My Red Cherry escrita por Miahh


Capítulo 10
As crianças chamam isso de mágica


Notas iniciais do capítulo

Oii gente *---* valeu pelos reviews e pedidos pra eu adiantar a fic. Sou uma bichinha preguiçosa, é bom quando me apressam :D
Bom, pra a fic ficar mais organizada eu vou começar a postar todos os sabados. Dai fica essa aos sabados e a outra fic aos domingos u.u E todo mundo fica feliz.
E sim, esse cap ficou jisbon na medida do possivel. Espero que gostem :)



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-Lisbon, Lisbon – Patrick a chamou, invadindo a sua sala onde a agente permanecia focada em seus relatórios – Preciso de uma ajuda sua.

-Finalmente você apareceu. Achei que não vinha mais... Temos um caso novo e preciso que pegue o assassino.

Patrick fechou a porta e levemente preocupado, se sentou na cadeira a sua frente.

-Resolvo o caso depois, prometo. Agora preciso de você.

Lisbon corou instantaneamente com as palavras. Novamente ela levou mais uma das frases de duplo sentido do consultor, para o lado pessoal. E o pior que ele sabia disso e como prova sorriu descaradamente. Talvez o rosto avermelhado juntando com as pupilas dilatadas dela, fizesse Patrick ver que não era apenas ele que sentia algo maior do que uma simples amizade.

-Para que?

-Para achar um apartamento.

-Apartamento? Como assim?

-Bom, Charlotte vai morar comigo e eu não posso deixa-la viver em um sótão cheio de pó como o que eu sou obrigado a viver – Explicou-se, lendo as expressões de Teresa que passavam de surpresa para dúvidas em segundos – E eu não posso leva-la para o meu quarto de motel também... Aquele não é lugar para uma criança.

-Ela não é uma criança, Jane – Respondeu ainda bem surpresa com a noticia – E além disso, foi você que escolheu ficar no sótão. Sabe muito bem que a CBI ofereceu pagar metade do aluguel de um apartamento no centro. Você não aceitou.

-Meh, eu não gosto de depender da CBI. O sótão é bem mais prático... Mas vamos voltar para o assunto: Achar um apartamento seguro onde eu possa viver temporariamente com a minha filha.

-Hum, vai ser difícil achar algo no centro da cidade ou perto da CBI, ainda mais temporário... – Ela pensou por alguns instantes antes de prosseguir – E se... E se você fosse morar comigo?

-Morar com você? – Dessa vez, quem estava surpreso com a afirmação era Patrick.

-Sim, morar comigo – Repetiu – Você precisa de algo temporário e rápido, certo? Sabe que não vai achar nada perto daqui... Então, por que não morar temporariamente comigo? Se for mesmo rápido, eu não me importo.

-Eu... Eu não sei, Lisbon – Patrick estava muito confuso com o pedido. Teresa estava sendo legal com ele, e isso era estranho – Eu acho melhor não.

-Por que não?

-Não quero incomodar.

-Mais do que você já me incomoda todos os dias? Impossível.

Jane sorriu envergonhado. Sim, ele era irritante, mas mesmo assim Lisbon o desejava perto dela. Na verdade ela não havia falado isso, na cabeça dela ela estava apenas ajudando o amigo necessitado. Entretanto, Patrick sabia que bem lá no fundo, Lisbon tinha outras intenções com o pedido.

-Tudo bem, eu aceito – Ele concordou, aproximando vagarosamente sua mão da dela – Mas eu faço questão de te ajudar com as contas, e se possível, com as compras do mês.

-Não precisa Jane, eu me viro.

-Não não, faço questão disso. Que tipo de cavalheiro eu seria se não te ajudasse com as coisas?

Ela sorriu, observando a mão do consultor que estava propositalmente próxima da sua.

-Está bem, Jane.

-Então, quando eu me mudo para lá?

-Quando você quiser.

-Tipo agora?

-Tipo agora.

-Eu vou avisar a Charlotte, depois vamos arrumar as coisas... Tudo bem?

-Pode ser.

