Faltavam dois dias para eu completar 17 anos, eu já estava um pouco melhor, não vi mais minha mãe desde aquela conversa, mas eu sentia, sentia que ela voltaria. Pensei que talvez estivesse delirando e disse pro Tyler que tinha inventado aquela história porque não sabia como reagir. Ele entendeu por partes, disse que não tinha muito sentido isso tudo, mas que estava do meu lado.

Estava me preparando para em breve voltar para a escola, Tyler e minha outra amiga Lea estavam cuidando disso para mim. Me atualizaram da matérias e me ajudaram todo esse tempo. Eu estava em baixo das cobertas, tomando uma xicara de chá com o aquecedor ligado, assistindo a um documentário sobre pássaros, pois é, o que o tédio não faz?! Confesso que já me sentia mais leve, estava começando a ficar impaciente com a vida e ficava pensando na minha mãe me dando bronca por faltar tanto tempo.

Ouvi a campainha tocar mas não fui atender, meu tio era solteiro e as vezes trazia mulheres para casa. 

—Kayla, visita!- ele gritou do andar de baixo, desci as escadas, meu tio não estava mais lá, provavelmente havia voltado para o seu quarto, eram meus amigos, Lea e Tyler, eu não pude deixar de sorrir estava com saudades.

—Entrem- os convidei, os dois entraram, deixaram os casacos.

—Queríamos ver como você está- disse Lea no meio de um abraço

—ah, melhor- sorri, Lea estava linda, fazia muito tempo que não a via. A última vez tinha cabelos compridos e a agora assumiu um chanel moderno que combinou muito com ela.

Fiquei horas conversando com eles e lembrei como é boa a sensação de rir novamente. Estava ficando tarde e Lea teve que ir e aproveitando Ty também foi, queria que ele ficasse mais um pouco.

—Ele é mais que um amigo pra você não é?- disse uma voz jovem, de uma garota, eu não reconhecia, será que, havia ligação com que minha mãe havia dito “mais mortos entraram em contato contigo, desconhecidos, alguns do bem e outros... do mal” eu me virei procurando a alma, que poderia ou ser uma amiga, quanto uma inimiga.