel são macias, mas fortes, são quentes. A mão de Dake é... áspera, forte, quente também.

            – É bom sim, às vezes. Assim eu posso ficar sabendo se estou fazendo algo que não te agrade. – Ele percebeu que recuei por um momento ao segurar sua mão. – Me perdoe, eu estou sendo muito para frente?

            – Não, eu só não sou acostumada com esse tipo de contato.

            Chegamos a sorveteria, lá, conversamos bastante! Contamos como nossa vida foi ao sair do orfanato e como tem sido, contamos nossas experiências, enfim, falamos um monte! Desde que entrei em Sweet Amoris, tem sido muito mais fácil me comunicar com os rapazes! Deve ser porque os garotos de lá são muito gentis, Nathaniel, Lysandre, Castiel... sim, garotos muito gentis e respeitáveis. Com Dake, não foi diferente, ele se tornou uma pessoa mais gentil ainda, seria bem legal manter uma amizade com ele.

            – Dake... – Falei.

            – Sim?

            – Você foi ao orfanato para me ver? – Eu senti certo receio por ter perguntado aquilo. Por que diabos ele iria lá só para me ver...?

            – Bem... sim. Ouvi dizer que você sempre aparecia no orfanato aos sábados. Eu nunca vou conhecer uma garota tão gentil quanto você, Eleonora.

            – Oh, não, que isso... Eu tenho certeza de que muita gente faz o mesmo que eu... – Eu confesso, não sei reagir a elogios. Eu gosto de elogios, mas eles me deixam com um sorriso bobo no rosto e sem palavras.

            – Apenas aceite o elogio. – Dake disse com um sorriso grande em seu rosto, aquilo me fez sorrir também.

            – Eu preciso ir, Marin deve estar me esperando.

            – Marin?

            – Ah, Marin é a minha mãe adotiva.

            – Certo, eu te acompanharei até sua casa.

            Caminhamos e conversamos mais ainda, nós tínhamos infinitos assuntos para conversar e isso me parece ótimo! Eu me senti super a vontade ao lado de Dake, talvez seja porque nós somos amigos de infância, talvez? Dake me deixou no portão de casa, ele estava indo embora, corri atrás dele e segurei a manga de sua jaqueta, ele se virou.

            – Vamos nos ver novamente, não é?

            – Mas é claro, gatinha. Não vou esquecer de você tão cedo! Me dê o seu celular. – Eu passei o meu número e ele passou o dele. Entrei em casa e fui direto para o meu quarto, eu queria por meus pijamas e ficar bem a vontade. Tirei o vestido e joguei em cima da cama, percebi que algo havia caído dos meus bolsos, procurei em meio ao vestido e encontrei: era um chaveiro, daqueles de por no celular, strap, é como dizem! Peguei na minha mão e trouxe perto ao rosto, era um pequeno diabinho, quando é que isso foi parar em meu bolso? Eu olhei mais de perto, o bonequinho se parecia muito com Demon... só Castiel viu Demon até hoje... será que...? Será que ele colocou no meu bolso? Será por isso que ele estava de mau humor hoje? Porque eu estava ali com Dake...? Quanto a essa última frase, eu duvido... Pendurei o chaveiro no celular e fiquei observando, suspirando. Vesti meu pijama e, segundos depois, Demon apareceu.

            – Você não deveria ficar perto do Dake! – Demon falou com desdém.

            – Mas ora, por que não? Você não se lembra do Dake lá no orfanato? – Cruzei os braços, mas por que é que Demon estava dizendo isso? Ele tem estado muito sumido ultimamente e ainda se acha no direito...?

            – Sim, eu me lembro muito bem! Mas, anos se passaram, Nora, ele não é o mesmo Dakota de sempre! As pessoas mudam, sabia?

            – Claro que as pessoas mudam, mas, ele foi tão gentil hoje comigo. Eu não acredito que tenha algo errado com ele.

            – Você deveria me escutar, Nora, você sempre me escutou!

            – Den... relaxa. Nada de mal vai acontecer.

            – Mas Nora!

            – Mas nada!

           

Castiel’s POV

            Eleonora parecia feliz perto daquele garoto. Eu deveria estar feliz também, certo? O caramba! A última coisa que eu estou é feliz, mas não entendo porquê. Esvaziei os bolsos ao chegar em casa, encontrando o pequeno chaveiro que eu havia comprado, era bem parecido com Angelique, que estava sentada em minha cama, brincando com seus cabelos. Coloquei o strap em suas mãos, ela o manuseou, seus olhos brilharam, ela estava encantada.

            – Mas é igualzinha a mim! Até a aureola! – Ela acariciava a boneca – Você vai colocar no seu celular, não é?

            – Ah, eu não iria... mas como você insiste... – Ela me entregou o chaveiro e eu pendurei no celular. – O último strap que coloquei no celular, foi a Debrah que me deu. – Debrah... eu sentia desgosto ao pronunciar aquele nome, mas ao mesmo tempo, eu sentia um aperto no coração. Por que eu sentia falta daquela... desgraçada? Já tem mais de 6 meses desde que terminamos e que ela foi embora, mas ainda assim, essa história toda ainda me machuca.

            – Dizem que não tem nada melhor que num novo amor para curar um velho amor... – Angelique me surpreendeu.

            – Nem sempre, Ange. Às vezes só piora. – Me sentei na cama e a coloquei em meu colo.

            – Eu acho que você deveria namorar a Eleonora! – Seus olhos se iluminaram – Ela gosta muito de você, Castiel! Eu vejo isso nos olhos dela, quando ela está perto de você, o coração dela se alegra no mesmo instante.

            – Você só está supondo coisas, Angelique, não seja boba. Eu estou bem sozinho, do jeito que estou!

            – Se você diz... – Ela cruzou os braços, desanimada.


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