Patrick agradeceu a chefa mais uma vez e correu avisar sua filha sobre a novidade, que adorou a noticia mesmo achando a atitude da amiga do pai, muito suspeita.

-Agora você vai lá ao centro e arrumará todas as suas roupas. No final do dia eu te busco e vamos juntos para a casa da Teresa, combinado?

-Combinado, pai.

Ele pegou na mão da adolescente e foram até o centro de proteção a testemunhas, onde depois de muita burocracia e espera, Patrick conseguiu a autorização que precisava para liberar sua pequena de lá.

Jane deixou sua filha arrumando suas coisas e aproveitou para fazer algumas compras no mercado. Tudo para agradar Teresa. Não queria ser um incômodo já que Lisbon estava sendo bem boazinha com ele, o deixando ficar.

Suspeito? Claro. Provavelmente atrás dessa boa ação da morena, havia uma mulher rendida pelos olhos azuis cintilantes do loiro. Quem sabe o que iria acontecer enquanto Charlotte descansava?

A noite caiu em Sacramento e Patrick ajudava Charlotte a levar caixas e mais caixas para dentro do velho carro. Uma brisa anunciava a tempestade que teria naquela noite, o que serviu para apressar ainda mais a mudança.

Depois de meia hora eles estavam seguindo em direção a casa da agente, que os esperava ansiosamente, fazendo a janta.

Por um momento, Jane sentiu um friozinho na barriga. A empolgação em morar com a Lisbon o estava deixando louco. Não foram poucas as vezes que ele se pegou pensando em um modo de burlar todas as regras loucas que provavelmente ela criaria, e desfrutar de uma maravilhosa noite juntos.

Pena que isso era apenas um devaneio. Pelo menos era o que ele pensava.

Se Patrick tentasse algo com ela, mesmo Lisbon gostando dele, ela provavelmente recuaria e perderia a total confiança no consultor. As coisas teriam que acontecer – Ele pensava – Mas naturalmente.

Ao abrir a porta da casa, Patrick sentiu o cheirinho de macarrão com queijo pairando no ar.

-Quem diria que atrás daquela chefe sem coração, teria uma cozinheira de mão cheia? – Ele brincou, levando um beliscão da mulher.

-Sem coração? Olha que eu te expulso da minha casa – Disse ironicamente – Dai você vai morar com os mendigos debaixo da ponte.

-Meh, você não iria conseguir ficar sem mim.

-Você que pensa, ainda teria Charlotte para me fazer companhia – Ela sorriu para a garota que estava bem ao lado do pai, levemente corada.

-Mas Charlotte não sabe fazer um chá gelado como o meu – Brincou.

-Eu sei fazer limonada - Charlotte respondeu.

-Eu prefiro limonada do que chá.

-Ela é engraçada – Charlotte comentou baixinho. Apenas Patrick ouviu.

-Bom, então vou para debaixo da ponte, servir meu chá gelado para os mendigos – Patrick caminhou lentamente até a porta, parando sorridente quando ouviu a voz de Lisbon.

-Depois Jane. Agora é hora de comer o meu macarrão.

Ele deu meia volta, parando atrás de Charlotte.

-Então vamos comer! – Anunciou alegre.

**

Já se passavam das dez horas e Lisbon tinha acabado de terminar de arrumar o quarto onde Charlotte e Patrick ficariam.

Era apenas uma grande cama de casal que seria dividida pelos dois – por tempo indeterminado – já que Patrick achava desnecessário comprar uma cama de solteiro sendo que uma das melhores lembranças do loiro, era quando Charlotte dormia com ele e Angela, na mesma cama onde Angela foi encontrada morta, naquela tão terrível noite.

Charlotte parecia ter gostado da ideia. Se sentia protegida perto do pai, tendo assim medo de ficar em um quarto, solitária e desprotegida. A ideia agradava a todos, afinal.

A menina tomou um banho rápido e foi se deitar. Jane a esperava no quarto, sentado em uma poltrona velha que Lisbon havia dito que era da época de seu avô.

Charlotte deitou e se cobriu até o pescoço. Patrick se aproximou, acariciando os cachos loiros da garota. O cheiro de morangos com creme se espalhava pelo quarto. Até que as coisas não mudaram tanto, ele pensava. Ainda parecia a mesma menininha inocente de dez anos atrás.

Tudo estava tão nostálgico, que Patrick já conseguia ver Angela abrindo a porta com seus cabelos castanhos presos em um coque, e um sorriso enorme em seu belo rosto.

Isso não iria acontecer, infelizmente. Mas ele poderia imaginar, não poderia?

-Papai? – A voz da garota saiu sonolenta – Por que você está chorando?

-Chorando?! – Ele passou a mão pelo rosto, constatando que algumas lagrimas molharam seu rosto. Mas ele não perceberá isso até a garota perguntar – Eu não estou chorando.

Ela sorriu, lutando para manter os olhos abertos.

-Tudo bem, papai. Eu também estou feliz por estar aqui com você.

Ele nada respondeu. Apenas encostou seu rosto no dela, enterrando seu nariz nos fios loiros que cheiravam tão forte a morangos, quanto antes.

-Eu te amo, pai.

-Eu também te amo, Annie.

Patrick se levantou alguns minutos depois, quando percebeu que a menina havia finalmente dormido. Então, ele apagou a luz e desceu as escadas, indo até a cozinha onde Teresa terminava de lavar a louça do jantar.

-Quer ajuda? – Ele perguntou, dando um pequeno susto na agente.

-Não, obrigada. Já terminei – Ela se virou e o encarou. Patrick sorria. Mas, não era qualquer sorriso. Era um sorriso de felicidade como nunca antes visto por ela. Uma vez que, ele realmente estava feliz, pela primeira vez em muitos anos – Quer chá?

-Hum, vai fazer um chá para mim?

-Não, só ofereci porque sou educada. Você sabe onde ficam as coisas aqui.

-Claro que sei – Jane fitava a agente com compaixão. Seus olhos estavam presos ao dela – Lisbon... Sabe... Eu acho que não tenho palavras para descrever o quão grato estou por você me acolher aqui. Muito obrigado, Lisbon.

-Não se preocupe Jane. Eu sei que você vai me recompensar de alguma forma, tipo parar de aprontar um pouco e ouvir as minhas ordens.

-Meh, eu sei que você adora quando eu apronto.

-Não gosto não.

-Gosta sim, você se diverte com isso mesmo não revelando.

-Eu já quase fui demitida por sua causa, como posso me divertir com isso?

-Não seja teimosa.

-Não estou sendo teimosa.

Ele sorriu.

-Você está... Como sempre – Patrick colocou sua mão sobre a dela, que estava sobre a pia. Na hora que suas mãos se encontraram, ela corou.

-Preciso tomar um banho para ir dormir. Amanhã é um dia cheio.

-Não antes de eu te agradecer.

-Mas você já me agradec...

Jane encostou os lábios no canto da boca dela, em um tipo de beijo que mal poderia ser considerado um selinho.

Lisbon ruborizada, fechou os olhos. Ela nunca tinha ficado tão perto do consultor antes e no fundo, bem no fundo, ela desejava mais do que ninguém, um beijo quente e demorado vindo do consultor.

Não poderia negar mais seus sentimentos por ele. Entretanto, ela não poderia ficar com ele. Ele ainda usava o anel da ex-esposa. Ele ainda a amava. De uma forma – ela pensava – que ele nunca teria por ela.

Mal ela sabia que isso estava errado.

-Preciso ir dormir – Comentou com a voz rouca.

Ele voltou seus olhares para ela e sorriu, contente por deixar a agente tão confusa e vermelha.

-Bom... Boa noite, Lisbon. Até amanhã.

-Até.

Naquela madrugada, Teresa mal conseguiu dormir. Ela desejava mais do que tudo na vida, que Patrick corresse para o seu quarto e pulasse sobre ela, beijando-a como em seus sonhos mais íntimos.

-Patrick, Patrick... Você não presta mesmo...


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenham gostado :) Até proximo sabado... Ah, digam o que acharam. Adoro a opinião de vcs, meus amores *---* beijos.



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